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MECANISMOS IMUNOLÓGICOS DE LESÃO AOS TECIDOS: • Hipersensibilidade: • Distúrbios causados por respostas imunes • Defesa do hospedeiro contra infecções microbianas • Lesão tecidual e doenças • Causas: • Autoimunidade (falha nos mecanismos de autotolerância) → reações contra as próprias células e tecidos → doenças autoimunes) • Reações contra microrganismos (reações excessivas / microrganismos persistentes → doença) • Respostas das células T contra microrganismos persistentes podem dar origem a inflamação grave e formação de granulomas (Ex: tuberculose, e outras infecções crônicas) • Reações contra patógenos ambientais (substâncias ambientais incomuns → resposta anormal: produção de IgE → doenças alérgicas) • Mecanismos: • São os mesmos normalmente observados na eliminação dos agentes infecciosos: fagocitose, anticorpos, linfócitos T e mastócitos • A diferença é que a resposta imune não é controlada adequadamente • Reações: • Estímulos (antígenos ambientais, autoantígenos e microrganismos comensais) → eliminação é muito difícil ou impossível → doenças crônicas e progressivas • Mecanismos e classificação das reações de hipersensibilidade: • (segue abaixo um esquema de tabela com - tipo, mecanismos imunopatológicas e mecanismos de lesão tecidual e de doença) • Imediata: tipo I → IgE e células Th2 → mastócitos, eosinófilos e seus mediadores • Mediada por anticorpos: tipo II → IgM e IgG contra antígenos da superfície celular ou matriz extracelular → Opsonização e fagocitose de células. Recrutamento e ativação de leucócitos mediados por Fc e complemento. Anormalidade nas funções celulares: ativação ou bloqueio de receptores de hormônios • Mediada por imunocomplexo: tipo III → imunocomplexos de antígenos circulantes com IgG ou IgM → recrutamento e ativação de leucócitos mediados por receptor de Fc e complemento • Mediada por células T: tipo IV → células TCD4+ e células TCD8+ → inflamação mediada por citocina e morte direta de células alvo • Doenças causadas por anticorpos: • São produzidas por anticorpos que se ligam a antígenos em células ou tecidos extracelulares • Complexos antígeno-anticorpos formados no sangue que se depositam na parede dos vasos: • Doenças causadas por anticorpos contra células fixas e antígenos de tecido: • Doenças q afetam especificamente as clls e tecidos onde esses antíg estão presentes: não são sistêmicas!! • 3 mecanismos principais: • Opsonização e fagocitose • Os anticorpos depositados nos tecidos recrutam neutrófilos e macrófagos, que serão ativados: • Anticorpos que se ligam a receptores celulares ou proteínas podem provocar doença sem inflamação ou dano aos tecidos: • Inflamação • Funções celulares anormais • Doenças causadas por anticorpos: • Anemia hemolítica autoimune: antígenos-alvo são as proteínas de membrana das hemácias • Doenças mediadas por imunocomplexos: • Imunocomplexos q causam doenças podem ser: Anticorpos+Autoantíg, Anticorpos Antíge estranhos • As características das doenças irão depender do local de deposição dos imunocomplexos. Tendem a ser sistêmicas e afetar vários órgãos e tecidos • A doença do soro: • Suspeita de doenças causadas por imunocomplexos • Pacientes com difteria → Tratamento com soro de cavalo contendo antitoxina • Doenças mediadas por imunocomplexos: • Complexos antígeno : anticorpo são gerados durante as respostas imunes normais → Produção excessiva e eliminação ineficiente → deposição nos tecidos → doença • Locais de deposição dos imunocomplexos: • Complexos com antígenos com carga + → Membrana basal dos vasos sanguíneos e glomérulos tem carga - → LESÃO tecidual grave e de longa duração • Imunocomplexos podem ser depositados em pequenos vasos praticamente em qualquer tecido. • Ex.: Lúpus eritematoso sistêmico: imunocomplexos com anticorpos para antígenos nucleares se depositam nos rins, vasos, pele e outros tecidos. • Patogenia das doenças mediadas por imunocomplexos: • Imunocomplexos depositados nas paredes dos vasos → Ativação de mastócitos e leucócitos → Secreção de citocinas e mediadores vasoativos → Aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular → Aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular → (essa flexa se liga ao início de novo) • Doenças causadas por linfócitos T: • Os linfócitos T danificam os tecidos de duas