Buscar

ATIVIDADE FÍSICA E COVID-19

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CURSO DE BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ATIVIDADE FÍSICA E COVID-19
BELÉM - PA
2020
DÉBORA CONCEIÇÃO CARVALHO
ATIVIDADE FÍSICA E COVID-19
BÉLEM - PA
2020
1. ATIVIDADE FÍSICA
 Atividade física nada mais é qualquer atividade praticada regularmente sob a orientação de um professor de educação física. Um simples movimento do corpo já pode ser uma forma de atividade física. Mas, quando ela tem a finalidade de promover saúde e bem estar, precisa ter um gasto de calorias. Segundo mcerdle, et al. (2003) é importante o domínio desses conceitos para analisar criticamente se a atividade física, tida como qualquer movimento que resulte em gasto energético.
 Quando falamos dos benefícios da prática de atividade física, é necessário entender sobre a melhoria para o corpo humano como um todo. Assim compreende-se que a atividade física é essencial para prevenir e reduzir os riscos de muitas doenças além de melhorar a saúde física e mental do indivíduo. 
Segundo Matsudo e Matsudo (2000), é importante salientar que os principais benefícios de uma vida saudável advêm da prática da atividade física. A prática regular de atividade física proporciona uma melhora na circulação sanguínea, fortalece o sistema imunológico, além de ajudar a emagrecer, diminuir o risco de doenças cardíacas e fortalecer os ossos, dentre muitos outros benefícios, dentre outros. Se olharmos de forma separada os benefícios da atividade física, temos a seguinte divisão: benefícios, psicológicos, cognitivo, social e biológico. Cada um vai atuar em uma área diferente do corpo, que quando juntas trazem benefícios.
2. COVID-19
 O Sars-Cov 2 é um coronavírus novo que foi identificado pela primeira vez em Wuhan, China, no final 2019, como a causa da doença por coronavírus de 2019 (COVID-19) e com muita rapidez se espalhou por todo o mundo. 
Segundo Carda et al. (2020), possui diferentes manifestações clínicas, sendo as mais observadas: 1) leve: sem dispneia, sem baixa saturação de oxigênio no sangue (SatO2), com presença ou não de picos febril, perda de olfato e paladar; 2) moderado: dispneia a pequenos e médios esforços SatO2 94% a 98% e sinais radiológicos de pneumonia; 3) grave: dispneia, SatO2 ≤ 93%, com frequência respiratória (FR)> 30 / min, progressão radiológica das lesões, necessidade de suplementação de O2, eventualmente com ventilação não invasiva; e 4) crítico: os pacientes necessitam de ventilação mecânica.
 O vírus que causa a COVID-19 é transmitido principalmente por meio de gotículas geradas quando uma pessoa infectada tosse, espirra ou exala. Essas gotículas são muito pesadas para permanecerem no ar e são rapidamente depositadas em pisos ou superfícies. Por se tratar de um vírus altamente contagioso, sua disseminação tem sido rápida e fácil, causando uma mortalidade jamais esperada pela população mundial. A disseminação da Covid-19 é acelerada com alta taxa de transmissão, especialmente, por meio do contato próximo, através de espirro, tosse ou até mesmo pela fala (MCINTOSH, HIRSCH, BLOOM, 2020).
 Os sintomas mais comuns são, febre, tosse seca, cansaço. Os cuidados são basicamente dependentes de nossas ações, que são: Se apresentar algum dos sintomas, a pessoa deve descansar, beber bastante líquido e comer alimentos nutritivos. ficar em um quarto separado dos outros membros da sua família e usar um banheiro dedicado, se possível. 
3. ATIVIDADE FÍSICA X COVID-19
 Aliada durante o período de isolamento social, a atividade física tem ganhado cada vez mais adeptos conscientes, de que manter uma boa saúde é sinal de bem estar. Para os que já foram acometidos pela doença, a recomendação é de um retorno gradativo. Em uma situação de isolamento o ser humano é propenso a rotinas menos ativas, isso se agrava quando os períodos de reclusão são longos. Com o quadro de pandemia, o agravamento do isolamento vem junto com a incerteza de quando isso tudo irá acabar. Estudos sobre epidemiologia chegaram a conclusão de que fatores como a idade, indivíduos com diagnósticos de doenças crônicas como, tais como obesidade, hipertensão, diabetes, doenças respiratórias e doenças cerebrovasculares, alterações renais e etc, tem mais probabilidade de serem acometidas pela doença, na sua forma mais grave ou ainda na demora de sua recuperação.
De acordo com Ferreira, et al. (2020), em um período de reclusão domiciliar a população tende a adotar uma rotina sedentária, o que favoreceria a um aumento no ganho de peso corporal e surgimento de comorbidades associadas a maior risco cardiovascular, como obesidade, aumento da pressão arterial, intolerância à glicose, bem como transtornos psicossociais como ansiedade e depressão.
 O ganho de peso vai acarretar doenças como, diabetes, hipertensão, ansiedade dentre outras, o indivíduo quando diagnosticado com alguma delas torna-se do grupo de risco, ou seja, tem-se uma maior facilidade de desenvolver a forma grave do novo coronavírus.
4. ATIVIDADE FÍSICA PARA PACIENTES SINTOMÁTICOS X ASSINTOMÁTICOS
 Segundo as recomendações da European Society of Cardiology, do American College of Sports Medicine, do DERC (Sociedade Brasileira de Cardiologia), da holandesa Netherlands Society of Cardiology e os editoriais do Dr Aaron Baggish e Sanjay Sharma, Harvard Medical School e University of London, os indivíduos assintomáticos ou sintomáticos leves, devem ficar de repouso e não praticar exercícios físicos por 1-2 semanas APÓS o diagnóstico e o fim dos sintomas nos casos oligo sintomáticos, em casos moderados a graves que necessitaram de internação hospitalar: neste grupo como o acometimento cardíaco, mesmo que assintomático, possui uma prevalência alta é necessário avaliação com cardiologista para uma propedêutica mais detalhada para definir a elegibilidade para atividades físicas após 2-4 semanas do fim dos sintomas e sendo descartado acometimento cardíaco e por fim os casos moderados a graves com acometimento cardíaco: haverá inelegibilidade para exercícios físicos por 3-6 meses com acompanhamento cardiológico devido aos riscos de eventos graves induzidos pelo esforço em acometidos por miocardite com posterior retorno às atividades físicas definido caso a caso com o julgamento clínico do médico assistente.
 Sabe-se que tudo o que permeia esse vírus, ainda é muito cheio de incertezas e descobertas diárias, por parte dos cientistas. O que pode-se entender é que a grande maioria dos autores de artigos científicos, tem se baseado em evidências disponíveis e na semelhança de alguns dos sinais e/ou sintomas do COVID-19 com o H1N1, por exemplo, que é um outro vírus de cunho respiratório, porém menos agressivo do que o COVID-19. Para eles, os exercícios moderados poderão ser recomendados para indivíduos saudáveis ou assintomáticos. Pessoas com sintomas leves do trato respiratório superior (por exemplo, coriza, congestão nasal, dor de garganta leve) podem se exercitar levemente com precauções (SHIRVANI H., ET AL. 2019). Segundo a FIOCRUZ, a atividade irá gerar alterações na sua respiração, frequência cardíaca e transpiração, mas esse esforço não será muito difícil de manter. Se você está realizando em uma intensidade mais baixa ou em uma quantidade menor, lembre-se que qualquer tempo dedicado é melhor do que nenhum exercício.
5. ATIVIDADE FÍSICA EM TEMPOS DE COVID (HOME WORKOUT – TREIO EM CASA)
 
