Buscar

MANUAL do Gestor e Operador Ronda no Bairro - 05JAN2012 (2)

Prévia do material em texto

MANUAL DO GESTOR E OPERADOR RONDA NO BAIRRO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª EDIÇÃO 
MANAUS - 2011 
 
 
GOVERNADOR DO ESTADO 
Omar José Abdel Aziz 
 
VICE-GOVERNADOR DO ESTADO 
José Melo de Oliveira 
 
SECRETÁRIO DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
Paulo Roberto Vital de Menezes 
 
SECRETÁRIO EXECUTIVO DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA 
Umberto Ramos Rodrigues 
 
COMANDANTE GERAL DA PMAM 
Cel QOPM Almir David Barbosa 
 
DELEGADO GERAL DA PCAM 
Mário Cesar Medeiros Nunes 
 
COMISSÃO ESPECIAL DO PROGRAMA RONDA DO BAIRRO 
Amadeu da Silva Soares Júnior, Tenente-Coronel QOPM, PMAM 
Luciano Tavares da Silva, Delegado de Polícia, PCAM 
Tiago Monteiro de Paiva, Representante da SEGOV 
Ronney César Campos Peixoto, Sec. Exec. Adj. de Planejamento, SEPLAN 
 
CORPO TÉCNICO DA COMISSÃO ESPECIAL DO PROGRAMA RONDA DO BAIRRO 
Antônio de Oliveira Escóssio, Tenente-Coronel QOPM, da PMAM 
Jatniel Rodrigues Januário, Capitão QOPM, da PMAM 
Guilherme José Sette Júnior, Tenente QOPM, da PMAM 
Miguel Jaime dos Santos Agra, Investigador de Polícia, da PCAM 
Rômulo Valente Cavalcante, Escrivão de Polícia, da PCAM 
Priscila Teixeira da Costa Santos, Investigadora de Polícia, da PCAM 
 
Permitida a reprodução sem fins lucrativos, parcial ou total, por qualquer meio, se 
citada à fonte. Sugestões para o aperfeiçoamento deste Manual poderão ser encaminhadas 
ao Gabinete do Secretário de Estado da Segurança Pública do Amazonas, ou pelo e-mail: 
seseg@ssp.am.gov.br. 
 
Endereço para correspondência: 
Secretário de Estado de Segurança Pública do Estado do Amazonas 
Av. Torquato Tapajós, 5555, Bairro Flores, Manaus-AM. 
Cep: 69000-000 
 
Edição: 
Secretaria de Estado de Segurança Pública do Amazonas 
 
Elaboração: 
Amadeu da Silva Soares Júnior, Ten Cel QOPM 
Luciano Tavares da Silva, Delegado de Polícia 
Maria Júlia Belota Lopes, Delegada de Polícia 
Júlio Alberto Simonetti Barbosa, Ten Cel QOPM 
Anézio Brito de Paiva, Maj QOPM 
Jatniel Rodrigues Januário, Cap QOPM 
Guilherme José Sette Júnior, Ten QOPM 
 
Diagramação: 
Maria Júlia Belota Lopes, Delegada de Polícia 
Jatniel Rodrigues Januário, Cap QOPM 
Guilherme José Sette Júnior, Ten QOPM 
James Waliton Vasconcelos Tinoco, Assessor SSP 
 
Capa: 
Guilherme José Sette Júnior, Ten QOPM 
James Waliton Vasconcelos Tinoco, Assessor SSP 
 
Normalização: 
Maria... 
CRB/11 – Reg. xxx 
XYYY Amazonas. Secretaria de Estado de Segurança Pública. 
Manual do Gestor e Operador Ronda no Bairro 
Gestor e Operador Ronda no Bairro; 
Portaria n. XX, de XX de setembro de 2011 / Amadeu da 
Silva Soares Junior... [ et al. ] - - Manaus: Governo do 
Estado do Amazonas, Secretaria de Estado de Segurança 
Pública, 2011. 
p.xxx; il. 
1. Segurança Pública 2. Programa Ronda no Bairro 3. 
Polícia Comunitária 4. Policiamento Comunitário 
I. Câmara, Dan Cel QOPM II. Polícia Militar do Amazonas 
mailto:seseg@ssp.am.gov.br
 
PORTARIA N° xx, DE xx DE xx DE 2011. 
 
 
 
Aprova o Manual do Gestor e Operador Ronda no 
Bairro, e dá outras providências. 
 
 
O Secretário de Estado de Segurança Pública do Amazonas, no uso de suas 
atribuições e etc. 
 
RESOLVE: 
 
Art. 1º. Aprovar o Manual do Gestor e Operador Ronda no Bairro. 
 Art. 2º. Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação. 
 PUBLIQUE-SE, CERTIFIQUE-SE E CUMPRA-SE. 
GABINETE DO SECRETÁRIO DE ESTADO DE SEGURANÇA PÚBLICA DO 
AMAZONAS, em Manaus, 30 de setembro de 2011. 
 
 
Secretário de Estado de Segurança Pública 
 
 
SUMÁRIO 
 
APRESENTAÇÃO DO MANUAL ............................................................................................... 1 
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 2 
PARTE 1 .................................................................................................................................... 5 
ASPECTOS SOCIO-POLÍTICOS DO RONDA NO BAIRRO ..................................................... 5 
1. RONDA NO BAIRRO ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA ...................................................... 5 
2. ASPECTOS SOCIAIS INTERVENIENTES NA SEGURANÇA PÚBLICA .............................. 6 
2.1 CONFLITO ....................................................................................................................................................... 6 
2.2 O CRIME ......................................................................................................................................................... 7 
2.2.1 Fatores motivadores dos crimes ..........................................................................................................................7 
2.3 SENSAÇÃO DE SEGURANÇA ....................................................................................................................... 8 
PARTE 2 .................................................................................................................................... 9 
PROGRAMA RONDA NO BAIRRO ........................................................................................... 9 
1. ESTRATÉGIAS QUE ORIENTAM O PROGRAMA................................................................ 9 
1.1 INSTRUMENTAIS ........................................................................................................................................... 9 
1.1.1 Estratégia de proximidade policial .......................................................................................................................9 
1.1.2 Estratégia de integração .......................................................................................................................................9 
1.2 SUBSTANTIVAS ............................................................................................................................................. 9 
1.2.1 Estratégia social de prevenção da violência e do delito ...................................................................................9 
1.2.2 Estratégia institucional de prevenção e controle do delito ...............................................................................9 
PARTE 3 .................................................................................................................................. 10 
RONDA NO BAIRRO, SINÔNIMO DE POLÍCIA COMUNITÁRIA ............................................ 10 
1. ACERCA DA FILOSOFIA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA .................................................... 10 
2. OS 10 PRINCÍPIOS DA POLÍCIA MODERNA ..................................................................... 10 
3. OS PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA .................................................................. 11 
4. “OS SEIS GRANDES” DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ............................................. 13 
4.1 A POLÍCIA ..................................................................................................................................................... 13 
4.2 A COMUNIDADE ........................................................................................................................................... 13 
4.3 AUTORIDADES ............................................................................................................................................. 13 
4.4 A COMUNIDADE DE NEGÓCIOS ................................................................................................................ 13 
4.5 INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS ................................................................................................................. 13 
 
 
4.6 A MÍDIA ......................................................................................................................................................... 14 
5. DIFERENÇAS ENTRE POLÍCIA TRADICIONAL E POLÍCIA COMUNITÁRIA .................... 14 
PARTE 4 ..................................................................................................................................16 
PARÂMETROS PARA O MODELO RONDA NO BAIRRO ...................................................... 16 
1. PROXIMIDADE POLICIAL ................................................................................................... 16 
1.1 RESPONSABILIDADE TERRITORIAL ......................................................................................................... 16 
1.1.1 Conceituação ........................................................................................................................................................16 
1.1.2 Setorização ...........................................................................................................................................................16 
1.1.3 Divisão territorial ...................................................................................................................................................17 
1.2 DESCONCENTRAÇÃO ORGANIZACIONAL E DESCENTRALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO ................ 18 
1.2.1 Capital ....................................................................................................................................................................18 
1.2.2 Área ........................................................................................................................................................................18 
1.2.3 Subárea .................................................................................................................................................................18 
1.2.4 Setor .......................................................................................................................................................................19 
1.2.5 Subsetor.................................................................................................................................................................19 
1.3 POLÍCIA DE PROXIMIDADE ........................................................................................................................ 19 
1.4 SISTEMA DE MALHAS ................................................................................................................................. 21 
1.4.1 Primeira Malha ......................................................................................................................................................21 
1.4.2 Segunda Malha .....................................................................................................................................................21 
1.4.3 Terceira Malha ......................................................................................................................................................22 
2. INTEGRAÇÃO ..................................................................................................................... 22 
2.2 INTEGRAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ............................................................................................................... 24 
2.3 INTEGRAÇÃO DA CAPACITAÇÃO POLICIAL ............................................................................................. 25 
2.4 ROTINA DE TRABALHO INTEGRADO ........................................................................................................ 26 
2.4.1 Atividades ..............................................................................................................................................................26 
2.4.2 Períodos das reuniões .........................................................................................................................................27 
2.4.3 Local das reuniões ...............................................................................................................................................28 
2.5.AÇÕES E OPERAÇÕES INTEGRADAS ...................................................................................................... 28 
2.5.1 Ações integradas no combate ao tráfico de drogas ........................................................................................28 
2.5.2 Operações integradas .........................................................................................................................................29 
3. COMUNITARIZAÇÃO .......................................................................................................... 30 
3.1 GESTÃO PARTICIPATIVA E PRESTAÇÃO DE CONTAS ........................................................................... 30 
3.2 INTERAÇÃO .................................................................................................................................................. 31 
3.3 ESTRATÉGIAS PARA UMA ORGANIZAÇÃO COMUNITÁRIA ADEQUADA .............................................. 31 
 
