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Imunidade a tumores O que são tumores? Tumor benigno: célula que se proliferou de maneira anômala, porém não é capaz de ultrapassar a lâmina basal, gerando metástase; pouca capacidade migratória. Tumor maligno: consegue romper a lamina basal, gerando metástase; consegue colonizar tecidos distantes da sua ori- gem. PILARES DO CÂNCER – 10 características comuns à uma cé- lula cancerígena. 1. Capacidade de invasão tecidual e produzir metásta- ses: lesão primária e implantes secundários; 2. Potencial replicativo ilimitado (célula imortal): essa ca- racterística se dá pela superexpressão de um gene da proteína telomerase, que é responsável por for- mar telômeros (relacionado ao envelhecimento celu- lar). Observamos que em muitos tipos tumorais, a formação de telômero é constante e mesmo que a célula se replique constantemente, o telômero não se encurtará, gerando um potencial replicativo ilimi- tado para a célula. 3. Angiogênese sustentada: os tumores precisam de nutrientes para que possam ser mantidos e nutridos no corpo, então os tumores conseguem induzir uma angiogênese no local para garantir um bom aporte de nutrientes. 4. Evasão de apoptose: A apoptose é um mecanismo que tenta evitar uma proliferação exacerbada das células, os tumores conseguem burlar isso e se man- ter viável no tecido. 5. Autossuficiência para sinais de crescimento: sabemos que existem vários fatores de tecidos vizinhos que podem induzir crescimento celular de um determi- nado tecido. Porém as células tumorais produzem o seu próprio fator de crescimento, aumentando a pro- liferação. 6. Insensibilidade aos sinais de inibição de crescimento: uma célula normal é inibida pelas células vizinhas de se proliferar de forma desregular, mas as células tu- morais são insensíveis a esses sinais. 7. Vias energéticas desreguladas. 8. Instabilidade genômica. 9. Inflamação como um promotor tumoral. 10. Escape de resposta imune. Protooncogenes: é um gene que induz proliferação celular, é um gene relacionado ao desenvolvimento tumoral, são indu- tores do câncer, porém são genes de expressão normal. Eles podem sofrer uma mutação que leva a uma superexpressão, tornando-se oncogenes (ex: gene myc). Genes supressores de tumor: reprimem as células neoplásicas. EX: ➛ CARETAKERS: reparam danos para manter a integridade genômica e evitando a instabilidade genética: BRCA e BRCA. ➛ GATEKEEPERS: regula diretamente o ciclo celular, P53 (guardião do genoma). P53: sinais de hiperproliferação (aumento do myc por exem- plo), dano ao DNA, encurtamento do telômero são fatores que ativam a P53. Isso causará uma parada no ciclo celular, senes- cência e apoptose. Em casos de câncer é muito comum ter um uma deleção desse gene. Vírus podem causar câncer? Podem sim, alguns vírus quando inserem o RNA viral na célula, pode acontecer de se instalar no meio de um proto-oncogene e quando ocorre a recombi- nação, esse fragmento se tornar um oncogene. Com o de- correr da multiplicação celular, esse oncogene é multiplicado também. Ciclo do câncer - imunidade Principais células envolvidas: Linfócitos TCD8+ e células natural killer (imunidade inata, derivada da linhagem linfóide); Com início de uma massa tumoral crescendo, inevitavelmente ocorre a morte de algumas células tumorais e seus antígenos tumorais irão ser captados por células apresentadoras de an- tígeno (células dendríticas, como por exemplo), processadas e apresentadas lá nos linfonodos para os linfócitos T, ativando- os. Quando ativados, eles saem via linfática ou sanguínea para chegar no tecido tumoral. Os linfócitos TCD8+ irão começar a atacar e matar células tumorais, que irão liberar ainda mais antígenos que serão capitados e assim o ciclo se repete. Resposta anti-tumoral Todas as células nucleadas, incluindo tumorais, possuem um MHC de classe I na sua superfície, no qual estará carregando um peptídeo próprio e o normal, é que o linfócito não reco- nheça e não reaja a essa célula. No entanto, pode acontecer do MHC-I estar apresentando uma proteína própria mutada e isso ser suficiente para iniciar uma resposta imune com linfó- citos TCD8+. Um produto de um oncogene ou de um gene supressor de tumor mutado começa a ser expresso no MHC-I e isso pode levar a uma resposta com linfócitos. Essa alteração também pode ser quantitativa, então a célula é acostumada a expressar X vezes uma proteína própria e em determinado momento ela passa a expressar 100x mais, então isso faz com que muitos receptores sejam engajados e o linfócito seja ativado contra isso. O vírus, quando infecta uma célula, ele traz uma nova oferta de antígenos, então além dos antígenos próprios na célula, também serão expressos antígenos virais na superfície das células transformadas, então os linfócitos também irão atacar. Células natural-killer A célula NK é desativada pela presença de MHC-I e em alguns tumores, ocorre a diminuição da produção desses MHC-I em função da instabilidade genética, mas também é um tipo de mecanismo de escape dos linfócitos TCD8+, com isso, as cé- lulas NK irão atacar e matar as células tumorais. As células NK e linfócitos são complementares. É o chamado “Missing self”. Linfócitos TCD8+ Os linfócitos para serem ativados precisam de dois complexos. O principal seria o MHC-I que irá passar o sinal da célula apre- sentadora de antígeno para o linfócito. Temos também o sinal de coestimulatório (CD28 (APC)-B7(L)). Evasão tumoral Falha na produção de antígeno tumoral: O tumor é uma célula própria transformada ou em processo de transformação e por isso, não expressa nenhum antígeno novo ou de maneira exacerbada, dessa forma o linfócito não reage já que é tole- rante as nossas próprias proteínas. Falta de reconhecimento do tumor pela célula T. Mutações nos genes de MHC ou genes necessários para o processamento do antígeno: Nesse caso se ocorre mutações ou falhas nos genes que codificam o MHC ou interferem no processamento do antígeno, a célula tumoral não terá em sua superfície o MHC-I para que o linfócito possa identificar. (res- salva para as células NK, nesse caso!!!!) Falta de reconheci- mento do tumor pela célula T. Secreção de proteínas imunossupressoras ou expressão de proteínas inibidoras de superfície celular: a célula tumoral se- creta proteínas/citocinas inibitórias que desligam a resposta de linfócitos T e/ou a célula tumoral possui ligantes inibidores que, ao ligar ao receptor do linfócito, acaba inativando-o. Inibição da ativação da célula T. Imunoterapias Vacinação com antígenos tumorais: Bloqueio de vias inibitórias para promover imunidade tumoral: Aumento da imunidade do hospedeiro contra tumores com citocinas: Terapia celular adotiva: