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Tipos de Propaganda Política

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DIREITO ELEITORAL
PROPAGANDA POLÍTICA
Por Priscilla von Sohsten
 
SUMÁRIO
1	TIPOS DE PROPAGANDA POLÍTICA E PRINCÍPIOS	3
1.1	Propaganda Intrapartidária	5
1.2	Propaganda Partidária	6
1.3	Propaganda Eleitoral	6
1.3.1	Propaganda em bens públicos	8
1.3.2	Propaganda em locais privados	8
1.3.3	Atos de propaganda eleitoral em ambientes públicos ou privados	9
1.4	Propaganda Eleitoral no Rádio e na TV	12
1.5	Debates Eleitorais	17
1.6	Direito de Resposta	19
1.6.1	Pesquisas Eleitorais	20
2	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	21
3	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	21
ATUALIZADO EM 29/11/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
PROPAGANDA POLÍTICA
	TIPOS DE PROPAGANDA POLÍTICA E PRINCÍPIOS
A propaganda política é caracterizada pela divulgação dos conceitos ideológicos de partidos políticos e de candidatos, voltada para a obtenção de um cargo público ou para a manutenção do poder estatal.
Propaganda política é um gênero, do qual existem quatro espécies, quais sejam:
A propaganda política é realizada por vários instrumentos e tem como fundamento o direito de antena que consiste na prerrogativa dos partidos políticos de terem acesso gratuito aos meios de comunicação, previstos no art. 17, §3º, da CF. Esse direito é espécie de manifestação da liberdade de informação e de expressão. No entanto, a intimidade, honra e vida privada constituem limites à propaganda política.
Dentre os princípios que disciplinam a propaganda eleitoral no Brasil podem ser elencados: 
· Princípio da legalidade: a propaganda política é regulada por lei federal (art. 23, I, da CF), competindo ao TSE editar regulamentações à lei, sem invadir a competência legislativa.
· Princípio da liberdade: É livre a realização de qualquer forma de propaganda, em recintos fechados e abertos, sendo desnecessária a obtenção de autorizações da polícia para realizá-las.
· Princípio da responsabilidade: A propaganda será atribuída, em regra, aos candidatos e partidos políticos, pelo que responderão civil, administrativa e criminalmente. Eventualmente poderão ser responsabilizados os veículos de comunicação e o agente de comunicação.
· Princípio da igualdade: Todos os envolvidos no processo eleitoral – candidatos, partidos e coligações – devem possuir igualdade de oportunidades na divulgação de propaganda. Evidentemente que tal igualdade é formal, uma vez que existem regras que viabilizam mais ou menos tempo do direito de arena em razão da representatividade do partido político. Ademais, o poder da propaganda é ditado diretamente pelo poder econômico do partido.
· Princípio do controle judicial da propaganda: À Justiça Eleitoral compete o controle da aplicação da legislação eleitoral relativa à propaganda, que será exercício, inclusive, por intermédio do poder de polícia.
· Princípio da informação: pois os eleitores possuem o direito de serem informados de todas as qualidades – positivas ou negativas – dos candidatos.
· Princípio da veracidade: deve ser observado o art. 45, II, Lei nº 9.504/97.
*(Atualizado em 29/11/2022) #DEOLHONAJURIS - A Resolução 23.714/2022 do TSE — que dispõe sobre o enfrentamento à desinformação atentatória à integridade do processo eleitoral — não exorbita o âmbito da sua competência normativa e tampouco impõe Na hipótese, em análise perfunctória de medida cautelar, pode-se afirmar que a competência normativa do TSE foi exercida nos limites de sua missão institucional e de seu poder de polícia, considerada, sobretudo, a ausência de previsão normativa constante censura ou restrição a meio de comunicação ou linha editorial da mídia imprensa e eletrônica. da Lei Geral das Eleições (Lei 9.504/1997), em relação à reconhecida proliferação de notícias falsas, com aptidão para contaminar o espaço público e influir indevidamente na vontade dos eleitores. Nesse contexto, o direito à liberdade de expressão pode ceder, em concreto, no caso em que ela for usada para erodir a confiança e a legitimidade da lisura político-eleitoral. Trata-se de cedência específica, analisada à luz da violação concreta das regras eleitorais e não de censura prévia e anterior. Eventual restrição se aplica apenas àquele discurso que, por sua falsidade patente, descontrole e circulação massiva, atinge gravemente o processo eleitoral. Com base nesse entendimento, o Plenário, por maioria, referendou a decisão que indeferiu a medida cautelar em ação direta. ADI 7261 MC/DF, relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em 25.10.2022 (Info. 1074).