 
3.3.1 Organização comunitária como meio de controle social ................................................................................31 
3.3.2 Organização comunitária como meio de auto-ajuda ......................................................................................32 
3.3.3 Organização comunitária como meio de parceria decisória ..........................................................................33 
3.4 FIXAÇÃO DO EFETIVO ................................................................................................................................ 34 
4. CONTROLE DA QUALIDADE TOTAL ................................................................................. 35 
4.1 COMPROMISSO COM RESULTADOS ........................................................................................................ 35 
4.2 O FOCO DEVE SER O CLIENTE-CIDADÃO................................................................................................ 35 
4.3 VALORIZAÇÃO DO SERVIÇO POLICIAL .................................................................................................... 35 
4.4 COMPROMETIMENTO DA ALTA DIREÇÃO ............................................................................................... 36 
4.5 PROATIVIDADE ............................................................................................................................................ 36 
5. EMPREGO DE MÉTODO DE RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS A MÉDIO E LONGO 
PRAZO .................................................................................................................................... 37 
5.1 EMPREGO DO MÉTODO IARA NA SOLUÇÃO DE PROBLEMAS DA COMUNIDADE ............................. 37 
5.1.1 1ª Fase – Identificação ........................................................................................................................................38 
5.1.2 2ª Fase - Análise ..................................................................................................................................................39 
5.1.3 3ª Fase - Resposta...............................................................................................................................................41 
5.1.4 4ª Fase - Avaliação ..............................................................................................................................................44 
6. USO DE INDICADORES ..................................................................................................... 44 
6.1 INDICADORES DE SITUAÇÃO .................................................................................................................... 45 
6.2 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE ......................................................................................................... 45 
7. A COMUNICAÇÃO NO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ................................................. 49 
7.1 COMO SE COMUNICAR............................................................................................................................... 49 
7.1.1 O processo de verbalização ...............................................................................................................................497.1.2 Postura e Compostura policial ...........................................................................................................................50 
7.1.3 Informações que o policial deve ter para transmitir a comunidade ..............................................................50 
8. TIPOS DE INTERAÇÃO ...................................................................................................... 51 
8.1 INTERAÇÃO DO PÚBLICO INTERNO ......................................................................................................... 51 
8.1.1 Valorização ............................................................................................................................................................51 
8.1.2 Capacitação e aprimoramento dos servidores ................................................................................................52 
8.1.3 Aplicação da gestão do conhecimento .............................................................................................................52 
8.2 INTERAÇÃO ESTRATÉGICA E SOCIAL...................................................................................................... 59 
8.2.1 Oito etapas para o sucesso da interação estratégica e social ......................................................................59 
8.2.2 Instituição dos Conselhos Interativos Comunitários de Segurança Pública (CICSP) ...............................66 
8.2.3 Criação de um Programa Policial em rádio comunitária legalmente constituída na subárea ..................71 
 
 
8.2.4 Utilização das Urnas de denúncias e sugestões .............................................................................................82 
8.2.5 Aplicação das Visitas Comunitárias ..................................................................................................................82 
8.2.6 Mutirão de Visitas Comunitárias ........................................................................................................................86 
8.2.7 Aplicação das Visitas Solidárias ........................................................................................................................87 
8.2.8 Participação em eventos sociais da comunidade ...........................................................................................88 
8.2.9 Participação efetiva nas ações da comunidade ..............................................................................................89 
8.3 INTERAÇÃO ENTRE OS ÓRGÃOS ............................................................................................................. 89 
8.3.1 Planejamento de grandes operações conjuntas .............................................................................................89 
8.3.2 Encaminhamento de demandas extra-criminais aos órgãos competentes .................................................90 
8.4 INTERAÇÃO TÁTICA .................................................................................................................................... 90 
8.4.1 Emprego dos meios .............................................................................................................................................90 
8.4.2 Processos de policiamento e formas de emprego ..........................................................................................92 
PARTE 5 .................................................................................................................................. 99 
COORDENAÇÃO E CONTROLE ............................................................................................ 99 
1. COORDENAÇÃO ................................................................................................................ 99 
2. FORMAS DE COORDENAÇÃO .......................................................................................... 99 
3. CONTROLE ......................................................................................................................... 99 
4. CENTRO INTEGRADO DE OPERAÇÕES DE SEGURANÇA PÚBLICA – CIOPS ........... 100 
5. SISTEMA INTEGRADO DE SEGURANÇA PÚBLICA - SISP ............................................ 100 
PARTE 6 ................................................................................................................................ 101 
ATRIBUIÇÕES DO POLICIAL COMUNITÁRIO ..................................................................... 101 
1. DO DELEGADO E DO COMANDANTE DO DIP ............................................................... 101 
2. DO SUPERVISOR DE POLICIAMENTO OSTENSIVO ..................................................... 102 
3. DO COMANDANTE DO GPI ............................................................................................. 102 
4. DO PATRULHEIRO COMUNITÁRIO ................................................................................ 105 
5. O QUE SE ESPERA DE UM POLICIAL COMUNITÁRIO?(comum à Polícia Militar e Polícia 
Cilvil) ...................................................................................................................................... 105 
6. O QUE DEVE OBSERVAR UM POLICIAL COMUNITÁRIO? (comum à Polícia Militar e 
Polícia Cilvil) .......................................................................................................................... 106 
PARTE 7 ................................................................................................................................ 108 
ESCRITURAÇÃO NO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ...................................................... 108 
1. CONCEITOS BÁSICOS ..................................................................................................... 108 
2. PROCEDIMENTOS ........................................................................................................... 108 
3. FORMULÁRIOS PARA O POLICIAMENTO COMUNITÁRIO ............................................ 109 
 
 
3.1. LIVRO DE SOLICITAÇÕES ...................................................................................................................... 109 
3.2. RELATÓRIO DE SERVIÇO MOTORIZADO ............................................................................................. 110 
3.3. RELATÓRIO DE ATIVIDADES ................................................................................................................. 111 
3.4. REGISTRO DE VISITAS SOLIDÁRIAS .................................................................................................... 112 
3.5. LIVRO DE RONDA .................................................................................................................................... 113 
3.6. FICHA DE VISITAS COMUNITÁRIAS ...................................................................................................... 114 
PARTE 8 ................................................................................................................................ 115 
NORMAS E PROCEDIMENTOS .......................................................................................... 115 
1. FLUXO OPERACIONAL DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS NÃO-CRIMINAIS. ... 116 
2. FLUXO OPERACIONAL DE ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA SEM FLAGRANTE ..... 117 
3.FLUXO OPERACIONAL DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA CONFORME LEI MARIA 
DA PENHA ............................................................................................................................ 118 
4. FLUXO OPERACIONAL DO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIA-DENÚNCIA 
FORMULADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO VIA REQUERIMENTO .................................. 119 
5.FLUXO DE OCORRÊNCIA JÁ REGISTRADA EM OUTRA DELEGACIA .......................... 120 
6.FLUXO DE PROCEDIMENTOS CRIMINAIS ...................................................................... 120 
7.PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS BÁSICOS DE ATENDIMENTO A OCORRÊNCIAS 
POLICIAS ..............................................................................................................................121 
7.1 CONHECIMENTO DA OCORRÊNCIA ........................................................................................................ 121 
7.2 DESLOCAMENTO PARA O LOCAL DA OCORRÊNCIA (EM VIATURA) .................................................. 121 
7.3 CHEGADA AO LOCAL DA OCORRÊNCIA (EM VIATURA) ....................................................................... 122 
7.4 LOCALIZAÇÃO DA(S) PESSOA(S) EM ATITUDE(S) SUSPEITA(S) ........................................................ 123 
7.5 ABORDAGEM A PESSOA EM ATITUDE(S) SUSPEITA(S) ....................................................................... 124 
7.6 BUSCA PESSOAL ....................................................................................................................................... 126 
7.7 CONDUÇÃO À REPARTIÇÃO PÚBLICA COMPETENTE ......................................................................... 128 
7.8 APRESENTAÇÃO DA OCORRÊNCIA NA REPARTIÇÃO PÚBLICA COMPETENTE .............................. 129 
7.9 ENCERRAMENTO DA OCORRÊNCIA....................................................................................................... 129 
8. VISÃO COMUNITÁRIA NO ATENDIMENTO DE OCORRÊNCIAS POLICIAIS ................ 130 
8.1 DAS OCORRÊNCIAS CONTRA A PESSOA .............................................................................................. 130 
8.1.1 Homicídio ............................................................................................................................................................. 130 
8.1.2 Lesão corporal ...................................................................................................................................................... 130 
8.1.3 Abandono de Incapaz ........................................................................................................................................... 131 
 
