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143 Habilidades Seções de estudo Capítulo 8 Margem de Contribuição Seção 1: O que é Margem de Contribuição? Seção 2: Como se aplica o conceito de Margem de Contribuição na situação de Capacidade Ociosa das empresas? Seção 3: O que são Sistemas de Custeio? Seção 4: Como se aplica o conceito de Margem de Contribuição na condição de limitação na capacidade de produção das empresas? Conceituar Margem de Contribuição. Aplicar o conceito de Margem de Contribuição na situação de capacidade ociosa das empresas. Elaborar a Demonstração de Resultados do Exercício pelo Custeio por Absorção e pelo Custeio Variável. Aplicar o conceito de Margem de Contribuição na condição de Limitação da Capacidade de produção das empresas DUTRA, Onei Tadeu. Gestão de custos e preços. Palhoça: UnisulVirtual, Ano. 2017. 144 Capítulo 8 Seção 1 O que é Margem de Contribuição? Margem de Contribuição é quanto que o produto/serviço traz de retorno à empresa. E é dada pela seguinte fórmula: Margem de Contribuição = Receita (unitária ou total) - valores variáveis (unitário ou total) Desse modo, se estivermos utilizando a Receita (preço de venda vezes a quantidade vendida), os valores variáveis devem ser os valores variáveis totais (valor variável unitário vezes a quantidade vendida). Se estivermos utilizando o preço de venda, que é um valor unitário, os valores variáveis devem ser unitário. Para não trabalharmos com bases diferentes (preço de venda com valores variáveis totais, ou vice-versa). É importante atentarmos para o fato de na Contabilidade de Custos os valores que irão para os Estoques são a Matéria-prima (MP), a Mão de Obra Direta (MOD) e os custos indiretos de fabricação (CIFs) - são os Custos dos Produtos/Serviços; que depois irão para as Contas de Resultados pela venda. As Despesas Operacionais (Despesa Administrativa, Despesa com Vendas e Despesa Financeira) irão diretamente para as Contas de Resultados; não transitando pelos Estoques. Isso por imposição das normas legais. Já na Análise de Custos, como é um conteúdo gerencial e não está de acordo com nenhuma norma legal, não se faz distinção entre Custo e Despesa - todos os valores gastos pela empresa serão considerados nos cálculos. Mas, para perceber a importância da MC na Análise de Custos, iremos analisar um exemplo no Quadro 8.1. Quadro 8.1 –Valores para o Cálculo da DRE Produto Quantidade Produzida Quantidade Vendida Preço de Venda Alfa 5.000 unidades 4.500 unidades R$ 12,00/unidade Beta 10.000 unidades 8.000 unidades R$ 7,00/unidade 145 Gestão de Custos e Preços Denominações Valores Variáveis Valores Fixos Alfa Beta M.O.D. 3,50/unidade 1,80/unidade Depreciação 17.500,00/mês M.P. 2,30/unidade 1,60/unidade Aluguel 15.300,00/mês Embalagem 0,60/unidade 0,80/unidade Supervisão 2.800,00/mês Fonte: Elaboração do autor, 2015. Existe também a opção de ratear os custos indiretos de fabricação (CIFs) ou pela MOD ou pelo tempo de fabricação dos produtos (Alfa possui um tempo de fabricação de 1,60 horas-máquinas (HM) e Beta possui um tempo de fabricação de 2,40 HM). Com essas informações, pergunta-se: qual produto é mais vantajoso para a empresa, qual traz mais retorno para a empresa, qual a empresa deve se interessar em vender mais e qual a empresa deve investir mais em marketing? Para responder a essas perguntas a primeira coisa que vem à mente é o lucro: o produto que der mais lucro deve ser o mais “interessante” para a empresa, dessa forma, a empresa deve fazer o melhor esforço para vender. Então, se o lucro é a melhor resposta, iremos apresentar a Demonstração de Resultados do Exercício (DRE), simplificada, para sabermos o lucro dos dois produtos. E então responder as perguntas. Assim, a Receita será a quantidade vendida multiplicada pelo preço de venda unitário. O Valor Variável será a soma dos valores variáveis unitários multiplicados pela quantidade vendida. O Valor Fixo será o somatório dos valores fixos rateados pelo critério de rateio para cada produto; depois dividido pela quantidade produzida e multiplicado pela quantidade vendida, pois estamos calculando os valores para a DRE (venda do período) e não para o Estoque (produção do período). Quadro 8.2 - DRE - Valores Fixos Rateado pela MOD DRE Alfa Beta Critério de Rateio dos Valores Fixos: MOD Receita 54.000,00 56.000,00 Valores Variáveis 28.800,00 33.600,00 Valores Fixos 21.159,00 9.672,00 Lucro 4.041,00 12.728,00 Fonte: Elaboração do autor, 2015. 146 Capítulo 8 Observando os lucros calculados acima, nota-se que o produto mais vantajoso para a empresa é o produto Beta, pois gerou um lucro de R$ 12.728,00. Bem maior do que o lucro do produto Alfa, de R$ 4.041,00. Por isso, seria o mais indicado para incentivar a produção e a venda, pois gera mais lucro. Entretanto, o critério de rateio utilizado foi a MOD. Por isso, fica a dúvida: será que se utilizarmos as horas-máquinas de produção como critério de rateio, o produto Beta continuaria sendo o mais interessante para a empresa? Para sanarmos essa dúvida, iremos apresentar abaixo a DRE mudando o critério de rateio. Faremos a DRE utilizando as HMs como critério de rateio dos valores fixos. Verifique o Quadro 8.3. Quadro 8.3 – DRE - Valores Fixos rateado pela HM DRE Alfa Beta Critério de Rateio dos Valores Fixos: HM Receita 54.000,00 56.000,00 Valores Variáveis 28.800,00 33.600,00 Valores Fixos 12.816,00 17.088,00 Lucro 12.384,00 5.312,00 Fonte: Elaboração do autor, 2015. Observando as duas DREs, verifica-se que o lucro foi invertido: utilizando como critério de rateio as HMs, o produto que gera mais lucro é o Alfa; lucro de R$ 12.384,00, e o produto Beta gera um lucro de 5.312,00. Com isso, podemos fazer a seguinte pergunta: qual o critério de rateio devemos utilizar para ratear os valores fixos da empresa? A resposta é: fica a critério das pessoas que trabalham na área de custos, pois a definição do critério de rateio dos valores fixos não está previsto em nenhuma norma legal. Então, mudando o critério de rateio, o lucro por produto é alterado. Nesse caso, o que devemos utilizar para se analisar qual o produto é mais “interessante” para a empresa? Aqui surge justamente a Margem de Contribuição, pois no dela não entram os valores fixos. Não utilizando os valores fixos no cálculo da MC, não se utiliza o critério de rateio. E o critério de rateio é o problema justamente por não haver uma definição na legislação sobre o assunto; ficando a definição ao livre-arbítrio das pessoas que trabalham na área de custos. Assim, para responder às perguntas iniciais, deve-se, simplesmente, calcular a Margem de Contribuição de cada produto. E calculando a MC unitária obtém-se a reposta para as perguntas. 