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A Diversidade da Psicologia uma construção teorica

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS 
Psicologia 
RESUMO : 
A DIVERSIDADE DA PSICOLOGIA:uma construção teórica 
Kênia Soares Leite 
Betim 
2011 
Kenia Soares Leite 
RESUMO: 
A DIVERSIDADE DA PSICOLOGIA: uma construção teórica 
Resumo de capítulos do livro A 
DIVERSIDADE DA PSICOLOGIA: 
Uma construção teórica de Edna 
Maria Peters Kahhale. 
Professor: Éser Pacheco 
Betim 
2011 
SUMÁRIO 
1 BEHAVIORISMO RADICAL.....................................................................................4 
1.1 Behaviorismo Radical..........................................................................................5 
2 PSICANÁLISE..........................................................................................................6 
2.1 A Europa no fim do século XIX – O surgimento da psicanálise......................6 
2.2 A Epistemologia...................................................................................................8 
2.3 Um passeio pela teoria Psicanalística Freudiana.............................................9 
2.3.1 Os movimentos do psiquismo.........................................................................9 
2.3.2 Os lugares psíquicos........................................................................................9 
2.3.4 A sexualidade e o desenvolvimento psíquico..............................................10 
2.3.5 Noções de psicopatologia e concepção de tratamento..............................10 
2.4 Referencias.........................................................................................................11 
3 FRNOMENOLOGIA: fundamentos epistemológicos e principais conceitos....11 
3.1 Momento de constituição: crítica ao conhecimento da[***] época.......................11 
3.2 Fundamentos epistemológicos.........................................................................11 
3.3 Fundamentos e conceitos..................................................................................11 
3.4 Referencias..........................................................................................................12 
4 PSICOLOGIA SOCIO-HISTORICA: Uma tentativa de sistematização epistemológica 
e metodológica.............................................................................12 
4.1 A contribuição marxista: o materialismo histórico e dialético.....................13 
4.2 A crise da psicologia social, a proposta de construção de uma psicologia social 
crítica e a concretização da psicologia sócio histórica............................13 
4.3 Psicologia sócio- histórica: preposições teóricas..........................................14 
4.4 Psicologia sócio-histórica: fundamentos da metodologia de pesquisa.......14 
4.5 Psicologia sócio-histórica: breve consideração sobre intervenção.............15 
4.6 Referencias.........................................................................................................15 
BEHAVIORISMO RADICAL: origens e fundamentos 
O comportamentalismo, tem por objetivo o estudo do comportamento, que tem sido 
chamado Behaviorismo, e que possui três tendências: 
• Behaviorismo cognitivo: “o comportamento e afeto do indivíduo são largamente 
determinados pelo modo como ele estrutura o mundo, como olha para as coisas e como 
interpreta essas coisas.” (Shinohara, 1997: 3) 
• Behaviorismo metodológico: enfatiza os procedimentos de medida do comportamento 
na sua relação com o ambiente. 
• Behaviorismo Radical: entende comportamento como relações do organismo com o 
ambiente. O ambiente em que se encontra o individuo que definirá as características 
particulares de cada um. 
O Behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América, com John Broadus Watson 
(1878-1958). Psicologia para Watson, deveria ser a ciência do comportamento, cuja 
finalidade seria prever e controlar o mesmo. 
No inicio o comportamentalismo de Watson não foi alvo de muitas atenções. Só a partir 
de 1920 que algumas universidades começaram a oferecer o curso. 
Watson passa a utilizar como métodos de investigação: observação com e sem o uso de 
instrumentos, métodos de teste, método do relato verbal e o método do reflexo 
condicionado. Segundo Watson, “uma resposta é condicionada quando se liga ou se 
conecta a um estímulo distinto do que a despertou originalmente” (Schultz & Schultz, 
1992: 247 ), essa conexão entre estímulo e resposta é chamado reflexo-condicionado. 
O processo de condicionamento passa a ser considerado uma unidade de medida do 
comportamento, por permitir identificar a relação ambiente versus comportamento 
facilitando a observação. 
O foco exclusivo nos métodos e a eliminação da introspecção, faz uma mudança no 
papel do sujeito humano no laboratório psicológico. O homem já não observa, ele 
apenas se comporta. 
A nova psicologia de Watson foi um esforço para a elaboração de uma ciência tão 
objetiva como a física. Na época, acreditava-se que o comportamento estava na mente 
ou na consciência. Para Watson, entender o comportamento vinha-se da observação, não 
precisando supor processos mentais, e enfatiza a influencia do ambiente sobre o 
comportamento dos indivíduos. 
