Prévia do material em texto
UNIDADE 4 Historiografia do Brasil Republicano HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA Unidade 4 | Objetivos • Discernir sobre as diferentes interpretações historiográficas dos eventos, processos e das transformações ocorridas ao longo do período do Brasil Republicano, desde a Proclamação da República até os dias atuais. • Interpretar as abordagens historiográficas sobre a Proclamação da República, a República Velha, o Estado Novo e o período democrático no Brasil. • Entender a historiografia da industrialização, dos movimentos sociais e políticos e das questões de identidade nacional no Brasil. • Identificar e interpretar as fontes e os debates historiográficos em torno do período do Brasil Republicano. Unidade 4 | Introdução • Compreender as razões por trás dos debates intensos na historiografia brasileira, focando na era republicana. • Reconhecer as perspectivas tradicionais e revisionistas na história republicana do Brasil e seu impacto na construção da identidade nacional. • Investigar como fatores políticos, econômicos e sociais moldaram as narrativas históricas desse período. • Analisar o papel das fontes primárias e da mídia na formação da consciência histórica sobre o Brasil Republicano. Fonte: Wikimedia Commons Historiografia do período republicano no Brasil • As perspectivas tradicionais e revisionistas da história republicana brasileira têm gerado debate ao longo do tempo. • No início do século XX, a historiografia brasileira enfocava eventos políticos e figuras notáveis, sob influência positivista. • As perspectivas revisionistas, a partir dos anos 1960, trouxeram abordagens críticas e ampliaram vozes na narrativa histórica. • A escola dos Annales influenciou a mudança, ao valorizar geografia, demografia e economia na análise histórica. Fonte: Wikimedia Commons Historiografia do período republicano no Brasil • A visão tradicional enfatizava progresso e inevitabilidade após a transição monárquica, enquanto a revisionista explorava complexidades. • Autores como Varnhagen e Sérgio Buarque de Holanda representaram a perspectiva tradicional. • A historiografia tradicional focava em políticos e processos lineares, minimizando contradições. • Perspectivas revisionistas surgiram na década de 1960, reinterpretando a história com viés crítico e inclusivo. Fonte: Wikimedia Commons Historiografia do período republicano no Brasil • Autores como Emilio Willems e Florestan Fernandes destacaram visões alternativas à narrativa dominante. • A história social e cultural reexaminou a Proclamação, o Estado Novo e o regime militar. • A identidade nacional foi explorada por meio de movimentos artísticos, cultura popular e lutas de grupos marginalizados. Fonte: Wikimedia Commons Historiografia do período republicano no Brasil • Durante a Primeira República (1889-1930), a historiografia brasileira refletiu o lema nacional "Ordem e Progresso", enfatizando a modernização e a centralização. • Com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas, a historiografia reinterpretou o período anterior como uma "república oligárquica" e valorizou a industrialização trazida por Vargas. • Durante a ditadura militar pós-1964, os militares tentaram controlar a narrativa histórica, retratando-se como defensores da pátria contra a "ameaça comunista". Fonte: Wikimedia Commons Historiografia do período republicano no Brasil • Com a redemocratização e o crescimento econômico dos anos 2000, uma onda revisionista resgatou aspectos negligenciados da história, como movimentos sociais, gênero e raça. • A abertura econômica e a globalização também influenciaram a pesquisa histórica, com intercâmbios acadêmicos e influências de teorias internacionais. • O estudo de resistências, movimentos de guerrilha e torturas ganhou destaque após a redemocratização. Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A transição para a república foi influenciada pela insatisfação com a monarquia, a abolição da escravatura e pelos ideais globais republicanos. • O poder interno das oligarquias agrárias e do exército, com a urbanização e a imigração, impulsionou a mudança. • A Proclamação da República, em 1889, não foi resultado de um único motivo, mas de uma combinação de fatores complexos. • As primeiras narrativas históricas enfatizavam heróis republicanos e legitimavam o novo regime. • A historiografia foi influenciada por elites políticas e intelectuais do início do período republicano. Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • Ao longo do tempo, a visão sobre a Proclamação tornou-se mais complexa e crítica, explorando tensões e contradições. • A revisão historiográfica recente trouxe à tona vozes silenciadas, como mulheres, indígenas e negros. • A história era frequentemente contada a partir da perspectiva das elites, marginalizando grupos marginalizados. • A representação da Proclamação evoluiu ao longo do tempo, refletindo preocupações e aspirações das diferentes gerações. • Imagens de heróis republicanos, como Deodoro da Fonseca, foram amplamente divulgadas. Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • O 15 de novembro tornou-se feriado nacional, mas suas comemorações variaram ao longo dos anos. • Livros didáticos retrataram a Proclamação como triunfo, enquanto abordagens críticas trouxeram conflitos à tona. • A popularização da televisão e do cinema trouxe novas representações dinâmicas da Proclamação. Fonte: Wikimedia Commons Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A memória nacional da Proclamação reflete as mudanças nas interpretações históricas ao longo do tempo. • A forma como um evento é lembrado revela preocupações presentes e passadas. • A Proclamação da República permanece como um marco significativo na memória e na identidade nacional. Fonte: Wikimedia Commons Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A República Velha (1889-1930) representa a ascensão de novos grupos ao poder, porém com domínio oligárquico e coronelismo, limitando a participação democrática. • A dependência do café e o coronelismo moldaram a política, resultando na "política do café com leite" e em uma democracia oligárquica. • Movimentos sociais, como a Revolução de 1924 e a Coluna Prestes, abalaram o equilíbrio oligárquico, culminando na Revolução de 1930 e na ascensão de Getúlio Vargas. • O período entre 1930 e 1937 viu Vargas consolidar seu poder, levando ao Estado Novo, um regime autoritário e modernizador. Fonte: Wikimedia Commons Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A Revolução de 1930 refletiu o descontentamento com as oligarquias e impulsionou transformações na política brasileira. • O Estado Novo foi marcado por um autoritarismo centralizado, mas também por reformas modernizadoras. • A influência das oligarquias persistiu, mesmo com mudanças políticas, como a Revolução de 1930. • O período republicano oscilou entre democracia e autoritarismo, refletindo disputas de poder e influências externas. Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A República Velha inaugurou um regime democrático restrito, dominado por oligarquias e coronelismo. • A Revolução de 1930 trouxe a ascensão de Vargas e o período do Estado Novo, marcado por centralização política e modernização. • A redemocratização, em 1946, trouxe instabilidades, seguida pelo golpe militar de 1964, que instaurou uma ditadura. • A Constituição de 1988 marcou a redemocratização e a persistência de desafios na democracia brasileira. Fonte: Wikimedia Commons Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil • A história republicana brasileira reflete alternâncias entre democracia e autoritarismo, influenciadas por disputas internas e pressões externas.• A historiografia evoluiu ao longo do tempo, incorporando novas perspectivas sobre os períodos democráticos e autoritários. • A complexidade da trajetória política brasileira é revelada por meio das oscilações entre democracia e autoritarismo. Fonte: Wikimedia Commons Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • No final do século XIX e início do século XX, o Brasil era uma nação agrária e exportadora, com foco na exportação de produtos primários como café, açúcar e borracha. • A economia brasileira desse período estava fortemente ligada ao mercado externo, tornando o país vulnerável a oscilações nos preços internacionais de seus produtos de exportação. • A dependência excessiva do café levou à superprodução e à "crise do café" nos anos 1920, com preços em queda e excesso de produção. Fonte: Wikimedia Commons Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • A Primeira Guerra Mundial impactou a economia brasileira, interrompendo relações comerciais e reduzindo exportações e importações, o que levou o Brasil a diversificar sua economia. • A industrialização começou a surgir nas primeiras décadas do século XX, com destaque para o setor têxtil e a produção interna de itens anteriormente importados. • A Era Vargas (1930-1945, 1951-1954) foi um período de transformação econômica no Brasil, com políticas que promoveram a industrialização e a substituição de importações. Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • Durante a Era Vargas, foram criadas empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional e a Companhia Vale do Rio Doce, para fornecer insumos à indústria. • A legislação trabalhista, incluindo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), foi implementada para fortalecer a produção nacional e criar um mercado consumidor interno. • A urbanização intensificada durante a industrialização levou a uma migração massiva da população rural para os centros urbanos. Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • As cidades, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro, cresceram rapidamente, levando a desafios como habitação precária, falta de saneamento e aumento da criminalidade. • A urbanização também trouxe efervescência cultural, com manifestações artísticas e movimentos literários que refletiam as tensões e aspirações do Brasil urbano. • O crescimento da classe trabalhadora nas cidades resultou na formação de sindicatos e de movimentos trabalhistas que buscavam melhores condições de trabalho. Fonte: Wikimedia Commons Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • Movimentos sociopolíticos marcaram o século XX brasileiro, como as greves de São Paulo, em 1917, que marcaram a luta operária no país. • A luta das mulheres pelo reconhecimento de seus direitos civis ganhou força, culminando no direito ao voto, em 1932. • A luta pela terra também foi um tema constante, com movimentos como as Ligas Camponesas e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), buscando reforma agrária e justiça social. Fonte: Wikimedia Commons Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • O século XX trouxe transformações sociais, políticas e econômicas no Brasil, com a transição de uma economia agrária para uma industrial. • A industrialização levou ao crescimento das cidades e ao surgimento do proletariado urbano, marcado por condições de trabalho precárias e greves. • Em 1917, a greve geral de São Paulo, com mais de 50.000 trabalhadores, marcou a luta operária no Brasil. Fonte: Wikimedia Commons Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • A formação de sindicatos e de associações foi crucial para a organização das lutas trabalhistas, influenciadas pelo anarquismo e, posteriormente, pelo trabalhismo. • A luta das mulheres por direitos civis cresceu, culminando no direito ao voto, em 1932, após mobilização feminina. • O movimento "Diretas Já“, nos anos 1980, clamou pela redemocratização, com o movimento "caras- pintadas“, levando ao impeachment de Fernando Collor nos anos 1990. • Mesmo com a urbanização, as questões rurais e a luta pela terra permaneceram centrais nas pautas de diversos movimentos sociais. Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • As Ligas Camponesas surgiram no Nordeste, nos anos 1950-60, defendendo reforma agrária e desapropriação de latifúndios improdutivos. • O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) surgiu nos anos 1980, buscando reforma agrária e um novo modelo de desenvolvimento rural. • A cultura e a identidade foram importantes ferramentas de resistência, com a população negra usando o samba e rituais de candomblé. • O movimento Tropicália dos anos 1960 desafiou a ditadura militar por meio da música e da mistura de influências culturais. Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • Os povos indígenas resistiram à opressão mantendo festas, rituais e língua, apesar de deslocamentos forçados e violência. • A resistência aos regimes autoritários também marcou o século XX brasileiro, com grupos de resistência armada e manifestações culturais. • A Era Vargas (1930-1945) foi um período-chave na construção da identidade nacional, promovendo símbolos como o samba e o futebol. • A consolidação do Estado Novo por Getúlio Vargas restringiu liberdades democráticas, mas grupos clandestinos resistiram. Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional • A ditadura militar, desde 1964, aumentou a repressão, levando a grupos de resistência armada e manifestações culturais contra o regime. • A busca por uma identidade nacional enfrentou desafios, como as diferenças regionais e a marginalização de culturas indígenas e afro- brasileiras. Fonte: Wikimedia Commons Fontes e debates historiográficos do Brasil República • Ao estudar o Brasil Republicano, o acesso a fontes primárias é fundamental para explorar esse período multifacetado e rico da história brasileira. • A época republicana gerou uma grande quantidade de documentos, registros e testemunhos que refletem diretamente os eventos ocorridos. • Jornais e revistas desempenharam um papel vital na documentação dos acontecimentos e também na formação da opinião pública. • Fotografias se tornaram uma ferramenta essencial para capturar momentos históricos e a vida cotidiana, enriquecendo nossa compreensão visual do período. Fontes e debates historiográficos do Brasil República • O Arquivo Nacional e os arquivos estaduais são locais importantes para a conservação e o acesso a documentos oficiais. • A interpretação das fontes primárias requer contextualização adequada, considerando o período e os objetivos de quem as produziu. • Documentos oficiais, como decretos e leis, oferecem insights sobre políticas, decisões administrativas e ideologias que moldaram a República. • Os registros de correspondências e escritos pessoais, como cartas e diários, oferecem visões individuais e emocionais da época. Fonte: Wikimedia Commons Fontes e debates historiográficos do Brasil República • Figuras históricas como Getúlio Vargas e Rui Barbosa deixaram diários e cartas que fornecem visões internas de suas vidas e ações. • Escritos de cidadãos comuns, como imigrantes e soldados, complementam os relatos oficiais, revelando nuances e experiências da população. • Gravuras da época, frequentemente encontradas em jornais, retratam eventos políticos, sociais e culturais, funcionando como crônicas visuais. Fonte: Wikimedia Commons Fontes e debates historiográficos do Brasil República • Mapas da época refletem as mudanças territoriais e urbanas do Brasil Republicano, revelando o crescimento das cidades e a expansão das vias de transporte.• O uso de fontes primárias requer cautela. Elas são influenciadas por subjetividades, interesses e contextos. • O estudo da historiografia contemporânea do Brasil Republicano revela um campo em constante movimento, em que interpretações e debates moldam a compreensão do passado, presente e futuro do país. • A historiografia não é estática; os historiadores interpretam e reescrevem o passado à luz de novas descobertas e perspectivas. Fontes e debates historiográficos do Brasil República • A historiografia contemporânea reflete mudanças no mundo acadêmico, avanços metodológicos e transformações na sociedade brasileira. • A revisão de temas tradicionais, como a Proclamação da República e o Estado Novo, desafia perspectivas consolidadas, abrindo espaço para interpretações mais amplas e nuances. • A inclusão de vozes historicamente marginalizadas, como mulheres, indígenas e negros, enriquece a compreensão do passado e do presente. • A mídia e a literatura têm um impacto significativo na construção da memória e da identidade nacional, influenciando a forma como o público percebe eventos políticos e sociais. Slide 1: HISTORIOGRAFIA BRASILEIRA Slide 2: Unidade 4 | Objetivos Slide 3: Unidade 4 | Introdução Slide 4: Historiografia do período republicano no Brasil Slide 5: Historiografia do período republicano no Brasil Slide 6: Historiografia do período republicano no Brasil Slide 7: Historiografia do período republicano no Brasil Slide 8: Historiografia do período republicano no Brasil Slide 9: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 10: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 11: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 12: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 13: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 14: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 15: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 16: Proclamação da República, República Velha, Estado Novo e democracia no Brasil Slide 17: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 18: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 19: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 20: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 21: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 22: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 23: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 24: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 25: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 26: Industrialização, movimentos sociopolíticos e as questões de identidade nacional Slide 27: Fontes e debates historiográficos do Brasil República Slide 28: Fontes e debates historiográficos do Brasil República Slide 29: Fontes e debates historiográficos do Brasil República Slide 30: Fontes e debates historiográficos do Brasil República Slide 31: Fontes e debates historiográficos do Brasil República