147 Gestão de Custos e Preços Quadro 8.4 – Cálculo da MC Unitária Produto Preço de Venda Soma dos Valores Variáveis Unitários MC unitária Alfa 12,00 6,40 5,60 Beta 7,00 4,20 2,80 Fonte: Elaboração do autor, 2015. Observando a MC unitária acima, percebe-se que o produto mais interessante para a empresa é o produto Alfa, pois possui a maior MC unitária. É o produto que a empresa deve incentivar mais a produção e venda, e investir mais em marketing. É o melhor produto para a empresa, em se tratando de retorno de investimento. O Alfa é o produto mais rentável para a empresa, pois traz mais retorno - dado que os valores fixos são gastos da estrutura da empresa e não são gastos diretamente com os produtos. Porém, a MC é uma informação deveras importante quando os produtos são equivalentes em termos de quantidade produzida, equivalentes em termos de preço de venda, equivalentes em termos de estrutura de custos. Quando os produtos são muito díspares em termos de quantidade vendida, de preço de venda e de estrutura de custo, a MC deixa a desejar. A título de exemplo, podemos citar os automóveis: quando comparamos dois (ou mais) automóveis populares, a MC unitária é muito informativa da rentabilidade de cada modeloanalisado - qual o modelo é mais rentável. Agora, se compararmos um modelo popular com um modelo de luxo, as MCs não são uma informação que se deve considerar, pois as quantidades vendidas e os preços de venda são muito diferentes, assim como as estruturas de custo de produção. Devemos chamar a atenção para a simplicidade do cálculo da MC (uma conta de subtração). Somente temos que prestar atenção na identificação dos valores fixos e variáveis. Os valores fixos são informados por “/mês” (barra mês - indicando que é um valor gasto por mês) ou são informados “/período” (barra período - indicando que o período pode ser um mês, uma quinzena, um bimestre, ou outra medida de tempo qualquer). E os valores variáveis são informados, geralmente, por “/unidade” ou também podem ser informados por percentual (que é o caso do percentual dos impostos sobre a Receita ou porcentual dos ganhos dos vendedores (Despesa com Vendas). 148 Capítulo 8 Seção 2 Como se aplica o conceito de MC na situação de capacidade ociosa das empresas? A análise de custos se caracteriza pela aplicação da Margem de Contribuição. Assim, veremos um bom exemplo para corroborar essa afirmação. Determinada empresa possui uma capacidade de produção de 800 toneladas/mês. Mas, devido a fatores externos, está produzindo e vendendo somente 500 toneladas/mês. Com isso, a capacidade ociosa é de 300 toneladas/mês (800-500=300). Os valores variáveis (custos variáveis mais despesas variáveis) de produção e venda são de R$ 50,00/ tonelada. Os valores fixos (custos fixos mais despesas fixas) de produção e venda são de R$ 21.000,00/mês. E a empresa pratica um preço de venda de seu produto de R$ 95,00. Além do mais, em um determinado mês, um cliente especial oferece para comprar 200 toneladas, mas está disposto a pagar somente R$ 60,00/tonelada. Como se desprende dos dados citados acima, à primeira vista a empresa não poderia aceitar a encomenda, pois seu preço de venda normal é de R$ 95,00/ tonelada e o cliente está disposto a pagar somente R$ 60,00/tonelada. Com isso, a empresa perderia “dinheiro”, pois venderia por R$ 35,00/tonelada (95-60=35) a menos. Em todo caso, para responder adequadamente a essa dúvida, vende ou não vende a 60,00/tonelada (?), devemos montar a DRE das duas situações: uma situação de venda das 200 toneladas à R$ 60,00/tonelada e a outra situação de não se vender as 200 toneladas a R$ 60,00/tonelada. Vejamos agora o Quadro 8.5. Quadro 8.5 – DRE das Condições de Aceita e Não Aceita o Pedido DRE Aceita o pedido Não aceita o pedido Receita Normal 47.500,00 47.500,00 Pedido Especial 12.000,00 Valores Variáveis Normal 25.000,00 25.000,00 Pedido Especial 10.000,00 Valores Fixos 21.000,00 21.000,00 Lucro 3.500,00 1.500,00 Fonte: Elaboração do autor, 2015. 149 Gestão de Custos e Preços Observando os dois lucros acima, percebe-se que aceitando o pedido do cliente especial, a empresa terá mais lucro. A diferença dos dois lucros é causada pelos valores fixos; já que, para qualquer produção acima de uma unidade, essa produção arcará com os valores fixos. Logo, se a empresa produzir a sua capacidade de produção (800 toneladas), ou se a empresa produzir somente as 500 toneladas, haverá necessariamente os valores fixos (R$ 21.000,00/período). Nesse tipo de situação, Capacidade Ociosa, a empresa pode, eventualmente, praticar um preço de venda menor. E o preço de venda será determinado pela Margem de Contribuição. Se a MC for maior do que zero, e havendo capacidade ociosa, a empresa pode vender a quantidade comportada dentro da capacidade ociosa e ter um lucro maior (ou um prejuízo menor). No exemplo acima a MC é R$ 10,00/tonelada (60,00-50,00). Assim, o lucro maior da empresa será a MC do cliente especial (R$ 10,00) multiplicado pela quantidade vendida ao cliente especial (200 toneladas). Portanto, R$ 10,00 (MC) vezes 200 toneladas será igual a R$ 2.000,00, que é justamente a diferença entre os dois lucros das DREs acima: 3.500,00 menos 1.500,00 é igual a R$ 2.000,00. Esse raciocínio e resultado sempre serão assim, para qualquer exemplo que se possa imaginar ou existir na prática diária das empresas. Ou seja, para saber se uma empresa pode vender seu produto havendo capacidade ociosa, basta saber se existe capacidade ociosa e calcular a MC do pedido especial: a empresa ganhará a quantidade vendida do pedido especial multiplicada pela MC do pedido especial - ou poderá fazer as duas DREs, como feita acima; que o resultado será o mesmo. A multiplicação da quantidade pela MC não informará o lucro total da empresa, somente o que ela ganhará a mais; o plus (algo a mais) na venda do pedido especial. Esse tipo de raciocínio é muito utilizado pelas empresas, notadamente pelas indústrias exportadoras, na formação do preço de venda do produto a ser exportado, consideram somente os valores variáveis (MC e algo mais, o “lucro”); diluindo os valores fixos no mercado nacional. Portanto, os habitantes do país produtor pagam um preço de venda maior do que os habitantes dos países para onde o produto é exportado. A bem da verdade, todos os países utilizam esse raciocínio; notadamente para os impostos - quando os países cobram menos impostos dos produtos que são exportados. 150 Capítulo 8 Seção 3 O que são Sistemas de Custeio? Simplesmente falando, Custeio é a maneira de se alocar custos e despesas aos produtos/serviços. Mas o objetivo aqui não é demonstrar a alocação de valores aos Estoques, e sim, demonstrar como se calcula o Resultado, o Lucro, das maneiras de se alocar valores aos Estoques. Na literatura de Custos encontram-se diversas expressões para Sistema de Custeio: • Absorção (também denominado Integral), • Variável (também denominado Direto), • ABC (Activity Based Costing ou Custeio Baseado em Atividades (em uma tradução livre), • RKW (que é a sigla da seguinte expressão em alemão: Reichskuratorium fur Wirtschaftlichkeit), • UEP (Unidade de Esforço de Produção) e, segundo alguns autores, Custo Padrão. Entretanto, os principais métodos de Custeio são: Absorção e Variável, pois são os dois únicos Sistemas de Custeio que podem ser utilizados para montar DREs. Os outros tipos de Custeio mencionados na literatura contábil e listados acima (ABC, RKW e UEP) não são utilizados em DREs específicas, são mais uma adaptação do Custeio por Absorção. O ABC é uma tentativa de se eliminar os critérios de rateio na planilha, de rateio dos custos indiretos de fabricação; utilizando as Atividades de produção e os Direcionadores de custos dessas Atividades. O RKW é um Método de alocação de todos os valores aos produtos para se encontrar o preço de venda do produto (é a soma de MP, MOD, CIFs, Despesas Operacionais, Impostos sobre Vendas e Lucro). O UEP é um Método de se calcular matematicamente um produto padrão e utilizar esse padrão para alocar gastos aos diversos produtos da empresa; basicamente é utilizado nas indústrias. E o Custo Padrão é a determinação de um padrão de valor monetário e valores físicos para todos os produtos da empresa. Apesar de alguns autores considerarem como um Sistema de Custeio, em verdade é um padrão de comparação para se elaborar orçamentos, por exemplo. Mas, o que nos importa são justamente o método de Absorção e o Variável. Em seguida, estudaremos os dois sistemas e montaremos DREs por ambos. 