Buscar

Prévia do material em texto

MECANISMOS IMUNOLÓGICOS DE LESÃO AOS 
TECIDOS: 
• Hipersensibilidade: 
• Distúrbios causados por respostas imunes 
• Defesa do hospedeiro contra infecções microbianas 
• Lesão tecidual e doenças 
• Causas: 
• Autoimunidade (falha nos mecanismos de 
autotolerância) → reações contra as próprias células e 
tecidos → doenças autoimunes) 
• Reações contra microrganismos (reações excessivas / 
microrganismos persistentes → doença) 
• Respostas das células T contra microrganismos 
persistentes podem dar origem a inflamação grave e 
formação de granulomas (Ex: tuberculose, e outras 
infecções crônicas) 
• Reações contra patógenos ambientais (substâncias 
ambientais incomuns → resposta anormal: produção de 
IgE → doenças alérgicas) 
• Mecanismos: 
• São os mesmos normalmente observados na 
eliminação dos agentes infecciosos: fagocitose, 
anticorpos, linfócitos T e mastócitos 
• A diferença é que a resposta imune não é controlada 
adequadamente 
• Reações: 
• Estímulos (antígenos ambientais, autoantígenos e 
microrganismos comensais) → eliminação é muito 
difícil ou impossível → doenças crônicas e progressivas 
• Mecanismos e classificação das reações de 
hipersensibilidade: 
• (segue abaixo um esquema de tabela com - tipo, 
mecanismos imunopatológicas e mecanismos de lesão 
tecidual e de doença) 
• Imediata: tipo I → IgE e células Th2 → mastócitos, 
eosinófilos e seus mediadores 
• Mediada por anticorpos: tipo II → IgM e IgG contra 
antígenos da superfície celular ou matriz extracelular → 
Opsonização e fagocitose de células. Recrutamento e 
ativação de leucócitos mediados por Fc e 
complemento. Anormalidade nas funções celulares: 
ativação ou bloqueio de receptores de hormônios 
• Mediada por imunocomplexo: tipo III → 
imunocomplexos de antígenos circulantes com IgG ou 
IgM → recrutamento e ativação de leucócitos mediados 
por receptor de Fc e complemento 
• Mediada por células T: tipo IV → células TCD4+ e 
células TCD8+ → inflamação mediada por citocina e 
morte direta de células alvo 
• Doenças causadas por anticorpos: 
• São produzidas por anticorpos que se ligam a 
antígenos em células ou tecidos extracelulares 
 
• Complexos antígeno-anticorpos formados no sangue 
que se depositam na parede dos vasos: 
 
• Doenças causadas por anticorpos contra células 
fixas e antígenos de tecido: 
• Doenças q afetam especificamente as clls e tecidos 
onde esses antíg estão presentes: não são sistêmicas!! 
• 3 mecanismos principais: 
• Opsonização e fagocitose 
 
• Os anticorpos depositados nos tecidos recrutam 
neutrófilos e macrófagos, que serão ativados: 
 
• Anticorpos que se ligam a receptores celulares ou 
proteínas podem provocar doença sem inflamação ou 
dano aos tecidos: 
• Inflamação 
• Funções celulares anormais 
 
• Doenças causadas por anticorpos: 
• Anemia hemolítica autoimune: antígenos-alvo são as 
proteínas de membrana das hemácias 
 
• Doenças mediadas por imunocomplexos: 
• Imunocomplexos q causam doenças podem ser: 
Anticorpos+Autoantíg, Anticorpos Antíge estranhos 
• As características das doenças irão depender do local 
de deposição dos imunocomplexos. Tendem a ser 
sistêmicas e afetar vários órgãos e tecidos 
• A doença do soro: 
• Suspeita de doenças causadas por imunocomplexos 
• Pacientes com difteria → Tratamento com soro de 
cavalo contendo antitoxina 
 
