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Imprimir INTRODUÇÃO Olá, estudante! Seja bem-vindo à disciplina de Neuroanatomofisiologia! Aqui vamos falar de forma integrada sobre a anatomia e a fisiologia do sistema nervoso. Este é um dos sistemas mais complexos do corpo humano, pois é formado por uma rede de estruturas que se interligam para captar e enviar estímulos; assim, podemos dizer que ele é responsável por comandar desde as áreas cognitivas até os movimentos do corpo. Por esse motivo, é importante identificarmos as estruturas presentes neste sistema, para você compreender Aula 1 INTRODUÇÃO À NEUROCIÊNCIA O sistema nervoso é um dos sistemas mais complexos do corpo humano, pois é formado por uma rede de estruturas que se interligam para captar e enviar estímulos, responsável por comandar desde as áreas cognitivas até os movimentos do corpo. 26 minutos Aspectos introdutórios relacionados à neuroanatomofisiologia Aula 1 - Introdução à neurociência 26 minutos Aula 2 - Origem e evolução do sistema nervoso 29 minutos Aula 3 - Organização do sistema nervoso I 26 minutos Aula 4 - Organização do sistema nervoso II 24 minutos Referências 2 minutos ASPECTOS INTRODUTÓRIOS RELACIONADOS À NEUROANATOMOFISIOLOGIA 107 minutos Aula 1 - Introdução à neurociência Aula 2 - Origem e evolução do sistema nervoso Aula 3 - Organização do sistema nervoso I Aula 4 - Organização do sistema nervoso II Referências https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 1 de 20 a função desempenhada por cada região. Assim, convido você a participar do estudo dos aspectos anatômicos e funcionais do sistema nervoso. Vamos começar? A EVOLUÇÃO DA NEUROCIÊNCIA Você já entende que o sistema nervoso é essencial para a vida, pois é a partir dele que temos a capacidade de movimentar-nos, de pensar e de sentir. No entanto, os egípcios não reconheciam o encéfalo como um órgão importante, pois, durante a mumificação, ele era removido e descartado, indicando que não se acreditava ser útil na vida após a morte. Aristóteles, um grande filósofo grego antigo, formulou uma hipótese de que o coração seria o órgão superior, por ser o local em que ocorreriam alterações durante eventos emocionais, e de que o encéfalo poderia ser um radiador que impediria o superaquecimento do corpo. A partir desse momento, começou-se a reconhecer que o encéfalo poderia ter uma participação importante no funcionamento do corpo humano. Logo, vários estudiosos dos séculos passados tiveram suas concepções sobre o encéfalo, percebendo, por meio de dissecações, que ele era um órgão com determinados filetes alongados que conectam o encéfalo a outras partes do corpo humano. Ainda percebiam que tinha um grande prolongamento que ficava dentro das vértebras na região posterior do tronco. Ao longo dos anos, cada estrutura do encéfalo e da medula espinal foi descoberta e, aos poucos, foram atribuídas funções a cada região encontrada. Por volta do século XVIII, por meio de cirurgias e estudos feitos por dissecação de cadáveres, observou-se que o dano no encéfalo causava desorganização das sensações, dos movimentos e dos pensamentos, e podia levar à morte. Ainda descobriram que o encéfalo se comunicava com os outros órgãos através dos nervos. No entanto, somente a partir do século XIX é que entenderam que os nervos conduziam estímulos elétricos até os órgãos efetores. Nos dias atuais, podemos ter informações privilegiadas sobre o sistema nervoso. Sabemos que os neurônios são a unidade funcional deste sistema; que eles se comunicam principalmente por sinapse química, utilizando neurotransmissores e hormônios como mediadores químicos. Com isso, transmitem impulsos nervosos excitatórios ou inibitórios para os demais órgãos, realizando, dessa maneira, o controle da homeostasia do nosso corpo. A ciência investigativa desenvolveu, ao longo dos anos, métodos de coloração de neurônios e seus mediadores químicos. Isso possibilitou o mapeamento de muitas áreas do encéfalo e, consequentemente, ocorreu a atribuição das funções a partes do sistema nervoso. Logo, o avanço tecnológico nos trouxe a análise por imagem; assim, hoje temos como recurso a ressonância magnética funcional, a tomografia por emissão de pósitrons, a magnetoencefalografia e a estimulação magnética transcranial. Todos estes recursos contribuem para o diagnóstico de doenças neurológicas. Porém, mesmo com tanto avanço tecnológico, muitas lacunas precisam ser preenchidas para desvendar este incrível sistema. Agora você já consegue entender como este sistema é complexo e importante para a nossa sobrevivência. Os https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 2 de 20 estudos para compreender o funcionamento do encéfalo são um desafio constante para a neurociência. Por isso, os neurocientistas subdividiram o estudo da neurociência em blocos de acordo com nível de análise que está sendo feita. Desse modo, há a neurociência molecular, celular, de sistemas, comportamental e cognitiva. Assim o método científico surgiu como uma forma eficaz de identificação dos problemas e da solução deles. INVESTIGANDO A NEUROCIÊNCIA A neurociência tem como objetivo principal estudar o funcionamento do sistema nervoso a partir de uma interpretação das bases biológicas. Por esse motivo, é importante que você conheça a história da neurociência. O encéfalo era o órgão mais ignorado pelos estudiosos do corpo humano. Ao realizarem a técnica de dissecação em cadáveres, observavam com mais curiosidade as outras estruturas, como o sistema digestivo, que, de forma intrigante, era como um tubo, que começa desde a boca e se prolonga até o ânus. Ainda durante as cirurgias, observavam que muitos órgãos se movimentavam; assim, chegaram à conclusão de que o coração se localizava exatamente no ponto onde os sentimentos eram expressos. No entanto, a pergunta que ainda não compreendiam: o que faz este órgão localizado dentro da cabeça? Para que serve? Como saber sobre sua importância? O primeiro atlas sobre as partes do encéfalo foi publicado em 1664 por um médico chamado Thomas Willis, que abriu uma porta para os cientistas de todo o mundo sobre o conhecimento anatômico do sistema nervoso. Mais de 150 anos se passaram e o conhecimento sobre as funções do encéfalo ainda pouco tinha evoluído. Então, surgiu um caso curioso nos Estados Unidos: um homem de 25 anos, chamado Phineas Gage, tem o cérebro perfurado por uma barra de ferro, perdendo 15% da massa cerebral. Surpreendentemente, o homem, que sofreu danos no cérebro e no olho esquerdo, estava aparentemente bem, sem comprometimento de funções motoras. Contudo, os familiares e amigos próximos observaram uma grande alteração nas suas habilidades sociais. Assim, os cientistas que acompanharam o caso na época concluíram que o dano causado no córtex pré-frontal era uma prova de que essa área é importante na tomada de decisões e no planejamento. Portanto, o avanço da neurociência ocorreu por meio de estudos com pacientes que sofreram lesões na cabeça e com pacientes psiquiátricos, constatando que o encéfalo tinha uma participação especial no comportamento e na cognição. Observou-se, ainda, que pessoas que sofriam lesões na coluna vertebral, onde está localizada a medula espinal, perdiam movimentos logo abaixo da lesão. Por meio dessas informações, os médicos e cientistas da época puderam, aos poucos, estipular hipóteses sobre determinadas funções de partes do encéfalo e da medula espinal, que desempenha um papel importante na condução central e periférica das informações. A partir de 1970, desenvolve-se a tecnologia de escaneamento do cérebro. Nesse momento da história da neurociência, surge a neuroimagem, que exerce um papel fundamental para comprovar cientificamente as alterações cerebrais que possam estar relacionadas à etiologia das patologias mentais. https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 3 de 20 Você consegue perceber agora como a neurociência é amplae quantos estudos aconteceram por longos anos. Ainda hoje continuamos a estudar este fantástico mundo do sistema nervoso, sempre em busca de reconhecer a causa de distúrbios da cognição e de determinados comportamentos humanos. ENTENDENDO A NEUROCIÊNCIA A neurociência é um campo de estudo muito misterioso; isto acontece devido às perguntas ainda não respondidas pelos estudiosos da área. De fato, os neurônios foram descritos e considerados como a unidade funcional do sistema nervoso basicamente no século XIX. Com a escassez de métodos de investigação nos séculos passados, muito do que se estudava era baseado em acidentes traumáticos, doenças e/ou cirurgias que envolviam o crânio e o encéfalo. Assim, um caso famoso de amnésia revolucionou a neurociência. Este caso foi descrito pela psicóloga Brenda Milner; os trabalhos realizados com esse paciente foram determinantes no campo da neuropsicologia para diferenciar dois tipos de memória: a memória explícita e a procedimental. Vamos conhecer um pouco sobre o chamado caso Henry Molaison (H.M.). Quando H.M. estava com 9 anos de idade, sofreu um acidente de bicicleta que o deixou inconsciente por 5 minutos. Como consequência da lesão sofrida na queda, começou a apresentar crises epilépticas de pouca gravidade, mas que foram se tornando mais sérias à medida que ele crescia. Logo, as crises se tornaram generalizadas, envolvendo convulsões graves e perda de consciência. Com a vida familiar e social comprometida pelas crises convulsivas constantes, aos 27 anos de idade, ele foi submetido a uma cirurgia para minimizar as crises; foi retirada bilateralmente uma porção de seu lobo temporal medial, incluindo córtex, amígdala e parte do hipocampo. A cirurgia foi um sucesso no alívio dos sintomas das crises, sem comprometimento na personalidade, comportamento e/ou inteligência de H.M. No entanto, foi observada uma amnésia anterógrada profunda e debilitante; ou seja, ele apresentava uma perda da capacidade de criar novas memórias. Brenda Milner, na época, era professora de neurociência cognitiva e estudava sobre os distúrbios da memória. Logo, ela realizou uma série de testes com o paciente e percebeu que, toda vez que o visitava, ele não a reconhecia. A dra. Milner percebeu que tudo era novo para H.M. e ele não conseguia se lembrar do que tinha feito antes. Durante os testes, ela observou que, à medida que H.M. repetia os testes, ele aprendia, mas não se lembrava de que já havia feito o teste. Quando pedia para ele repetir um número, percebia que ele podia lembrar do número durante um curto período; porém, se o distraísse, ele esquecia o número e também esquecia que haviam lhe pedido que se lembrasse do número. H.M. viveu até os 82 anos de idade, falecendo em 2008 por insuficiência respiratória. Por 30 anos, a dra. Milner precisou se apresentar para H.M. todas as vezes em que o visitava. Ela se tornou a pioneira no campo da neuropsicologia: seus estudos realizados com o paciente H.M. foram determinantes para o entendimento e classificação dos tipos de memória e de outras funções cognitivas. Nesse sentido, percebemos a evolução da neurociência na parte estrutural, na funcional e nos métodos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 4 de 20 utilizados para a investigação das doenças neurológicas. Portanto, os avanços tecnológicos enriqueceram o diagnóstico por imagem de doenças neurológicas, pois, por meio das imagens do encéfalo e da medula espinal, pode-se muitas vezes confirmar a região afetada. VIDEOAULA Nesta videoaula, você aprenderá sobre a história da neurociência e os principais métodos de investigação utilizados com os avanços tecnológicos, como a evolução da neuroimagem. Vamos apresentar a você os principais neurocientistas que fizeram grandes descobertas para que hoje você pudesse entender sobre o sistema nervoso. Então, convido-o a assistir essa videoaula, pois queremos mostrar a você como surgiu o estudo da estrutura e função de um sistema tão importante para nossa sobrevivência. Saiba mais Este canal do YouTube oferece uma aula sobre a anatomia vista através de uma neuroimagem e pode auxiliar na compreensão da evolução desta seção. Basta acessar o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=P9Hrh-PoCkM. Acesso em: 13 fev. 2022. A neurociência consiste em um campo interdisciplinar de investigação que se dedica ao estudo do sistema nervoso, tendo experimentado marcante desenvolvimento nas últimas duas décadas. Para que você compreenda melhor o avanço dessa ciência, leia o artigo “Neurociência da mente e do comportamento”, acessando o link a seguir: https://www.scielo.br/j/anp/a/zJYRPWcnKwM6BK4KPQVktsg/?lang=pt. Acesso em: 14 fev. 2022. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 2 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO Nesta aula, vamos tratar sobre a formação embriológica do sistema nervoso cujo estudo é importante para a compreensão de como acontece a organização estrutural do encéfalo. 