151 Gestão de Custos e Preços Custeio por Absorção - Sistemas onde todos os custos são contabilizados nos Estoques dos produtos, e as Despesas Operacionais são contabilizadas diretamente nas Contas de Resultados. A MP e a MOD são alocados diretamente ao Estoque de Produtos em Processo e os CIFs são primeiramente rateados para em seguida serem alocados ao Estoque de Produtos em Processo. Esse tipo de Custeio não é utilizado para análise gerencial, devido aos diversos critérios de rateio possíveis para os CIFs. Somente é utilizado para avaliação de Estoque para fins Legais(Lei n. 6.404/76, Normas Contábeis, Auditoria Externa, Fisco, entre outros exemplos formais). E a DRE do Absorção se caracteriza pela indicação do que está na Lei n. 6.404/76. Simplificadamente falando: Receita - Impostos sobre Vendas - Custos dos Produtos Vendidos (CPV) - Despesas Operacionais = Lucro. Custeio por Variável - Custeio Variável é Sistema que apropria ao Estoque de Produtos em Processo somente os custos variáveis (MP e MOD). Os custos Indiretos de Fabricação (CIFs), no Custeio Variável, são considerados como uma “despesa operacional”. Portanto, os Estoques de Produtos em Processo e Produtos Acabados ficam subavaliados, pois os custos fixos são considerados como “despesa operacional”. Esse tipo de Custeio é utilizado para análise gerencial, pois não sofre influência dos critérios de rateios dos custos fixos. E não é permitido pelo Imposto de Renda, para avaliação dos Estoques, pois diminui os Estoques e aumenta as Despesas (CPV) do exercício (diminuindo o lucro do exercício). E a DRE do Variável se caracteriza pela informação da Margem de Contribuição Total: Receita menos Valores variáveis é igual a MC total. E MC total menos Valores Fixos é igual ao Lucro. Mas, na DRE pelo Variável, os valores fixos não possuem muita importância, devido justamente ao rateio desses valores. E como já foi ventilado, no gerenciamento de custo os valores fixos não são considerados devido ao critério de rateio. No quadro abaixo podemos visualizar um resumo dos dois tipos de Custeio: Quadro 8.6 - Diferença entre o Custeio por Absorção e o Custeio Variável Denominações Absorção Variável Estoque MP, MOD e CIFs MP e MOD Despesa Operacional Despesa Administrativa, Despesa com Vendas e Despesa Financeira Não existe. Existem os valores variáveis, a MC e os valores fixos. Fisco Aceita Não aceita Finalidade Avaliação Estoque Análise Gerencial Fundamentos Normas legais, principalmente a Lei 6.404/76. Algumas técnicas de análise de custos e necessidade de informação da empresa Característica Custo do Produto Vendido (C. P. V.) Margem de Contribuição (MC) Problema Custos fixos, devido ao critério de rateio Estoques subavaliados Fonte: Elaboração do autor, 2015. 152 Capítulo 8 Vamos agora calcular e montar as DREs pelo Sistema de Custeio por Absorção e pelo Sistema de Custeio Variável. 3.1 DREs pelos métodos: Absorção e Variável Para montarmos as duas DREs são apresentados os dados que iremos utilizar na montagem das duas DREs. Quadro 8.7 – Dados para a Montagem das DREs Denominação Valores Denominação Valores Matéria-prima R$ 5,00/unidade Despesas c/ vendas R$ 5.920,00/mês Telefone da Fábrica R$ 700,00/mês Despesas ADM R$ 5.057,00/mês Depreciação da fábrica R$ 3.230,00/mês Outros custos variáveis R$ 0,50/unidade Embalagem R$ 1,50/unidade MOD R$ 3,00/unidade Despesas financeiras R$ 8.540,00/mês Água da Fábrica R$ 1.000,00/mês Preço de venda R$ 20,80/unidade Comissão s/ Vendas 2,30% Quantidade Produzida 10.000 unidades Supervisão (MOI) R$ 6.750,00/mês Impostos s/ Vendas 27,60% Quantidade Vendida 9.000 unidades Fonte: Elaboração do autor, 2015. Antes de começarmos a calcular os valores das DREs, devemos separar os valores em Quantidade Produzida, Quantidade Vendida, Preço de Venda, Impostos s/ Vendas, Custos Variáveis, Custos Fixos, Despesas Variáveis e Despesas Fixas. Essa separação irá facilitar muito o cálculo e a montagem das DREs. Os dados acima, organizados para o cálculo e montagem das DREs, ficam assim: Quadro 8.8 - Sistematização dos Valores para a Montagem das DREs Denominações Valores Totais Quantidade Produzida 10.000 unidades Quantidade Vendida 9.000 unidades Preço de venda R$ 20,80/unidade Impostos s/ Vendas 27,60% Custos Variáveis Matéria-prima R$ 5,00/unidade Embalagem R$ 1,50/unidade Outros custos variáveis R$ 0,50/unidade MOD R$ 3,00/unidade 10,00/unidade Custos Fixos Telefone da Fábrica R$ 700,00/mês Depreciação da fábrica R$ 3.230,00/mês Água da Fábrica R$ 1.000,00/mês MOI da fábrica R$ 6.750,00/mês 11.680,00/mês 153 Gestão de Custos e Preços continuação Despesas Fixas Despesas ADM R$ 5.057,00/mês Despesas com vendas R$ 5.920,00/mês Despesas financeiras R$ 8.540,00/mês Despesa Variável Comissão sem Vendas 2,30% Fonte: Elaboração do autor, 2015. O modelo de DRE pelo Absorção a ser preenchido é o seguinte: Receita (+) Impostos sobre Vendas (-) Receita Liquida (=) Custo do Produto Vendido (-) Lucro Bruto (=) Despesas Operacionais Despesa Administrativa - ADM (-) Despesa com Vendas Despesa c/ Vendas Fixa (-) Despesa c/ Vendas Variáveis (-) Despesa Financeira (-) Lucro Operacional (=) Calculando a receita, temos: 9.000 X 20,80 = 187.200,00. Aqui, deve-se perceber que é o preço de venda multiplicado pela quantidade vendida, e não pela quantidade produzida. A quantidade produzida se refere ao Estoque de Produtos Acabados e a quantidade vendida se refere ao Resultado do Exercício. Como estamos calculando os valores da venda (DRE), então, deve ser a quantidade vendida. Na sequência temos o Imposto sobre Venda: que é a Receita multiplicada pelo valor (neste caso, percentual) do Imposto: 187.200,00 X 27,60% = 51.667,20. E a Receita Líquida é somente a subtração do Imposto da Receita. 154 Capítulo 8 Depois devemos calcular o Custo do Produto Vendido (CPV), que é o cálculo que requer mais atenção na DRE pelo Custeio por Absorção. Mas, antes vamos calcular o Custo Unitário da produção do período pela seguinte fórmula: Custo Unitário = (custos variáveis unitários X quantidade produzida) + custos fixos Quantidade produzida E a fórmula de cálculo do CPV é: CPV = custo unitário X quantidade vendida Utilizando os dados do exemplo citado acima, temos, para os custos variáveis: MOD R$ 3,00/unidade, embalagem R$ 1,50/unidade, MP R$ 5,00/unidade e outros custos variáveis R$ 0,50/unidade. Para os valores fixos temos os seguintes números: telefone da fábrica R$ 700,00/mês (ou período), depreciação da fábrica R$ 3.230,00/período (ou mês), água da fábrica R$ 1.000,00/mês (ou período) e supervisão (ou MOI) R$ 6.750,00/mês (ou período). Inserindo esses dados na fórmula, temos: Custo Unitário = [(5,00 + 1,50 + 0,50 + 3,00) X 10.000)] + 700,00 + 3.230,00 + 1.000,00 + 6.750,00 10.000 Custo Unitário = R$ 11,168/unidade O custo unitário (11,168) multiplicado pela quantidade vendida (9.000) resultará no CPV: 11,168 X 9.000 = R$ 100.512,00. Já as Despesas Operacionais (ADM, de Vendas e Financeiras) somente basta somarmos os valores, pois geralmente são fixos e considerados diretamente nas Contas de Resultados (DRE), não transitando pelos Estoques. Somente devemos prestar atenção se existe despesa com vendas variáveis - geralmente as comissões dos vendedores; que podem ser informadas ou pelo valor unitário em percentual. No exemplo acima, uma das Despesas com Vendas citadas é em percentual. Assim, devemos transformar o percentual de vendas em valores monetários. Para tanto, basta multiplicarmos o percentual informado (2,30%) pela Receita de