• Doenças mediadas por imunocomplexos: 
• Complexos antígeno : anticorpo são gerados durante 
as respostas imunes normais → Produção excessiva e 
eliminação ineficiente → deposição nos tecidos → 
doença 
• Locais de deposição dos imunocomplexos: 
• Complexos com antígenos com carga + → Membrana 
basal dos vasos sanguíneos e glomérulos tem carga - 
→ LESÃO tecidual grave e de longa duração 
• Imunocomplexos podem ser depositados em pequenos 
vasos praticamente em qualquer tecido. 
• Ex.: Lúpus eritematoso sistêmico: imunocomplexos 
com anticorpos para antígenos nucleares se depositam 
nos rins, vasos, pele e outros tecidos. 
• Patogenia das doenças mediadas por 
imunocomplexos: 
• Imunocomplexos depositados nas paredes dos vasos 
→ Ativação de mastócitos e leucócitos → Secreção de 
citocinas e mediadores vasoativos → Aumento do fluxo 
sanguíneo e da permeabilidade vascular → Aumento 
do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular → 
(essa flexa se liga ao início de novo) 
• Doenças causadas por linfócitos T: 
• Os linfócitos T danificam os tecidos de duas formas: 
por inflamação (CITOCINAS) ou matando diretamente 
as células-alvo: 
 
• Doenças causadas por inflamação mediada por 
citocinas: 
• A interação de células T autorreativas com 
autoantígenos leva à liberação de citocinas e 
inflamação: 
• Ex: Artrite reumatóide, DM I e esclerose múltipla 
• Respostas de células T a microrganismos e outros 
antígenos estranhos podem levar à inflamação e lesão 
aos tecidos: Bactérias intracelulares (Ex: 
Mycobacterium da tuberculose) → respostas de 
macrófagos e células T → inflamação e fibrose → 
destruição do tecido e incapacidade funcional 
• A exposição tópica a produtos químicos e antígenos 
ambientais pode provocar sensibilidade de contato 
• Reações inflamatórias provocadas por neoantígenos 
(antígenos próprios modificados por produtos químicos) 
/ Células TCD4+ e TCD8+ são fontes de citocinas → 
eczema (reação a tiourama presente no látex de luvas 
• Reações de hipersensibilidade de tipo tardio (DTH): 
• É a reação inflamatória prejudicial mediada por 
citocinas produzidas em células TCD4+ ativadas. 
• Se desenvolve em 24 a 48h após o contato com o 
antígeno. 
 
• Reação de hipersensibilidade tardia crônica: 
• Quando uma resposta TH1 a uma infecção ativa 
macrófagos, mas não consegue eliminar os 
microrganismos fagocitados. 
• É provocada por sinais prolongados de citocinas: 
macrófagos e células T ativadas continuam a produzir 
citocinas e fatores de crescimento 
• Ciclo de lesão tecidual e inflamação,seguido por fibrose 
 
• Doenças causadas por linfócitos T citotóxicos 
(CTL): 
• A ação das CTLs nas infecções virais pode levar a 
lesão tecidual pela morte das células infectadas. 
• As CTLs não conseguem diferenciar entre os vírus que 
provocam e não provocam danos ao organismo. 
• Hepatite viral → as lesões são decorrentes da ação dos 
CLTs do hospedeiro e não do vírus em si 
• As CTLs também podem levar à lesão tecidual em 
doenças autoimunes: DM I (células beta pancreáticas 
são destruídas) 
 
• Alergia: hipersensibilidade imediata (tipo I) 
• Reações alérgicas dependentes de IGE 
• A produção de IgE é dependente de célulasT auxiliares 
produtoras de IL-4. 
• Seguem uma sequência de eventos típica: 
• Exposição a um antígeno → ativação dos linfócitos → 
produção de IgE → ligação aos receptores de Fc dos 
mastócitos (sensibilização) → ativação dos mastócitos 
por reexposição ao antígeno → liberação de 
mediadores e resposta patológica 
 
• As manifestações clínicas da alergia consistem em: 
resposta imediata reação vascular e de músculo liso e 
fase tardia de inflamação. 
• As reações alérgicas se manifestam de formas 
diferentes dependendo do tecido: erupções cutâneas, 
congestão nasal, dor, choque sistêmico, diarreia e 
constrição brônquica 
• Anafilaxia → Reação sistêmica extrema. Mediadores 
de mastócitos podem levar a asfixia e colapso 
cardiovascular. Pode levar à morte! 
• Produção de IGE: 
• Indivíduos atópicos (alérgicos) produzem altos níveis 
de IgE em resposta a alérgenos ambientais. 
• Indivíduos normais produzem outros tipos de Ig 
• Antígenos que geram reações de hipersensibilidade 
são proteínas ou produtos ligados a proteínas: 
 
