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Cinemática do Trauma e Lesões

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CINEMÁTICA DO TRAUMA E MECANISMO DE LESÃO 
Volta Redonda – 2019 
• CARLOS RODRIGO AMORIM SILVA 
 
• DOUTORANDO EM PSICOLOGIA CLINICA 
• ESPECIALIZAÇÃO EM URGÊNCIA E EMERGENCIA EM APH 
• ESPECIALIZAÇÃO DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR 
• ESPECIALIZAÇÃO SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO E PANICO 
• ENFERMEIRO – ESTÁCIO DE SÁ 
• EMERGENCISTA PRÉ HOSPITALAR - 
• EMERGÊNCIA RADIOLÓGICA NUCLEAR 
• OPERAÇÕES COM P. PERIGOSOS 
• PROF. BOMBEIRO PROFISSIONAL CIVIL- 
• BOMBEIRO MILITAR 
 RECONHECER OS PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS QUE 
ENVOLVEM UM ACIDENTE; 
 
 PREVENIR A EQUIPE DE SOCORRISTAS; 
 
 UTILIZAR PARÂMETROS PARA O RECONHECIMENTO DA 
CINEMÁTICA DO TRAUMA E FATORES PREDISPONENTES; 
 
 IDENTIFICAR O MECANISMO DE LESÃO NO PRÉ-HOSPITALAR 
A globalização tem trazido uma série mudanças em nossa sociedade, 
sejam a conceito de algumas positivas e de outras negativas. Certo é que 
vem numa velocidade cada vez maior, isto significa que não podemos 
perder tempo, pois quem está parado encontra-se na mesma situação dos 
que caminham para traz. Estes por sua vez se aproveitam da vasta 
tecnologia a fim de desestruturar a sociedade sempre procurando o 
caminho mais curto, mais barato e menos trabalhoso para tirar vantagem 
custe o que custar, burlando as técnicas nas quais muito se trabalha para 
construir e desenvolver. 
A IMPORTÂNCIA DO PROTOCOLO 
Algumas condições levam inevitavelmente à morte, inclusive estando sob 
cuidados dos melhores médicos. Se fizer tudo o que deve e puder 
acreditando estar procedendo corretamente, ficará com a consciência 
tranqüila, mesmo se o resultado não for o esperado. Esse conjunto de 
informações o tornará cada vez mais Seguro. Mas lembre-se, o excesso de 
autoconfiança poderá ser o maior inimigo! 
Lembre-se da iatrogenia, mesmo que haja algum risco, o correto é aplicar 
um tratamento que beneficie a vítima, nunca utilize um tratamento duvidoso 
apenas por fazer alguma coisa. A inatividade consciente é a mais difícil das 
atividades (-Agora basta esperar!). 
CONCEITOS 
Sinistro refer-se a qualquer evento em que o Bem ou a Pessoa sofre um 
prejuízo (dano). Representa a materialização do risco, causado por 
intercorrencias Previsíveis ou Inesperadas, Humanas ou Naturais, 
Culposas ou Dolosas. 
A Prevencão é de fácil entendimento a condição ideal para foco principal 
em acões individual e social, porém se não houver relação entre 
Condicionantes e Vulnerabilidade o Risco se torna maior vitimando e 
causando prejuízos a humanidade. 
Incolumidade é direito de todo cidadão, entretanto, frente a 
determinadas adversidades onde a autosuficiencia é falida a intervencão 
de outrem torna-se muitas das vezes imprescindível inclusive a 
manutencão da VIDA. 
A Relação entre: R~(A,V) 
Ameaça Vulnerabilidade Risco 
 Maior Maior = Maior 
 Maior Menor = Menor 
 Menor Menor = Menor 
 Menor Maior = Maior 
 
DEFINIÇÕES 
O que são primeiros Socorros ou Atendimento Pré-Hospitalar? 
Conjunto de ações ou medidas das mais simples as mais complexas, nem 
sempre padronizadas (improviso), que visam atendimento imediato a vítimas 
de traumas ou mal súbito (Físico) ou ainda situações de Abalos psíquicos 
(emocional) até a chegada de socorro especializado e equipado. Porém as 
decisões devem ser ditadas pelo bom senso dependendo da autonomia do 
prestador, se oriundas ou não da área de saúde, seu grau de instrução. E 
que melhor se aplique no momento. 
 