formas: por inflamação (CITOCINAS) ou matando diretamente as células-alvo: • Doenças causadas por inflamação mediada por citocinas: • A interação de células T autorreativas com autoantígenos leva à liberação de citocinas e inflamação: • Ex: Artrite reumatóide, DM I e esclerose múltipla • Respostas de células T a microrganismos e outros antígenos estranhos podem levar à inflamação e lesão aos tecidos: Bactérias intracelulares (Ex: Mycobacterium da tuberculose) → respostas de macrófagos e células T → inflamação e fibrose → destruição do tecido e incapacidade funcional • A exposição tópica a produtos químicos e antígenos ambientais pode provocar sensibilidade de contato • Reações inflamatórias provocadas por neoantígenos (antígenos próprios modificados por produtos químicos) / Células TCD4+ e TCD8+ são fontes de citocinas → eczema (reação a tiourama presente no látex de luvas • Reações de hipersensibilidade de tipo tardio (DTH): • É a reação inflamatória prejudicial mediada por citocinas produzidas em células TCD4+ ativadas. • Se desenvolve em 24 a 48h após o contato com o antígeno. • Reação de hipersensibilidade tardia crônica: • Quando uma resposta TH1 a uma infecção ativa macrófagos, mas não consegue eliminar os microrganismos fagocitados. • É provocada por sinais prolongados de citocinas: macrófagos e células T ativadas continuam a produzir citocinas e fatores de crescimento • Ciclo de lesão tecidual e inflamação,seguido por fibrose • Doenças causadas por linfócitos T citotóxicos (CTL): • A ação das CTLs nas infecções virais pode levar a lesão tecidual pela morte das células infectadas. • As CTLs não conseguem diferenciar entre os vírus que provocam e não provocam danos ao organismo. • Hepatite viral → as lesões são decorrentes da ação dos CLTs do hospedeiro e não do vírus em si • As CTLs também podem levar à lesão tecidual em doenças autoimunes: DM I (células beta pancreáticas são destruídas) • Alergia: hipersensibilidade imediata (tipo I) • Reações alérgicas dependentes de IGE • A produção de IgE é dependente de célulasT auxiliares produtoras de IL-4. • Seguem uma sequência de eventos típica: • Exposição a um antígeno → ativação dos linfócitos → produção de IgE → ligação aos receptores de Fc dos mastócitos (sensibilização) → ativação dos mastócitos por reexposição ao antígeno → liberação de mediadores e resposta patológica • As manifestações clínicas da alergia consistem em: resposta imediata reação vascular e de músculo liso e fase tardia de inflamação. • As reações alérgicas se manifestam de formas diferentes dependendo do tecido: erupções cutâneas, congestão nasal, dor, choque sistêmico, diarreia e constrição brônquica • Anafilaxia → Reação sistêmica extrema. Mediadores de mastócitos podem levar a asfixia e colapso cardiovascular. Pode levar à morte! • Produção de IGE: • Indivíduos atópicos (alérgicos) produzem altos níveis de IgE em resposta a alérgenos ambientais. • Indivíduos normais produzem outros tipos de Ig • Antígenos que geram reações de hipersensibilidade são proteínas ou produtos ligados a proteínas: • Mediadores produzidos por mastócitos, basófilos e eosinófilos: (tabela) • Mastócitos e basófilos: • Mediadores: histamina (aumento da permeabilidade vascular, contração da musculatura lisa), meiadores lipídicos: PAF, PGD2, LTC4 (broncoconstrição, hipermotilidade intestinal), enzimas: proteases neutras, hidrolases ácidas e catepsina G (degradação de estruturas microbianas e danos teciduais),prostaglandinas (vasodilatação, broncoespasmos, broncoconstrição, secreção de muco, quimiotaxia de leucócitos), citocinas: IL-3 e IL-4 (proliferação de mestócitos e produção de IgE). • Eosinófilos • Mediadores: leucotrienos (broncoconstrição, secreção de muco e + permeabilidade vascular) e citocinas (produção e ativação de eosinófilos) • Ativação dos mastócitos: • Reações dependentes de IGE e mastócitos: • Reação imediata: • Formação de pápula → inchaço suave • Reação de fase tardia: inicia 2 a 4h + tarde • Doenças alérgicas em humanos: • A degranulação dos mastócitos é o componente central. • As manifestações clínicas e patológicas irão depender do tecido em que os mediadores de mastócitos exercem efeitos. • O ponto de contato com o antígeno pode determinar o tecido ou órgão envolvido: • Antígenos inalados → rinite ou asma • Antígenos ingeridos → vômitos