 
8.1.4 - Sequestro ........................................................................................................................................................... 131 
8.1.5 Ocorrências de maus tratos ................................................................................................................................. 131 
8.2 OCORRÊNCIAS CONTRA O PATRIMÔNIO .............................................................................................. 131 
8.2.1 Furto e Roubo ....................................................................................................................................................... 131 
8.2.2 auto localizado ...................................................................................................................................................... 132 
8.3 OCORRÊNCIAS CONTRA A PAZ PÚBLICA .............................................................................................. 133 
8.3.1 Perturbação do sossego ........................................................................................................................................ 133 
8.3.2 Embriaguez ........................................................................................................................................................... 133 
8.4 OCORRÊNCIAS CONTRA OS COSTUMES ............................................................................................. 133 
8.4.1 Estupro e atentado violento ao pudor .................................................................................................................. 133 
8.5 DAS OCORRÊNCIAS COM ENTORPECENTES ....................................................................................... 134 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 135 
GLOSSÁRIO .......................................................................................................................... 137 
 
 
 
 
 
 
1 
APRESENTAÇÃO DO MANUAL 
Nos últimos anos, no Brasil e no mundo, muito se investiu para disseminação da 
filosofia de Polícia Comunitária, a exemplo dos programas implementados e cursos de 
Polícia Comunitária ministrados nas diversas unidades da federação. No Estado do 
Amazonas, o Governo através do Programa Ronda no Bairro, a partir de 2011, estabelece 
um Programa de Polícia Comunitária, de forma ampla, sistêmica, participativa e com foco 
na prevenção e no cidadão. 
Isso significa para a sociedade amazonense uma conquista, como forma de 
concretização das aspirações da população: ter uma Polícia que trabalhe próxima e em 
parceria com a comunidade e na qual ela possa crer e confiar. 
Assim, no âmbito do Programa, o Manual do Gestor e Operador Ronda no Bairro, 
vem satisfazer a necessidade de orientações sobre os temas primordiais que integram as 
atividades de policiamento comunitário, apresentando, também, caminhos para o 
desenvolvimento da integração entre os órgãos, da mobilização comunitária, participação 
da Polícia na resolução de problemas junto à comunidade e, concomitantemente, a 
mudança de comportamento dos policiais, através de um processo educativo contínuo. 
Este Manual é resultado de uma pesquisa elaborada por policiais civis e militares do 
Estado do Amazonas, destinado à capacitação e ações dos gestores e operadores na área 
de segurança pública, orientado pela filosofia e estratégia organizacional de Polícia 
Comunitária, apontando para a uniformização de ações, condutas e procedimentos, de 
forma clara, precisa e qualificada conforme a realidade do Amazonas. 
Assim, os assuntos abordados estão distribuídos em oito partes, iniciando pela 
argumentação que justifica a implementação da filosofia e estratégia de Polícia 
Comunitária, pelo Governo do Amazonas, através das polícias do Estado. Tratam dos 
aspectos sócio-políticos e estratégias que orientam o Programa e apresentam os 
fundamentos e parâmetros que trarão sustentação às práticas preconizadas pelo Programa 
Ronda no Bairro. 
O uso deste Manual, ferramenta da estratégia do Governo do Amazonas, levará a 
otimização de esforços e a ampliação de resultados práticos positivos para a efetividade de 
uma política pública de segurança com foco no cidadão e na parceria entre a população e 
as instituições de segurança pública. 
 
 
2 
 INTRODUÇÃO 
A Polícia Comunitária constitui-se, hoje, em unanimidade na segurança pública. Nas esferas 
federal, estadual e municipal essa filosofia ganhou, com o passar dos anos, espaço nas decisões 
estratégicas, estando presente nos programas e planos de governos. As comunidades, policiais, 
acadêmicos, jornalistas e ONGs, por sua vez, mostram-se simpáticos com o assunto. 
Tal como em outros países, nos Estados Unidos, decorrente da Polícia Comunitária (filosofia 
e estratégia), o policiamento comunitário (atividade) foi sendo sedimentado nas instituições 
policiais e, hoje, segundo Eck e Rosenbaum1, é praticamente o único pensamento, atitude e ação 
dos policiais e a única alternativa disponível para o gestor policial melhorar o relacionamento da 
Instituição com a sociedade. 
Nos países da América Latina, problemas já conhecidos permeiam as instituições policiais, 
internos e externos, especialmente a baixa estima. Problemas esses, geralmente decorrentes do 
histórico de frequente envolvimento com a repressão nos regimes autoritários bem como, depois 
da transição, a escalada de violência, que fizeram da América Latina a região mais violenta do 
planeta. 
Nesse contexto, a Polícia Comunitária foi se revelando como a alternativa mais apropriada 
para mudança desse quadro caótico e muitas instituições policiais passaram a investir em 
programas de polícia baseados nessa filosofia e estratégia, adotando o modelo comunitário de 
policiamento como uma boa prática para recuperar o prestígio e a imagem institucional. 
Várias experiências foram registradas, a exemplo das atividades com gangues juvenis em 
Medellín, na Colômbia, os projetos patrocinadospelo Instituto Latino Americano de Direitos 
Humanos em várias cidades; o Plano Quadrante, adotado pelos Carabineiros no Chile e outros2. 
A ideia de uma polícia orientada para a solução de problemas junto à comunidade e 
melhoria da qualidade de vida da população, de acordo com a filosofia de polícia comunitária já 
 
1
 Eck , Rosenbaum. Como reconhecer um bom policiamento: problemas e temas. (Série Polícia e Sociedade. vol. 4) 
2
 Chinchilla M, Laura. Policia de Orientacion Comunitaria – Una Adecuada Alianza entre Policia 
Y Comunidad para Revertir la Inseguridad. Chile, 1999 
 
 
3 
praticada em diversos outros países, ganhou força no Brasil nos anos 80, com a abertura 
democrática do país e com a Constituição Federal de 1988. 
Nesse sentido, diversos projetos têm sido implementados no País, como o projeto Viva Rio, 
em Copacabana, o Policiamento Interativo Comunitário, no Espírito Santo, o programa de Polícia 
Comunitária da Polícia Militar de São Paulo, o Pacto pela Vida, de Pernambuco, Ronda do 
Quarteirão, no Ceará, Fica Vivo, de Minas Gerais e outros. Assim, existem diversas experiências que 
podem ser qualificadas de "comunitárias", nas polícias de catorze Estados: Espírito Santo, Pará, 
Paraná, Sergipe, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Ceará, Pernambuco, 
Paraíba, Minas Gerais, Santa Catarina e Bahia.3 
No Amazonas, o Governo do Estado, ao criar e implementar o Programa Ronda no Bairro, a 
partir de 2011, iniciou o estabelecimento de uma política de segurança pública com foco no 
cidadão, aperfeiçoando a prevenção e a repressão qualificada nas condutas ofensivas à sociedade. 
O negócio do Programa é investir no desenvolvimento e na implementação de um conceito 
de segurança pública que impulsione e dê sustentação à proximidade policial e promova uma maior 
participação e envolvimento da comunidade no planejamento e ações no campo da segurança 
pública, trazendo bons resultados na solução de problemas e melhoria da qualidade de vida da 
população. 
Para a implementação do Programa, entretanto, fez-se necessário adotar algumas linhas de 
ação, tais como: compatibilização territorial de atuação, integração dos órgãos, modernização 
organizacional e tecnológica, construção e reforma de infraestrutura, reaparelhamento, interação, 
inclusão e capacitação de recursos humanos, desenvolvimento de metodologia de policiamento 
comunitário, bem como outras ações estratégicas dos órgãos que compõem o Sistema de 
Segurança Pública do Amazonas. 
Nesse sentido, a filosofia de Polícia Comunitária se constituiu o tema central do Programa 
Ronda no Bairro, cuja estratégia básica é melhorar a qualidade da gestão operacional da segurança 
pública do Amazonas, foco na prevenção e no cidadão cliente, polícia orientada para a solução de 
 
3
 CERQUEIRA, Carlos Magno Nazareth (Org.). Do patrulhamento ao policiamento comunitário. 2. ed. Rio de Janeiro: 
Freitas Bastos, 2001. (Série Coleção Polícia Amanhã). 
 
 
4 
problemas junto à comunidade, metodologias de mobilização social, integração, parceria e 
conscientização comunitária no que diz respeito à solução de problemas de segurança pública e 
análise dos fatores intervenientes para a sua execução. 
O nascer desse novo momento na segurança pública, com a adoção do modelo de 
policiamento comunitário, sugere que causas comuns são provavelmente as responsáveis pelos 
mesmos efeitos na comunidade. Com esse entendimento, o discurso em favor do policiamento 
comunitário ganha força quando se percebe que policiamento comunitário refaz a conexão da 
polícia com a sociedade, gerando progresso, diminuindo os índices de criminalidade, reduzindo a 
insegurança e o medo do crime, fazendo o público se sentir amparado e gerando segurança pública. 
Institucionalmente, representa inovação e mudanças fundamentais na estrutura, 
organização, articulação e gestão das polícias, oportunizando o reconhecimento de que esta não 
pode ter sucesso em atingir seus objetivos básicos sem o apoio, tanto operacional quanto político, 
da sua própria comunidade. Tornando-se, portando, em uma polícia moderna, proativa, que 
estabelece laços de confiança, que respeita os direitos humanos, observadora da democracia, da 
idoneidade, da ética e consciência policial. 
Assim, o modelo e metodologia de policiamento comunitário, conforme o Programa Ronda 
no Bairro, vem estabelecer novos princípios norteadores para a implantação, implementação e 
institucionalização da filosofia de Polícia Comunitária pela Polícia Amazonense, uma polícia 
moderna, mais eficiente, científica, democrática, promotora dos direitos humanos na busca da 
solução conjunta dos problemas comunitários e da segurança pública. 
 
 
5 
PARTE 1 
ASPECTOS SOCIO-POLÍTICOS DO RONDA NO BAIRRO 
1. RONDA NO BAIRRO ENQUANTO POLÍTICA PÚBLICA 
Entender o Programa Ronda no bairro como uma Política Pública é essencial para 
que os operadores de Segurança Pública tenham uma ampla visão da importância deste 
programa para sociedade amazonense. 
Compreender os fatores que motivaram a decisão governamental no sentido de 
empenhar esforços para a concretização desse programa é de elevado valor para o 
envolvimento e atuação qualificada na segurança pública do Estado. Assim, ao longo 
deste tópico, faremos uma breve abordagem sobre o conceito de Política Pública. 
De acordo com Santin (2004, p. 27), “O Estado foi constituído para atender as 
necessidades comunitárias na incessante busca da paz social e do bem comum”. 
Diante dessas necessidades comunitárias, o Estado deve se articular para trazer 
respostas a estas demandas, utilizando-se de ferramentas, como, a arrecadação tributária, 
necessária para atender os gastos do governo, seguindo todo um processo, culminando 
com a implementação de uma Política Pública. 
Em uma visão jurídica, Bucci (2002, p. 241) afirma que “Políticas Públicas são 
Programas de ação Governamental visando coordenar os meios à disposição do Estado e 
as atividades privadas, para realização de objetivos socialmente relevantes e politicamente 
determinados”. 
Já Saravia e Ferrarezi (2006, p. 28), em uma concepção administrativa, Política 
Pública “trata-se de um fluxo de decisões públicas, orientado a manter o equilíbrio social ou 
a introduzir desequilíbrios destinados a modificar essa realidade”. 
A fim de termos uma visão mais ampla de políticas públicas, de forma a facilitar a 
sua concepção no programa Ronda no Bairro, podemos definir políticas públicas como 
qualquer manifestação do Estado, seja em nível federal, estadual ou municipal, 
visando a sua teleologia. 
 
 
6 
Com essa visão, impõe-se a exigência de que o trabalho dos órgãos do sistema de 
segurança pública respalde-se em metas, objetivos e estratégias bem definidas que 
permitam em sua execução constantes avaliações. 
2. ASPECTOS SOCIAIS INTERVENIENTES NA SEGURANÇA PÚBLICA 
É pacífico o entendimento de que questões sociológicas e criminológicas afetam a 
vida em sociedade. Por isso, para que os operadores de segurança pública compreendam 
os problemas da comunidade onde atuam é necessário conhecer sobre conflitos, crimes e 
a sensação de insegurança. 
2.1 CONFLITO 
O conflito é oriundo das interações sociais. Logo, onde existir dois ou mais 
indivíduos interagindo poderá ocorrer conflito. E desta conflitualidade, em muitos casos, é 
que deriva o fenômeno da criminalidade, trazendo consequências que demandam ações da 
Segurança Pública. 
Buscando uma conceituação sucinta para o conflito, pode se dizer que é “uma 
contenda entre indivíduos ou grupos, em que cada um dos contendores almeja uma 
solução que exclui a desejada pelo adversário” (LAKATOS e MARCONI, 1999, p. 90). 
Entretanto, esta conceituação não exaure a semântica do conflito. 
Outra forma de perceber este aspecto social é quando as normas sãovioladas, por 
não serem aceitas ou pelo desejo de modificá-las. 
O conflito não é tão negativo quanto parece. Em diversas situações estas 
divergências de ideias e heterogeneidade de interpretações dos fatos são primordiais para 
um regime democrático, pois delas são oferecidas condições para manutenção e 
adequação de estruturas sociais, econômicas e políticas. 
Do exposto, pode-se observar que a grande problemática não está no conflito como 
um todo, mas na maneira de como ele é desenvolvido e solucionado. Logo, se utilizados os 
meios adequados, pode-se aferir um conflito com consequências benéficas. 
Conforme Rodrigues (2009, p. 76), há uma variedade de meios que podem ser 
empregados para o desenvolvimento adequado de um conflito: “persuasão racional, a 
influência do prestígio, a influência da propaganda, pressão econômica ou política”. 
 
 
7 
A história revela que não existe unanimidade nos assuntos humanos e através desta 
discussão pode se observar que o conflito tem a sua função social. Porém, isto não 
acarreta em consentir um conflito que derive violência ou criminalidade, pois estes 
fenômenos não são viáveis em um Estado Democrático de Direito. 
2.2 O CRIME 
Buscando uma definição jurídica para o crime, dizemos que é uma violação dolosa 
ou culposa da lei penal. Dentro de uma visão sociológica, crime é uma violação das regras 
que a sociedade considera indispensável para sua existência. Já na óptica da sociedade, 
do povo, é uma infração moral grave. 
O crime é mais que um fenômeno social, é um episódio na vida de uma pessoa que 
trará danos a outrem nunca mais esquecidos, seja no campo patrimonial, moral ou físico. 
2.2.1 Fatores motivadores dos crimes 
Buscando teorias e discussões a respeito do crime, é possível distinguir correntes 
distintas de pensamento sobre a gênese do crime. 
A primeira, denominada de biopsicosociológica, acreditava que o argumento 
principal para a ocorrência do crime era a presença de genes hereditários ligados ao 
comportamento criminoso. Assim havia, no criminoso nato, características físicas 
reveladoras do seu comportamento delituoso, teoria inócua, uma vez comprovado que não 
são as características físicas a determinar o comportamento do indivíduo. 
A segunda corrente de pensamento, de cunho marxista, entendia que seria o meio e 
não o indivíduo propício à manifestação do delito, tendo no processo capitalista o principal 
fator para o aumento da atividade criminosa. 
A terceira corrente criminológica, denominada de teoria econômica do crime, tem 
sua fundamentação no princípio hedonístico, do resultado máximo com o mínimo de 
esforço. Segundo esta teoria, quanto maior o risco no cometimento do delito, menor seria o 
encorajamento à prática de algum crime. 
E a quarta e última corrente é a da teoria multifatorial, a qual acredita que o delito 
seja resultado de múltiplos fatores. Esta nova visão rompe com os determinismos, 
unilateralismos biológicos, psicológicos ou sociológicos na explicação da origem da 
criminalidade, evidenciando a complexidade do delito e a necessidade de tratá-los mais 
pormenorizadamente. 
 
 
8 
Estes multifatores podem ser sintetizados em cinco elementos condicionadores da 
criminalidade: o poder, o desenvolvimento, a desigualdade, a condição humana e o sistema 
penal. 
2.3 SENSAÇÃO DE SEGURANÇA 
A sensação de segurança é condição fundamental para a sociedade conviver e viver 
com qualidade de vida. Assim, para proteger este bem público existem inúmeras garantias 
jurídico-sociais a serem preservadas pelo Estado. 
Para o alcance desse bem público, são obrigatórios o respeito à lei e à manutenção 
da ordem pública. Desta forma, o Direito torna-se um dos meios de controle social formal, 
trazendo a ideia do justo e fazendo com que os cidadãos creiam no respeito à legalidade, 
fazendo a justiça prevalecer e permitindo a organização da vida em sociedade. 
O compartilhamento desta sensação de segurança exteriorizada por toda estrutura 
social evidencia como estão seguindo a segurança pública em uma sociedade. 
Entretanto, quando se fala em sensação de insegurança, a recíproca não é a 
mesma. Conforme Rodrigues (2009, p. 84), “o sentimento de insegurança pode se alastrar 
artificialmente por conta de desinformações ou informações errôneas e tendenciosas sobre 
aspectos da realidade delitiva de um país”. 
Nesse aspecto, os meios de comunicação em massa têm um papel fundamental. 
Sobre essa influência, Molero (2009, apud Rodrigues, 2009, p. 85) afirma: “os meios de 
comunicação de massa criam uma criminalidade difusa, irreal e incompreensível para a 
maior parte dos mortais com a finalidade de inquietar ou fascinar a seu público”. 
Porém, nem sempre o medo e a insegurança são inconvenientes, pois, com uma 
percepção justa do perigo real, o indivíduo pode tomar medidas adequadas de proteção, 
cautela e prevenção de situações que possam expô-lo a perigo, tornando-se potenciais 
colaboradores dos órgãos de segurança pública na preservação da ordem pública. 
 