• Mediadores produzidos por mastócitos, basófilos e 
eosinófilos: (tabela) 
• Mastócitos e basófilos: 
• Mediadores: histamina (aumento da permeabilidade 
vascular, contração da musculatura lisa), meiadores 
lipídicos: PAF, PGD2, LTC4 (broncoconstrição, 
hipermotilidade intestinal), enzimas: proteases neutras, 
hidrolases ácidas e catepsina G (degradação de 
estruturas microbianas e danos teciduais),prostaglandinas (vasodilatação, broncoespasmos, 
broncoconstrição, secreção de muco, quimiotaxia de 
leucócitos), citocinas: IL-3 e IL-4 (proliferação de 
mestócitos e produção de IgE). 
• Eosinófilos 
• Mediadores: leucotrienos (broncoconstrição, secreção 
de muco e + permeabilidade vascular) e citocinas 
(produção e ativação de eosinófilos) 
• Ativação dos mastócitos: 
 
• Reações dependentes de IGE e mastócitos: 
• Reação imediata: 
 
• Formação de pápula → inchaço suave 
• Reação de fase tardia: inicia 2 a 4h + tarde 
 
• Doenças alérgicas em humanos: 
• A degranulação dos mastócitos é o componente 
central. 
• As manifestações clínicas e patológicas irão depender 
do tecido em que os mediadores de mastócitos 
exercem efeitos. 
• O ponto de contato com o antígeno pode determinar o 
tecido ou órgão envolvido: 
• Antígenos inalados → rinite ou asma 
• Antígenos ingeridos → vômitos ou diarreia 
• Antígenos injetados → efeitos sistêmicos 
• Tecidos com maior número de mastócitos sofrem mais 
lesões 
• Anafilaxia sistêmica: 
• Reação de hipersensibilidade imediata caracterizada 
por edema em muitos tecidos e redução da pressão 
sanguínea (vasodilatação). 
• Efeitos resultam da presença sistêmica do antígeno: 
picada de inseto, injeção, absorção por mucosas. 
• Potencialmente fatal!! 
• Tratamento: epinefrina sistêmica e anti-histamínicos 
• Constrição das vias aéreas → vasodilatação → 
redução da PA → edema de laringe → lesões de pele 
• Asma brônquica: 
• Doença inflamatória 
• Repetidas reações alérgicas de fase imediata e tardia 
→ obstrução intermitentes das vias aéreas, inflamação 
crônica com eosinófilos, hipertrofia do músculo liso 
brônquico, hiper-reatividade aos broncoconstritores 
 
• Rinite alérgica: 
• É a doença alérgica mais comum 
• Consequência da hipersensibilidade imediata aos 
alérgenos comuns localizados no trato respiratório superior 
• Manifestações: edema de mucosas, infiltração de 
leucócitos com eosinófilos, secreção de muco, tosse, 
espirros, dificuldade para respirar e conjuntivite 
 
IMUNIDADE AOS TUMORES: 
• Câncer: 
• Grave problema de saúde pública no mundo todo 
• Letalidade → crescimento descontrolado dentro dos 
tecidos normais → danos e prejuízos funcionais 
• O fenótipo maligno dos cânceres é consequência de 
alguns fatores: defeitos na regulação da proliferação 
celular, resistência a apoptose e capacidade de 
invasão e metástase 
• O fenótipo maligno dos cânceres é consequência de 
alguns fatores: capacidade de evasão dos mecanismos 
de defesa imune 
• A vigilância imune: 
• São funções fisiológicas do sistema imune: reconhecer 
e destruir clones de células transformadas antes que 
se tornem tumores, e eliminar tumores depois de 
formados 
• A existência da vigilância imune foi demonstrada pelo 
aumento da incidência de alguns tumores em 
indivíduos imunocomprometidos. 
• Características da resposta imune aos tumores: 
• Tumores estimulam respostas imunes adaptativas 
específicas → previnem ou limitam o crescimento e a 
disseminação dos cânceres. 
 
