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Nota-se como o desafio atual em relação aos direitos humanos está mais na sua proteção do que na sua conceitualização. A Lei Brasileira de Inclusão, que reconhece a vulnerabilidade das pessoas com deficiência em situações de emergência, já estabelece um quadro conceitual robusto. No entanto, a implementação dessa lei mostrou-se deficiente. A legislação brasileira já reconhece a vulnerabilidade das pessoas com deficiência, mas a ausência de protocolos específicos e a falta de acessibilidade nas informações durante a pandemia indicam uma falha na aplicação dessas normas. 
Durante a pandemia, a necessidade de protocolos de atendimento específicos para grupos vulneráveis, como pessoas com deficiência, foi negligenciada. Isso demonstra como a proteção efetiva desses direitos não foi priorizada, apesar do reconhecimento formal de sua vulnerabilidade. O relatório destaca que, além de não avançar em novas garantias, o Governo Federal ameaçou os direitos já conquistados pelas pessoas com deficiência. Isso mostra um retrocesso na proteção dos direitos humanos, mesmo com um arcabouço legal em vigor. A falta de recursos de acessibilidade, como audiodescrição, Libras e legendas, é uma violação clara do direito ao acesso à informação para pessoas com deficiência. 
Embora o cenário atual apresente desafios significativos na proteção dos direitos humanos, houve progressos notáveis ao longo dos anos: A Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015) garante direitos específicos às pessoas com deficiência, promovendo sua inclusão e proteção em diversas esferas da vida pública e privada. Assim como a criação e o fortalecimento de conselhos como o CNS e o CNDH, em que esses órgãos atuam na fiscalização, denúncia e promoção dos direitos humanos, exercendo pressão sobre o governo e outras instituições para que cumpram suas obrigações legais. Além de outros fatores positivos como a tecnologia com seus aplicativos e plataformas digitais que beneficiam a promoção dos direitos humanos e a conscientização da população sobre os direitos humanos, promovendo uma cultura de respeito e inclusão através de campanhas educativas e programas de treinamento para mudar atitudes e comportamentos em relação às pessoas com deficiência.
Referências bibliográficas:
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