O Behaviorismo Radical 
O Behaviorismo Radical, se constituiu no início do século XIX, onde o capitalismo 
estava em pleno desenvolvimento. A crise de 1929 deixou a população muito abalada o 
que desencadeou novos tipos de comportamento. Novas necessidades surgiram com as 
guerras mundiais, onde os EUA, desenvolveu-se nas áreas tecnológicas e de pesquisa, 
de onde surgiu grandes cientistas e pesquisadores como Burrhus Frederic Skinner 
(1904-1990), um dos maiores teóricos do Behaviorismo radical, que com seu insucesso 
como romancista, passou a se dedicar ás ciências, mais precisamente á psicologia como 
fonte de inspiração. 
“O caráter interpretativo e especulativo da ciência física foi criticado por alguns 
epistemólogos, por gerar conceitos definidos em termos de propriedades das quais não 
temos nenhuma segurança de sua existência, conceitos formulados com base em 
interpretações inseguras e muitas vezes metafísicas”( Micheletto, 1997:32) 
Para contrapor á critica, Mach (1838-1916) nega a existência se substancias materiais, 
para ele, tudo são sensações, onde abandona-se a noção de causalidade mecânica e 
passa-se a descrição de relações funcionais entre sensações. 
Os trabalho de Skinner a partir de 1931, eram vinculados a esse pensamento. Ele adota a 
explicação baseada em identificar relações funcionais entre eventos comportamentais. 
“o comportamento é uma exata função de forças, agindo sobre o organismo.” (Skinner 
1972:49). O seu objeto de estudo era o comportamento do organismo total. Mas esse 
objeto era limitado, pois não explicava comportamentos mais complexos. Limite que 
em 1937, leva o surgimento de uma nova forma de comportamento: o operante, onde o 
organismo age sobre o ambiente e gera conseqüências. A unidade básica de 
comportamento passa a se chamar tríplice contingência de reforçamento, que leva em 
consideração, o comportamento e suas condições antecedentes e suas conseqüências. 
A proposição da seleção natural apresentada por Charles Darwin (1809-1882), irá 
influenciar Skinner, onde a seleção dos comportamentos ocorre em função dos seus 
efeitos sobre o ambiente. 
Para se entender o comportamento é preciso a tríplice determinação ambiental 
indissociável : a espécie (filogenética), a vida do indivíduo (ontogenética), e a cultura 
(práticas culturais). 
O primeiro nível de seleção, o filogenético, está ligado as características dos membros 
de uma espécie e aos padrões de comportamento. O segundo nível, o antogenético, está 
ligado a aquisição de comportamentos que são importantes para a pessoa, que não estão 
restritos á sobrevivência, o que permite uma maior adaptação ao ambiente em 
constantes mudanças. 
A evolução desses dois níveis, propiciaram o surgimento de um novo comportamento: 
social e com ele o verbalsimbólico, o que gera o terceiro nível de seleção, o cultural, 
que se baseia em um reforçamento social e que depende de mais de um individuo. 
Por o comportamento ter suas causas e conseqüências, o Behaviorismo, busca analisar 
todo o contexto do comportamento. 
“ Se quisermos aprofundar a compreensão do comportamento humano e melhorar os 
métodos de controle, devemos estar preparados para o caráter rigoroso do pensar que a 
ciência requer” (Skinner, 1953:51). 
O Behaviorismo radical, preocupa-se em esclarecer que nós somos objetivados pelo 
exterior, ou seja pelo ambiente que estamos inseridos, e podemos defini-lo como a 
ciência do comportamento na qual se leva em consideração como os comportamentos 
ocorrem. 
Referências: 
KAHHALE, Edina Maria Peters. Behaviorismo radical: origens e fundamentos. In: 
KAHHALE, Edina Maria Peters. (org.). A diversidade da Psicologia: uma construção 
teórica. São Paulo: Cortez, 2002, p. 97-114. 
PSICANÁLISE 
1-A Europa no fim do século XIX – O surgimento da psicanálise 
O período que antecede o século XIX foi marcado por grandes acontecimentos como 
por exemplo o inicio da Idade Moderna, Reformas Religiosas, Revolução Francesa etc.. 
Com esse desenvolvimento abriu-se portas para novos modos de conhecimento e a 
valorização do conhecimento cientifico em contraposição ao conhecimento teológico. 