29 minutos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 5 de 20 INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula, vamos tratar sobre a formação embriológica do sistema nervoso. O estudo do desenvolvimento do sistema nervoso é importante para a compreensão de como acontece a organização estrutural do encéfalo. Você já entende que, para o desenvolvimento embrionário, é necessária a junção de um gameta feminino e masculino. A partir dela, um novo ser humano é formado com uma combinação particular de genes derivada da contribuição de ambos os pais. Este tipo de estudo proporciona a você a capacidade de entender que, quando ocorre alguma malformação ainda no desenvolvimento do feto, isso desencadeia alterações estruturais e/ou funcionais do encéfalo e medula espinal. Vamos começar? A EMBRIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO A primeira célula a ser formada após a fusão dos gametas masculino e feminino é chamada de zigoto. Nesse processo, as células sofrem várias divisões até que, no quinto dia, o embrião alcança uma fase chamada de blastocisto. Nesta fase é quando ocorre a implantação do embrião na parede do útero. Seu crescimento causa alguns dobramentos, ele ganha um aspecto de disco plano formando três camadas celulares, que são o endoderma, o mesoderma e o ectoderma. A partir da diferenciação dessas camadas celulares, se originam os órgãos internos do nosso corpo. O ectoderma é a camada mais externa; a partir deste folheto embrionário se origina o sistema nervoso e a epiderme. A camada do meio dá origem à derme e aos sistemas ósseo, muscular, circulatório e reprodutor. E o endoderma, camada mais interna, dá origem aos sistemas respiratório e digestório. O centro do nosso estudo embrionário será o ectoderma, que dá origem ao sistema nervoso. Aproximadamente cerca de 17 dias após a fecundação, o embrião passa a ter um espessamento de células que formam a chamada “placa neural”. Inicia-se, então, o dobramento dessa placa, formando o sulco neural. Células migram para as paredes da placa neural, formando as pregas neurais. Logo, no vigésimo dia de gestação, as pregas neurais se juntam e formam o tubo neural. Esta etapa da formação embrionária é muito importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central, pois ele, composto de encéfalo e de medula espinal, se desenvolverá a partir do tubo neural. Contudo, à medida que ocorre a junção das pregas neurais, parte do ectoderma neural se solta, formando a chamada crista neural. Esta participa da formação do sistema nervoso periférico, que é constituído por nervos cranianos e espinais. Assim, inicia-se um processo denominado como diferenciação, ao longo do qual as estruturas do encéfalo tornam-se mais evidentes e funcionais. Isto acontece quando o tubo neural se dilata, formando três vesículas primárias. https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 6 de 20 Por volta da quarta semana de gestação, observam-se as trêsvesículas primárias, chamadas de prosencéfalo, mesencéfalo e rombencéfalo. Na quinta semana de gestação, aparecem as vesículas secundárias, formando o telencéfalo e o diencéfalo, que são provenientes do prosencéfalo. O mesencéfalo não sofre alteração. O rombencéfalo dá origem ao metencéfalo e ao mielencéfalo. Ao final do desenvolvimento embrionário, o telencéfalo formará os hemisférios cerebrais. O diencéfalo será formado pelo tálamo e hipotálamo; o metencéfalo formará a ponte e o cerebelo; e o mielencéfalo vai dar origem ao bulbo. A medula espinal será proveniente da parte caudal do tubo neural. O sistema nervoso dos vertebrados é mais evoluído que o dos invertebrados. Nestes, o sistema nervoso é difuso e simples; ou seja, não inclui centros especializados das funções nervosas. Assim, o sistema nervoso de alguns animais invertebrados é chamado de ganglionar, pois apresenta um cordão nervoso duplo localizado na região ventral. Quanto aos animais vertebrados, seu sistema nervoso é protegido pelos ossos do crânio e pela coluna vertebral e apresenta-se localizado na região dorsal. CONHECENDO A EVOLUÇÃO DO SISTEMA NERVOSO A embriologia é um ramo da biologia dedicado ao estudo do desenvolvimento embrionário dos seres vivos. Na maioria dos animais, o desenvolvimento do embrião compreende três fases, chamadas de segmentação, gastrulação e organogênese. A fase de segmentação ocorre logo depois da formação do zigoto, ocasionando a fragmentação das células até formar o blastocisto. Esse processo de divisão celular acontece cerca de uma semana após a fecundação. Com a formação do blastocisto, inicia-se a implantação do embrião na parede do útero. Assim, dá-se início à fase de gastrulação, na qual ocorre a formação dos três folhetos germinativos: o ectoderma, o mesoderma e o endoderma. Logo, a fase de organogênese desencadeia a formação dos órgãos do corpo humano. Um dos primeiros folhetos germinativos que se desenvolvem é o ectoderma, que vai dar origem ao sistema nervoso; isto acontece por volta da terceira semana de gestação. No ser humano, a fase de organogênese do sistema nervoso tem início após 18 dias de desenvolvimento; esse período é chamado de neurulação, momento em que acontece a formação da placa neural. A neurulação primária é muito semelhante na maioria dos vertebrados. Esse período do desenvolvimento embrionário se divide em quatro etapas: a formação da placa neural, o dobramento da placa, a formação do sulco neural e o fechamento do sulco com a formação do tubo neural. As células que formam a placa neural se alongam e, então, inicia-se o processo de modelamento, no qual ocorre um alongamento e estreitamento da placa neural. Neste momento, se houver qualquer mutação que altere esse alongamento, pode haver bloqueio do fechamento do tubo neural, causando prejuízos no desenvolvimento do sistema nervoso. A placa neural começa a se dobrar para formar o sulco neural; isso acontece com o auxílio de forças provenientes dos tecidos que estão ao redor da placa, tanto da parte externa quanto da interna. O fechamento das pregas neurais começa por volta do 21º dia de gestação; portanto, consegue-se observar no embrião cada fase: os dobramentos da placa neural, formação da prega neural e o fechamento do tubo https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 