 Segundo Chen P. et al (2020), manter atividade física regular e exercitar-se rotineiramente em um ambiente doméstico seguro é uma estratégia importante para uma vida saudável durante a pandemia do coronavírus. Segundo as diretrizes do Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM), a manutenção da prática de atividade física, de forma regular e de intensidade moderada a vigorosa, irão: melhorar as respostas imunológicas à infecções, diminuir a inflamação crônica de baixo grau e melhorar os marcadores imunológicos e inflamatórios em vários estados de doenças, é importanteressaltar que precisa haver um controle da intensidade dos exercícios para evitar efeitos nocivos e assim promover a melhora do sistema imunológico, em tempos de isolamento social, a intensidade moderada deve ser de 40 a 60% de reserva da frequência cardíaca ou 65 a 75% da frequência cardíaca máxima do indivíduo. Com atividades em casa, dá para substituir os equipamentos normais presentes nas academias com itens que se tem em casa, podem ser utilizados pacotes de arroz e feijão, garrafas pet com água para exercícios com carga, cabos de vassouras, toalhas para apoios e alongamentos, cadeiras, degraus de escada e, principalmente, o peso do próprio corpo.
 Com relação a duração de cada sessão de exercícios Pitanga et al. (2020) recomendam que a aproximadamente 30 a 60 minutos por dia. Sugere-se a realização de exercícios aeróbicos de 5-7 dias por semana, com exercícios de fortalecimento muscular no mínimo 2-3 dias por semana, além de exercícios de coordenação, equilíbrio e mobilidade, sendo contraindicados programas de exercícios prolongados ou treinamento de alta intensidade sem recuperação adequada para evitar a imunodepressão e maior suscetibilidade às infeções. As atividades físicas ao ar livre são recomendadas desde que sejam tomadas as devidas precauções adicionais de distanciamento social.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Carda S, Invernizzi M, Bavikatte G, Bensmaïl D, Bianchi F, Deltombe T, et al. The role of physical and rehabilitation medicine in the COVID-19 pandemic: the clinician’s view. Ann Phys Rehabil Med [Internet]. 2020 Apr;(January). Available from: https://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S1877065720300762
CASPERSEN. C.J., POWELL, K.E., CHRISTENSON, G.M. Physical activity, exercise and physical fitness. Public Health Reports, 1985. 100, 2, 126-131.
FERREIRA, Maycon J. et al. Vida Fisicamente Ativa como Medida de Enfrentamento ao COVID-19, Sociedade brasileira de cardiologia. São Paulo, p.1, 2020
MCARDLE, W.D; KATCH, F; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: energia, nutrição e desempenho humano. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
MATSUDO, Sandra Mahecha; MATSUDO, Victor Keihan Rodrigues. Evidências da importância da atividade física nas doenças cardiovasculares e na saúde. Revista Diagnóstico e Tratamento, V.5, n.2, p. 10-17, 2000
MCINTOSH, Kenneth; HIRSCH, Martin S.; BLOOM, Allyson. Coronavirus disease 2019 (COVID-19): Epidemiology, virology, and prevention, 2020. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/coronavirus-disease-2019-covid-19-epidemiologyvirology-and-prevention. Acesso em: 16 de out. de 2020.
Pitanga FJG, Beck CC, Pitanga CPS. Atividade física e redução do comportamento sedentário durante a pandemia do Coronavírus. Arq Bras Cardiol. 2020; ahead prin:1–3.
Shirvani H, Rostamkhani F. Exercise considerations during coronavirus disease 2019 (COVID-19) Outbreak: A narrative review. J Mil Med. 2020;22(2):161–8.