• Tumores podem induzir uma resposta imune protetora: 
 
• As respostas imunes frequentemente falham em evitar 
o crescimento de tumores, porque: tumores podem 
evadir a resposta imune do hospedeiro, muitos tumores 
podem ser fracamente imunogênicos, e o crescimento 
rápido + disseminação > mecanismos de controle 
imune 
• Antígenos tumorais: 
• Produtos de genes mutados, proteínas celulares 
expressas anormalmente, antígenos de vírus 
oncogênicos, antígenos oncofetais, antígenos 
glicolipídicos e glicoproteicos alterados, e antígenos de 
diferenciação tecido-específicos 
• Antígenos tumorais: 
• 1) produtos de genes mutados: 
• Os oncogenes e genes supressores de tumor mutados 
produzem proteínas diferentes das proteínas celulares 
normais → podem induzir respostas imunes 
 
• 2) proteínas celulares expressas anormalmente: 
• Alguns antígenos tumorais são proteínas não mutadas 
(normais): 
 
• 3) antígenos de vírus oncogênicos: 
• Vários DNA vírus estão envolvidos no desenvolvimento 
de diferentes tumores: 
• Vírus Epstein-Barr (EBV): linfoma de células B e 
carcinoma nasofaríngeo 
• Papilomavírus humano (HPV): carcinoma de colo de 
útero e carcinoma de orofaringe 
• Herpes-vírus: sarcoma de Kaposi 
• Antígenos proteicos codificados pelo vírus → 
sintetizados endogenamente pelas células tumorais → 
apresentação por MHC das células tumorais → 
imunogenicidade 
• Peptídeos virais são antígenos estranhos → os 
tumores induzidos por vírus de DNA estão entre os 
mais imunogênicos → tumores associados à vírus são 
mais comuns em indivíduos imunocomprometidos → 
vacinas para DNA vírus: baixa incidência de tumores 
associados 
• 4) antígenos oncofetais: 
• São proteínas expressos em ↑ níveis em células 
tumorais e em tecidos fetais normais, mas não em 
indivíduos adultos: 
• CEA antígeno carcinoembrionário: Expressão ↑, câncer 
de intestino, câncer de pâncreas, câncer de mama e 
câncer de estômago 
• AFP alfa-proteína: Expressão ↑, carcinoma 
hepatocelular, tumores de células germinativas 
• Respostas imunes aos tumores: 
• Imunidade aos tumores: linfócitos T, anticorpos, células 
NK e macrófagos 
• Linfócitos T: O principal mecanismo de proteção imune 
contra os tumores está na eliminação de células 
tumorais por células TCD8+ citotóxicas 
 
• Linfócitos T CD8+: Para que a células T citotóxicas 
eliminem as células tumorais, a apresentação cruzada 
de antígenos pode ser necessária: captura de 
antígenos e apresentação por uma APC 
 
 
• Linfócitos TCD4+: as células TCD4+ auxiliares 
produzem citocinas que estimulam a maturação e 
diferenciação das células TCD8+, e TNF e IFNy: 
células tumorais com alta expressão de MHC I e alta 
sensibilidade à lise 
• Células NK: Eliminam células tumorais em: expressão 
de MHC I baixa, e receptores de ligantes de ativação 
de células NK 
 
• Macrófagos: 2 fenótipos de macrófagos com atividades 
opostas 
 
• Evasão tumoral das respostas imunes: 
• Muitos tumores malignos desenvolvem mecanismos 
que lhes permitem escapar das respostas imunes 
antitumorais: Perda de expressão de antígenos e 
inibição ativa das respostas imunes 
• Muitos tumores malignos desenvolvem mecanismos 
que lhes permitem escapar das respostas imunes 
antitumorais: 
 
 
• O sistema imune exerce pressão seletiva sobre o 
crescimento dos tumores = IMUNOMEDIAÇÃO 
TUMORAL 
• Ao longo do tempo, os tumores se tornam menos 
imunogênicos 
 
• A inibição ativa das respostas imunes pelos tumores 
pode ocorrer por: expressão de ligantes inibitórios 
CTLA-4 e PD-L1, secreção de imunossupressores 
TGF-beta, e + células T regulatórias 
• A inibição ativa das respostas imunes pelos tumores 
pode ocorrer por: macrófagos M2 associados a 
tumores (inibem a função das células T citotóxicas, 
secreção TGF-beta, secreção de fatores que 
favorecem a angiogênese), e células supressoras 
mieloide-derivadas MDSC (estímulo e inibição) 
 