7 de 20 neural. Por volta de 28 dias de gestação, o tubo neural começa a se fechar por completo. Assim, observa-se uma porção cefálica dilatada, que dará origem ao encéfalo, e uma outra porção caudal arredondada, que originará a medula espinal. Contudo, observam-se algumas células que ficam próximas ao tubo neural, mas não fazem parte dele; elas formarão crista neural. Esta, inicialmente, tem o aspecto de uma lâmina contínua que fica localizada acima do tubo neural. Ao longo do desenvolvimento, ocorre a segmentação das cristas neurais. Então, a porção dorsal delas dará origem aos gânglios espinais e aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos (nervos trigêmeo, facial, vago e acessório). De modo geral, células provenientes do ectoderma dão origem tanto aos animais vertebrados quanto aos invertebrados, porém, o desenvolvimento mais complexo acontece somente em vertebrados. Nos invertebrados, o sistema nervoso é primitivo; por isso, é denominado sistema nervoso difuso. Contudo, isso não impede que esses animais tenham respostas prolongadas e coordenadas, e comportamento integrado aos estímulos mais simples. Nesse sistema difuso, as células nervosas ficam distribuídas por todo o organismo do animal; ele é composto por gânglios ou neurônios locais. MALFORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO Você consegue reconhecer agora que o desenvolvimento do embrião durante o período gestacional é muito importante para a formação de todos os sistemas, tanto de animais vertebrados quanto de animais invertebrados. Se houver falha no desenvolvimento do embrião, poderão ocorrer quadros patológicos ou até mesmo incompatibilidade com a vida. Essa falha no desenvolvimento embrionário é chamada de malformação congênita. Ela é definida como uma alteração anômala reconhecida no momento do nascimento ou, em alguns casos, pode ser detectada por exames de imagem realizados durante o pré-natal. Quando o embrião alcança o terceiro período do desenvolvimento, os órgãos e os sistemas já estão formados e agora passam por um período de amadurecimento morfológico e funcional. Por isso, vários fatores relacionados com a mãe podem afetar o desenvolvimento fetal: algumas doenças, como a anemia; a insuficiência cardíaca; a intoxicação; as drogas e a saúde mental são alguns desses fatores. Antigamente acreditava-se que a placenta era impenetrável, mas hoje entende-se que isso não é correto: alguns agentes infecciosos e até mesmo algumas substâncias podem atravessá-la. Por este motivo, compreende-se que as malformações congênitas são causadas por fatores hereditários e ambientais. Sabemos que a formação do tubo neural é o momento mais importante do desenvolvimento do sistema nervoso. Logo, se houver uma falha no fechamento do tubo neural, haverá comprometimento do desenvolvimento do sistema nervoso. Este tipo de doença congênita acontece em 1 a cada 500 nascidos vivos. De forma surpreendente, pesquisadores observaram que muitos dos defeitos do tubo neural podem estar associados a deficiência de ácido fólico na dieta da mãe; por este motivo, é muito importante a suplementação na dieta com ácido fólico, principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois é nesse https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 8 de 20 período que ocorre o desenvolvimento do tubo neural e da crista neural. Com a ingestão de ácido fólico, pode-se perceber uma redução da incidência de defeitos no tubo neural em 90%. O processo de fusão das pregas neurais para formar o tubo neural acontece primeiro na porção média e, depois, continua na porção anterior e posterior. Se ocorre uma falha no fechamento do tubo neural anterior, isso resulta numa patologia chamada “anencefalia”, que se caracteriza pela degeneração do prosencéfalo e do crânio; é uma condição que causa incompatibilidade com a vida. Mas, se ocorre uma falha no fechamento da porção posterior do tubo neural, isto resulta numa patologia chamada espinha bífida, que não é necessariamente uma condição fatal para o feto, mas pode causar prejuízos físicos. Pode ocorrer de forma mais grave, que é caracterizada pela falha na formação da porção posterior da medula espinal, e de forma menos grave, que se caracteriza por déficits nas meninges e nas vértebras que recobrem a medula espinal posterior. O sistema nervoso se desenvolve de forma diferente em determinados animais, seja vertebrado ou invertebrado; no entanto, as falhas no desenvolvimento embrionário de ambos os tipos de animais causam prejuízos na forma estrutural e/ou funcional do sistema nervoso. VIDEOAULA Nesta videoaula você aprenderá sobre o desenvolvimento do sistemanervoso. Vamos conhecer a origem e a evolução deste sistema tão fascinante; por isso, durante esta videoaula, vamos tratar sobre o desenvolvimento da placa neural até se transformar em tubo e crista neural. Além disso, você vai ver a diferença da origem do sistema nervoso nos vertebrados e invertebrados. Vamos lá! Saiba mais O estudo dos embriões permite observar se há alguma malformação durante o seu desenvolvimento. Algumas doenças são detectadas por exames de sangue e/ou imagem, um exemplo de defeito embrionário do sistema nervoso é a anencefalia. O artigo de Massud, de 2010, com o título de Anencefalia numa perspectiva ética, traz uma abordagem sobre os conceitos éticos deste tema; leia-o acessando o link a seguir: https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/KVzPNtmTFqSz3gqN4Xc9y5m/?lang=pt. Acesso em: 15 fev. 2022. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 9 de 20 Para você entender como ocorre o desenvolvimento embrionário, assista a este vídeo; basta acessar o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=p4DZ9HrOSeE. Acesso em: 15 fev. 2022. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula, vamos tratar sobre a formação e a organização do sistema nervoso. Ele é composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo periférico (SNP). Assim, ao longo desta aula, vamos abordar de forma mais detalhada o sistema nervoso central. Você já consegue perceber que este sistema apresenta várias estruturas; cada uma exerce uma função em particular. Por exemplo, o encéfalo e a medula espinal fazem parte do sistema nervoso central; eles são responsáveis por controlar o processamento e a integração das funções sensitivas. Também realizam o planejamento e coordenação de respostas. Vamos começar? A ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo periférico (SNP). Vamos entender primeiro como acontece a organização do sistema nervoso central: ele é dividido em encéfalo e medula espinal. Apresenta uma grande fragilidade, pois, quando exposto a traumas, sofre danos irreparáveis. Por esse motivo, o sistema nervoso central é protegido pelos ossos do neurocrânio, que envolvem o encéfalo. Os ossos da coluna vertebral envolvem a medula espinal. Além disso, para compor sua proteção, existe a membrana de tecido conjuntivo que fica entre o osso e o tecido do SNC; ela é chamada de meninge. O encéfalo é composto por estruturas provenientes do cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Vamos começar entendendo o cérebro: ele é a maior parte do encéfalo. É responsável por funções mentais superiores, como a memória e o raciocínio. Compreende o telencéfalo e o diencéfalo. O primeiro apresenta dois hemisférios cerebrais, cada um com 5 lobos, conhecidos como: Aula 3 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO I O sistema nervoso é composto pelo sistema nervoso central (SNC) e pelo periférico (SNP). Assim, ao longo desta aula, vamos abordar de forma mais detalhada o sistema nervoso central. 26 minutos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 10 de 20 lobo frontal, parietal, temporal, occipital, ínsula. O lobo frontal está relacionado com o controle motor voluntário dos músculos esqueléticos, com a comunicação verbal e com processos intelectuais superiores. O lobo parietal está associado às sensações somestésicas e tem áreas que realizam a compreensão da fala e a formulação de palavras para expressar pensamentos e emoções. Ainda é o local do cérebro em que ocorre a interpretação de texturas e formas. O lobo temporal realiza a interpretação da audição e é o local de armazenamento de memórias auditivas e visuais experimentadas. O lobo occipital executa a acomodação dos movimentos de focalização dos olhos, realiza a conexão de imagens visuais com experiências visuais prévias e outros incentivos sensoriais. Também faz a percepção consciente de visão. Por fim, quanto ao lobo da ínsula, muito pouco se sabe sobre suas funções. Porém, associa-se a este lobo a função de integração com outras atividades cerebrais; também tem relação com a memória. O cerebelo é a segunda maior estrutura do encéfalo; ele é conhecido como a árvore da vida, pois os tratos de substância branca no seu interior apresentam um padrão diferente de ramificações. Ele tem como principal função a coordenação das contrações dos músculos esqueléticos; também processa impulsos nervosos resultantes de receptores que ficam no interior do músculo para manter os padrões ideais de movimentos que foram aprendidos. Por fim, há a medula espinal, que também faz parte do SNC. Ela se estende ao longo de uma abertura contida nas vértebras, chamada de forame vertebral. A medula espinal é, de forma consistente, contínua com o encéfalo; o que os separa é uma abertura contida no osso occipital, a qual se chama forame magno. Logo abaixo desta abertura, há o início da medula espinal. Ela tem como função conduzir o impulso nervoso do encéfalo para os músculos e glândulas e receber impulsos nervosos dos receptores sensitivos periféricos do corpo, enviando-os para o encéfalo. Também tem a função de integração de reflexos. CONHECENDO A MORFOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL O sistema nervoso central é composto pelo encéfalo e pela medula espinal. O primeiro é o centro integrador; a segunda atua como via de entrada e saída de informações. O encéfalo se subdivide em cérebro, cerebelo e tronco encefálico. Nesta aula, você vai conhecer um pouco sobre as divisões do cérebro e sobre algumas funções do cerebelo e da medula espinal. O cérebro é comporto pelo telencéfalo e diencéfalo; é uma região que apresenta vários giros e sulcos. É visivelmente a maior parte do encéfalo, uma vez que abrange cerca de 80% da massa do encéfalo. Ele é https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 11 de 20 responsável por diversas funções mentais. Os giros e sulcos presentes no telencéfalo constituem os chamados hemisférios, os quais ficam separados por uma profunda invaginação denominada fissura longitudinal do cérebro, que deixa os hemisférios separados do lado direito e esquerdo. Porém, existe uma estrutura chamada de corpo caloso, que mantém uma conexão entre os dois hemisférios. O telencéfalo é subdividido em cinco lobos, dos quais quatro ficam bem evidentes na superfície do telencéfalo; o outro se localiza mais fundo no sulco lateral. A nomenclatura dos lobos que ficam na superfície deriva dos ossos do neurocrânio; assim, há o lobo frontal, que tem a função de controlar os movimentos e participa da comunicação verbal; o lobo parietal, que está associado com a interpretação somestésica e de texturas e formas; o lobo temporal, que está relacionado com as sensações auditivas; o lobo occipital, que está relacionado com a visão; e o lobo da ínsula, que realiza a integração de várias outras funções cerebrais. Uma outra parte do cérebro é o diencéfalo, que apresenta como estruturas o tálamo e hipotálamo. O tálamo atua como um centro integrador de informações sensoriais que são retransmitidas para o telencéfalo, com exceção do órgão sensorial do olfato. Já o hipotálamo, apesar de preencher um pequeno espaço, exerce distintas funções que são de extrema importância para nossa sobrevivência, como a regulação da temperatura corporal, a regulação hídrica e do equilíbrio eletrolítico. É conhecido como o centro da saciedade; regula o sono e a vigília; produz e secreta hormônios reguladores das funções endócrinas; tem uma relação com a resposta sexual; e ainda é considerado o centro dos comportamentos emocionais. O cerebelo é o pequeno cérebro, pois fica localizado logo abaixo do cérebro e é a segunda maior parte do encéfalo. Também se divide em dois hemisférios, com uma estrutura chamada “verme”, que os conecta. Além disso, o cerebelo apresenta feixes de fibras nervosas que o conectam com outras estruturas: o pedúnculo cerebelar superiorconecta o cerebelo ao mesencéfalo; o pedúnculo cerebelar médio conduz informações de movimentos voluntários do cérebro para o cerebelo; e o pedúnculo cerebelar inferior conecta o cerebelo com o bulbo e a medula espinal; por isso, o cerebelo exerce