Antes de explicarmos cada um dos tipos de propaganda, vamos fazer uma linha do tempo do período eleitoral para a melhor compreensão de cada uma delas. 
 
Propaganda Intrapartidária
Essa propaganda está prevista no artigo 36 da Lei das Eleições e não se dirige aos eleitores, mas aos filiados do partido político que participarão das Convenções. 
Entre o período de 20 de julho a 05 de agosto os partidos políticos devem escolher seus candidatos. Assim, a partir do momento em que for fixada a data da Convenção, nos 15 dias anteriores, os filiados que pretendem se lançar candidatos poderão fazer a propaganda intrapartidária.
 
 
O destinatário dessa propaganda não é o eleitor, e, por isso, a propaganda intrapartidária não poderá ser ostensiva. Diante disso, veda-se que seja feita em rádio e televisão, bem como outdoors. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o TSE entende que a propaganda intrapartidária veiculada em período anterior ao legalmente permitido e dirigida a toda a comunidade, e não apenas a seus filiados, configura propaganda eleitoral extemporânea e acarreta a aplicação de multa.
	Propaganda Partidária 
A propaganda eleitoral está disciplinada nos artigos 37 a 58A da Lei das Eleições e nos artigos 240 a 256 do Código Eleitoral. Estuda-se na Lei dos Partidos Políticos que as agremiações terão direito de utilizar, gratuitamente, o rádio e a televisão para divulgar seus partidos políticos. Essa propaganda, denominada de partidária, será realizada durante o ano todo. A exceção fica por conta do §2º do art. 36 da LE que veda a utilização da propaganda partidária no segundo semestre do ano eleitoral. 
*NOVIDADE LEGISLATIVA! #AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO #MINIRREFORMAELEITORAL
ALTERAÇÃO: FIM DA PROPAGANDA PARTIDÁRIA GRATUITA NO RÁDIO E TV
	*PROPAGANDA EM DIREITO ELEITORAL
Propaganda, em direito eleitoral, é um gênero, que se divide nas seguintes espécies (classificação proposta pelo Min. Luiz Fux):
	Propaganda INTRAPARTIDÁRIA ou PRÉ-ELEITORAL:
	Tem por objetivo promover o pretenso candidato perante os demais filiados ao partido político;
	Propaganda ELEITORAL
STRICTO SENSU:
	Tem por objetivo conseguir a captação de votos perante o eleitorado;
	Propaganda INSTITUCIONAL:
	Possui conteúdo educativo, informativo ou de orientação social, sendo promovida pelos órgãos públicos, nos termos do art. 37, § 1º, da CF;
	Propaganda PARTIDÁRIA:
	É aquela organizada pelos partidos políticos, com o intuito de difundir suas ideias e propostas, o que serviria para cooptar filiados para as agremiações, bem como para enraizar suas plataformas e opiniões na consciência da comunidade. Era disciplinada no art. 45 da Lei nº 9.096/95.
A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos e, em seu art. 45, tratava sobre a “propaganda partidária”, quarta espécie de propaganda, conforme visto acima. Veja o que dizia o caput do art. 45:
Art. 45. A propaganda partidária gratuita,gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).
A propaganda partidária era aquela veiculada fora do período eleitoral e na qual o objetivo era divulgar as ideias do partido. Normalmente, terminava com a pessoa dizendo: “Filie-se ao partido...”
A Lei nº 13.487/2017 acabou com a propaganda partidária no rádio e na televisão revogando os dispositivos da Lei nº 9.504/97 que tratavam sobre o tema:
Art. 5º Ficam revogados, a partir do dia 1º de janeiro subsequente à publicação desta Lei, os arts. 45, 46, 47, 48 e 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
O fim da propaganda partidária era um antigo pleito das emissoras de rádio e TV.