 
AUTOIMUNIDADE 
• Células atacam suas próprias células 
• Tolerância imunológica: 
• É a não responsividade a um autoantígeno 
• Tolerância a autoantígenos → propriedade fundamental 
do sistema imunológico normal → falha → doenças 
autoimunes 
• Tolerância central → órgãos linfoides centrais: timo e 
medula óssea → linfócitos imaturos encontram 
antígenos 
• Tolerância periférica → órgãos linfoides periféricos → 
linfócitos maduros reconhecem autoantígenos 
• Indivíduos normais são tolerantes aos seus próprios 
antígenos porque os linfócitos responsáveis pelo 
reconhecimento dos autoantígenos são: inativados, 
eliminados e alteração de especificidade 
 
• Autoimunidade: 
• Quando o sistema imunológico reage contra antígenos 
próprios, causando dano tecidual. 
• Fatores que contribuem: suscetibilidade genética, 
gatilhos ambientais: lesões teciduais e infecções, 
mudanças genéticas nas células do sistema imune, e 
alteração na microbiota 
• Características gerais das doenças autoimunes: 
• Podem ser sistêmicas ouórgão específicas 
• Depende da distribuição dos autoantígenos 
• Complexos imunes circulantes → doenças sistêmicas 
→ Ex: lúpus eritematoso sistêmico 
• Autoanticorpos ou células T contra autoantígenos de 
distribuição tecidual restrita → Doenças específicas dos 
órgãos ou tecidos → Ex.: Miastenia gravis, DM I, 
esclerose múltipla. 
• Vários mecanismos efetores são responsáveis pela 
lesão dos tecidos nas diferentes doenças: 
imunocomplexos, autoanticorpos circulantes, linfócitos 
T autorreativos 
• As características clínicas e patológicas da doença 
serão determinadas pela natureza do mecanismo 
dominante. 
• Doenças autoimunes tendem a ser CRÔNICAS, 
PROGRESSIVAS e de AUTOPERPETUAÇÃO: 
• Os autoantígenos são persistentes 
• Resposta imune contra autoantígenos → lesão tecidual 
→ liberação de autoantígenos → (essa flecha se liga 
ao primeiro) 
• Anormalidades imunológicas que levam à 
autoimunidade: 
• Combinação de 3 fatores: falha na autotolerância, 
apresentação anormal de antígenos, e inflamação ou 
resposta inata inicial 
• Anormalidades genéticas e a autoimunidade: 
• A maioria das doenças autoimunes possui forte 
componente genético. 
• Polimorfismos genéticos múltiplos + fatores ambientais 
→ doença autoimune 
• Fatores ambientais e a autoimunidade: 
• Indivíduos com o mesmo genoma e mesma 
probabilidade de desenvolver a doença 
• Alelos de MHC e a autoimunidade: 
• As associações genéticas mais fortes das doenças 
autoimunes são com genes MHC. 
• Pacientes com diversas doenças autoimunes, 
genotipagem de HLA → alguns alelos HLA ocorrem 
com maior frequência nas doenças → Cálculo da 
probabilidade de desenvolver doença autoimune 
baseado nos alelos HLA herdados 
• Sequências HLA associadas a doenças podem ser 
encontradas em indivíduos saudáveis: A expressão de 
um alelo HLA em particular não é por si só a causa de 
nenhuma doença autoimune, mas sim um dos diversos 
fatores que contribuem para a autoimunidade. 
• A associação mais forte ocorre entre a doença 
espondilite anquilosante e o alelo B27 do HLA I 
• Polimorfismos em genes não HLA e a 
autoimunidade: 
• A correlação entre os polimorfismos com a patogênese 
ainda é um desafio! 
• Papel das infecções na autoimunidade: 
• Infecções virais ou bacterianas podem contribuir para o 
desenvolvimento e exacerbação da autoimunidade: 
• Ativação das APCs → Microrganismos podem ativar as 
APCs para que elas expressem co-estimuladores. 
Quando encontram expressam autoantígenos são 
capazes de ativar as células T 
• Mimetismo molecular → Antígenos microbianos podem 
ter reatividade cruzada com autoantígenos. A resposta 
imunológica a eles pode atuar também contra 
antígenos próprios 
• Doença autoimune 
• Outros fatores na autoimunidade: 
• Inflamação, lesão ou trauma 
• Influência hormonal 
• Fármacos e toxinas 
• Exposição de autoantígenos antes ocultos do sistema 
imune (Ex.: uveíte pós traumática) 
• Doenças autoimunes: 
• Lúpus Eritematoso Sistêmico → Resposta de 
anticorpos contra antígenos nucleares próprios. 
Formação de imunocomplexos → Artrite, 
glomerulonefrite, manifestações cutâneas, anemia, 
trombocitopenia, outros. 
• Artrite reumatóide → Respostas de células B e T contra 
autoantígenos nos tecidos articulares. Produção de 
citocinas e inflamação → Inflamação e destruição das 
cartilagens das articulações 
• Esclerose Múltipla → Células Th1 e Th17 reagem 
contra antígenos próprios de mielina no SNC → 
Anormalidades na condução nervosa e déficits 
neurológicos 
• DM I → Destruição autoimune das células β 
pancreáticas → Hiperglicemia e cetoacidose 
• Resumindo: 
• As doenças autoimunes estão entre os problemas 
científicos mais desafiadores da área da imunologia: 
• Fatores genéticos + fatores ambientais +? → doenças 
autoimunes 
 
