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RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
A responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano causado, ela pode existir entre pessoas 
físicas ou jurídicas, tendo como elemento central o dano. Sendo assim aquele que causar um 
dano a um terceiro tem a obrigação jurídica de repará-lo mesmo que o dano não tenha sido 
intencional. 
O conceito de responsabilidade civil é trazido no Art. 186 do Código Civil, que assim dispõe: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Esse conceito é estudado de forma mais objetiva pelos Art. 927 ss. do Código Civil. 
AÇÃO OU OMISSÃO VOLUNTÁRIA 
Voluntária é definida como a ação daquele que ocasiona um prejuízo a uma pessoa terceira, 
que assim tem o compromisso legal de ressarcir os danos, se refere exclusivamente a ação, 
mesmo se não foi intencional. 
Um exemplo nessa situação é um acidente de trânsito, se um veículo colide no outro, exite uma 
ação ou omissão voluntária do motorista que acelerou quando não deveria ou deixou de frear, 
por exemplo. Entretanto se esse motorista colide em outro e este último atinja um outro veículo 
de terceiro devido ao impacto sofrido, nao exite nenhuma ação ou omissão do segundo 
motorista, como também nnão existe culpa ou responsabilidade do mesmo, nesta situação por 
exemplo o segundo carro é "neutro" à situação, ou seja não tem a obrigação de arcar com os 
danos ao terceiro veículo. 
Os requisitos para a reparação de danos pela responsabilidade civil são: conduta, dano, nexo 
causal e (dolo/culpa do agente exclusivo da responsabilidade civil subjetiva). 
Conduta é o conceito que abrange tanto a ação quanto a omissão de uma determinada atividade. 
É preciso que exista conduta para que se possa falar de responsabilidade do indivíduo. 
O dano é o que decorre da conduta e só pode ser reparado se houver danos resultantes da 
conduta que afetem a vida patrimonial da vítima. E o nexo de causalidade é a conexão que une 
a conduta ao dano. Nos casos de responsabilidade civil subjetiva também existe o dolo e a 
 
 
 
 
culpa do agente. Enquanto o dolo existe a intenção evidente e óbvia de agir para causar danos, 
a culpa é resultado da conduta irresponsável que pode ser identificada em um dos três tipos: 
negligência, imprudência ou imperícia. 
Existem dois grandes tipos de responsabilidade civil: subjetiva e objetiva. 
RESPONSABILIDADE OBJETIVA 
Na responsabilidade civil objetiva, não existe culpa ou dolo do agente , não importa se o ato é 
decorrente de acordo com sua vontade, intencional ou não. A existência do dano causado e da 
ligação do sujeito já é o suficiente para atribuir a sua responsabilização. 
Este casos são aqueles em que a legislação ou jurisprudência conclui que não é necessário 
haver culpa do sujeito - sendo o dever de indenizar fruto do risco da própria conduta ou 
atividade que gerou o dano. 
São casos definidos em lei, como dispõe o Art. 927 parágrafo único do Código Civil: 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. 
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos 
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano 
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. 
As hipóteses de responsabilidade civil objetiva são elencadas nos Arts. 931 e 932 do Código 
Civil: 
Art. 931. Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as 
empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos 
em circulação. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil: 
I - os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;pais, 
pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia; 
II - o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mesmas condições; 
 
 
 
 
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do 
trabalho que lhes competir, ou em razão dele; 
IV - os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se albergue por dinheiro, 
mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, moradores e educandos; 
V - os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente 
quantia. 
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja 
culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. 
Alguns casos de responsabilidade objetiva são decorrentes de entendimentos 
jurisprudenciais,como no caso das fraudes bancárias, onde as instituições financeiras possuem 
a obrigação de reparar os danos causados aos consumidores. 
Neste caso, o Superior Tribunal de Justiça entendimento pela responsabilidade civil objetiva, 
devido ao risco envolvido na própria operação bancária : 
Súmula nº. 479 - STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos 
gerados por fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de 
operações bancárias. 
A mesma coisa acontece no caso do dever jurídico de indenizar o terceiro ofendido por 
publicação na imprensa onde a obrigação de reparar o dano vai tanto sobre o autor da 
publicação como também sobre o veículo em que a matéria foi publicada: 
Súmula nº. 221 - STJ: São civilmente responsáveis pelo ressarcimento de dano, decorrente de 
publicação pela imprensa, tanto o autor do escrito quanto o proprietário do veículo de 
divulgação. 
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA 
A responsabilidade civil subjetiva acontece quando existe o dolo ou a culpa do agente. 
Portanto, a definição só acontece depois de investigada a intenção do agente. Isso significa que 
o responsável deve ter realizado uma ação intencional ou deixado de agir inadequadamente, 
resultando em danos indenizáveis para um terceiro. 
 