a função de ajuste do movimento, do equilíbrio e do controle muscular. Enfim, temos a medula espinal, que também faz parte do sistema nervoso central. Ela é um prolongamento contínuo com o encéfalo e fica protegida pelas vértebras que compõem a coluna vertebral. A principal função da medula espinal consiste em conduzir impulsos nervosos, emitidos por tratos ascendentes e descendentes, além de servir como um centro dos reflexos espinais. DOENÇAS ASSOCIADAS AO SISTEMA NERVOSO CENTRAL A partir do momento em que conhecemos as partes e funções do sistema nervoso central, podemos entender o que pode gerar prejuízo quando uma doença ou trauma acomete uma região específica. O sistema nervoso central é o nosso centro integrador de funções, que nos mantém vivos. Por esse motivo, quando acontece uma lesão, causam-se danos irreparáveis, que até mesmo podem levar a pessoa à morte. Vamos conhecer sobre uma doença denominada ataxia cerebelar, que causa movimentos bruscos e incoordenados, sintomas muito parecidos com os de pessoas que ingerem uma quantidade exagerada de https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 12 de 20 álcool, de modo que sofrem incoordenação dos movimentos do corpo. A ataxia cerebelar pode ser causada por lesão ou por algum fator que atrapalhe no funcionamento adequado do cerebelo. As formas mais comuns de lesão do cerebelo são por fator genético ou por algum fator acidental; como exemplo, podemos citar o acidente vascular encefálico (AVE). Dessa forma, como o cerebelo tem a função de ajuste dos movimentos e do equilíbrio, os sintomas que serão persistentes numa lesão dos neurônios no cerebelo trariam prejuízos na marcha, no equilíbrio e na coordenação principalmente das mãos. O acidente vascular encefálico é um tipo de doença que acomete mais homens que mulheres; é a principal causa de morte relatada pelos dados epidemiológicos. É uma doença vascular que interrompe abruptamente o fluxo de oxigênio para alguma parte do encéfalo; pode acontecer por bloqueio de vasos sanguíneos, interrompendo a passagem do sangue ou causando o extravasamento dele devido ao rompimento de um vaso. Isso ocasiona danos nos tecidos atingidos. Portanto, os sintomas serão baseados na região do encéfalo que foi afetada; assim, como o cérebro é a maior porção do encéfalo e ainda é uma região de muitas funções determinantes dos centros superiores, as lesões causam perdas extremas. Podem-se citar sintomas como a dificuldade de andar, falar e entender. Também pode ocorrer paralisia total ou parcial da face, do braço ou da perna. O diagnóstico precoce é essencial para realizar de forma rápida a intervenção necessária; em alguns casos, podem-se restaurar determinadas funções. No entanto, os danos causados muitas vezes são irreversíveis. Agora, vamos entender o que acontece se houver alguma lesão na medula espinal. As lesões mais comuns nessa parte são traumáticas, ou seja, decorrentes de forma acidental ou compressiva. Podem acontecer em acidentes automobilísticos, por quedas e ainda por ferimentos causados por arma branca ou de fogo. Esse tipo de lesão causa perda permanente de força, de sensibilidade e das funções abaixo do seu local. Assim, para diagnóstico dos danos, há necessidade de conhecer a área afetada. A lesão pode causar tetraplegia, que resulta do ferimento acima do nível da primeira vértebra torácica; ou paraplegia, quando a lesão for abaixo do nível da primeira vértebra torácica. Pacientes com tais doenças sofrem perda de determinadas funções e prejuízo da sua independência. Enfrentam como consequência doenças emocionais, sendo a depressão uma das mais relatadas. Por esse motivo, o tratamento de doenças neurológicas envolve uma equipe multidisciplinar, que vai desde o diagnóstico preciso até o processo de reabilitação física e emocional. Todos os profissionais precisam trabalhar em conjunto para identificar sintomas paralelos à doença e, assim, trazer uma qualidade de vida para o paciente. VIDEOAULA Nesta videoaula, você aprenderá sobre a organização do sistema nervoso central. Vamos conhecer a organização morfológica do cérebro, cerebelo e medula espinal. Por isso, ao longo desta videoaula, vamos conversar sobre as estruturas anatômicas que envolvem o nosso sistema nervoso central. https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 13 de 20 Além disso, você vai entender que o nosso sistema nervoso apresenta divisões anatômicas que permite o entendimento de suas funções. Vamos lá! Saiba mais Um estudo realizado por Aguiar e colaboradores, em 2017, com o título Características clínicas de pacientes com ataxia cerebelar associada a anticorpos anti-GAD, traz uma abordagem clínica sobre uma patologia que acomete neurônios presentes no cerebelo; esta doença é denominada ataxia cerebelar. Leia o artigo acessando o link a seguir: https://www.scielo.br/j/anp/a/P3WpFKmxWYbcZpgJpV36fKw/?lang=en. Acessado em: 21 fev. 2022. Para você entender sobre as estruturas do Sistema Nervoso Central, assista a este vídeo, que aborda de forma prática os 5 lobos do telencéfalo; basta acessar o link a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=PZL_Fe5YkXQ&list=PLzw7sgJyKXP5ObL1YOxN- QYSKZnDlxKT5&index=2. Acesso em: 21 fev. 2022. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. INTRODUÇÃO Olá, estudante! Nesta aula, vamos tratar da organização morfofuncional de algumas estruturas do sistema nervoso. Ele é composto pelo sistema nervoso central (SNC), que se divide em encéfalo e medula espinal, como vimos na aula anterior. Agora, ao longo desta aula, vamos abordar uma das divisões do encéfalo: o tronco encefálico. Aula 4 ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO II Nesta aula, vamos tratar da organização morfofuncional de algumas estruturas do sistema nervoso, que é composto pelo sistema nervoso central (SNC), que se divide em encéfalo e medula espinal, como vimos na aula anterior. 