 
9 
PARTE 2 
PROGRAMA RONDA NO BAIRRO 
1. ESTRATÉGIAS QUE ORIENTAM O PROGRAMA 
1.1 INSTRUMENTAIS 
1.1.1 Estratégia de proximidade policial 
a. Desconcentração organizacional e descentralização do planejamento; 
b. Responsabilidade territorial; e 
c. Polícia de proximidade. 
1.1.2 Estratégia de integração 
1.2 SUBSTANTIVAS 
1.2.1 Estratégia social de prevenção da violência e do delito 
Possui como base as premissas de: 
a. Polícia comunitária; 
b. Mobilização comunitária; e 
c. Participação comunitária. 
1.2.2 Estratégia institucional de prevenção e controle do delito 
Está pautada no policial de: 
a. Segurança preventiva; 
b. Segurança complexa; e 
c. Persecução penal. 
 
 
10 
PARTE 3 
RONDA NO BAIRRO, SINÔNIMO DE POLÍCIA COMUNITÁRIA 
1. ACERCA DA FILOSOFIA DE POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Polícia Comunitária é muito mais do que mera aproximação, é uma filosofia que 
busca a qualidade de vida da comunidade. Não sendo mero assistencialismo social, mas 
uma efetiva participação social, onde se buscam reunir todos os segmentos da sociedade 
para o alcance da segurança pública efetiva e o consequente bem estar social. 
O art. 144 da Constituição Federal não deixa dúvida, além de embasar 
juridicamente, a necessidade dos órgãos do Sistema de Segurança Pública trabalhar em 
parceria com a comunidade, quando estabelece: Segurança Pública, dever do Estado, 
direito e responsabilidade de todos... 
Outro fator a ser evidenciado é a Polícia Comunitária como uma estratégia 
organizacional, ou seja, exige que sejam estabelecidos diretriz, objetivos e metas para a 
implementação dessa filosofia. 
2. OS 10 PRINCÍPIOS DA POLÍCIA MODERNA4 
1º Princípio: A polícia deve ser estável, eficaz e organizada, debaixo do controle do 
governo; 
2º Princípio: A missão básica para a polícia existir é prevenir o crime e a desordem; 
3º Princípio: A capacidade de a polícia realizar suas obrigações depende da 
aprovação pública de suas ações; 
4º Princípio: A polícia necessita realizar segurança com o desejo e cooperação da 
comunidade, na observância da lei, para ser capaz de realizar seu trabalho com confiança 
e respeito do público; 
5º Princípio: O nível de cooperação do público para desenvolver a segurança pode 
contribuir na diminuição proporcional do uso da força; 
6º Princípio: O uso da força pela polícia é necessário para manutenção da 
segurança, devendo agir em obediência à lei, para a restauração da ordem, e só usá-la 
quando a persuasão, conselho e advertência forem insuficientes; 
 
4
 Sir Robert Peel. 1º Primeiro Ministro Inglês. Fundador da Polícia Londrina em 1829. 
 
 
11 
7º Princípio: A polícia visa à preservação da ordem pública em benefício do bem 
comum, fornecendo informações à opinião pública e demonstrando ser imparcial no 
cumprimento da lei; 
8º Princípio: A polícia sempre agirá comcuidado e jamais demonstrará que se 
usurpa do poder para fazer justiça; 
9º Princípio: O teste da eficiência da polícia será pela ausência do crime e da 
desordem, e não pela capacidade de força de reprimir esses problemas; e 
10º Princípio: A Polícia deve esforçar-se para manter constantemente com o povo, 
um relacionamento que dê realidade à tradição de que a polícia é o povo e o povo é a 
polícia. 
3. OS PRINCÍPIOS DA POLÍCIA COMUNITÁRIA 
Para a sedimentação da filosofia de Polícia Comunitária é necessário que todos na 
instituição conheçam os seus princípios, praticando-os permanentemente. São eles: 
a. Filosofia e estratégia organizacional 
A base dessa filosofia é a comunidade. Para direcionar seus esforços, a Polícia, ao 
invés de buscar ideias pré-concebidas, deve buscar, junto às comunidades, os anseios e 
as preocupações das mesmas, a fim de traduzi-los em procedimentos de segurança. 
b. Comprometimento da organização com a concessão de poder à comunidade 
Dentro da comunidade o cidadão deve participar como plenos parceiros da polícia, 
na identificação, priorização e solução dos problemas. 
c. Policiamento descentralizado e personalizado 
É necessário um policial compromissado com a comunidade, conhecido pela mesma 
e conhecedor de suas realidades. 
d. Resolução preventiva de problemas a curta e em longo prazo 
A ideia é que o policial atue proativamente, antecipando-se à ocorrência. Desta 
forma, o seu trabalho tornar-se-á mais eficiente e eficaz. Com isso, o número de chamadas 
das Centrais de emergência tende diminuir. 
e. Ética, legalidade, responsabilidade e confiança 
O Policiamento Comunitário pressupõe uma parceria estabelecida entre a polícia e 
os cidadãos aos quais ela atende, com base no rigor do respeito à ética policial, da 
legalidade dos procedimentos, da responsabilidade e da confiança mútua que devem 
existir. 
 
 
12 
f. Extensão do mandato policial 
Cada policial passa a atuar como um chefe de polícia local, com autonomia e 
liberdade para tomar iniciativa, dentro de parâmetros rígidos de responsabilidade. O 
propósito, para que o Policial Comunitário possua o poder, é perguntar-se: 
Isto está correto para a comunidade? 
Isto está correto para a segurança da minha região? 
Isto é ético e legal? 
Isto é algo que estou disposto a me responsabilizar? 
Isto é condizente com os valores da Corporação? 
Se a resposta for Sim a todas essas perguntas, a possibilidade de êxito cresce 
de forma expressiva. 
g. Ajuda às pessoas com necessidades específicas 
 Valorizar a vida de pessoas mais vulneráveis: jovens, idosos, minorias, pobres, 
deficientes, entre outros. Isso deve ser um compromisso inalienável do Policial 
Comunitário. 
 O ponto de partida é o conceito de justiça e de segurança como sinônimo de 
equidade: é justa a sociedade em que todos os membros desfrutem, de modo pleno e 
igual, de um conjunto de liberdades fundamentais claramente especificadas - os direitos 
humanos – sem discriminação e no grau máximo compatível com as liberdades alheias. 
h. Criatividade e apoio básico 
 Ter confiança nos profissionais que estão na linha de frente da atuação policial, 
confiar no seu discernimento, sabedoria, experiência e sobretudo na formação que 
recebeu. Isso propiciará abordagens mais criativas para os problemas contemporâneos da 
comunidade. 
i. Mudança interna 
 O policiamento comunitário exige uma abordagem plenamente integrada, 
envolvendo toda a organização. É fundamental a atualização de seus cursos e respectivos 
currículos, bem como de todos os seus quadros de pessoal. É uma mudança que se 
projeta com efeitos a curto, médio e longos prazos; 
j. Construção do futuro 
 Deve-se oferecer à comunidade um serviço policial descentralizado e personalizado, 
visível e disponível, onde, a ordem não deve ser imposta de fora para dentro, mas as 
 
 
13 
pessoas devem ser encorajadas a pensar na polícia como um recurso a ser utilizado para 
ajudá-las a resolver problemas de sua comunidade. 
4. “OS SEIS GRANDES” DO POLICIAMENTO COMUNITÁRIO5 
Todo gestor deve buscar a união de forças destes “seis grandes”, pois é o segredo 
para o sucesso de um policiamento comunitário efetivo. São eles: 
4.1 A POLÍCIA 
Seu papel é fundamental no sistema de Polícia Comunitária, pois ela tem que 
assimilar e querer se comprometer com o novo sistema, criando um consenso que envolva 
daquele que comanda até aquele que está na linha de frente. Precisa construir laços de 
confiança com a comunidade, fortalecendo os cidadãos em geral no processo de parceria. 
4.2 A COMUNIDADE 
É a grande beneficiada no processo ao receber um policial comunitário. Há 
necessidade de educá-la e prepará-la para entender o sistema, o estabelecimento de 
prioridades e a necessidade de participação na identificação, priorização e resolução dos 
problemas. 
4.3 AUTORIDADES 
O trabalho de Polícia Comunitária deve envolver todas as autoridades constituídas. 
Embora a ação de polícia deva ser apolítica, não interessando partido ou ideologia. 
4.4 A COMUNIDADE DE NEGÓCIOS 
O envolvimento da comunidade de negócios pode fazer a diferença entre a 
aceitação e a resistência. Quando os homens de negócios são orientados sobre o 
programa, geralmente orientam seus funcionários a participarem e, às vezes, até os cedem 
para apoio em algumas atividades. 
4.5 INSTITUIÇÕES COMUNITÁRIAS 
As instituições comunitárias são fundamentais para a educação da população e 
também para a adequação dos serviços de outros órgãos, visando melhor servir à 
comunidade. 
 
5
 Opus cit. 
 
 
14 
4.6 A MÍDIA 
O enfoque proativo de polícia comunitária poderá criar na organização policial a 
oportunidade de contar com o apoio da imprensa. É necessário aproveitar melhor os 
espaços disponíveis na pequena e média imprensa, jornais de bairros e rádios locais. O 
grande desafio é de quebrar os paradigmas da mídia em relação à polícia. 
5. DIFERENÇAS ENTRE POLÍCIA TRADICIONAL E POLÍCIA COMUNITÁRIA 
POLÍCIA TRADICIONAL POLÍCIA COMUNITÁRIA 
a) A polícia é apenas uma agência 
governamental responsável, principalmente, 
pelo cumprimento da lei; 
a) A polícia é o público e o público é a polícia: 
os policiais são aqueles membros da 
população que são pagos para dar atenção 
em tempo integral aos cidadãos; 
b) Na relação entre a polícia e as demais 
instituições de serviço público, as prioridades 
são muitas vezes conflitantes; 
b) Na relação com as demais instituições de 
serviço público, a polícia é apenas uma das 
instituições governamentais responsáveis pela 
qualidade de vida da comunidade, dentro a 
visão do sistema; 
c) O papel da polícia é se preocupar com a 
resolução do crime; 
c) O papel da polícia assume um enfoque 
mais amplo, buscando a resolução de 
problemas, principalmente por meio da 
prevenção; 
d) As prioridades são, por exemplo, roubo a 
banco, homicídios e todos aqueles 
envolvendo violência; 
d) As prioridades são quaisquer problemas 
que aflijam a comunidade; 
e) A polícia se ocupa mais com os incidentes; e) A polícia se ocupa mais com os problemas 
e as preocupações dos cidadãos; 
f) O que determina a eficiência da polícia é tão 
somente o tempo de resposta às solicitações; 
f) A eficácia da polícia é medida pela ausência 
de crime e de desordem, pela sensação de 
segurança e pela confiança da comunidade, 
mais que o tempo de resposta; 
g) O profissionalismo policial se caracteriza 
apenas pelas respostas rápidas aos crimes 
sérios; 
g) O profissionalismo policial se caracteriza 
principalmente pelo estreito relacionamento 
com a comunidade, além da rapidez nas 
respostas; 
h) A função do comando é prover os 
regulamentos e as determinações que devam 
h) A função do comando é incutir e 
desenvolver os valores institucionais; 
 
 
15 
ser cumpridas pelos policiais; 
i) As informações mais importantes são 
aquelas relacionadasa certos crimes em 
particular; 
i) As informações mais importantes são 
aquelas relacionadas com as atividades 
delituosas de indivíduos ou grupos, o que 
facilita a identificação das melhores 
estratégias para tratamento do problema; 
j) O policial trabalha voltado unicamente para 
a marginalidade de sua área, que representa, 
no máximo 2% da população ali residente; 
j) O policial trabalha voltado para os 98% da 
população de sua área, que são pessoas de 
bem, trabalhadoras, cidadãos e clientes da 
organização policial; 
k) O policial é o do turno de serviço; k) O policial é da área, conhecido, que auxilia 
a comunidade; 
l) A força é empregada como técnica de 
resolução de problemas; 
l) A resolução dos problemas é construída por 
meio do apoio e da cooperação do público; 
m) Presta contas somente ao seu superior; m) O policial presta contas de seu trabalho ao 
superior e à comunidade; 
n) As patrulhas são distribuídas somente 
conforme o pico de ocorrências. 
n) As patrulhas são distribuídas conforme a 
necessidade de segurança da comunidade, ou 
seja, 24 horas por dia, além da observância 
dos dados estatísticos. 
 
 
 
16 
PARTE 4 
PARÂMETROS PARA O MODELO RONDA NO BAIRRO 
1. PROXIMIDADE POLICIAL 
Consiste na forma como a Corporação se organiza, estrutura-se e articula-se 
operacionalmente, nos modelos adotados para atuação no ambiente, no modo como 
desenvolve o seu trabalho policial e realiza a sua gestão. Tudo isto, no sentido de 
promover, favorecer e otimizar a atuação dos seus policiais, em que estes aumentam a 
proximidade com as pessoas da comunidade, conhecendo-as, sendo conhecido, 
reconhecido e entendendo as dinâmicas sociais da região. 
Com isso, os policiais possuem mais condições de auxiliar as pessoas em 
momentos de dificuldade, além dos casos de desordem, violência e delito, e podem 
construir laços de confiança que lhes permitirão receber as informações de que precisam. 
Assim, essa proximidade policial constitui-se de6: 
1.1 RESPONSABILIDADE TERRITORIAL 
1.1.1 Conceituação 
Responsabilidade sobre o espaço geográfico onde o policial atua, com seu 
contexto social, variáveis e fatores. 
O policial deve criar condições favoráveis e aproveitar oportunidades para a 
aproximação com a comunidade. No planejamento, execução, comando e controle das 
atividades operacionais, a lógica de responsabilidade territorial deve prevalecer sobre a 
lógica temporal, que foca apenas o período de serviço. 
1.1.2 Setorização 
Entre as ações do Programa Ronda no Bairro, o redimensionamento do território de 
responsabilidade e atuação, bem como a distribuição e localizações das suas unidades 
policiais atenderão ao cumprimento de suas missões universais, em consonância com os 
planejamentos específicos. 
As disposições dessas unidades, alcançadas pelo Programa Ronda no Bairro, serão 
apreciadas consoante os seguintes fatores: 
 
6 UNISUL. Teoria de Polícia Comunitária. Curso de Especialização em Polícia Comunitária. Florianópolis: Unisul, 2010. 
 
 
17 
a. Características geográficas e socioeconômicas por subárea ou setor; 
b. Índice de Desenvolvimento Humano por subárea ou setor; 
c. Evolução demográfica por subárea ou setor: 
- População fixa; e 
- População flutuante. 
d. Extensão territorial da subárea ou setor; 
e. Estabelecimentos (comerciais, escolares, hospitalares etc.); 
f. Índices de criminalidade por subárea ou setor; 
g. Registros de atendimento de ocorrências por subárea ou setor; 
h. Índices de acidentes de trânsito; 
i. População carcerária (egressos e vínculos); e 
j. Informações sobre organizações do terceiro setor existentes na subárea ou setor. 
No policiamento comunitário, o policiamento por setores apresenta-se com uma 
evolução para uma Polícia Comunitária, na qual o setor de policiamento passa a ser a 
célula de referência na produção dos serviços de segurança pública. 
As áreas, subáreas, setores e subsetores serão previamente delimitados de acordo 
com as características socioeconômicas e culturais e também pela especificidade local dos 
problemas de criminalidade e violência, sendo designados pelos gestores de DP e CICOM, 
respectivos executores das ações de policiamento preventivo, envolvendo as várias formas 
de policiar, prevenindo a desordem, a violência e o crime, assim como a investigação de 
delitos. 
1.1.3 Divisão territorial 
1.1.3.1 Área 
Corresponde à mesma delimitação geográfica de uma Zona Administrativa (Z Adm.) 
da Capital (Norte, Sul, Leste, Oeste, Centro-Sul e Centro-Oeste), considerando a divisão do 
território de Manaus em 06 (seis) zonas administrativas, adotadas pelos órgãos públicos 
estaduais. 
 
 
18 
1.1.3.2 Subáreas 
Consiste em um espaço geográfico equivalente, em regra, a um ou conjunto de 
bairros, obedecendo, obrigatoriamente, à delimitação de cada zona administrativa. 
1.1.3.3 Setor 
Corresponde às divisões de uma subárea. Cada setor corresponde, em regra, a 
divisão de uma subárea e, em razão de critérios específicos de geoprocessamento, a sua 
equivalência a um bairro não se aplicará a todos os setores no Programa Ronda no Bairro. 
1.1.3.4 Subsetor 
Corresponde às divisões de um setor. 
1.2 DESCONCENTRAÇÃO ORGANIZACIONAL E DESCENTRALIZAÇÃO DO 
PLANEJAMENTO 
Consiste em incrementar uma mudança na estruturação e organização da 
Corporação, de maneira a agregar ao modelo existente as especificidades e capacidades 
necessárias à melhoria da atuação policial. Essa mudança visa à adaptação da 
organização, suas instalações, meios, recursos e procedimentos, para atender às 
demandas atuais. 
1.2.1 Capital 
Comando de Policiamento Metropolitano (CPM/PMAM) e Departamento de Polícia 
Metropolitana (DPM/PCAM). 
1.2.2 Área 
Comando de Policiamento de Área (CPA/PMAM) e Seccional (PCAM). 
1.2.3 Subárea 
O Distrito Integrado de Polícia – DIP é a instalação física que sedia uma Companhia 
Interativa Comunitária (CICOM) e um Distrito Policial (DP), de forma integrada. Possuem a 
competência pela gestão e execução do policiamento ostensivo preventivo e investigativo 
na subárea, incidindo sua responsabilidade sobre o planejamento participativo, 
organização, coordenação, comando e controle operacional e administrativo das atividades 
de policiamento, meios e recursos na subárea, setor e subsetor. 
Compete aos gestores de subárea, juntamente com sua equipe e comunidade, 
elaborar o planejamento mensal, estabelecendo metas e formas de redução dos índices de 
 