Ou seja, a ciência começa a tentar explicar o que até então a teologia explicava. A 
revolução francesa, abriu espaço para o desenvolvimento das ciências humanas, até 
mesmo da psicanálise. 
Mais precisamente, em Freiberg, na antiga Checoslováquia, atualmente Pribor, em 6 de 
maio de 1856 nascia o homem que 40 anos mais tarde daria impulso a um sistema de 
pensamento chamado Psicanálise. Mas a teoria só nasceu em Viena, onde Freud e sua 
família estabeleceu residência a partir de 1860. 
O século XIX, foi marcado como um período de diversas revoluções e lutas. Surge 
então na Alemanha, um problema que já havia sido resolvido pela França e Inglaterra: a 
qualificação de mão de obra. Surge então caminhos distintos, mas paralelos de 
conhecimento; a produção de conhecimento no âmbito das ciências naturais, a física, a 
biologia, a química, e o desenvolvimento do conhecimento como especialização e 
formação profissional para o povo trabalhar em industrias. 
Prolifera-se então as Universidades tendo como docentes e estudiosos pessoas de 
classes favorecidas que passaram a desenvolver estudos visando a produção cientifica 
para prevenir e solucionar problemas. 
Com o desenvolvimento da industria surge a consciência de que o coletivismo prevalece 
sobre o individualismo e a proximidade entre os trabalhadores possibilita assim 
conversas e leva a conclusão de que os problemas são de todos, surge então as 
reivindicações coletivas, e surge também o capitalismo. 
Nesse cenário de constantes conflitos e mudanças que viveu Sigmund Freud, que teve 
muitas dificuldades para que a teoria da psicanálise fosse reconhecida. Uma causa 
dessas dificuldades fora a ênfase dada a sexualidade por intermédio da Psicanálise, algo 
que ofendia a burguesia de Viena. 
Freud optou pela medicina como profissão especializando-se em neuroanatomia e 
doenças orgânicas do sistema nervoso. 
Ao longo de seu trabalho e experiências como a hipnose e a base sexual dos distúrbios, 
a já fundada Psicanálise freudiana começa a ganhar seguidores, alguns, rompem com 
Freud por discordar de seus pensamentos. 
Em 1920, o sistema freudiano passa a englobar não somente o tratamento de distúrbios, 
mas também estudos sobre a personalidade humana. 
Em 1933, a Psicanálise é condenada pelo poder totalitário nazista por super valorizar a 
vida sexual. 
2-A Epstemologia 
A psicanálise emerge não só como uma revolução de conceito, mas principalmente 
como uma “ruptura” em relação ao conhecimento predominante. “Ruptura” que envolve 
relações entre Freud, o positivismo e o projeto de psicologia proposto por Wundt. 
O positivismo tem sua origem no século XIX com o francês Auguste Comte (1798-
1857), que é marcado pelo predomínio da observação em relação á imaginação e a 
argumentação, que ficam subordinadas aquela. 
Se existem nas obras de Freud influencias mecanicistas como o Complexo de Édipo, o 
positivismo também é uma marca de sua produção, de forma que encontramos uma 
analogia entre ciências positivas (química, física) e pontos da psicanálise. Isto se dá pela 
constante tentativas de Freud de equiparar o psiquismo a algo orgânico. 
Freud instaurou um trabalho de analise pois acreditava que sempre há uma causa para 
qualquer evento ocorrido na vida de um individuo e a análise trata de “decompor os 
elementos mínimos que motivaram a formação de sintomas, afim de encontrar sua 
origem. 
O método de investigação, ou seja a observação utilizado por Freud faz com que a 
Psicanálise tenha uma colocação cientifica, não mais especulatória. 
Entretanto Freud chega a uma conclusão de que não há comprovações a cerca de uma 
relação verídica entre o que é dito e o que realmente é vivido pelo paciente. 
As regras de interpretação passam a ser fundamentais para a psicanálise já que a mesma 
atravessa a fronteira da biologia e vai em busca de interpretação de símbolos. 
Franz Bretano (1838-1917) que tinha como representante Wundt, apresentou um projeto 
de uma psicologia cientifica a necessidade de observação semm que fosse necessário a 
experimentação. 
A partir daí que podemos fazer uma ligação entre Freud e Wundit. 
Freud tem como seu objetivo de estudo o inconsciente humano ao qual pretende atingir 
pela observação. 
Daí recorrem o estudo de duas psicologias:a ” fisiológica experimental que reconhece a 
existência de uma causalidade psíquica, mas atém em seus estudos as influencias e á 
causalidade física enquanto determinante da experiência imediata” e a psicologia social, 
“que estuda os processos criativos exaltando a compreensão sobre a causalidade 
psíquica. 