Venda (187.200,00) - pois as comissões dos vendedores são pagas 155 Gestão de Custos e Preços em proporção à quantidade vendida expressa em valores monetários (ou Reais) - 187.200,00 X 2,30% = R$ 4.305,60. Se a comissão dos vendedores estivesse expressa em valor monetário unitário, bastaria multiplicar o valor monetário unitário pela quantidade vendida. Depois de apresentado os cálculos e valores acima, iremos visualizar na sequência a DRE pelo Absorção: DRE pelo Absorção Receita (+) 187.200,00 Impostos sobre Vendas (-) 51.667,20 Receita Liquida (=) 135.532,80 Custo do Produto Vendido (-) 100.512,00 Lucro Bruto (=) 35.020,80 Despesas Operacionais Despesa Administrativa - ADM (-) 5.057,00 Despesa com Vendas Despesa c/ Vendas Fixa (-) 5.920,00 Despesa c/ Vendas Variáveis (-) 4.305,60 Despesa Financeira (-) 8.540,00 Lucro Operacional(=) 11.198,20 A DRE pelo Absorção está demonstrada e terminada acima. Mas, para concluirmos o assunto, devemos demonstrar o Estoque Final monetário pelo Absorção. Assim, foram produzidas 10.000 unidades e vendidas 9.000; restando no Estoque de Produtos Acabados 1.000 unidades (10.000 - 9.000). Ou seja, 1.000 multiplicado pelo Custo Unitário de uma unidade (11,168) informará o Estoque Final em valores monetários: 1.000 X 11,168 = R$ 11.168,00. 156 Capítulo 8 Já o modelo da DRE pelo Custeio Variável a ser preenchido é o seguinte: Receita (+) Valores Variáveis Todos os valores variáveis (-) Margem de Contribuição (=) Valores Fixos Todos os valores fixos (-) Lucro (=) Analisando os valores já calculados para a DRE pelo Absorção, percebe-se que já possuímos a maiores dos valores para inserirmos na DRE pelo Variável. Aliás, somente um valor precisamos calcular, que não se encontra na DRE pelo Absorção: Custo Variável Total e Estoque Final pelo Variável. Então, o Custo Variável Total será o custo variável unitário (10,00) multiplicado pela quantidade vendida (9.000) - 10,00 X 9.000 = 90.000,00. Visualizando a DRE pelo Custeio Variável, temos: DRE pelo Variável Receita (+) 187.200,00 Valores Variáveis 145.972,80 Custo Variável Total (-) 90.000,00 Impostos s/ Vendas (-) 51.667,20 Despesa c/ Vendas (-) 4.305,60 Margem de Contribuição (=) 41.227,20 Valores Fixos 31.197,00 Custo Fixo (-) 11.680,00 Despesa ADM (-) 5.057,00 Despesa c/ Vendas (-) 5.920,00 Despesa Financeira (-) 8.540,00 Lucro (=) 10.030,20 157 Gestão de Custos e Preços O Estoque Final pelo Custeio Variável será a quantidade produzida (10.000), diminuído da quantidade vendida (9.000) e multiplicado pelo Custo Variável Unitário (10,00) - (10.000 - 9.000) X 10,00 = R$ 10.000,00. Já que todo o Custo Fixo foi somado na DRE pelo Variável como “despesa fixa do exercício”, no valor de R$ 11.680,00; como pode ser observado acima. Pode-se perceber que o Estoque Final pelo Variável (R$ 10.000,00) é menor do que o Estoque Final pelo Absorção (R$ 11.168,00) – e sempre será assim. Os dois Estoques Finais somente serão iguais em uma ocasião: quando a empresa vender todo o Estoque (quando os dois Estoques Finais serão iguais a zero). E, para terminar esse assunto, chama a atenção que na DRE por Custeio Variável foram inseridos os Valores Fixos. A bem da verdade, não deveríamos inserir os valores fixos na DRE por Custeio Variável - devido, justamente, ao Critério de Rateio dos Valores Fixos (Custos Fixos e Despesas Fixas). Qual (is) critérios de rateio deveríamos utilizar para ratear os valores fixos? Como no exemplo citado acima, existe somente um produto, podemos inserir os valores fixos na DRE pelo Variável, porque para a fabricação de somente um produto não há necessidade de critérios de rateio; pois a produção é de somente um produto. Entretanto, se considerarmos dois ou mais produtos em qualquer cálculo, devemos ratear os valores fixos - com isso devemos perceber que qualquer valor fixo abaixo da Margem de Contribuição não possui importância para a Análise de Custos – devido, justamente, na definição do critério de rateio. Por isso, em Análise de Custos, devemos nos restringir somente até a Margem de Contribuição. Na Análise de Custos o Lucro do produto não possui a menor importância em termos de informação, devido, justamente, à definição arbitrária do critério de rateio dos valores fixos (custos fixos, notadamente). 158 Capítulo 8 Seção 4 Como se aplica o conceito de Margem de Contribuição na condição de limitação na Capacidade de Produção das empresas? Limitação na capacidade de produção significa a existência de fatores que impedem a empresa de produzir para atender a demanda do mercado. Isso quer dizer que a empresa tem a intenção de produzir e vender seus produtos, para aumentar seu lucro, mas que não possui os fatores de produção necessários para fabricar os produtos que o mercado compra. Entre os fatores de produção que podem faltar à empresa, podemos citar a falta de matéria-prima (água, energia elétrica, embalagem, gás liquefeito de petróleo (GLP), entre outros exemplos de MP), a falta de máquinas (expresso em número de horas-máquinas (HM)), mão de obra direta (MOD) etc. Porém, quando a empresa fabrica somente um produto, esse tipo de problema não existe nas empresas; pois como é somente um produto, logicamente irá diminuir a produção do único produto. Entretanto, quando a empresa fabrica dois ou mais produtos, irá surgir a dúvida: a empresa deve fabricar mais o produto Alfa ou fabricar mais o produto Beta, para ter o maior retorno sobre o capital investido, maior rentabilidade? Nesse tipo de problema, de dúvida (limitação na capacidade de produção), não devemos utilizar o conceito de lucro do produto, devido justamente ao critério de rateio dos valores fixos (custo fixo, notadamente). Devemos utilizar o conceito de Margem de Contribuição, que irá responder adequadamente qual o produto a empresa deve diminuir a produção e ter a maior rentabilidade possível. Portanto, quando a empresa não possui limitação na capacidade de produção e fábrica, e vende, dois ou mais produtos, a maior rentabilidade recairá no produto que apresenta a maior Margem de Contribuição. Entretanto, quando a empresa fabrica e vende dois ou mais produtos e existe limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável é aquele que apresenta a maior Margem de Contribuição pelo fator limitante, ou seja, a nova Margem de Contribuição é a divisão da MC normal pelo fator limitante. 159 Gestão de Custos e Preços Para entendermos melhor o conceito de Limitação na Capacidade de Produção, apresentaremos, na sequência, um exemplo e comentaremos a resolução do problema: Exemplo: Determinada empresa apresenta o seguinte quadro para a produção e venda para um determinado mês: Quadro 8.9 - Produção e venda para um determinado mês Produto MC/unidade Tempo de Fabricação HM/unidade Demanda Prevista em unidades Alfa R$ 450,00 12,00 HM/unidade 3.000 unidades Beta R$ 380,00 8,00 HM/unidade 3.800 unidades Fonte: Elaboração do autor, 2015. Com o agravante que a empresa poderá trabalhar somente 60.000 HM no mês, devido ao número de máquinas e operários. Ademais, a empresa deverá oferecer os 2 (dois) produtos concomitantemente ao mercado, para não dar espaço ao concorrente. Com esses dados e com essa limitação na capacidade de produção (60.000 HM), a priori, faz-se duas perguntas: haverá corte de produção na empresa? Qual o lucro máximo que a empresa consegue auferir no mês? Justifique a sua resposta. Este tipo de problema é fácil de resolver utilizando-se de um quadro, como pode ser visto na sequência, somente as colunas: Produto MC Unitária Fator Limitante por Unidade MC unitária /Fator Limitante unitário Demanda Prevista Total do Fator Limitante Previsto Total do Fator Limitante Atendido Demanda Atendida ou Produção da Empresa Para montarmos o quadro acima, iremos comentar cada coluna separadamente e na sequência. A primeira coluna é o nome do produto e não possui maiores dificuldades, conforme demonstrado a seguir. Produto Alfa Beta 160 Capítulo 8 Depois acrescentamos a Margem de Contribuição unitária de cada produto. No exemplo, ela já se encontra calculada. No entanto, se a MC unitária não estivesse calculada, deveríamos calculá-la para inserir no quadro. Então, temos: Produto MC unitária Alfa R$ 450,00 Beta R$ 380,00 Na sequência, inseriremos o Fator Limitante em unidades, pois a MC também está em unidades. Assim, os dois números ficam na mesma base, ou seja, em unidades. Não haveria resolução do problema se a MC fosse em unidades e o Fator Limitante fosse inserido pelo Total; ou vice-versa. Ademais, aqui é importante conhecermos o nome do Fator Limitante e seu valor unitário; para, justamente, inserirmos o nome correto do Fator Limitanteno título da coluna. Desse modo, temos: Produto MC unitária Fator Limitante HM/unidade Alfa R$ 450,00 12,0 HM/unidade Beta R$ 380,00 8,0 HM/unidade A próxima coluna é a divisão da MC unitária pelo Fator Limitante unitário. Produto MC unitária Fator Limitante HM/unidade MC unitária dividida pelo Fator Limitante unitário Alfa R$ 450,00 12,0 HM/unidade 450,00 / 12,0 = R$ 37,50/unidade Beta R$ 380,00 8,0 HM/unidade 380,00 / 8,0 = R$ 47,50/unidade Agora chegou a vez da coluna da Demanda Prevista. Ficando assim: Produto MC unitária Fator Limitante HM/unidade MC unit / FL unit Demanda Prevista Alfa R$ 450,00 12,0 HM/unidade R$ 37,50/unidade 3.000 unidades Beta R$ 380,00 8,0 HM/unidade R$ 47,50/unidade 3.800 unidades É preciso calcular o quanto de Fator Limitante a empresa precisa para atender a demanda. Ou, considerando o exemplo que estamos analisando: quanto de horas-máquinas (HM) a empresa precisa para atender a Demanda. Para tanto, o valor da coluna será simplesmente a multiplicação a quantidade de HM para se fabricar uma unidade pela quantidade prevista para a Demanda. Ou seja, para o produto Alfa, são necessárias 12,0 HM para se fabricar uma unidade, e como estão previstas a venda de 3.000 unidade, então basta multiplicar 12,0 X 3.000. Assim, para atender a Demanda do produto Alfa, a empresa precisa de 36.000 horas-máquinas (12,0 X 3.000 = 36.000), conforme demonstração: 161 Gestão de Custos e Preços Produto MC unitária FL MC/ FL Demanda Fator Limitante Previsto ou HM Prevista Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 12 X 3.000 = 36.000 Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 8,0 X 3.800 = 30.400 Soma do Total do FL: 66.400 Constata-se que para atender a demanda, a empresa precisa de 66.400 horas-máquinas. Conforme os dados informados, a empresa possui somente 60.000 horas-máquinas. Recapitulando: para a empresa atender a Demanda é necessário de 66.400 horas-máquinas, conforme calculado no quadro acima. Entretanto, a empresa somente possui 60.000 horas-máquinas disponíveis. Neste caso, a pergunta que se faz é a seguinte: qual produto a empresa deve diminuir a produção e ter a maior rentabilidade possível? Já que não podemos falar em lucro, dado que são dois produtos e para sabermos o lucro necessariamente devemos ratear os valores fixos (notadamente o custo fixo) entre os dois produtos. E como o critério de rateio depende da arbitrariedade das pessoas que trabalham na área de custos, não há como definir o melhor critério de rateio dos valores fixos (custo fixo, notadamente). Recapitulando o conceito de Limitação na Capacidade de Produção, quando não há limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável para a empresa é o que apresenta a maior Margem de Contribuição. Agora, quando há limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável para a empresa é o que apresenta a maior MC dividida pelo Fator Limitante. Analisando o quadro, pode-se observar que a maior MC/FL é do produto Beta (R$ 47,50 HM/unidade). Como o produto Beta é o mais Rentável com limitação na capacidade de produção, a empresa deve diminuir a produção do produto Alfa e fabricar o máximo que puder do produto Beta (até a quantidade da demanda). Considerando que a empresa possui somente 60.000 HM para ser utilizada, e que deve diminuir a produção do produto Alfa, produzir o máximo de produto Beta e que a Demanda do produto Beta irá consumir 30.400 HM (8 X 3.800), então, devemos diminuir a quantidade de HM disponível da quantidade de HM do produto Beta para sabermos quantas HM iremos utilizar no produto Alfa. Por isso, a conta é a seguinte: 60.000 - 30.400 = 29.600. Em todo caso, a quantidade de HM de Alfa mais a quantidade de HM de Beta deve ser de, no máximo, 60.000 HM. 162 Capítulo 8 Um fato importante: o total da coluna Fator Limitante para a produção ou, no caso do exemplo acima, HM para a produção sempre será o total do Fator Limitante disponível da empresa. No exemplo em análise, o total da Coluna que estamos calculando é 60.000 HM; que é a quantidade de HM que a empresa dispõe. Sempre será assim. Produto MC unitária FL MC/ FL Demanda Fator Limitante Previsto ou HM Prevista Fator Limitante para a Produção ou HM para a Produção Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 36.000 29.600 Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 30.400 30.400 Valores Totais è 66.400 60.000 Agora que sabemos quantas horas-máquinas a empresa irá utilizar para os dois Produtos, iremos calcular quantos produtos de Alfa e quantos de Beta a empresa irá fabricar para ter a maior rentabilidade. Para tanto, basta dividirmos a quantidade de HM de cada produto pelo Fator Limitante unitário. Visto que, para conhecermos o Fator Limitante Total multiplicamos a HM unitária pela Demanda, para “voltarmos” iremos dividir o Fator Limitante para a produção (ou HM para a Produção) pelo Fator Limitante unitário. Assim, por exemplo, para o produto Alfa, basta dividir 29.600 por 12,0, onde encontraremos que a produção de Alfa será de 2.466,66 unidades (29.600 / 12 = 2.466,66). Acompanhe o raciocínio. Produto MC Unitária F. L. MC/ FL Demanda Fator Limitante Previsto ou HM Prevista FL p/ Produção ou HM p/ Produção Produção Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 36.000 29.600 29.600 / 12 = 2.466 Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 30.400 30.400 30.400 / 8 = 3.800 Valores Totais è 66.400 60.000 Portanto, a melhor otimização da produção para a empresa, com limitação na capacidade de produção, para ter a melhor rentabilidade possível, é produzir 2.466 unidades do produto Alfa e 3.800 unidades do produto Beta. Para sabermos quanto que a empresa irá “ganhar” com essa produção, basta fazermos a DRE. Por isso, iremos montar a DRE da produção da empresa. Mas, antes um comentário importante: como estamos tratando de Análise de Custos, e não de Avaliação de Estoque para fins fiscais, iremos montar a DRE pelo Custeio 163 Gestão de Custos e Preços Variável, e não pelo Absorção. Se fosse pelo Absorção, teríamos que ratear os valores fixos (custos fixos, notadamente), e definir os critérios de rateio dos custos é uma subjetividade que depende de cada pessoa que trabalha na área de custo. Produto MC unitária Quantidade Produzida e Vendida MC Total Alfa R$ 450,00/unidade 2.466 R$ 1.109.700,00 Beta R$ 380,00/unidade 3.800 R$ 1.444.000,00 Margem de Contribuição Total è R$ 2.553.700,00 Valores Fixos è xxx,xx Lucro è xxx,xx Recordando, em Análise de Custos somente utiliza-se a DRE pelo