 
19 
criminalidade e resolução de problemas, que deverão ser levadas aos gestores da 
Seccional e do CPA para serem discutidas e avaliadas com a comunidade. 
1.2.4 Setor 
O policiamento do setor e do subsetor será de responsabilidade direta do Grupo de 
Policiamento Interativo Comunitário (GPI). Este equivale a um Grupo Policial Militar – GPM 
(+), porém, com aquela designação para fins de emprego no Programa Ronda no Bairro. 
Quando considerada imprescindível, por razão tática ou operacional, poderá ser 
instalada no setor ou grupo de setores uma BPI, fixa ou móvel. 
Compete ao comandante do GPI do setor, juntamente com sua equipe e 
comunidade, elaborar o planejamento mensal, propondo metas e formas de redução dos 
índices de criminalidade e resolução de problemas, que deverão ser levadas aos gestores 
do DIP para serem discutidas e avaliadas com a comunidade. 
1.2.5 Subsetor 
O subsetor consistirá na circunscrição básica de gestão operacional. 
1.3 POLÍCIA DE PROXIMIDADE 
Estágio imprescindível da evolução institucional para a filosofia de polícia 
comunitária, em que todas as forças da comunidade se reunirão para identificar, priorizar 
ações e agir sobre as causas da desordem, da violência e dos crimes. 
 
 
 
20 
Pode ser entendido como um caminho percorrido para uma parceria entre a polícia e 
a população, através do qual se busca uma conscientização popular acerca da 
responsabilidadesocial dos cidadãos, bem como do comprometimento mútuo na solução 
dos problemas e melhoria da qualidade de vida da comunidade. 
Para percorrer esse caminho/processo de proximidade faz-se necessário que a 
Corporação, através de seus policiais (caracterização, postura, conduta e procedimentos), 
instalações, viaturas e equipamentos, corresponda à comunidade em três pontos básicos: 
a. Visibilidade – a Polícia deve instituir-se como referência e disponibilidade para a 
comunidade, podendo esta enxergá-la; 
b. Fácil acesso – a Polícia deve se caracterizar por estímulo visual atraente e 
agradável, de alcance simples; e 
c. Resposta imediata e adequada – a Polícia deve ter capacidade para dar a 
comunidade, imediatamente, uma resposta adequada à solução do problema, ou 
indicar/encaminhar à sua resolução. 
 
Na proximidade o relacionamento interpessoal policial/cidadão deve ocorrer em um 
clima de receptividade, boa vontade, sem tensões e conflitos. 
A polícia de proximidade não é exclusividade de um único órgão de Polícia. É um 
imperativo de qualidade na prestação do serviço da função segurança do Estado. 
Sendo a Polícia parte integrante do sistema de defesa social, submete-se: 
a. A existência de uma filosofia geral mínima, aceita e aplicada pelas corporações 
que compõe o sistema de defesa social; e 
b. A cooperação efetiva entre policiais e membros dessas instituições no trato do 
problema da delinquência. 
A Polícia deve estar a serviço da comunidade, sendo a sua razão de existir garantir 
 
 
21 
ao cidadão o exercício livre e pacífico dos direitos que a lei lhe reconhece. Isso implica em: 
a. Uma adaptação dos serviços policiais às necessidades reais da comunidade; 
b. A ausência de qualquer tipo de ingerência política nas atuações policiais; e 
c. A colaboração do público no fornecimento de insumos para o exercício da 
atividade policial. 
A Polícia deve ser, nas suas estruturas básicas e em seu funcionamento, um serviço 
democrático, que pressupõe: 
a. A civilidade no atendimento à comunidade; 
b. O respeito irrestrito aos direitos fundamentais do cidadão; 
c. A participação de todos os integrantes do serviço e do conjunto da população na 
elaboração das ações de segurança nas comunidades; e 
d. A aceitação da obrigação de prestar contas, periodicamente, das suas atividades. 
1.4 SISTEMA DE MALHAS 
 
1.4.1 Primeira Malha 
O desenvolvimento das ações e atividades de 1ª Malha é de competência dos 
Distritos Integrados de Polícia – DIP, integração do Distrito Policial com a Companhia de 
Policiamento Interativo Comunitário - CICOM, os quais realizarão as atividades de 
prevenção, de acordo com a filosofia e estratégia de Polícia Comunitária. 
Para isso, terão seu foco de atuação na desordem e nas causas de violência e 
delito, reprimindo, também, as condutas ofensivas à comunidade em prazo razoável para o 
atendimento das demandas. 
1.4.2 Segunda Malha 
A 2ª Malha será composta por Seccionais e CPA, responsáveis pela coordenação e 
controle dos DIP das respectivas áreas de atribuição. 
 
 
22 
São, também, responsáveis pelo suporte tático-operacional aos DIP, empregando os 
recursos humanos e materiais necessários à prevenção e repressão, em nível tático, à 
prática de delitos de maior vulto, em áreas de manchas criminais e de elevado potencial de 
criminalidade. Isto, enquanto a situação não se configure em necessidade de emprego da 
3ª Malha. 
1.4.3 Terceira Malha 
A 3ª Malha será formada pelas unidades e grupos especializados da PMAM e 
PCAM, visando-se a integração destes com o propósito de realizar a repressão qualificada 
ao crime, desobrigando, com isso, as unidades policiais de 1ª e 2ª malhas de saírem de 
sua competência e atuação primordial. 
2. INTEGRAÇÃO 
No Programa Ronda no Bairro a integração consiste em um diferencial característico 
da estratégia de Polícia adotada, próprio do Estado do Amazonas. Além de traduzir-se na 
consolidação teórico-prática dos avanços obtidos na parceria entre a PMAM e PCAM, o 
modelo de polícia integrada do Amazonas deve ser considerado um fator crítico de sucesso 
para a implementação das ações do Programa Ronda no Bairro. 
O fundamento da integração policial se encontra na Constituição Federal de 1988, 
em seu art. 144 e parágrafos. Nisto conhecemos a razão pela qual o Estado exerce a 
Segurança Pública, com a responsabilidade compartilhada com todos: “Preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio”. 
A Carta Magna preconiza nos incisos de I a V, e §§ 1º a 5º, os órgãos pelos quais 
será desenvolvido esse dever do Estado, formando um sistema com funções específicas, 
mas com um resultado global desejado e esperado “por todos”. 
 
 
23 
 
 
A integração da PMAM e PCAM está focada na inter-relação destas instituições 
policiais, destas com outros órgãos do Sistema de Segurança Pública e outros fora do 
sistema, e na interdependência da segurança preventiva, complexa e com a persecução 
penal, oferecendo à sociedade uma solução integral em segurança pública. 
 
Concomitantemente, esse foco se volta ao desenvolvimento do trabalho policial de 
forma integrada, visando à concretização de um processo de construção e ajustes de um 
sistema de segurança pública completo, eficiente e eficaz, resultando em motivação e 
elevação da autoestima dos servidores, melhoria da imagem institucional e benefícios à 
população. 
 
 
24 
 
Porém, esse sistema não está pronto, deve ser construído e ajustado, na medida em 
que os seus órgãos e integrantes se desenvolvem, modernizam e amadurecem, 
assimilando práticas atuais e compatíveis com a ordem social e o ordenamento jurídico 
estabelecidos no País. 
Assim, as instituições policiais e seus integrantes deverão ter seus novos olhares e 
atitudes voltados para uma estrutura eficaz, resolução de problemas junto à comunidade, 
complementariedade das suas atuações e fortalecimento mútuo de suas organizações, 
integrando: 
a. Inteligência; 
 b. Estrutura e logística; 
 c. Capacitação; 
d. Rotina de trabalho; e 
 e. Esforços, compreendendo ações e operações. 
2.2 INTEGRAÇÃO DA INTELIGÊNCIA 
O compartilhamento de informes e informações deve ser constante entre as polícias. 
Os comandantes e delegados devem estimular o contato diário de praças e investigadores 
para que se tornem parceiros de fato e o intercâmbio de informações flua também de 
maneira informal, não somente através de documentos e reuniões pré-estabelecidas. 
As trocas de informações não devem se limitar ao âmbito policial. Para isso o 
Sistema Integrado de Segurança Pública (SISP) está sendo criado. O SISP é um sistema 
concebido para proporcionar a integração e a modernização tecnológica das bases de 
informações existentes nas organizações policiais. Trata-se da criação de um único 
 
 
25 
sistema de informações, que buscará o compartilhamento e junção dos dados produzidos 
pelas Polícias Civil e Militar, Ministério Público, Poder Judiciário e Sistema Prisional. 
O SISP está sendo idealizado como um sistema modular, integrado, que permitirá a 
gestão das informações relacionadas às ocorrências policiais, à investigação policial, ao 
processo judicial e à execução penal, respeitadas as atribuições legais dos órgãos que o 
compõem. 
 