Classificação nos primeiros socorros: 
Emergência 
Evento de natureza muito grave, que requer atendimento imediato e 
prioritário, não podendo esperar, geralmente com risco de morte rápida. 
Urgência 
Evento de natureza grave, que requer atendimento rápido, podendo 
aguardar algum tempo, não havendo risco iminente à vida. 
DEFINIÇÕES 
Origem das Emergências ou Urgências: 
Mal Súbito: Ocorrência inesperada de origem interna, ou seja, patológica ou 
metabólica; 
Trauma: Ocorrência inesperada de origem externa, ou seja, acidentes 
(fraturas, escoriações, lacerações, etc.). 
Finalidade. 
1º - Preservar a vida; 
2º - Restringir os efeitos da lesão; 
3º - Impedir a iatrogenia; 
4º - Promover a recuperação da vítima. 
Quem presta socorro deve ser; 
1º - Muito bem treinado e atualizado quanto a conhecimentos e técnicas; 
2º - Senso de autocrítica e liderança; 
3º - Humildade, paciência e autocontrole; 
4º - Um grande sentido de solidariedade humana e desinteresse por 
recompensa material ou manifestação de gratidão. 
5º - Periodicamente reavaliado. 
JURISPRUDÊNCIA 
Omissão de Socorro Segundo o Artigo 135 do Código Penal consiste em: 
“Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à 
criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em 
desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o 
socorro da autoridade pública”. 
Pena: detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses ou multa. Diz ainda aquele 
artigo, “A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão 
corporal de natureza grave, e é triplicada, se resulta de morte”. 
Vale ressaltar que, o fato de chamar o socorro especializado, nos casos em 
que a pessoa não possui treinamento específico ou não se sente confiante 
para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. 
Imperícia é execução de uma função sem a plena capacidade para tal. É 
cometer erro por falta de conhecimento ou habilidade, ou seja, profissional 
inabilitado que realiza o procedimento de forma inadequada. 
Imprudência é o erro acometido com conhecimento das regras, porém não 
executado com as cautelas exigidas no tratamento. Por exemplo, o Indivíduo 
preparado insistisse em realizar um procedimento inadequado e não solicitar 
auxílio. 
JURISPRUDÊNCIA 
Negligência é considerada, no âmbito ético-profissional, a mais grave dos 
três. É o erro acometido com consciência de como deve ser feito sem a 
existência de algum fator de impedimento e por mero desleixo, menosprezo 
ou indolência, não é realizado adequadamente. 
É Direito da Vítima a Recusa de Atendimento, feita por Adultos, 
conscientes e com clareza de pensamentos, se criança ou incapaz, a 
recusa poderá ser feita pelos pais ou responsáveis. Não discuta as razões, 
sobretudo de ordem religiosa, até então, não toque no paciente. Seja 
profissional e tente convencê-lo com argumentos técnicos. 
O Consentimento formal é expresso verbalmente, mas pode ser dado por 
pais mesmo que a criança não queira. Para tal, o socorrista tem que 
explicar as causas dos cuidados. Tenha sempre uma testemunha. 
Consentimento Implícito ocorre quando a vítima está inconsciente, confusa, 
gravemente ferida ou menor, incapaz sem companhia de pais ou 
responsáveis. 
O Sigilo - identificar o paciente pelo nome, tecendo comentários sobre o 
atendimento, seja com amigos familiares ou pessoas da comunidade ou 
mesmo a imprensa. Não se aplica quando chamado a testemunhar perante 
a corte. 
 
FATORES PSICOLÓGICOS OBSERVADOS 
O sentimento difuso de mal estar que se origina dos acontecimentos 
públicos traumáticos, chamados estressores, provenientes de situações-
limites geram angústia pública. 
Cada um tem a capacidade de reagir frente as adversidades, mas o efeito 
massa acaba por vezes predominando, dependendo do poder de 
persuasão do ativo ou de resistência do passivo frente ainda a intervenção 
do profissional. 
A expressão Equilíbrio Emocional, na prática, no cotidiano dramático das 
ações de Socorro é principal responsável pelo sucesso do trabalho 
evitando conseqüências mais graves como a Neurose do Trabalho 
denominada Síndrome de Burnout 
O Burnout não tratado afasta o profissional da realidade tornando-o 
obsoleto podendo desencadear outro trauma psicológico Chamada 
Síndrome do Bicho Papão. 
O imprevisível incomoda, desequilibra e silencia a onipotência do ser 
humano. Isto não significaficar calado no drama ou paralisia diante da 
tristeza, mas sim, discutir e buscar teorias e práticas que possam oferecer 
caminhos sempre levando em conta a experiência e o contexto que 
surgem nas circunstâncias de Crise. 
ADVERSIDADES E TIPOS DE PÚBLICO E VÍTIMAS 
 
Intempéries Naturais; Tipo de Público; Psicopatias Agudas 
 
Fatores Emocionais (Hipersensibilidade ou Subestimação). 
Estes são Alguns dos fatores que mais contribuem para a quebra do 
Protocolo devido o aumento significativo do grau de dificuldade no 
Atendimento. 
A Aventura pode ser Louca, mas o Aventureiro deve ser Lúcido! 
 