Custeio Variável. E no Custeio Variável, todos os valores abaixo da Margem de Contribuição não possuem interesse, pois os valores abaixo da MC são fixos, e esses dependem de critérios de rateio, dependendo da arbitrariedade das pessoas de custos que definem os critérios de rateios. Então, a maior MC Total que a empresa consegue com essa combinação de produção é R$ 2.553.700,00. Entretanto, analisando as informações acima, vemos que: se a empresa tivesse fabricado mais o produto Alfa e fabricado menos o produto Beta, será que a MC Total seria maior do que os 2.553.700,00, ou seria um valor menor do que esse? Assim, para justificarmos que a resposta acima está correta, a melhor opção para a empresa iremos montar na sequência, ou seja, o quadro da Limitação na Capacidade de Produção diminuindo a produção de Beta e depois montarmos a DRE. Para comprovarmos que a primeira opção é a mais rentável para a empresa. De outra forma: a primeira opção é que proporciona a maior MC Total. Produto MC Unitária F. L. MC/ FL Demanda Fator Limitante Previsto ou HM Prevista FL p/ Produção ou HM p/ Produção Produção Alfa 450,00 12,0 37,50 3.000 36.000 36.000 36.000 / 12 = 3.000 Beta 380,00 8,0 47,50 3.800 30.400 24.000 24.000 / 8 = 3.000 Valores Totais è 66.400 60.000 164 Capítulo 8 Com esta nova opção de produção, temos que a empresa pode fabricar 3.000 unidades de Alfa e 3.000 unidades de Beta. Agora, somente falta fazermos a DRE pelo Custeio variável desta opção de produção para sabermosse a MC Total será maior ou menor que o calculado na primeira opção. Então, temos a seguir a DRE pelo Custeio Variável: Produto MC unitária Quantidade Produzida e Vendida MC Total Alfa R$ 450,00/unidade 3.000 R$ 1.350.000,00 Beta R$ 380,00/unidade 3.000 R$ 1.140.000,00 Margem de Contribuição Total è R$ 2.490.000,00 Valores Fixos è xxx,xx Lucro è xxx,xx Assim, percebe-se que a primeira opção é melhor do que a segunda opção. E, repetindo, quando há Limitação na Capacidade de Produção da empresa, a empresa deve diminuir a produção do produto menos rentável, considerando a limitação na capacidade de produção. Ademais, quando não há limitação na capacidade de produção, o produto mais rentável para a empresa é o produto que apresenta a maior MC unitária. E, havendo Limitação na Capacidade de Produção na empresa, o produto mais rentável para a empresa é aquele que apresenta a maior MC unitária dividido pelo Fator Limitante unitário. Mas, o conceito de MC unitária dividido pelo Fator Limitante unitário deve ser usado somente na análise de qual produto a empresa irá diminuir ou manter na produção. Na DRE devemos utilizar a MC unitária, digamos, normal. Pois a MC unitária é um valor monetário; já a MC unitária dividida pelo Fator Limitante unitário não é um valor monetário, e sim um índice. Então, como demonstrado acima, percebe-se que é fácil calcular a melhor otimização da rentabilidade da empresa quando a empresa apresenta Limitação na Capacidade de Produção. Entretanto, ressalta-se que esse tipo de cálculo é fácil quando existe somente um limitador na capacidade de produção: quando a empresa apresenta mais de um limitador na capacidade de produção, o raciocínio apresentado acima não é válido. Se a empresa apresentar mais de um limitador na capacidade de produção, então, devemos utilizar os conceitos da Pesquisa Operacional (Programação Linear, Programação Não-linear, Método Simplex, entre outros Métodos). Também se chama a atenção que, para qualquer problema de Pesquisa Operacional com uma só variável, o raciocínio demonstrado acima é valido e resolve o problema. O detalhe é que a maioria dos problemas de Pesquisa Operacional dificilmente se encontra somente uma variável, geralmente são muitas variáveis. Ademais, em muitos software de cálculo (Excel ®, por exemplo) existem rotinas que calculam os valores de exemplos de problemas de Pesquisa Operacional; mas somente para poucas variáveis - esses softwares não calculam para muitas variáveis, pois os cálculos são complexos. 165 Gestão de Custos e Preços Atividades de autoavaliação 1. Determinada empresa fabrica dois produtos: Amarelo e Laranja. Abaixo são informados os valores pertinentes aos dois Produtos e outros valores de produção. Produtos Produção e Venda Preço de Venda Amarelo 9.500 unidades R$ 11,20/unidade Laranja 10.000 unidades R$ 13,78/unidade Os custos variáveis gastos em cada produto estão discriminados no quadro abaixo: Custos Amarelo (em R$) Laranja (em R$) M.O.D. 3,80/unidade 4,20/unidade M.P. 2,50/unidade 3,40/unidade Embalagem 1,80/unidade 3,20/unidade Os custos fixos relacionados com a capacidade de produção foram definidos pela área de Custos, nas seguintes nomenclaturas e valores: Supervisão (MOI) R$ 7.000,00; Aluguel R$ 3.200,00; Seguro R$ 2.800,00 e Depreciação R$ 1.500,00. Ademais, a área de Custos também sugere que os valores fixos podem ser rateados aos dois Produtos, levando-se em consideração a soma da MOD unitária de cada Produto, a soma da MOD Total de cada Produto, a soma da MP unitária de cada Produto, a soma da MP Total de cada produto, a soma da Embalagem unitária de cada produto ou ainda a soma da Embalagem Total de cada produto. Com esses dados, o gerente da parte fabril da empresa gostaria de saber o seguinte: qual Produto é mais rentável para a empresa? Qual a razão deste produto ser mais rentável? Qual produto a empresa deve incentivar mais a produção e venda? Resposta: 2. A Empresa Água da Serra fabrica duas bebidas destiladas: Cachaça e Uísque. Para a primeira Bebida a empresa incorre em custos variáveis de R$ 2,20/litro. Para a segunda Bebida, a empresa incorre em custos variáveis de R$ 3,20/litro. O preço de venda da Cachaça é de R$ 16,80/litro e o do Uísque é de R$ 17,60/ litro. Os custos fixos da destilaria para o mês em análise somam o total de R$ 88.957,00 e são rateados aos produtos em proporção à quantidade produzida. A área de Custos informa também que os impostos sobre venda totalizam o percentual de 55,00 % para a Cachaça e 42,00 % para o Uísque. Sabe-se que no presente período a empresa fabricou 28.670 litros e vendeu 25.430 litros de Cachaça e 12.020 litros e 11.970 litros de Uísque, respectivamente. Com essas informações, pergunta-se: neste período em análise, qual foi o Produto mais rentável para a empresa? Resposta: 166 Capítulo 8 3. A Empresa Ábaco Computadores e Sistemas S/A possui condições de produzir 5.000 computadores por mês. Entretanto, devido a uma retração do mercado e à forte concorrência, a referida empresa somente está fabricando e vendendo 4.000 computadores por mês. Neste mês, recebe uma proposta de um grande cliente para adquirir 800 computadores a um preço de R$ 630,00/unidade, pelo lote. O pessoal da área de Custos informou que os custos e despesas variáveis de produção importam em R$ 600,00 por unidade e que os custos e despesas fixos somam todo mês o valor de R$ 2.000.000,00. Normalmente, a empresa pratica um preço de venda para o seu produto de R$ 1.200,00 por unidade. Com essas informações, pergunta-se: a empresa deve aceitar a proposta? Justifique a sua resposta. Resposta: 4. A Indústria Bons Amigos S/A, fabricante de impressora tipo jato de tinta, possui uma capacidade de produção de 12.350 unidades. Devido à concorrência acirrada, a empresa somente está produzindo e vendendo a quantia de 9.350 unidades. Pergunta-se: se a empresa receber uma encomenda de um cliente especial, digamos de 1.400 unidades, e a Margem de Contribuição desse pedido especial importar em R$ 7,15/unidade, qual o acréscimo de lucro que a empresa terá, se ela atender esse