ou diarreia • Antígenos injetados → efeitos sistêmicos • Tecidos com maior número de mastócitos sofrem mais lesões • Anafilaxia sistêmica: • Reação de hipersensibilidade imediata caracterizada por edema em muitos tecidos e redução da pressão sanguínea (vasodilatação). • Efeitos resultam da presença sistêmica do antígeno: picada de inseto, injeção, absorção por mucosas. • Potencialmente fatal!! • Tratamento: epinefrina sistêmica e anti-histamínicos • Constrição das vias aéreas → vasodilatação → redução da PA → edema de laringe → lesões de pele • Asma brônquica: • Doença inflamatória • Repetidas reações alérgicas de fase imediata e tardia → obstrução intermitentes das vias aéreas, inflamação crônica com eosinófilos, hipertrofia do músculo liso brônquico, hiper-reatividade aos broncoconstritores • Rinite alérgica: • É a doença alérgica mais comum • Consequência da hipersensibilidade imediata aos alérgenos comuns localizados no trato respiratório superior • Manifestações: edema de mucosas, infiltração de leucócitos com eosinófilos, secreção de muco, tosse, espirros, dificuldade para respirar e conjuntivite IMUNIDADE AOS TUMORES: • Câncer: • Grave problema de saúde pública no mundo todo • Letalidade → crescimento descontrolado dentro dos tecidos normais → danos e prejuízos funcionais • O fenótipo maligno dos cânceres é consequência de alguns fatores: defeitos na regulação da proliferação celular, resistência a apoptose e capacidade de invasão e metástase • O fenótipo maligno dos cânceres é consequência de alguns fatores: capacidade de evasão dos mecanismos de defesa imune • A vigilância imune: • São funções fisiológicas do sistema imune: reconhecer e destruir clones de células transformadas antes que se tornem tumores, e eliminar tumores depois de formados • A existência da vigilância imune foi demonstrada pelo aumento da incidência de alguns tumores em indivíduos imunocomprometidos. • Características da resposta imune aos tumores: • Tumores estimulam respostas imunes adaptativas específicas → previnem ou limitam o crescimento e a disseminação dos cânceres. • Tumores podem induzir uma resposta imune protetora: • As respostas imunes frequentemente falham em evitar o crescimento de tumores, porque: tumores podem evadir a resposta imune do hospedeiro, muitos tumores podem ser fracamente imunogênicos, e o crescimento rápido + disseminação > mecanismos de controle imune • Antígenos tumorais: • Produtos de genes mutados, proteínas celulares expressas anormalmente, antígenos de vírus oncogênicos, antígenos oncofetais, antígenos glicolipídicos e glicoproteicos alterados, e antígenos de diferenciação tecido-específicos • Antígenos tumorais: • 1) produtos de genes mutados: • Os oncogenes e genes supressores de tumor mutados produzem proteínas diferentes das proteínas celulares normais → podem induzir respostas imunes • 2) proteínas celulares expressas anormalmente: • Alguns antígenos tumorais são proteínas não mutadas (normais): • 3) antígenos de vírus oncogênicos: • Vários DNA vírus estão envolvidos no desenvolvimento de diferentes tumores: • Vírus Epstein-Barr (EBV): linfoma de células B e carcinoma nasofaríngeo • Papilomavírus humano (HPV): carcinoma de colo de útero e carcinoma de orofaringe • Herpes-vírus: sarcoma de Kaposi • Antígenos proteicos codificados pelo vírus → sintetizados endogenamente pelas células tumorais → apresentação por MHC das células tumorais → imunogenicidade • Peptídeos virais são antígenos estranhos → os tumores induzidos por vírus de DNA estão entre os mais imunogênicos → tumores associados à vírus são mais comuns em indivíduos imunocomprometidos → vacinas para DNA vírus: baixa incidência de tumores associados • 4) antígenos oncofetais: • São proteínas expressos em ↑ níveis em células tumorais e em tecidos fetais normais, mas não em indivíduos adultos: • CEA antígeno carcinoembrionário: Expressão ↑, câncer de intestino, câncer de pâncreas, câncer de mama e câncer de estômago • AFP alfa-proteína: Expressão ↑, carcinoma hepatocelular, tumores de células germinativas • Respostas imunes aos tumores: • Imunidade aos tumores: linfócitos T, anticorpos, células NK e macrófagos • Linfócitos T: O principal mecanismo de proteção imune contra os tumores está na eliminação de células tumorais por células TCD8+ citotóxicas • Linfócitos T CD8+: Para que