24 minutos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 14 de 20 Também vamos conhecer os 12 pares de nervos cranianos que se originam em grande parte no tronco encefálico. Além disso, apresentaremos a você as estruturas que compõem o sistema límbico. Vamos começar? A DISTRIBUIÇÃO DO SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é muito amplo, com uma variedade de estruturas; vamos continuar, nesta aula, a detalhar sobre a organização morfofuncional deste sistema. Neste sentido, vamos conhecer os nervos cranianos, os quais são compostos por doze pares que tem sua origem na parte inferior do encéfalo e atravessam os forames do crânio para inervar as estruturas do nosso corpo. A identificação dos nervos cranianos é feita através de números romanos, que se referem à ordem dos nervos. Os nomes dos nervos indicam as estruturas inervadas ou a função principal deles. Há nervos sensoriais, motores e mistos. Eles são descritos da seguinte forma: nervo olfatório; nervo óptico; nervo oculomotor; nervo troclear; nervo trigêmeo; nervo abducente; nervo facial; nervo vestibulococlear; nervo glossofaríngeo; nervo vago; nervo acessório; nervo hipoglosso. Vamos tratar, de forma resumida, da função de cada nervo craniano. O nervo olfatório está relacionado com o olfato. O nervo óptico captura as informações relacionadas com nossa visão. Os nervos oculomotor, troclear e abducente estão envolvidos com a inervação dos músculos intrínsecos dos nossos olhos, realizando movimentos deles em várias direções. O nervo trigêmeo é o maior dos nervos cranianos; tem três ramificações, como o nervo oftálmico, maxilar e mandibular, que vão desempenhar diversas funções, desde inervação da pele das pálpebras, dentes, lábios e glândulas. O nervo facialrealiza a inervação dos músculos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 15 de 20 da mímica facial. O nervo vestibulococlear é responsável pelo sentido da audição e equilíbrio. O nervo glossofaríngeo e o nervo hipoglosso estão ambos relacionados com a deglutição. O nervo vago é o que mais se distribui pelo nosso corpo; é responsável pela inervação das nossas vísceras. O nervo acessório inerva músculos presentes no pescoço e coordena os movimentos da cabeça. O sistema límbico é um circuito formando um conjunto de estruturas que está relacionado com o comportamento emocional. É formado principalmente por estruturas como o giro do cíngulo do córtex cerebral, o hipotálamo, o fórnice, o hipocampo e o corpo amigdaloide. Neurologistas que estudaram as estruturas do sistema límbico observaram que o giro do cíngulo é responsável por projetar imagens com a memória de experiências agradáveis; isto porque pessoas com tumores próximos a essa região apresentam emoções alteradas, como o medo e irritabilidade. O corpo amigdaloide é a área relacionada com o controle da agressividade. Um estudo realizado em um gato que recebia estímulo na amígdala mostrou que o animal ficava mais agressivo. Outro estudo em que a amígdala foi removida revelou que o animal não sentia medo nem apresentava mais agressividade. Já o hipocampo desempenha um papel no comportamento emocional, mas tem uma relação mais profunda com o armazenamento da memória. Vimos anteriormente que o sistema nervoso central é dividido em encéfalo e medula espinal. O encéfalo compreende o cérebro, o cerebelo e o tronco encefálico. Assim, trataremos a seguir do tronco encefálico, composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. O mesencéfalo tem a função de coordenar a visão e audição; a ponte é um local de transmissão de informações para o cerebelo e também do cérebro para a medula espinal; por fim, o bulbo é um local de passagem de várias informações provenientes do cérebro e da periferia do corpo. Ele também controla as funções cardíacas e respiratórias. AS ESTRUTURAS DO SISTEMA NERVOSO Os nervos cranianos são distribuídos em dozes pares e recebem esse nome pelo fato de ter sua origem em regiões do encéfalo. Eles são representados por números romanos e por um nome que tem relação com sua distribuição ou função. Nesse sentido, vamos detalhar cada um dos pares de nervos cranianos. Eles são descritos do primeiro ao décimo segundo da seguinte maneira: I. Nervo olfatório, que é um componente sensitivo e responsável pelo olfato; II. Nervo óptico, que é um componente sensitivo e responsável pela visão; III. Nervo oculomotor, um componente motor somático responsável pela movimentação dos bulbos dos olhos e pálpebras superiores; motor autônomo relacionado com a constrição da pupila; IV. Nervo troclear, um componente motor somático e responsável pela movimentação dos bulbos dos olhos; V. Nervo trigêmeo, um componente misto com sensações táteis, térmicas e álgicas da face e cavidade oral; sua parte motora é responsável pela inervação dos músculos da mastigação; https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 16 de 20 VI. Nervo abducente, um componente motor somático relacionado com a movimentação dos bulbos dos olhos; VII. Nervo facial, um componente misto com sua parte sensitiva relacionada com a gustação e sensações no meato acústico externo; sua parte motora relacionada com os músculos da mímica facial e uma parte autônoma responsável pela secreção de saliva e lágrimas; VIII. Nervo vestibulococlear, um componente sensitivo responsável pela audição e equilíbrio; IX. Nervo glossofaríngeo, um componente misto, com sua parte sensitiva relacionada com a gustação e propriocepção dos músculos da mastigação; sua parte motora relacionada com a deglutição e secreção de saliva; X. Nervo vago, um componente misto relacionado com as sensações e controle das vísceras; XI. Nervo acessório, um componente motor relacionado com movimento da cabeça; XII. Nervo hipoglosso, um componente motor relacionado com a fala e com a deglutição. O sistema límbico é formado por estruturas que fazem parte do sistema nervoso autônomo. Por esse motivo, está envolvido com os comportamentos emocionais como raiva, medo, sexo e fome. Ainda participa da construção da memória. Alguns autores citam circuitos que ocorrem entre o hipotálamo e algumas partes do sistema límbico, observando que existe uma contribuição entre eles para as respostas viscerais de emoções, incluindo ruborização, palidez e desmaio. Portanto, o sistema límbico desempenha uma função importante na atividade social do ser humano, e nós sabemos que as emoções e os sentimentos acontecem quando há interação das pessoas entre si. Alguns estudos clínicos demonstram que desenvolver relações que permitam uma vida na sociedade depende da interação química de neurônios localizados nas estruturas que fazem parte do sistema límbico. Contudo, experimentos realizados em animais mostraram que, quando diferentes áreas do sistema límbico são estimuladas, as reações indicam que estão sentido dor intensa ou prazer extremo. Ainda, se for realizada