pedido especial? Resposta: 5. Determinada empresa informa os seguintes valores, conforme quadro abaixo: Nomenclaturas Valores Nomenclaturas Valores Despesas c/ vendas R$ 2.620,00/mês Água da fábrica R$ 5.075,00/mês Unidades vendidas 2.760 unidades Preço de venda R$ 15,30/unidade Matéria-prima R$ 2,00/unidade Embalagem R$ 1,00/unidade Mão de obra direta R$ 3,00/unidade Unid produzidas 4.520 unidades Depreciação da fábrica R$ 7.715,00/período Despesas ADM: R$ 3.240,00/mês A empresa informa também que os Impostos sobre Vendas são de 21,3 % sobre as vendas brutas e que a Comissão dos Vendedores é de 2,0 %, também sobre as vendas brutas. Com esses valores pede-se a DRE pelo Custeio por Absorção e a DRE pelo Custeio Variável. Resposta: 167 Gestão de Custos e Preços 6. A empresa da Serra S.A. tem uma produção mensal de 74.460 unidades. Para esse período está prevista uma venda de 52.340 unidades. A referida empresa informa que seus valores (ganhos e gastos) para o período em análise estão assim estimados: Denominação Valor Denominação Valor Observação: todos os valores estão informados em Reais (R$) Água da fábrica 1.282,00/período Despesas c/ Vendas 0,50/unidade Impostos s/ vendas 4,50/unidade M.O.I. 289.160,00/período Despesas c/ Vendas 4.820,00/mês Amortização fábrica 6.580,00/período Embalagens 0,20/unidade Despesas ADM 4.250,00/mês Despesas Financeiras 7.930,00/mês Preço de Venda 12,70/unidade M.P. 0,42/unidade Seguro da fábrica 1.500,00/período Deprec. da fábrica 7.940,00/mês M.O.D. 0,90/unidade Com estes valores pede-se a DRE pelo Custeio por Absorção e a DRE pelo Custeio Variável. 7. A Indústria de Moveis Santa Clara S/A apresenta o seguinte quadro de sua produção: Mesa Preço de Venda M.O.D. Matéria-prima Embalagem Demandam3 Valor (------------------------- valores unitários -----------------------)4 pessoas R$ 230,00 R$ 50,00 2,0 R$ 38,00 R$ 14,00 500 unidades 6 pessoas R$ 280,00 R$ 60,00 3,0 R$ 38,00 R$ 20,00 420 unidades 8 pessoas R$ 351,00 R$ 80,00 4,0 R$ 38,00 R$ 23,00 400 unidades Normalmente, a empresa atende a todos os pedidos dos clientes utilizando a sua capacidade total de fabricação. E para a capacidade total de produção a empresa possui um custo fixo de R$ 38.945,00, que é rateado de acordo com o consumo de MP total. Devido às fortes chuvas, o fornecedor de matéria-prima entregou no presente mês o total de 2.950 m3 de madeira. Com essas informações, pergunta- se: qual produto a empresa deve diminuir da sua produção no período, atender a demanda e possibilitar a máxima rentabilidade possível. Justifique sua resposta por meio de DREs. Resposta: 168 Capítulo 8 8. Determinada empresa química produz três produtos, para tanto, apresenta os valores do quadro abaixo: Produto Preço Venda (em Reais) Outros Custos Variáveis (em Reais) MOD (em Reais) Embalagem (em Reais) M. P. Acetona (em litro) Demanda (em unidades)(----------------------------valores unitários----------------------------) Alfa 60,08 12,50 18,60 4,30 3,9361 2.200 Beta 81,94 14,50 35,58 4,80 5,6456 2.880 Gama 75,25 13,20 22,60 3,80 7,7371 1.820 Sabe-se que a Petrobrás somente poderá fornecer 30.441 litros de acetona para o período em análise, devido a problemas de manutenção na refinaria que produz a acetona, ao preço total de R$ 71.226,86. A área de Custos também informa que os CIFs totalizaram, no mês em análise, o valor de R$ 32.057,26 e são rateados aos produtos em proporção à quantidade de MP física unitária. Com os dados citados acima, pergunta-se: qual o lucro máximo possível que a empresa consegue auferir no período? Justifique a sua resposta. Resposta: Respostas e comentários das atividades de autoavaliação 1. Produto P. V. MOD MP Embalagem M. C. Alfa 11,20 3,80 2,50 1,80 3,10 Beta 13,78 4,20 3,40 3,20 2,98 Comentários às Perguntas: Qual o Produto é mais rentável para a empresa? Resposta: é o Produto Alfa. Qual a razão deste produto ser mais rentável? Resposta: maior Margem de Contribuição unitária. Qual produto a empresa deve incentivar mais a produção e venda? Resposta: o Produto Alfa, pois possui a maior Margem de Contribuição e é o produto mais rentável para a empresa. 169 Gestão de Custos e Preços 2. Produtos Preço de Venda Custos Variáveis Impostos MC Unitária Percentual Valor Monetário Unitário Cachaça 16,80 2,20 55% 9,24 5,36 Uísque 17,60 3,20 42% 7,39 7,01 Comentário a resposta da pergunta: assim, para sabermos qual o Produto é mais rentável para a empresa, basta calcularmos a Margem de Contribuição unitária. E pelo que se observa acima, o Produto mais rentável é o Uísque, pois apresenta a maior MC unitária - R$ 7,01/unidade. 3. DRE Aceita Não Aceita Receita 5.304.000,00 4.800.000,00 Nacional 4.800.000,00 Exportação 504.000,00 Custos Variáveis 2.880.000,00 2.400.000,00 Nacional 2.400.000,00 Exportação 480.000,00 Custos Fixos 2.000.000,00 2.000.000,00 Lucro 424.000,00 400.000,00 Comentários às Perguntas: A empresa deve aceitar a proposta, pois terá um lucro a mais, um plus, de 24.000,00 (424.000,00 - 400.000,00). Em todo caso, não havia necessidade de se calcular a DRE, bastava calcular a MC unitária do pedido especial e multiplicar pela quantidade vendida. Ficaria assim: preço de venda do pedido especial (630,00) menos os valores variáveis do pedido especial (600,00) será igual a MC do pedido especial (630,00 - 600,00 = 30,00). A MC do pedido especial multiplicado pela quantidade do pedido especial (800) dará o lucro a mais da empresa (800 X 30,00 = 24.000,00). Que é a mesma diferença dos Lucros calculados nas DREs acima. Ademais, perceba, nas DREs acima, que podemos ter duas linhas distintas para a Receita, inclusive com preços de vendas diferentes. Podemos ter duas linhas para os custos variáveis (valores variáveis, de maneira geral), mas os valores dos custos sempre serão iguais - pois os produtos são iguais. Mas, não podemos ter duas linhas distintas para os valores fixos (custos fixos, notadamente), pois os custos fixos são para a capacidade de produção, e não para os produtos. Assim, se a empresa fabricar somente um produto, ou se a empresa fabricar a capacidade de produção, os custos fixos (valores fixos, de maneira geral), sempre será o mesmo. Resumindo: não existe custo fixo para produto, existe custo fixo para a capacidade de produção. 170 Capítulo 8 4. Para respondermos a pergunta do Exercício, basta multiplicarmos a quantidade vendida da impressora jato de tinta pela Margem de Contribuição unitária da impressora. Assim, temos: 1.400 X R$ 7,15/unidade = R$ 10.010,00. Então, o acréscimo no Lucro da empresa será de R$ 10.010,00. Perceba: não sabemos o Lucro Total da empresa, mas sabemos que, se a empresa atender ao pedido do cliente especial, ganhará a mais o valor calculado acima. Com isto podemos dizer que a empresa pode estar tendo Lucro ou prejuízo, mas se atender o pedido especial, ganhará os R$ 10.010,00 a mais. 5. DRE Absorção Variável Receita Bruta 42.228,00 Receita Bruta 42.228,00 Imp. s/ Vendas 8.994,56 Valores Variáveis 26.399,12 Receita Líquida 33.233,44 Custos Variáveis 16.560,00 C.P.V. 24.369,82 Impostos 8.994,56 Lucro Bruto 8.863,62 Desp. V. Var. 844,56 Desp. Operacional Marg. Contrib. 15.828,88 Desp. ADM 3.240,00 Valores Fixos 18.650,00 Desp. Vendas 3.464,56 Custos Fixos 12.790,00 Fixas 2.620,00 Desp. ADM 3.240,00 Variáveis 844,56 Desp. Vendas 2.620,00 Lucro Operacional 2.159,06 Lucro Líquido (2.821,12) Estoque Final 15.540,18 Estoque Final 10.560,00 O valor do CPV é encontrado com os seguintes cálculos: Custo unitário = [(2,00+3,00+1,00) X 4.520] + [(7.715,00+5.075,00)] = 8,829646 4.520 CPV = Qtidade Vendida X C. Unit = 2.760 X 8,829646 = 24.369,82. E o Estoque Final pelo Absorção será R$ 8,829646/unidade X 1.760 (4.520 - 2.760) = 15.540,18. E o Estoque Final pelo Variável será R$ 6,00/unidade (2,00+3,00+1,00) X 1.760 (4.520 - 2.760) = 10.560,00. 