a células T citotóxicas eliminem as células tumorais, a apresentação cruzada de antígenos pode ser necessária: captura de antígenos e apresentação por uma APC • Linfócitos TCD4+: as células TCD4+ auxiliares produzem citocinas que estimulam a maturação e diferenciação das células TCD8+, e TNF e IFNy: células tumorais com alta expressão de MHC I e alta sensibilidade à lise • Células NK: Eliminam células tumorais em: expressão de MHC I baixa, e receptores de ligantes de ativação de células NK • Macrófagos: 2 fenótipos de macrófagos com atividades opostas • Evasão tumoral das respostas imunes: • Muitos tumores malignos desenvolvem mecanismos que lhes permitem escapar das respostas imunes antitumorais: Perda de expressão de antígenos e inibição ativa das respostas imunes • Muitos tumores malignos desenvolvem mecanismos que lhes permitem escapar das respostas imunes antitumorais: • O sistema imune exerce pressão seletiva sobre o crescimento dos tumores = IMUNOMEDIAÇÃO TUMORAL • Ao longo do tempo, os tumores se tornam menos imunogênicos • A inibição ativa das respostas imunes pelos tumores pode ocorrer por: expressão de ligantes inibitórios CTLA-4 e PD-L1, secreção de imunossupressores TGF-beta, e + células T regulatórias • A inibição ativa das respostas imunes pelos tumores pode ocorrer por: macrófagos M2 associados a tumores (inibem a função das células T citotóxicas, secreção TGF-beta, secreção de fatores que favorecem a angiogênese), e células supressoras mieloide-derivadas MDSC (estímulo e inibição) AUTOIMUNIDADE • Células atacam suas próprias células • Tolerância imunológica: • É a não responsividade a um autoantígeno • Tolerância a autoantígenos → propriedade fundamental do sistema imunológico normal → falha → doenças autoimunes • Tolerância central → órgãos linfoides centrais: timo e medula óssea → linfócitos imaturos encontram antígenos • Tolerância periférica → órgãos linfoides periféricos → linfócitos maduros reconhecem autoantígenos • Indivíduos normais são tolerantes aos seus próprios antígenos porque os linfócitos responsáveis pelo reconhecimento dos autoantígenos são: inativados, eliminados e alteração de especificidade • Autoimunidade: • Quando o sistema imunológico reage contra antígenos próprios, causando dano tecidual. • Fatores que contribuem: suscetibilidade genética, gatilhos ambientais: lesões teciduais e infecções, mudanças genéticas nas células do sistema imune, e alteração na microbiota • Características gerais das doenças autoimunes: • Podem ser sistêmicas ouórgão específicas • Depende da distribuição dos autoantígenos • Complexos imunes circulantes → doenças sistêmicas → Ex: lúpus eritematoso sistêmico • Autoanticorpos ou células T contra autoantígenos de distribuição tecidual restrita → Doenças específicas dos órgãos ou tecidos → Ex.: Miastenia gravis, DM I, esclerose múltipla. • Vários mecanismos efetores são responsáveis pela lesão dos tecidos nas diferentes doenças: imunocomplexos, autoanticorpos circulantes, linfócitos T autorreativos • As características clínicas e patológicas da doença serão determinadas pela natureza do mecanismo dominante. • Doenças autoimunes tendem a ser CRÔNICAS, PROGRESSIVAS e de AUTOPERPETUAÇÃO: • Os autoantígenos são persistentes • Resposta imune contra autoantígenos → lesão tecidual → liberação de autoantígenos → (essa flecha se liga ao primeiro) • Anormalidades imunológicas que levam à autoimunidade: • Combinação de 3 fatores: falha na autotolerância, apresentação anormal de antígenos, e inflamação ou resposta inata inicial • Anormalidades genéticas e a autoimunidade: • A maioria das doenças autoimunes possui forte componente genético. • Polimorfismos genéticos múltiplos + fatores ambientais → doença autoimune • Fatores ambientais e a autoimunidade: • Indivíduos com o mesmo genoma e mesma probabilidade de desenvolver a doença • Alelos de MHC e a autoimunidade: • As associações genéticas mais fortes das doenças autoimunes são com genes MHC. • Pacientes com diversas doenças autoimunes, genotipagem de HLA → alguns alelos HLA ocorrem com maior frequência nas doenças → Cálculo da probabilidade de desenvolver doença autoimune baseado nos alelos HLA herdados • Sequências HLA associadas a doenças podem ser encontradas em indivíduos saudáveis: A expressão de um alelo HLA em particular não é por si só a causa de