a estimulação em outras áreas do sistema límbico de animais, serão gerados sentimentos de docilidade e sinais de afeto. A maior parte dos nervos cranianos se originam no tronco encefálico; este é composto por três estruturas: o mesencéfalo, a ponte e o bulbo. O mesencéfalo auxilia no controle da atividade motora subconsciente e é responsável pela visão e audição. A ponte é responsável pelo controle da respiração, além de transmitir informações para o cerebelo e tálamo. O bulbo é o local de passagem de fibras nervosas e é responsável pelo controle da frequência cardíaca, respiratória e pressão sanguínea. PATOLOGIAS DO SISTEMA NERVOSO https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 17 de 20 O sistema nervoso é composto por muitas estruturas para manter o funcionamento adequado de todo o nosso corpo; por esse motivo, sua organização morfológica não pode sofrer nenhum dano. Caso isso aconteça, esse sistema sofreria prejuízos irreversíveis. Você já ouviu falar na paralisia facial? Essa doença pode ser resultado do dano no sistema nervoso central ou periférico, e atinge o sétimo par de nervos cranianos chamado de nervo facial, responsável pela inervação motora dos músculos da mímica facial e pela inervação motora autônoma que realiza a secreção de lágrimas e saliva. Além disso, realiza a inervação sensitiva da língua para a gustação e das sensações da pele do meato acústico externo. De modo geral, a paralisia acomete apenas um dos nervos faciais; por esse motivo, fica evidente a queda da face de apenas um lado. O olho e a boca podem ficar extremamente secos, ou pode ocorrer o inverso: lacrimejamento e salivação excessiva. O comprometimento do paladar é evidente e há alta sensibilidade na orelha. As causas da paralisia facial podem ser várias: trauma, infecção viral, estresse excessivo e até mesmo mudança súbita da temperatura. O tratamento deve ser realizado com uma equipe multidisciplinar que vai desde a parte medicamentosa até a reabilitação. Ele tem se mostrado eficaz, mas é um tratamento que pode durar de meses a um ano. Por outro lado, se pensarmos no sistema límbico, que é um sistema relacionado com o nosso comportamento emocional, o que poderia acontecer se houvesse um dano em alguma estrutura que compõe esse circuito? Nesse caso, se por algum motivo ocorresse o mau funcionamento do sistema límbico, o ser humano estaria propenso a desenvolver complicações na memória, alteração do humor, depressão, ansiedade, esquizofrenia, déficit de atenção, alteração na personalidade e outros distúrbios. O sistema límbico tem uma ligação com várias estruturas que são muito importantes para manter principalmente o controle emocional, o armazenamento da memória e a aprendizagem. Por esse motivo, o dano nessa região causa sériosprejuízos psicossociais. O tronco encefálico contém diversos núcleos com funções autônomas e vários tratos de conexões. É composto pelo mesencéfalo, pela ponte e pelo bulbo. O mesencéfalo está localizado entre o diencéfalo e a ponte e está relacionado com o processamento de estímulos visuais e auditivos. Contém um núcleo chamado de “substância negra”, que é responsável pela produção do neurotransmissor dopamina, o qual está relacionado com o humor e o prazer. Níveis baixos de dopamina podem gerar uma grande falta de motivação e prazer pela vida; também são relatados outros sintomas, como alteração dos movimentos, perda da libido e uma constante sensação de cansaço. Quando ocorre morte por degeneração dos neurônios que se encontram na substância negra, desencadeia-se a doença de Parkinson, a qual apresenta diversos sintomas relacionados com o controle muscular. Essa é uma doença degenerativa progressiva; assim, o indivíduo vai perdendo funções motoras e cognitivas. O tratamento precisa ser através de medicamentos indicados pelo médico neurologista, mas também há necessidade de profissionais como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, psicólogos, entre outros. https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 18 de 20 VIDEOAULA Nesta videoaula, você aprenderá sobre a organização morfofuncional do sistema nervoso. Vamos conhecer a organização morfológica do tronco encefálico e do sistema líbico. Ainda vamos tratar dos doze pares de nervos cranianos. Assim, ao longo desta videoaula, vamos apresentar a você as principais partes anatômicas que compõem o sistema nervoso. Além disso, você vai entender de forma mais detalhada qual a função dessas regiões. Saiba mais Um estudo realizado por Esperidião-Antonio e colaboradores, em 2008, com o título Neurobiologia das emoções, traz uma abordagem anatômica sobre as principais estruturas neurais relativas às emoções; leia o artigo acessando o link a seguir: Disponível em: https://www.scielo.br/j/rpc/a/t55bGGSRTmSVTgrbWvqnPTk/?lang=pt. Acesso em: 27 fev. 2022. Para você entender sobre os nervos cranianos, acesse este vídeo sobre anatomia no YouTube; ele aborda, de forma prática, todas as estruturas anatômicas presentes na peça sintética do encéfalo; basta acessar o link a seguir: Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=a-t1czAMLEs&list=PLzw7sgJyKXP5ObL1YOxN- QYSKZnDlxKT5&index=7. Acesso em: 28 fev. 2022. Videoaula Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 1 BEAR, M. F. Neurociências. Porto Alegre: Artmed, 2017. LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2005. REFERÊNCIAS 2 minutos https://www.avaeduc.com.br/mod/url/view.php?id=2742658 26/03/2024, 13:18 Página 19 de 20 PURVES, D.; AUGUSTINE, G. J.; FITZPATRICK, D.; KATZ, L. C.; LAMANTIA, A.-.; MCNAMARA, J. O.; WILLIAMS, S. M. Neurociências. Porto Alegre: Artmed, 2005. Aula 2 BEAR, M. F. Neurociências. Minha biblioteca, Porto Alegre: Artmed, 2017. GARCIA, S. M. L.; FERNANDEZ, C. G. Embriologia. Minha Biblioteca (4º ed.), Porto Alegre: Artmed, 2012 GRAAFF, K. M. van D. Anatomia Humana. Barueri, SP: Manole, 2003. LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. Rio de Janeiro: Editora Atheneu, 2005. PURVES, D.; AUGUSTINE, G. J.; FITZPATRICK, D.; KATZ, L. C.; LAMANTIA, A.-.; MCNAMARA, J. O.; WILLIAMS, S. M. Neurociências. Porto Alegre: Artmed, 2005. Aula 3 GRAAFF, Kent M. Van D. Anatomia Humana. Barueri, SP: Manole, 2003. MARTINI, Frederic H.; TIMMONS, Michael J.; TALLITSCH, Robert B. Anatomia Humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. 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