As vítimas são classificadas em: 
- 1º Grau – as que sofrem o impacto direto com perdas materiais ou danos 
físicos; 
- 2º Grau – familiares e amigos; 
- 3º Grau – chamadas de ocultas, integrantes das equipes de intervenção e 
voluntários; 
- 4º Grau – a comunidade afetada em seu conjunto; 
- 5º Grau – as pessoas que ficam sabendo através dos meios de 
comunicação. 
SINTOMATOLOGIA EM FASES 
-Fase de Reação de Alarme – caracterizada pelo aumento da ansiedade e 
mobilização dos mecanismos de defesa, aceleração do pensamento e 
inquietação, diminuição do limiar de irritabilidade e agitação psicomotora 
leve, tentativa de compensação via busca de resolução do agente 
estressor. Ocorre a incidência de mialgia, cefaléia, transtornos de sono, 
alterações do sistema digestivo... 
- Fase de Resistência – estabilização da ansiedade, exacerbação dos 
mecanismos de defesa e intolerância, inquietação e baixa resistência à 
frustração, irritabilidade intensa, fadiga fácil, dificuldade de concentração e 
lapso de memória, dificuldade de concentração e pesadelos... 
- Fase de Exaustão – ansiedade substituída por angústia e depressão, 
falência dos mecanismos de defesa e apatia, amorfismo ou labilidade 
afetiva, amnésias discretas, dispersividade intensa podendo ocorrer idéias 
de auto-flagelo ou suicidas, fadiga crônica e desmotivação, perda da volição 
e libido, prostração, isolamento e insônia resistência a ajuda e 
aparecimento do caráter solicitador. 
As pessoas são diferentes e respondem de forma diferente! 
PRIMEIROS AUXÍLIOS PSICOLÓGICOS 
Estes agentes estressores podem desencadear subitamente ou 
cronicamente certas Comorbidades. Somente um olhar peculiar de 
observador minucioso pode contribuir para evitar essa evolução que pode 
culminar no fim da vida. 
 
Os primeiros auxílios básicos consistem em: 
-Prevenir e Abrandar os impactos pós-traumáticos pois é fundamental no 
sentido de restaurar as funções psíquicas e conforme a gravidade 
encaminhá-las ao psicólogo para readaptadas de forma branda as novas 
condições; 
- Restabelecer a capacidade de enfrentamento imediato; 
- Controlar os sentimentos ajudando a pessoa a dar passos concretos 
enfrentando a crise e; 
- Continuar, dar sentido ao curso da vida. 
 
CINEMÁTICA 
Cada Vitima Apresenta características que podem ou não ser vista pelo 
socorrista, e o trauma no pré-hospitalar esta na relação efetiva com o fator 
Tempo e Qualidade. Cinemática do Trauma é, portanto o processo de 
análise e avaliação da cena do acidente, com o escopo de se estabelecer o 
Mecanismo da Lesão e estreitar o diagnóstico dependendo da força e 
movimentos envolvidos. 
Através da cinemática o socorrista pode informar ao médico intervencionista 
e/ou regulador, dados de suma importância para o tratamento mais 
adequado a ser dispensado na fase Pré e Hospitalar, e guiar seu próprio 
atendimento. 
“Saber onde procurar lesões e tão importante quanto saber o que fazer 
após encontrá-las”. 
CINEMÁTICA 
Fases da Cinemática do Trauma 
1- Pré-colisão - A história do Sinistro traumatizante começa com a pré-
colisão com dados como ingestão de álcool ou drogas, doenças 
preexistentes, condições climáticas, tamanho, peso, idade e sexo da vítima 
e/ou agressor. 
CINEMÁTICA 
Fases da Cinemática do Trauma 
2- Colisão - A segunda e talvez a mais importante fase na anamnese 
do trauma é a “fase da colisão propriamente dita”, fase esta que 
começa quando um objeto colide com outro e ocorre uma 
transmissão de energia entre eles. Os objetos podem estar em 
movimento ou um deles estacionado, e qualquer um dos objetos ou 
ambos, podem ser um corpo humano. Esta fase começa pelo início 
das trocas e transformações energéticas entre os corpos e termina 
quando a ação energética se extingue ou deixa de atuar sobre o 
organismo da vítima. 
Nesta fase pode ocorrer até Três Colisões a serem consideradas, 
sendo:: 
CINEMÁTICA 
Fases da Cinemática do Trauma 
3- Pós-colisão - As informações conseguidas nas fases anteriores são 
usadas para melhor abordagem da vítima na fase pós-colisão, fase esta 
que inicia tão logo a energia se extinga ou deixe de atuar sobre o 
organismo da vítima, trata-se da abordagem e evolução do quadro da 
Vítima, com os demais fatores associados. 
MECANISMO DA LESÃO 
No atendimento inicial do traumatizado devemos apreciar criteriosamente 
os mecanismos que produziram os ferimentos. Mantendo um alto grau de 
suspeita, o socorrista ganha em aptidão para pré-diagnosticar os ferimentos 
ocultos e um precioso tempo na instituição do tratamento. Todo ferimento 
potencialmente presente deve ser investigado, tendo em vista o mecanismo 
de trauma em questão. 
O mínimo de conhecimento Anatômico acaba se fazendo necessário para 
interpretação das Articulações, Estruturas e Tecidos que associados a 
cinemática Apontam o Mecanismo da lesão. 
MECANISMO DA LESÃO 
Por exemplo, uma vítima de colisão traseira sugere a Cinemática que 
ocorra uma (efeito chicote), conseqüentemente uma lesão de vértebras da 
coluna cervical com possível secção de medula. Mas isto depende de 
vários outros fatores como: Se existe o encosto para a cabeça e se esta 
cabeça estava encostada, se a vítima estava de sinto de segurança, 
acordada, esperava a colisão, a estrutura muscular que absorve parte do 
impacto, entre outros. Logo somente examinando a vítima podemos 
atestar uma suspeita de lesão a ser confirmada através de exames e 
diagnóstico médico. 
A Lesão seria a fratura da vértebra ou a herniação do seu disco devido à 
pressão traumática, o Mecanismo seria (hiperextensão), que se 
manipulado de forma errada pode causar ainda edema ou secção da 
medula que caracterizaria uma Iatrogenia. 
MECANISMO DA LESÃO 
Outros Exemplos de Mecanismos podem ser Hiper... Tração, 
Lateralização, Rotação, Flexão, Sobrecarga Axial e Cavitações. 
MECANISMO DA LESÃO 
Para que um objeto em movimento perca velocidade é necessário que sua 
energia de movimento seja transmitida a outro objeto. Esta transferência 
de energia ocorre quando, por exemplo, um objeto em movimento colide 
contra o corpo humano ou quando o corpo humano em movimento é 
lançado contra um objeto parado, os tecidos do corpo humano são 
deslocados violentamente para longe do local do impacto pela transmissão 
de energia, criando uma cavidade, este fenômeno chama-se cavitação. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Para gerenciar o tempo e determinar as manobras a serem executadas 
devemos considerar o Tipo do Sinistro e a Energia que Ocorreu. 
Para aumentar o entrosamento e chance de vida valorizando ainda mais 
sua função ao interagir com o médico regulador ou intervencionista 
regularize sua fala padronizando na escala de prioridades. 
Exemplo: Bom dia, seu nome e 
função (sou o Fulano Socorrista do 
Corpo de Bombeiros), Identifique a 
vítima e idade, tipo de Evento (o 
Sr. Firmino foi vítima de um 
Capotamento de 180, de Baixa 
Energia, Cinemática Não 
Sugestiva, Mecanismo da Lesão 
Ausente devido uso de 
Equipamento de Proteção. Ao 
exame primário foi localizada uma 
escoriação na reg anterior do 
braço e sinais vitais preservados. 
 
PARA PENSAR 
A remoção de uma vítima de acidente de trânsito de sua 
posição inicial só deverá ocorrer quando ela: 
 
a. ( ) solicitar. 
b. ( ) desmaiar. 
c. ( ) estivercom fraturas. 
d. ( ) estiver com muita dor. 
e. ( ) estiver sofrendo risco de morte. 
e. ( X ) estiver sofrendo risco de morte. 
SAIBA MAIS 
APOSTILA BOMBEIRO CIVIL 
 
ASSISTA OS VÍDEOS DIVULGADOS NO GRUPO DO GTR; 
 
RESPONDA OS FÓRUNS; 
 
TIRE DÚVIDAS COM OS PROFESSORES/INSTRUTORES. 
 
 
 
 
 
 
 
 OBRIGADO! 
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