171 Gestão de Custos e Preços 6. DRE Custeio por Absorção Custeio Variável Receita Bruta 664.718,00 Receita Bruta 664.718,00 Imp s/ Vendas 235.530,00 C. Variável 79.556,80 Receita Liquida 429.188,00 Imp. s/ Vendas 235.530,00 C.P.V. 294.977,44 Desp. Variável 26.170,00 Lucro Bruto 134.210,56 Valores Variáveis 341.256,80 Desp. Operacional M. C. 323.461,20 Desp. ADM 4.250,00 Custos Fixos 306.462,00 Desp. Vendas Desp. ADM 4.250,00 Fixas 4.820,00 Desp. Vendas 4.820,00 Variáveis 26.170,00 Desp. Financ. 7.930,00 Desp. Financ. 7.930,00 Valores Fixos 323.462,00 Lucro Líquido 91.040,56 Lucro Líquido (0,80) Estoque Final 124.663,76 Estoque Final 33.622,40 O valor do CPV é encontrado com os seguintes cálculos: CPV = Qtidade Vendida X C. Unit = 52.340 X 5,6357937 = 294.977,44. E o Estoque Final pelo Absorção será R$ 5,6357937/unidade X 22.120 (74.460 - 52.340) = 124.663,76. E o Estoque Final pelo Variável será R$ 1,52/unidade (0,42+0,20+0,90) X 22.120 (74.460 - 52.340) = 33.622,40. 7. Antes de apresentarmos a planilha do cálculo da produção otimizada da empresa, iremos apresentar a do cálculo da Margem de Contribuição. Que é a seguinte: Produtos: Mesas Preço de Venda MOD Cálculo do Custo Unitário da MP (multiplicação) Embalagem M. C. Metro Cúbico Valor Unitário da Madeira Custo Unitário da MP Quatro 230,00 50,00 2 38,00 76,00 14,00 90,00 Seis 280,00 60,00 3 38,00 114,00 20,00 86,00 Oito 351,00 80,00 4 38,00 152,00 23,00 96,00 Custo unitário = [(0,42+0,20+0,90) X 74.460]+ [(1.282,00+7.940,00+6.580,00+1.500,00+289.160,00)] = 5,6357937 74.460 172 Capítulo 8 E a planilha da produção otimizada é a seguinte: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 1.000 500 Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 1.260 420 Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 690 172 3.860 2.950 Assim, se a empresa vender 500 mesas de quatro lugares, vender 420 mesas de seis lugares e vender 172 mesas de oito lugares, terá a maior rentabilidade possível. Para sabermos o quanto a empresa ganhará com a Margem de Contribuição total, é apresentada abaixo a DRE pelo Custeio Variável: DRE pelo Custeio Variável Mesas MC unitária Qtidade Vendida MC Total Quatro 90,00 500 45.000,00 Seis 86,00 420 36.120,00 Oito 96,00 172 16.512,00 Margem de Contribuição Total è 97.632,00 Valores Fixos Lucro Se quisermos ter certeza de que esta Margem de Contribuição total será a maior MC total que a empresa consegue diminuindo a produção da Mesa para Oito Pessoas, devemos na sequência diminuir a produção da Mesa para Quatro Pessoas e depois diminuir a produção da Mesa para Seis Pessoas. Com estas próximas duas DREs verificaremos que a primeira opção sempre será melhor para a empresa. Então, na sequência as duas outras DREs. Diminuindo a produção para da Mesa de Quatro Pessoas: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 90 45 Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 1.260 420 Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 1.600 400 3.860 2.950 173 Gestão de Custos e Preços E a DRE é a seguinte: DRE pelo Custeio Variável Mesas MC unitária Qtidade Vendida MC Total Quatro 90,00 45 4.050,00 Seis 86,00 420 36.120,00 Oito 96,00 400 38.400,00 Margem de Contribuição Total è 78.570,00 Valores Fixos Lucro Diminuindo a produção da Mesa para Seis Pessoas: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Quatro 90,00 2,0 45,00 500 1.000 1.000 500 Seis 86,00 3,0 28,67 420 1.260 350 116 Oito 96,00 4,0 24,00 400 1.600 1.600 400 3.860 2.950 E a DRE é a seguinte: DRE pelo Custeio Variável Mesas MC unitária Qtidade Vendida MC Total Quatro 90,00 500 45.000,00 Seis 86,00 116 9.976,00 Oito 96,00 400 38.400,00 Margem de Contribuição Total è 93.376,00 Valores Fixos Lucro Então, repetindo, se a empresa diminuir a produção da Mesa para Oito Pessoas terá uma MC Total de R$ 97.632,00. Se diminuir a produção da Mesa para Quatro Pessoas terá uma MC Total de R$ 78.570,00. E se diminuir a produção da Mesa para Seis Pessoas terá uma MC Total de 93.376,00. Assim, com estas duas DREs a mais justificamos a resposta correta resolvida mais acima. 174 Capítulo 8 8. Antes de resolvermos o Exercício e indicarmos qual o melhor Resultado para a empresa, devemos calcular a Margem de Contribuição unitária. Para tanto a maioria dos valores são informados objetivamente. Mas, existe um valor que não está informado objetivamente e que devemos calcular para depois pudermos calcular a MC unitária: é o valor monetário unitário da Matéria-prima. Assim, o total a ser pago pela MP (Acetona) é de R$ 71.226,86. A e quantidade de litros a ser comprada é de 30.441 litros. Então, dividindo-se 71.226,86 por 30.441 temos o custo unitário de um litro: R$ 2,33984/litro. E na sequência o quadro do cálculo da MC unitária: Produtos Preço de Venda MOD Emba- lagem Outros Custos Variáveis Cálculo do Custo Unitário da MP (multiplicação) M. C. Litros Valor Unitário da Acetona Custo Unitário da MP Alfa 60,08 18,60 4,30 12,50 3,9361 2,33984 9,21 15,47 Beta 81,94 35,58 4,80 14,50 5,6456 2,33984 13,21 13,85 Gama 75,25 22,60 3,80 13,20 7,7371 2,33984 18,10 17,55 E o quadro da produção otimizada é a seguinte: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 8.659,42 2.200 Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 16.259,33 2.880 Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 17.081,52 5.522,10 713 39.000,27 30.441 Assim, se a empresa diminuir a produção do Produto Gama terá a maior Rentabilidade possível. Se quisermos saber quanto será a Margem de Contribuição total é apresentada na sequência a DRE, pelo Custeio Variável: DRE pelo Custeio Variável Mesas MC unitária Qtidade Vendida MC Total Alfa 15,47 2.200 34.034,30 Beta 13,85 2.880 39.888,50 Gama 17,55 713 12.523,16 Margem de Contribuição Total è 86.445,96 Valores Fixos Lucro 175 Gestão de Custos e Preços Em todo caso, neste tipo de problema sempre haverá a dúvida: e se diminuirmos a produção do produto Alfa ou se diminuirmos a produção do produto Beta será que a Margem de Contribuição será maior ou será menor do que diminuirmos a produção do produto Gama? Para sanarmos esta dúvida, iremos, na sequência, apresentar o quadro da diminuição da produção de Alfa, e a respectiva DRE pelo Variável, e depois o quadro da diminuição do produto Beta e a respectiva DRE pelo Variável. Diminuindo a produção para o produto Alfa: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 100,00 25 Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 16.259,33 2.880 Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 14.081,52 14.081,542 1.820 39.000,27 30.440,85 E a DRE é a seguinte: DRE pelo Custeio Variável Produtos MC unitária Qtidade Vendida MC Total Alfa 15,47 25 393,03 Beta 13,85 2.880 39.888,50 Gama 17,55 1.820 31.934,43 Margem de Contribuição Total è 72.215,95 Valores Fixos Lucro Diminuindo a produção para o produto Beta: Produtos M. C. Fator limitante MC / FL Demanda FL p/ demanda FL p/ produção Produção Alfa 15,47 3,9361 3,93 2.200 8.659,42 8.659,42 2.200 Beta 13,85 5,6456 2,45 2.880 16.259,33 7.699,91 1.363 Gama 17,55 7,7371 2,27 1.820 14.081,52 14.081,52 1.820 39.000,27 30.440,85 E a DRE é a seguinte: DRE pelo Custeio Variável Produtos MC unitária Qtidade Vendida MC Total Alfa 15,47 2.200 34.034,30 Beta 13,85 1.363 18.889,94 Gama 17,55 1.820 31.934,43 Margem de Contribuição Total è 84.858,67 Valores Fixos Lucro