Importante esclarecer que a propaganda eleitoral, ou seja, aquela veiculada no período das eleições para pedir votos para os candidatos, continua existindo.
*(Atualizado em 18/02/2022) #NOVIDADELEGISLATIVA A Lei 14.291/22 voltou a prever a propaganda partidária gratuita no rádio e na televisão, nos seguintes termos:
Art. 50-A. A propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão será realizada entre as 19h30 (dezenove horas e trinta minutos) e as 22h30 (vinte e duas horas e trinta minutos), em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 1º As transmissões serão em bloco, em cadeia nacional ou estadual, por meio de inserções de 30 (trinta) segundos, no intervalo da programação normal das emissoras.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 2º O órgão partidário respectivo apresentará à Justiça Eleitoral requerimento da fixação das datas de formação das cadeias nacional e estaduais.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 3º A formação das cadeias nacional e estaduais será autorizada respectivamente pelo Tribunal Superior Eleitoral e pelos Tribunais Regionais Eleitorais, que farão a necessária requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 4º A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais poderão veicular conteúdo regionalizado, com comunicação prévia ao Tribunal Superior Eleitoral.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 5º Se houver coincidência de data, a Justiça Eleitoral dará prioridade ao partido político que apresentou o requerimento primeiro.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 6º As inserções serão entregues às emissoras com a antecedência mínima acordada e em mídia com tecnologia compatível com a da emissora recebedora.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 7º As inserções a serem feitas na programação das emissoras serão determinadas:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - pelo Tribunal Superior Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção nacional de partido político;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - pelo Tribunal Regional Eleitoral, quando solicitadas por órgão de direção estadual de partido político.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 8º Em cada rede somente serão autorizadas até 10 (dez) inserções de 30 (trinta) segundos por dia.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 9º As inserções deverão ser veiculadas pelas emissoras de rádio e de televisão no horário estabelecido no caput, divididas proporcionalmente dentro dos intervalos comerciais no decorrer das 3 (três) horas de veiculação, da seguinte forma:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - na primeira hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - na segunda hora de veiculação, no máximo 3 (três) inserções;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
III - na terceira hora de veiculação, no máximo 4 (quatro) inserções.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 10. É vedada a veiculação de inserções sequenciais, observado obrigatoriamente o intervalo mínimo de 10 (dez) minutos entre cada veiculação.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 11. As inserções serão veiculadas da seguinte forma:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - as nacionais: nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - as estaduais: nas segundas-feiras, quartas-feiras e sextas-feiras.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
Art. 50-B. O partido político com estatuto registrado no Tribunal Superior Eleitoral poderá divulgar propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão, por meio exclusivo de inserções, para:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - difundir os programas partidários;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, os eventos com este relacionados e as atividades congressuais do partido;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
III - divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
IV - incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
V - promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 1º Os partidos políticos que tenham cumprido as condições estabelecidas no § 3º do art. 17 da Constituição Federal terão assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes termos:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - o partido que tenha eleito acima de 20 (vinte) Deputados Federais terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 20 (vinte) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - o partido que tenha eleito entre 10 (dez) e 20 (vinte) Deputados Federais terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 10 (dez) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas emissoras estaduais;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
III - o partido que tenha eleito até 9 (nove) Deputados Federais terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 5 (cinco) minutos por semestre para inserções de 30 (trinta) segundos nas redes nacionais, e de igual tempo nas redes estaduais.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 2º Do tempo total disponível para o partido político, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das mulheres.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 3º Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 4º Ficam vedadas nas inserções:   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
I - a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