3-Um passeio pela teoria Psicanalística Freudiana 
A psicanálise procura dar respostas ao individuo sobre seu “sofrimento”. Freud só 
percebe a existência e certos tipos de sofrimento quando métodos usuais de diagnóstico, 
tratamento e cura não funcionam. Ele propõe assim a existência de uma lógica psíquica. 
Com isso surge uma busca a entender o funcionamento psíquico e intervir sobre ele. 
Os movimentos do psiquismo 
Freud conclui que um sintoma é algo que quer ser dito, e que esses sintomas 
desaparecem quando o individuo se lembra do que causou junto com o afeto. Mas ele 
percebe também que existe uma resistência desse individuo de lembrar do fato, e o 
motivo é simples: por fazer sofrer. O psiquismo quer se livrar de tudo que traz o 
sofrimento, por isso o esquecimento. 
Freud propõe então uma esquematização, um lugar para cada conteúdo do psiquismo: 
consciente, pré-consciente e inconsciente, e passa a acreditar que se entendesse o sonho 
poderia entender melhor o psiquismo, já que os sonhos poderiam ser considerados como 
sintomas, e o mesmo representa a realização de um desejo. 
Os lugares psíquicos 
O recalque para Freud é pedra angular da psicanálise e serve para afastar algo da 
consciência, para que o sujeito fuja do desprazer, e que o inconsciente.” é aquilo que 
descobre por trás da formação dos nossos, no que está latente.” 
A consciência se trata como uma qualidade psíquica por dizer respeito a um momento 
no qual um determinado conteúdo e percebido. 
O sistema pré-consciente consciente é responsável pela comunicação das idéias onde 
umas podem influenciar outras estabelecendo uma ordem de tempo e espaço conforme a 
coerência. 
O ego controla as abordagens á motilidade. 
Freud reconhece que tudo que é recalcado é inconsciente, mas nem tudo que é 
inconsciente é recalcado. O fato de ser inconsciente começa a tornar-se apenas uma 
qualidade onde não se define nada. 
Alem do refinamento do consciente e inconsciente, haveria as preposições sobresexualidade e pulsões. 
A sexualidade e o desenvolvimento psíquico 
Freud dirá claramente que a sexualidade está diretamente ligada com a formação dos 
sintomas e é ela que dá força aos mesmos se constituírem. 
Em 1905 Freud tenta ampliar o conceito de sexualidade para evitar por exemplo, o 
preconceito em relação a psicanálise onde ela atribuía todas as relações humanas á 
sexualidade sem entende-la como simplesmente uma relação sexual entre duas pessoas. 
Freud percebe que nem tudo levado para a sexualidade levava ao sexo propriamente 
dito, e que os objetos de desejo variavam. Para falar sobre isso, ele apresentou o 
conceito de pulsão sexual. Pulsão é algo que move o ser humano, uma força que 
impulsiona um movimento constante, da qual o individuo não pode fugir e que busca 
satisfação. 
A diferença entre desejo e pulsão: desejo “é um movimento psíquico no qual é possível 
investir representações a partir dos afetos circulares por esse psiquismo e pulsão é o que 
anima esse psiquismo”. 
Ao longo da evolução da Psicanálise e pela aplicação da mesma ás neuroses, Freud 
percebeu que, na raiz de tais afecções, encontra-se um conflito entre as exigências da 
sexualidade e do ego. A partir disso, surge as pulsões sexuais e as pulsões de auto 
conservação (ou do ego). 
O complexo de Édipo é de suma importância na teorização de Freud, onde a criança é 
“organizada como sendo um eu, separado do mundo, que faz escolhas, e que 
principalmente, tem para si interdições e possibilidades nesse ser separado da mãe.” 
Noções de psicopatologia e concepção de tratamento 
“Freud apostará na eficácia da atenção flutuante, na associação livre da interpretação 
para a construção de um sentido que revele aquilo que não é conhecido para o sujeito.” 
Ele se interessou pela idéia de mecanismos de defesa e traz a idéia de que a formação 
dos sintomas está ligada a um compromisso qualquer entre instancias em prol de uma 
defesa. 
Referências: 
ROSA, Elisa Zaneratto; RIBEIRO, Alessandra Monachesi; MARKUNAS, Marisa. 
Psicanálise. In: KAHHALE, Edna Maria Peters (org.). A diversidade da psicologia: uma 
construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002, p.115-156. 
