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Redação Instrumental Profª: Tatiana Jácome Capítulo 1 Narrativa Jurídica Narração Relato de um episódio real ou fictício que implica interferência de elementos, como: Fato ou ação [O quê?] Personagens [Quem?] O modo como a ação/fato é desenvolvido [Como?] O momento em que o fato ocorreu [Quando?] O lugar do ocorrido [Onde?] O motivo do acontecimento [Por quê?] Resultado da ação [Por isso?] (Garcia, 2012) Elementos Indispensáveis para narração: Quem O quê A narração gira em torno do fato. “Qualquer acontecimento de que o homem participe direta ou indiretamente” Estágios Progressivos no Enredo 1º - Exposição: Circunstâncias, época, ambiência e apresentação dos personagens 2º - Complicação: fase em que o conflito é iniciado 3º - Clímax: ápice da história 4º - Desfecho/Desenlace: solução do conflito Manuel Bandeira Elementos Narrativos Sintetizando: “toda narrativa consiste numa sequência de fatos, ações ou situação que, envolvendo participação de personagens, se desenrolam em determinado lugar e momento, durante certo tempo.” (GARCIA, 2012, p. 258) Narrativa Jurídica e seus Elementos Constitutivos O que? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? De uma “trama de vida” para um “fato jurídico”. Tempo e narrativa encontram-se imbricados. Contar uma história é “agenciar fatos”. Narração dos fatos que geraram a situação fática. Numa petição inicial, por exemplo, a narrativa jurídica é produzida no elemento denominado DOS FATOS Inicia pela causa de pedir mais remota (origem do negócio jurídico/relação com Direito material) Termina com a causa de pedir próxima (descumprimento da obrigação pelo réu) Elementos Narrativos O que? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Elementos Narrativos Outro exemplo: Elementos Narrativos O que? Quem? Como? Onde? Quando? Por quê? Elementos Narrativos Causa de pedir remota: contrato e compra e venda Causa de pedir próxima: sem a resolução do defeito pelo fornecedor, o autor requereu a substituição do produto. É fundamental a diferenciação entre o ato de argumentar e o ato de narrar. A narrativa dos fatos (“Dos Fatos”) precede à argumentação jurídica (“Do Direito”) Só traz a situação fática: fatos, provas e as circunstâncias em que o fato ocorreu. Narrativa Jurídica: Raciocínio lógico na seleção e organização dos fatos Os fatos devem ser narrados em: um raciocínio lógico, coeso e coerente, na ordem linear ou cronológica (= calendário, relógio), dos fatos narrados decorre logicamente o pedido coerência lógica e verossímil entre os fatos Narrativa Jurídica: Ordem Linear ou Cronológica Ordem temporal: trata da cronologia dos fatos, sucessão de acontecimentos no decorrer do tempo Ordem causal: estabelece a relação de causa e consequência (conduta humana) ou causa e efeito (fenômeno da natureza) (OAB-RJ 2008.1) Aspectos Linguísticos: Narrativa Jurídica O advogado utiliza-se de vários procedimentos linguísticos na elaboração da narrativa jurídica para exercer a persuasão, como: terceira pessoa do singular (distanciamento e objetividade) transcurso do tempo e a preferência pela ordem cronológica ou linear estratégia de persuasão porque produzem efeitos de realidade, de “verdade”, ou melhor, de verossimilhança e, portanto, de maior confiabilidade Modos de Narrar o Texto Jurídico: Discurso Direto e Indireto Discurso direto e discurso indireto são modos de relatar o discurso de outrem. Modos de citação do discurso alheio: Discurso citante: discurso de quem está produzindo o texto Discurso citado: discurso utilizado para complementar ou ilustrar o discurso citante Discurso Direto: fala integral das partes, sem qualquer interferência. Costumam marcar o discurso direto com o uso de travessões (-) ou aspas (“”) para identificar a fala da personagem. Para introduzir o discurso direto, emprega-se dois pontos no final da frase anterior IMPORTANTE: deve-se evitar o uso do discurso direto na narrativa jurídica O advogado deve mostrar em seu texto: competência linguística linguagem própria Autônoma narração e descrição com sua própria linguagem o que a parte lhe relatou sobre o caso concreto maior veracidade para os fatos narrados Discurso indireto: produção híbrida das palavras do sujeito que cita com as palavras do sujeito citado. É uma paráfrase do que foi proferido pelo enunciador citado. image1.png image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.jpeg image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg