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AFYA SANTA INÊS 
MEDICINA – 7º SEMESTRE 
KAUÊ SILVA AGUIAR DOS SANTOS 
CLINICA INTEGRADA II – TICS 
 
1. Quais as orientações para o paciente candidato à PreEP? 
2. Quanto ao tempo para se alcançar a proteção (mucosa anal e vaginal)? 
3. Após quanto tempo podemos considerar como interrupção? 
4. Quanto ao uso simultâneo de álcool e drogas. 
5. É seguro o uso na gestação e durante amamentação? 
6. O que fazer caso esquecer do uso do medicamento em um ou dois dias? 
7. O que orientar a um paciente portador de Hepatite B? 
 
O paciente deve receber informações detalhadas sobre o que é a PrEP, 
como funciona e sua eficácia na prevenção do HIV. Antes de iniciar a PrEP, o paciente 
deve passar por uma avaliação médica completa, incluindo testes para HIV e outras 
infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), bem como avaliação da função renal e 
hepática. É essencial que o paciente entenda a importância da adesão rigorosa ao 
tratamento. A PrEP só é eficaz quando tomada conforme prescrito. O paciente deve 
ser instruído sobre como tomar a medicação corretamente, geralmente uma vez ao 
dia, sem falhas. O paciente deve concordar em retornar para exames de 
acompanhamento regularmente, que podem incluir testes de HIV, avaliação da função 
renal e hepática, bem como testes de outras ISTs. Deverá ser informado sobre os 
possíveis efeitos colaterais da medicação e instruído a relatar quaisquer sintomas 
incomuns ao médico imediatamente. Mulheres em idade fértil devem ser informadas 
sobre os possíveis riscos e benefícios da PrEP durante a gravidez e a amamentação, 
para que possam tomar uma decisão informada sobre o uso da medicação. Além 
disso, deverá receber apoio psicossocial para lidar com quaisquer preocupações ou 
ansiedades relacionadas à sua saúde sexual e ao uso da PrEP1. 
 
Quanto ao tempo para se alcançar a proteção (mucosa anal e vaginal): 
A eficácia máxima da PrEP é alcançada após a administração diária de 
tenofovir e emtricitabina por pelo menos 7 dias para a mucosa vaginal e 21 dias para 
a mucosa anal, de acordo com estudos farmacocinéticos. Isso permite que as 
 
concentrações plasmáticas de tenofovir e emtricitabina atinjam níveis protetores nas 
células-alvo do HIV2. 
 
Após quanto tempo podemos considerar como interrupção: 
A interrupção segura da PrEP deve ser considerada após uma consulta 
individualizada com um profissional de saúde. Geralmente, a interrupção abrupta da 
PrEP pode levar a uma rápida queda nas concentrações plasmáticas dos fármacos e, 
portanto, da proteção contra o HIV. Uma descontinuação planejada deve levar em 
conta o risco de exposição ao HIV e a necessidade de um período de "washout" para 
evitar interações medicamentosas com outros tratamentos3. 
 
Quanto ao uso simultâneo de álcool e drogas: 
O consumo concomitante de álcool e drogas recreativas pode aumentar o 
risco de comportamentos de alto risco que podem comprometer a eficácia da PrEP na 
prevenção do HIV. Além disso, o uso excessivo de álcool pode afetar a adesão ao 
tratamento. Portanto, é aconselhável que os pacientes evitem o uso excessivo de 
álcool e drogas durante o uso da PrEP2. 
 
É seguro o uso na gestação e durante a amamentação: 
A segurança do uso da PrEP durante a gestação e amamentação não foi 
totalmente estabelecida. Embora estudos em animais não tenham demonstrado 
efeitos teratogênicos significativos, os dados em humanos são limitados. Portanto, o 
uso da PrEP durante esses períodos deve ser considerado caso a caso, pesando os 
potenciais riscos e benefícios para a mãe e o feto ou lactente. Aconselha-se uma 
discussão detalhada com um profissional de saúde1. 
 
O que fazer caso esquecer do uso do medicamento em um ou dois dias: 
Se um paciente esquecer de tomar uma ou duas doses da medicação, é 
recomendado que ele tome a dose esquecida assim que se lembrar e continue com a 
programação normal. Se os esquecimentos forem frequentes, é essencial discutir 
estratégias para melhorar a adesão com um profissional de saúde, pois a adesão é 
fundamental para a eficácia da PrEP2. 
 
O que orientar a um paciente portador de Hepatite B: 
 
Pacientes portadores de Hepatite B devem ser monitorados regularmente 
por um hepatologista. A PrEP não oferece proteção contra o vírus da Hepatite B. 
Portanto, é crucial continuar o monitoramento da saúde hepática e receber 
orientações específicas sobre o manejo da Hepatite B em conjunto com o uso da 
PrEP. Esses pacientes devem ser educados sobre a importância da adesão ao 
tratamento antiviral para a Hepatite B e a necessidade de avaliação regular da função 
hepática3. 
 
REFERÊNCIAS 
1. DE SOUSA SILVEIRA, P. P; et al. Uso da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como 
PREVENÇÃO COMBINADA na contenção da disseminação do Vírus da 
Imunodeficiência Humana (HIV) em grupos de risco. Revista Eletrônica Acervo 
Saúde, v. 15, n. 6, p. e10267-e10267, 2022. Acesso em 22/03/2024. 
 
2. ZAPATA-PIZARRO, A; et al. Consideraciones en población transgénero respecto 
a la infección por VIH, terapia antiretroviral, profilaxis preexposición (PreP) e 
interacción con tratamiento de reafirmación de género. Revista chilena de 
infectología, v. 39, n. 2, p. 149-156, 2022. Acesso em 22/03/2024. 
 
3. ROCHA, G. M; et al. COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO ANTES E DEPOIS 
DO USO DA PROFILAXIA PRÉ-EXPOSIÇÃO (PREP): COMPENSAÇÃO OU 
MANUTENÇÃO DE RISCO? The Brazilian Journal of Infectious Diseases, v. 27, 
p. 102993, 2023. Acesso em 22/03/2024.

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