IMUNIDADE AOS TECIDOS IMPLANTADOS: 
• Transplante: 
• o Tratamento amplamente utilizado para a substituição 
de órgãos e tecidos que não funcionam por órgãos ou 
tecidos saudáveis: 
 
• TRANSFUSÃO = transferência de células do sangue 
ou plasma de um indivíduo para o outro. 
• A resposta imunológica contra os tecidos 
transplantados é a principal barreira para os 
transplantes: 
• Sistema imunológico → controle da resposta 
imunológica → transplante bem sucedido 
• Princípios gerais da imunologia do transplante: 
• Doador → geneticamente diferente → receptor → 
rejeição do transplante → resposta imune adaptativa 
• Tentativas de transplante de pele entre indivíduos não 
aparentados sempre fracassavam: 
• Enxerto → 1 a 2 semanas → necrose e 
desprendimento do tecido → a falha do enxerto é 
causada por uma reação inflamatória → rejeição 
• A rejeição do enxerto apresenta características da 
resposta imune adaptativa 
• Memória 
• Mediação por linfócitos 
• Conceitos importantes: 
• Enxerto autólogo: transplante para o mesmo indivíduo 
• Enxerto singênico: transplante entre indivíduos 
geneticamente idênticos 
• Enxerto alogênico (aloenxerto): transplante entre 
indivíduos geneticamente diferentes 
• Resposta imune adaptativa aos aloenxertos: 
• Os antígenos (aloantígenos) que estimulam a resposta 
imune adaptativa contra os aloenxertos são: 
• Proteínas de histocompatibilidade → Codificadas por 
genes ↑↑↑ polimórficos → Indivíduos diferem entre si 
• Regras básicas da imunologia de transplantes: 
• Células ou órgãos transplantados entre indivíduos 
geneticamente idênticos nunca são rejeitados. 
• Células ou órgãos transplantados entre indivíduos 
geneticamente diferentes sempre são rejeitados. 
• A descendência de um cruzamento entre duas 
linhagens puras de animais não vai rejeitar enxertos 
qualquer um dos pais. 
• A genética da rejeição do transplante: 
• As moléculas nos enxertos responsáveis por 
desencadear a rejeição devem ser polimórficas e a sua 
expressão é codominante 
 
 
• O MHC e a imunidade aos transplantes: 
• Os alvos moleculares da rejeição dos enxertos são as 
proteínas do MHC. 
• Existem outros alvos além do MHC, geralmente 
proteínas apresentadas pelo MHC à células T do 
hospedeiro = antígenos de histocompatibilidade 
secundários 
• Reconhecimento de aloantígenos pelas células T: 
• Os aloantígenos do MHC podem ser reconhecidos de 
forma direta ou indireta: 
• As respostas de células T por reconhecimento direto 
são muito fortes: há ↑ frequência de células T que 
conseguem reconhecer um único MHC alogênico 
• Os aloantígenos do MHC podem ser reconhecidos de 
forma direta ou indireta 
• Funções ativadoras e efetoras dos linfócitos T 
alorreativos: 
• Linfócitos reconhecem aloantígenos → ativação, 
proliferação e diferenciação → Funções efetoras para 
danificar os enxertos7 
• Ativação de linfócitos T autorreativos: 
 