FENOMENOLOGIA: fundamentos epistemológicos e principais conceitos 
A Alemanha,local do surgimento da Fenomenologia, passava por um momento 
significativo de sua historia. O que interfere na compreensão dos pensamentos dos 
filósofos da época. 
Momento de constituição: crítica ao conhecimento da época 
Husserl faz uma crítica aos sistemas de obtenção de conhecimento, sobretudo a 
Psicologia, a História, a Sociologia e a Filosofia. Na mesma época Marx estuda e 
trabalha as relações de produção e procura um novo modelo de ciência. 
A partir de 1880, o pensamento positivista começa a ser questionado. 
A crítica ao naturalismo dava-se porque o conhecimento dava-se em realidades, a 
natureza ou o mundo exterior impunham ao conhecimento. 
Em meio a todas essas e muitas outras discussões, Husserl afirma que nada pode ser 
descrito sem levarem conta o olhar do sujeito: a intencionalidade. 
Fundamentos epistemológicos 
Husserl irá desenvolver a Fenomenologia a partir dos limites impostos por Descartes, 
Kant e Hegel. 
Ele discorda de Descartes por acreditar que é a subjetividade da consciência, a única 
fonte trancedental de todo o conhecimento e objetivamente válido. Vai contra a 
concepção de Kantiana ao dedicar-se a formular uma ciência na qual, as coisas possam 
se apreendidas em sua essência, e discorda de Hegel no sentido de que ser e fenômeno 
são distintos mas não podem ser dissociados e podem assim ser aprendidos. 
Fundamentos e conceitos 
“ A Fenomenologia se propõe á descrição da estrutura dos fenômenos, sendo a maior 
preocupação de Husserl encontrar um método universal, que possa reger o pensamento 
de modo que se atinja o conhecimento universal e verdadeiro.” 
As características da verdadeira fundamentação proposta pó Husserl são: 
1- deve ser independente da experiência, uma vez que uma ciência teórica e absoluta 
prescende da experiência, sempre contingente e particular. 
2- Esta prioridade implica ausência de pressupostos. 
3- O fundamento radical tem que ser evidente por si mesmo, isto é, autojustificável , 
pois possui um caráter imediato e plenamente reflexo. (Fragata 1961:6) 
O primeiro passo para a obtenção da verdade é des-cobrir o fenômeno de forma a atingir 
a essência das coisas. Para isso deve haver um total despojamento de pré-conceitos. 
“A Fenomenologia seria, uma busca empática que estabelece ligações entre sujeito e 
objeto através de atos intencionais, da possibilidade de comunicação e da 
expressividade de forma geral, cabendo a ela distinguir, revelar o que há de essencial a 
percepção, recordação, imaginação.” 
Pode se dizer que Fenomenologia de Husserl é uma ontologia regional, onde o ser é 
dividido em diversas regiões; o ser “outorgaria sentido as coisas que visa conforme a 
região focada pela sua conciência.” 
O trabalho de Husserl é seguido pelo pensamento de Heidegger que acredita que a 
ciência deve desvendar uma das possibilidades do ser, porem tendo apenas a capacidade 
de desvendar uma entre varia existentes. 
Referencias: 
KAHHALE, Edna Maria Peters. Fenomenologia: fundamentos epistemológicos e 
principais conceitos. In: KAHHALE, Edna Maria Peters (org.). A diversidade da 
psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002, p. 175-193. 
PSICOLOGIA SOCIO-HISTORICA: Uma tentativa de sistematização 
epistemológica e metodológica 
“ A psicologia sócio-histórica trata-se de uma vertente teórica da psicologia, cujas 
preposições ligadas ao conhecimento do homem e de sua subjetividade estão guiadas 
pela concepção materialista dialética.” 
A contribuição marxista: o materialismo histórico e dialético 
A produção de Marx está muito ligada ao movimento em que viveu que diz respeito ao 
século XIX e passagem ao século XX onde ocorre o desenvolvimento do capitalismo. 
O trabalho de Marx se constitui de análises históricas, econômicas, políticas que 
correspondem para a produção do conhecimento filosófico. Segundo ele, o homem atua 
sobre a natureza a medida que busca satisfazer suas necessidades. Nessa busca, o 
homem se relaciona com outros homens e essas relações constituem a infra-estrutura, 
junto com essa infra-estrutura desenvolve o conjunto de idéias que a expressam e serve 
para a reprodução do sistema. 