2.3 INTEGRAÇÃO DA CAPACITAÇÃO POLICIAL 
Os comandantes e delegados deverão incentivar a capacitação integrada dos 
policiais civis e militares, buscando: 
1) sensibilização dos policiais para o processo de integração das organizações 
policiais; 
2) disseminação de novas técnicas policiais contidas nos principais projetos de 
integração; 
3) aproximação dos policiais civis e militares; 
4) disseminação de instrumentos através dos quais os servidores de todo o sistema 
de Segurança consigam refletir criticamente sobre este sistema. 
 A intenção é promover uma educação profissional adequada, atualizada, 
abrangente e contínua que contribua efetivamentepara a integração e articulação das 
ações das organizações policiais. 
Uma das formas de se promover a qualificação dos integrantes das polícias deverá 
ocorrer em nível de CPA/Seccional e DIP, onde os gestores realizarão um intercâmbio de 
conhecimentos e experiências entre as polícias, logo, comandantes e delegados devem 
criar oportunidades de aprendizado, ministrando instruções em ambas as unidades. 
Deve-se ressaltar que o processo de implantação dessas modalidades de ensino 
profissional integrado encontra-se embasado nos princípios da Matriz Curricular Nacional, 
documento elaborado pela Senasp, que contém os desdobramentos do Plano Nacional de 
Segurança Pública na área do ensino policial. 
 
 
26 
2.4 ROTINA DE TRABALHO INTEGRADO 
2.4.1 Atividades 
A rotina de trabalho integrado prevista no Programa Ronda no Bairro compreende a 
elaboração de diagnóstico da criminalidade, o compartilhamento de informações criminais e 
dados estatísticos, a avaliação de desempenho das unidades, a fixação de metas e o 
planejamento conjunto de ações. 
Para execução dessa rotina, serão realizadas reuniões conjuntas na seguinte 
conformidade: 
a. Os Delegados Titulares de Delegacias de Polícia (DP) e os Comandantes de 
Companhia Interativa Comunitária (CICOM) deverão: 
1) fazer, mensalmente, reuniões de trabalho com suas respectivas equipes, visando 
à análise da criminalidade do DIP, a integração da equipe e coleta de subsídios para a 
reunião prevista na alínea “b”. 
Para as reuniões na DP deverá ser convidado a participar o Comandante da 
respectiva CICOM, e para as reuniões na CICOM deverá ser convidado o Delegado Titular 
da DP correspondente. 
b. O Delegado Titular de DP e o Comandante de CICOM deverão: 
1) Reunir-se bimestralmente, até o 10º dia útil dos meses ímpares para: 
a) analisar a situação da criminalidade na área comum; 
b) avaliar as metas fixadas a as ações desenvolvidas no período anterior; 
c) compartilhar informações criminais e dados estatísticos; 
d) fixar metas para o bimestre em curso; 
e) acordar metas com o Delegado Titular da Seccional e Comandante de Comando 
de Policiamento de Área (CPA), seguindo as metas gerais estabelecidas pelas 
Corporações e pela Secretaria de Estado da Segurança Pública; e 
f) traçar plano conjunto de ação, elaborando uma Planilha de Diagnóstico e 
Planejamento, que deverá ser enviada a Seccional e ao CPA, até o 15º dia útil dos meses 
ímpares, em duas vias. 
c. O Delegado Titular da Seccional e o Comandante do CPA da área correspondente 
deverão: 
1) Reunir-se bimestralmente, nos meses ímpares para: 
a) elaborar relatório (Quadro Global de Área), no qual deverão analisar a situação da 
criminalidade da Zona Administrativa por modalidade criminal, bem como, avaliar as metas 
 
 
27 
estabelecidas e os resultados operacionais, encaminhando-os ao Delegado Chefe do 
Departamento de Policiamento Metropolitano (DPM) e ao Cel PM Comandante do 
Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), até o 20º dia útil dos meses ímpares; e 
b) fazer análise crítica das Planilhas de Diagnóstico e Planejamento apresentadas 
pelos DIP subordinados, devolvendo devidamente analisadas, para conhecimento e 
providências. 
2) Reunir-se na sequência, com os Delegados Titulares de Delegacias e 
Comandantes de CICOM subordinados para: 
a) analisar as ações realizadas na área de cada DIP, verificando a pertinência 
destas com os problemas identificados; 
b) avaliar resultados alcançados; 
c) acordar metas para o bimestre em curso; e 
d) promover o intercâmbio de experiências bem sucedidas. 
d. Os Delegados Chefes do DPM e do Departamento de Policiamento do Interior 
(DPI) e os Coronéis Comandantes do CPM e do Comando de Policiamento do Interior, 
deverão: 
1) Reunir-se bimestralmente, até 25º dia útil dos meses ímpares, para: 
a) avaliar as tendências dos principais índices de criminalidade nas regiões; e 
b) analisar os relatórios apresentados pelos Delegados Titulares das Seccionais e 
Comandantes de CPA, encaminhando-os até o 28º dia útil dos meses ímpares à secretaria 
de Estado de Segurança Pública, pelas vias hierárquicas. 
2) Reunir-se na sequência, com os Delegados Titulares de Seccionais e 
Comandantes de CPA, subordinados, para: 
a) analisar as ações realizadas pelas unidades subordinadas; 
b) avaliar resultados alcançados; 
c) avaliar os impactos das ações praticadas na Capital sobre a Região Metropolitana 
de Manaus (RMM) e municípios do Interior; e 
d) promover o intercâmbio de experiências bem sucedidas. 
2.4.2 Períodos das reuniões 
a. As datas das reuniões deverão ser agendadas previamente, por um período não 
superior a seis meses, e comunicadas à Secretaria de Estado de Segurança Pública, pelas 
vias hierárquicas; b. Os Delegados Titulares das Seccionais e os Comandantes de CPA 
poderão autorizar o agrupamento de DIP limítrofes, dentro de sua respectiva área de 
 
 
28 
atuação, para a realização das reuniões e consequentes procedimentos, de acordo com a 
alínea “b”, do item “2.1.1 Atividades”; 
2.4.3 Local das reuniões 
As reuniões deverão ocorrer alternadamente nas unidades da Polícia Civil e da 
Polícia Militar, ficando o respectivo anfitrião responsável por secretariá-las. 
2.5. AÇÕES E OPERAÇÕES INTEGRADAS 
Sabe-se que o ciclo completo de polícia só existe com o trabalho das duas polícias 
(Polícia Civil e Polícia Militar). Logo, a integração entre as polícias deve ser um objetivo 
constante para o Sistema de Segurança Pública. 
Além da troca de informações colhidas através de suas inteligências, visitas 
comunitárias e visitas solidárias, as ações e operações devem ser integradas, reunindo 
esforços na prevenção e repressão qualificada do delito. 
2.5.1 Ações integradas no combate ao tráfico de drogas 
Quando a Polícia Militar tomar conhecimento de uma área de tráfico de drogas 
(Boca de Fumo), esta deverá repassar a informação imediatamente à Polícia Civil, que 
deverá fazer a investigação. 
Contudo, nem sempre a investigação é imediata, logo, cabe à polícia militar 
minimizar o problema através de incursões fazendo revista em suspeitos, e presença 
constante nestas localidades, visando à prisão em flagrante do traficante ou impedir a 
venda no local, trazendo segurança à comunidade. 
Cabe ressaltar que o policial militar não fará investigação para estas ações. As 
informações necessárias para as incursões já estarão contidas na ordem de serviço ou de 
operações. 
Nas investigações da Polícia Civil, a Polícia Militar atua como suporte, preservando a 
integridade dos policiais civis. Para isso, deve haver comunicação entre as polícias para 
qualquer apoio imediato. Sabe-se que muitas vezes a prisão ocorre na flagrância, logo uma 
equipe policial militar deve sempre estar atrelada a uma equipe de investigação para apoio 
mútuo nas prisões. 
Quando uma área de tráfico for desarticulada, sempre que possível o comandante 
da unidade deve escalar no local policiamento permanente, visando à manutenção do 
estado antidelitual até que aquela área deixe de ser referência para usuários de drogas. 
 
 
29 
Esta ação mostra-se bastante eficaz, pois inviabiliza o surgimento de novos traficantes na 
localidade. 
2.5.2 Operações integradas 
Nas reuniões integradas, comandantes e delegadas devem estabelecer as 
prioridades de suas áreas e desencadear operações visando redução dos problemas mais 
evidenciados na comunidade. 
Caso exista problema em casas de show e bares, as operações devem ser 
articuladas com os órgãos responsáveis para fiscalização destes estabelecimentos. A 
operação de fiscalização será executada em comboio, integrando a ele a Polícia Militar, 
Polícia Civil e outros órgãos demandados. Segue abaixo um comboio ilustrando uma 
operação desta natureza. 
 
 
Nas operações para o enfrentamento ao tráfico de drogas e o porte ilegal de arma 
de fogo, o planejamento deve ser detalhado, utilizando as visitas comunitárias

Mais conteúdos dessa disciplina