• Coestimulação das células T: 
• Além do reconhecimento do aloantígeno, a 
coestimulação de células T, principalmente por B7 é 
importante para a ativação das células T alorreativas. 
• Funções efetoras das células T alorreativas: 
• TCD4+ → Diferenciação em células produtoras de 
citocinas → inflamação e dano aos enxertos 
• TCD8+ → Diferenciação em linfócitos T citotóxicos 
(CTL) → Morte das células do enxerto com MHC I 
alogênico, e secreção de citocinas inflamatórias 
• Ativação de células B alorreativas e produção de 
aloanticorpos: 
• Os anticorpos contra os antígenos do enxerto também 
contribuem para a rejeição. 
• Os antígenos mais frequentemente reconhecidos pelos 
aloanticorpos são as moléculas HLA do doador, 
incluindo as proteínas do MHC I e II 
• Mesmos mecanismos efetores da resposta imune à 
infecção 
• Ativação do complemento 
• Direcionamento e ativação de neutrófilos, macrófagos e 
células NK via porção Fc 
• Antígenos HLA são expressos nas células endoteliais 
→ A vasculatura dos enxertos 
• é o principal alvo dos aloanticropos 
• Padrões e mecanismos de rejeição de enxertos: 
• A rejeição do enxerto é classificada com base em 
características histopatológicas e no tempo de curso da 
rejeição após o transplante 
• Rejeição hiperaguda → Oclusão trombóticada 
vasculatura do enxerto 
• Minutos a horas após o transplante 
• Provocada por anticorpos preexistentes na circulação 
que se ligam aos antígenos endoteliais do doador. 
• Ex.: anticorpos anti-ABO 
• Ativação do complemento, dano endotelial, inflamação 
e trombose 
• Rejeição aguda → Processo de lesão do parênquima e 
dos vasos sanguíneos do enxerto 
• Semanas a anos após o transplante 
• 2 padrões: mediado por células T e humoral (mediado 
por anticorpos). 
• A ligação de anticorpos na superfície das células 
endoteliais leva à ativação do complemento, 
provocando lise das células, recrutamento e ativação 
de neutrófilos e formação de trombos. 
• Com os avanços da terapia para a rejeição ajuda, a 
maior causa de falha para os aloenxertos de órgãos 
vascularizados passou a ser a rejeição crônica. 
• Rejeição crônica: 
• Meses a anos após o transplante. 
• A lesão dominante é a oclusão arterial como resultado 
da proliferação das células de músculo liso da íntima 
dos vasos. 
• Os enxertos falham principalmente por causa do dano 
isquêmico resultante. 
• Reação inflamatória crônica na parede do vaso, 
proliferação de células musculares lisas da íntima, 
oclusão do vaso 
• Prevenção e tratamento de rejeição de aloenxertos: 
• Métodos para ↓ a alogenicidade de aloenxertos: 
• Minimizar as diferenças alogênicas entre doador e 
receptor → Quanto maior o no de alelos MHC 
compatíveis, melhor a sobrevida do enxerto. 
• Selecionar doadores ABO compatíveis (evita rejeição 
hiperaguda) 
• Testar os receptores de transplantes para a presença 
de anticorpos pré- formados contra as moléculas de 
MHC do doador ou outros antígenos de superfície 
celular 
• Prevenção e tratamento de rejeição de aloenxertos: 
• Fármacos imunossupressores 
• Principal desvantagem: inibição da imunidade protetora 
• Inibidores das vias de sinalização de linfócitos T: 
impedem a proliferação e a diferenciação de células T. 
Ex.: Ciclosporina, tacrolimus, rampamicina (sirolimus) 
• Antimetabólitos: matam as células T em proliferação: 
Ex.: micofenolato mofetil (MMF) 
• Bloqueio coestimulatório: bloqueiam as vias de 
Coestimulação de células T 
• Bloqueio de células B alorreativas 
• Anti-inflamatórios 
• Doenças do enxerto x hospedeiro: 
• Complicação associada aos transplantes de células 
tronco hematopoiéticas, e alguns órgãos sólidos. 
• Células T do doador reconhecem aloantígenos do 
receptor e atacam os tecidos do receptor. 
• Quando o hospedeiro é imunocomprometido. 
• Alvos: Antígenos de histocompatibilidade menores. 
 
• É a principal limitação para o sucesso do transplante 
de medula óssea; 
• Forma aguda: morte das células epiteliais da pele, 
fígado e trato gastrointestinal 
• Forma crônica: fibrose e atrofia dos mesmos tecidos; 
• Alta taxa de mortalidade > 40% dos casos

Mais conteúdos dessa disciplina