A infra-estrutura determina então a super-estrutura, de forma que quanto falamos dos 
homens nos referimos a indivíduos determinados pelas relações de produção. 
A base de toda sociedade está em seus valores e idéias, o que torna comum que estas 
idéias dominam a historia. 
“O conhecimento depende do momento e do contexto em que se insere: a cada 
momento se tem uma verdade, uma essência, superada com o tempo.” 
A crise da psicologia social, a proposta de construção de uma psicologia social crítica e 
a concretização da psicologia sócio-histórica 
Durante muito tempo a Psicologia Social teve como marca um caráter e uma tradição 
pragmáticos, com seus trabalhos centrados, no estudo das atitudes. Mas a partir de 1960 
a eficácia dessa psicologia começa a ser questionada, sendo ineficiente para interagir, 
explicar e prever comportamentos sociais. 
Em primeiro momento surge uma produção da Psicologia Social Psicológica 
posteriormente uma Psicologia Social Sociológica, que estava ligada a questão de 
interação social com os indivíduos. 
É no momento das décadas de 70 e 80 que na América Latina e no Brasil, se propõe 
uma psicologia social em bases materialistas históricas e voltada para trabalhos 
comunitários. 
Dada a abertura de Guerra Fria, foi possível o encontro do Vygotsky, Luria e Leotiev –
representantes de uma ciência psicológica fundamentada no pensamento marxista. Passo 
fundamental para o desenvolvimento da Psicologia Sócio- Histórica. 
Psicologia Sócio-Histórica: proposições teóricas 
“ A psicologiasócio-histórica está fundamentada basicamente, na concepção de homem 
como um ser histórico-social.” 
O homem se constrói socialmente, a partir do ambiente em que vive por um processo 
constante de subjetivação da realidade que o torna único e constrói sua realidade pela 
sua atuação sobre ela. E na medida que o homem é da história da humanidade, pela 
cultura que carrega. 
Ao satisfazer suas necessidades o homem utiliza instrumentos e a linguagem é 
essencial. 
A linguagem é responsável pela materialização das significações construídas no 
processo social, o homem tende a significar suas experiências, significações que 
constituirão sua consciência, mediando suas formas de pensar e agir. 
“Dizemos, então, que o psiquismo se constrói pela transformação do plano social em 
plano psicológico. 
Para Vygotsky é pela palavra que obtemos a maior possibilidade de entender a 
consciência, é através dela que se opera o pensamento e o sentido. 
O sentido pessoal refere-se a “um sentido particular dado ao fenômeno e depende de 
uma configuração subjetiva social. 
Podemos concluir que o psiquismo humano é constituído em uma relação dialética que 
o homem estabelece com o meio em dimensão social e histórica. 
Psicologia sócio-histórica: fundamentos da metodologia de pesquisa 
A medida que Vygotsky constrói uma nova teoria psicológica, cria-se a necessidade de 
pensar em questões sobre o método de conhecimento. 
Partindo da dialética, percebe-se que tudo está em movimento constante e o 
conhecimento implica em conhecer suas transformações. Dessa forma propõe-se a 
conhecer a essência, essência essa que é o movimento e é ele que deve ser apreendido. 
Conhecer um objeto significa compreender seus “processos de movimento interno, 
desvendar e explicar as determinações deste movimento.” Quando esse objeto é o ser 
humano, partimos do empírico, observável para compreendermos sua essência. 
Conhecer o homem significa situa-lo em seu momento histórico e explicar as 
determinações sociais que o constroem. 
Psicologia sócio-histórica: breve consideração sobre intervenção: 
A psicologia sócio-histórica está interessada em entender as atividades humanas que 
irão construir o psiquismo humano. A partir disso, a preocupação é “direcionada a 
possibilidade de transformação da atuação e das relações deste ser em seu meio.” 
Assim, as propostas de intervenções estão voltadas com a “condução de uma reflexão 
crítica. A atuação do psicólogo se compromete então, com a promoção da saúde, 
partindo do principio que saúde e doença são processos produzidos nas relações sociais. 
Saúde que pode ser entendida “enquanto possibilidade de o individuo lidar com a 
realidade e com os obstáculos por ela impostos.” 
Referencias: 
ROSA, Elisa Zaneratto; ADRIANE, Ana Gabriela Pedrosa. Psicologia sócio-historica: 
uma tentativa de sistematização epistemológica e metodológica. In: A diversidade da 
psicologia: uma construção teórica. São Paulo: Cortez, 2002, p. 259-288

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