nenhuma doença autoimune, mas sim um dos diversos fatores que contribuem para a autoimunidade. • A associação mais forte ocorre entre a doença espondilite anquilosante e o alelo B27 do HLA I • Polimorfismos em genes não HLA e a autoimunidade: • A correlação entre os polimorfismos com a patogênese ainda é um desafio! • Papel das infecções na autoimunidade: • Infecções virais ou bacterianas podem contribuir para o desenvolvimento e exacerbação da autoimunidade: • Ativação das APCs → Microrganismos podem ativar as APCs para que elas expressem co-estimuladores. Quando encontram expressam autoantígenos são capazes de ativar as células T • Mimetismo molecular → Antígenos microbianos podem ter reatividade cruzada com autoantígenos. A resposta imunológica a eles pode atuar também contra antígenos próprios • Doença autoimune • Outros fatores na autoimunidade: • Inflamação, lesão ou trauma • Influência hormonal • Fármacos e toxinas • Exposição de autoantígenos antes ocultos do sistema imune (Ex.: uveíte pós traumática) • Doenças autoimunes: • Lúpus Eritematoso Sistêmico → Resposta de anticorpos contra antígenos nucleares próprios. Formação de imunocomplexos → Artrite, glomerulonefrite, manifestações cutâneas, anemia, trombocitopenia, outros. • Artrite reumatóide → Respostas de células B e T contra autoantígenos nos tecidos articulares. Produção de citocinas e inflamação → Inflamação e destruição das cartilagens das articulações • Esclerose Múltipla → Células Th1 e Th17 reagem contra antígenos próprios de mielina no SNC → Anormalidades na condução nervosa e déficits neurológicos • DM I → Destruição autoimune das células β pancreáticas → Hiperglicemia e cetoacidose • Resumindo: • As doenças autoimunes estão entre os problemas científicos mais desafiadores da área da imunologia: • Fatores genéticos + fatores ambientais +? → doenças autoimunes IMUNIDADE AOS TECIDOS IMPLANTADOS: • Transplante: • o Tratamento amplamente utilizado para a substituição de órgãos e tecidos que não funcionam por órgãos ou tecidos saudáveis: • TRANSFUSÃO = transferência de células do sangue ou plasma de um indivíduo para o outro. • A resposta imunológica contra os tecidos transplantados é a principal barreira para os transplantes: • Sistema imunológico → controle da resposta imunológica → transplante bem sucedido • Princípios gerais da imunologia do transplante: • Doador → geneticamente diferente → receptor → rejeição do transplante → resposta imune adaptativa • Tentativas de transplante de pele entre indivíduos não aparentados sempre fracassavam: • Enxerto → 1 a 2 semanas → necrose e desprendimento do tecido → a falha do enxerto é causada por uma reação inflamatória → rejeição • A rejeição do enxerto apresenta características da resposta imune adaptativa • Memória • Mediação por linfócitos • Conceitos importantes: • Enxerto autólogo: transplante para o mesmo indivíduo • Enxerto singênico: transplante entre indivíduos geneticamente idênticos • Enxerto alogênico (aloenxerto): transplante entre indivíduos geneticamente diferentes • Resposta imune adaptativa aos aloenxertos: • Os antígenos (aloantígenos) que estimulam a resposta imune adaptativa contra os aloenxertos são: • Proteínas de histocompatibilidade → Codificadas por genes ↑↑↑ polimórficos → Indivíduos diferem entre si • Regras básicas da imunologia de transplantes: • Células ou órgãos transplantados entre indivíduos geneticamente idênticos nunca são rejeitados. • Células ou órgãos transplantados entre indivíduos geneticamente diferentes sempre são rejeitados. • A descendência de um cruzamento entre duas linhagens puras de animais não vai rejeitar enxertos qualquer um dos pais. • A genética da rejeição do transplante: • As moléculas nos enxertos responsáveis por desencadear a rejeição devem ser polimórficas e a sua expressão é codominante • O MHC e a imunidade aos transplantes: • Os alvos moleculares da rejeição dos enxertos são as proteínas do MHC. • Existem outros alvos além do MHC, geralmente proteínas apresentadas pelo MHC à células T do hospedeiro = antígenos de histocompatibilidade secundários • Reconhecimento de aloantígenos pelas células T: • Os aloantígenos do MHC podem ser reconhecidos de forma direta ou indireta: • As respostas de células T por reconhecimento direto são muito fortes: há ↑ frequência de células T que conseguem