 
 
 
A diferença entre responsabilidade civil objetiva e a responsabilidade civil subjetiva é a 
obrigação da vítima comprovar a existência da culpa ou dolo. Na responsabilidade civil 
subjetiva é necessária a comprovação, mas na responsabilidade civil objetiva não importa se a 
comprovação vai estar presente ou não para a obrigação jurídica de indenização de danos 
causados. 
Existem algumas hipóteses em que, mesmo existindo os requisitos que caracterizam 
responsabilidade civil, ela não incidirá por alguma situação de excludente de responsabilidade. 
Estado de Necessidade e Remoção de Perigo Iminente ( Art. 23 inc. I do Código Penal e no 
Art. 188 inciso I do Código Civil) 
Estrito Cumprimento do Dever Legal e Exercício Regular de Direito (Art. 23 inc. III do Código 
Penal). 
Culpa Exclusiva da Vítima ou de Terceiro, é uma excludente que elimina o nexo causal entre 
conduta e dano causado. Nesse caso existe a conduta e o dano, mas eles só se conectam devido 
a uma conduta praticada pela vítima ou por terceiro 
Caso Fortuito ou Força Maior, Situações de caso fortuito e força maior decorrem 
independentemente das vontades das partes envolvidas, onde a conduta do agente não exerce 
qualquer influência, o caso fortuito por exemplo está relacionado a um erro wue nao se pode 
prever, como a bolsa de valores em queda. Já no que diz respeito a força são eventos que 
decorrem de enômenos da natureza, pandemias. 
Clásula de não indenizar, é uma cláusula do contrato em que as partes concordam que certos 
fatos não serão imputados à parte infratora. 
 
TEORIA DO RISCO ADMINISTRATIVO 
A teoria do risco administrativo é a base da responsabilidade objetiva do Estado, que requer 
três elementos para ser comprovada: conduta administrativa, dano e A teoria do risco 
administrativo é a base da responsabilidade objetiva do Estado, que requer três elementos para 
ser comprovada: conduta administrativa(Conduta do agente público na atuação de sua função) 
dano ( açao que impacta negativamente o direito protegido juridicament pelo Estado) e nexo 
causa ( relação entre a conduta estatal e o dano sofrido pela vítima). 
 
 
 
 
 
Isso significa que, em uma hipótese se ocorrer uma colisão entre um carro particular 
estacionado em via pública e uma viatura da polícia, a administração será responsável pelos 
danos causados ao veículo privado. Isso tem validade mesmo que seja comprovado que o 
motorista do veículo oficial dirigia de maneira diligente e prudente. 
Entretanto , com base na teoria do risco administrativo, o Estado poderá eximir-se da reparação 
em alguns casos específicos. Assim, há presunção de culpa da administração. Porém, é preciso 
que o Estado comprove que determinada situação não foi sua culpa. 
 A doutrina do risco administrativo considera certas possibilidades de isenção da 
responsabilidade civil, são elas: caso fortuito ou força maior, ( visto anteriormente ) culpa 
exclusiva da vítima (ocorre quando a vítima ou o terceiro é o próprio causador do prejuízo, 
não existindo a relação causa e efeito entre o dano e a ação) e fato exclusivo de terceiros ( 
Geralmente são eventos que envolvem grandes multidões e são difíceis de ser controladas. 
Nestes casos, o Estado só poderá ser responsabilizado subjetivamente se for comprovada 
negligência ou intenção em omitir-se das suas obrigações) 
 
TEORIA DO RISCO INTEGRAL 
A responsabilidade objetiva do Estado é também exigida pela teoria do risco integral. No 
entanto, ele se distingue da teoria do risco administrativo porque não permite exceções na 
responsabilidade da administração. O suporte aos danos sofridos por terceiros deve ser 
fornecido pelo Estado em todas as hipoteses. 
A teoria da responsabilidade objetiva do Estado na modalidade do risco administrativoo vigora 
no Brasil. A Constituição Federal define que quem deve seguir essa teorias são : As entidades 
jurídicas de direito público e privado que oferecem serviços públicos serão responsáveis pelos 
danos causados a terceiros por seus agentes nesta qualidade. O direito ao regresso contra o 
agente nos casos de dolo ou culpa estarao garantidos. 
Existem vários tipos de indenização por responsabilidade civil, estando em destaque dois: 
danos morais e danos materiais. Os danos morais são aqueles que ferem e atingem a intimidade 
da vítima, estando normalmente ligados ao estresse, à aflição e à humilhação sofridos pela 
conduta do agente. 
 
 
 
 
No que tange também a sua reputação, motivo no qual a pessoa jurídica também pode sofrer 
danos morais. Já os danos materiais são aqueles ligados ao patrimônio da vítima, sejam bens 
ou dinheiro. Restituído de forma integral, para repor o que foi perdido.

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