reconhecer um único MHC alogênico • Os aloantígenos do MHC podem ser reconhecidos de forma direta ou indireta • Funções ativadoras e efetoras dos linfócitos T alorreativos: • Linfócitos reconhecem aloantígenos → ativação, proliferação e diferenciação → Funções efetoras para danificar os enxertos7 • Ativação de linfócitos T autorreativos: • Coestimulação das células T: • Além do reconhecimento do aloantígeno, a coestimulação de células T, principalmente por B7 é importante para a ativação das células T alorreativas. • Funções efetoras das células T alorreativas: • TCD4+ → Diferenciação em células produtoras de citocinas → inflamação e dano aos enxertos • TCD8+ → Diferenciação em linfócitos T citotóxicos (CTL) → Morte das células do enxerto com MHC I alogênico, e secreção de citocinas inflamatórias • Ativação de células B alorreativas e produção de aloanticorpos: • Os anticorpos contra os antígenos do enxerto também contribuem para a rejeição. • Os antígenos mais frequentemente reconhecidos pelos aloanticorpos são as moléculas HLA do doador, incluindo as proteínas do MHC I e II • Mesmos mecanismos efetores da resposta imune à infecção • Ativação do complemento • Direcionamento e ativação de neutrófilos, macrófagos e células NK via porção Fc • Antígenos HLA são expressos nas células endoteliais → A vasculatura dos enxertos • é o principal alvo dos aloanticropos • Padrões e mecanismos de rejeição de enxertos: • A rejeição do enxerto é classificada com base em características histopatológicas e no tempo de curso da rejeição após o transplante • Rejeição hiperaguda → Oclusão trombóticada vasculatura do enxerto • Minutos a horas após o transplante • Provocada por anticorpos preexistentes na circulação que se ligam aos antígenos endoteliais do doador. • Ex.: anticorpos anti-ABO • Ativação do complemento, dano endotelial, inflamação e trombose • Rejeição aguda → Processo de lesão do parênquima e dos vasos sanguíneos do enxerto • Semanas a anos após o transplante • 2 padrões: mediado por células T e humoral (mediado por anticorpos). • A ligação de anticorpos na superfície das células endoteliais leva à ativação do complemento, provocando lise das células, recrutamento e ativação de neutrófilos e formação de trombos. • Com os avanços da terapia para a rejeição ajuda, a maior causa de falha para os aloenxertos de órgãos vascularizados passou a ser a rejeição crônica. • Rejeição crônica: • Meses a anos após o transplante. • A lesão dominante é a oclusão arterial como resultado da proliferação das células de músculo liso da íntima dos vasos. • Os enxertos falham principalmente por causa do dano isquêmico resultante. • Reação inflamatória crônica na parede do vaso, proliferação de células musculares lisas da íntima, oclusão do vaso • Prevenção e tratamento de rejeição de aloenxertos: • Métodos para ↓ a alogenicidade de aloenxertos: • Minimizar as diferenças alogênicas entre doador e receptor → Quanto maior o no de alelos MHC compatíveis, melhor a sobrevida do enxerto. • Selecionar doadores ABO compatíveis (evita rejeição hiperaguda) • Testar os receptores de transplantes para a presença de anticorpos pré- formados contra as moléculas de MHC do doador ou outros antígenos de superfície celular • Prevenção e tratamento de rejeição de aloenxertos: • Fármacos imunossupressores • Principal desvantagem: inibição da imunidade protetora • Inibidores das vias de sinalização de linfócitos T: impedem a proliferação e a diferenciação de células T. Ex.: Ciclosporina, tacrolimus, rampamicina (sirolimus) • Antimetabólitos: matam as células T em proliferação: Ex.: micofenolato mofetil (MMF) • Bloqueio coestimulatório: bloqueiam as vias de Coestimulação de células T • Bloqueio de células B alorreativas • Anti-inflamatórios • Doenças do enxerto x hospedeiro: • Complicação associada aos transplantes de células tronco hematopoiéticas, e alguns órgãos sólidos. • Células T do doador reconhecem aloantígenos do receptor e atacam os tecidos do receptor. • Quando o hospedeiro é imunocomprometido. • Alvos: Antígenos de histocompatibilidade menores. • É a principal limitação para o sucesso do transplante de medula óssea; • Forma aguda: morte das células epiteliais da pele, fígado e trato gastrointestinal • Forma crônica: fibrose e atrofia dos mesmos tecidos; • Alta taxa de mortalidade > 40% dos casos