III - a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
IV - a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas (fakenews);   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
V - a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de local de origem;   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
VI - a prática de atos que incitem a violência.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 5º Tratando-se de propaganda partidária no rádio e na televisão, o partido político que descumprir o disposto neste artigo será punido com a cassação do tempo equivalente a 2 (duas) a 5 (cinco) vezes o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 6º A representação, que poderá ser oferecida por partido político ou pelo Ministério Público Eleitoral, será julgada pelo Tribunal Superior Eleitoral quando se tratar de inserções nacionais e pelos Tribunais Regionais Eleitorais quando se tratar de inserções transmitidas nos Estados correspondentes.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 7º O prazo para o oferecimento da representação prevista no § 6º deste artigo encerra-se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado ou, se este tiver sido transmitido nos últimos 30 (trinta) dias desse período, até o 15º (décimo quinto) dia do semestre seguinte.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
§ 8º Da decisão do Tribunal Regional Eleitoral que julgar procedente a representação, cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o Tribunal Superior Eleitoral, que será recebido com efeito suspensivo.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
Art. 50-C. Para agilizar os procedimentos, condições especiais podem ser pactuadas diretamente entre as emissoras de rádio e de televisão e os órgãos de direção do partido, obedecidos os limites estabelecidos nesta Lei, dando-se conhecimento ao Tribunal Eleitoral da respectiva jurisdição.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
Art. 50-D. A propaganda partidária no rádio e na televisão fica restrita aos horários gratuitos disciplinados nesta Lei, com proibição de propaganda paga.   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
Art. 50-E. (VETADO).   (Incluído pela Lei nº 14.291, de 2022)
*(Atualizado em 14/03/2022) #NOVIDADELEGISLATIVA #DIZERODIREITO[footnoteRef:2] [2: CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Lei 14.292/2021: propaganda partidária gratuita no rádio e TV. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: <https://www.buscadordizerodireito.com.br/novidades_legislativas/detalhes/e46de7e1bcaaced9a54f1e9d0d2f800d>. Acesso em: 14/03/2022] 
Propaganda política
Propaganda política é toda aquela que possui finalidade eleitoral, não apenas com o fim específico da conquista de votos, mas também com o objetivo de expor determinado posicionamento político.
Propaganda política é o gênero que abrange duas espécies:
	PROPAGANDA POLÍTICA
	a) PROPAGANDA PARTIDÁRIA
	b) PROPAGANDA ELEITORAL
	A propaganda partidária se presta à difusão dos princípios ideológicos, atividades e programas dos partidos políticos. Sua finalidade é a de angariar eleitores e cidadãos que simpatizem com os ideais do partido.
É regulada pela Lei nº 9.096/95.
	A propaganda eleitoral é aquela que se realiza antes de certame eleitoral e objetiva, basicamente, a obtenção de votos, tornando-se instrumento de convencimento do eleitor, que pode, por seu intermédio, ampliar seu conhecimento sobre as convicções de cada candidato ou partido, fazendo a escolha que mais lhe convier.
É regida pela Lei nº 9.504/97.
 Propaganda partidária gratuita no rádio e TV acabou com a Lei nº 13.487/2017
A Lei nº 9.096/95 dispõe sobre os partidos políticos e, em seu art. 45, tratava sobre a propaganda partidária no rádio e televisão. Veja o que dizia o caput do art. 45:
Art. 45. A propaganda partidária gratuita, gravada ou ao vivo, efetuada mediante transmissão por rádio e televisão será realizada entre as dezenove horas e trinta minutos e as vinte e duas horas para, com exclusividade:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, dos eventos com este relacionados e das atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas político-comunitários;
IV - promover e difundir a participação política feminina, dedicando às mulheres o tempo que será fixado pelo órgão nacional de direção partidária, observado o mínimo de 10% (dez por cento).
A propaganda partidária era aquela veiculada fora do período eleitoral e na qual o objetivo era divulgar as ideias do partido. Normalmente, terminava com a pessoa dizendo: “Filie-se ao partido...”
 A Lei nº 13.487/2017 acabou com a propaganda partidária no rádio e na televisão revogando os dispositivos da Lei nº 9.504/97 que tratavam sobre o tema:
Art. 5º Ficam revogados, a partir do dia 1º de janeiro subsequente à publicação desta Lei, os arts. 45, 46, 47, 48 e 49 e o parágrafo único do art. 52 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995.
O fim da propaganda partidária era um antigo pleito das emissoras de rádio e TV.
Importante esclarecer que a propaganda eleitoral, ou seja, aquela veiculada no período das eleições para pedir votos para os candidatos, continuou existindo.
 O que fez a Lei nº 14.291/2022?
Instituiu novamente a propaganda partidária gratuita de rádio e TV, inserindo os arts. 50-A a 50-D na Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95).
Veja abaixo um resumo dos principais pontos:
 Quando é exibida?
A propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão será realizada entre as 19h30 e as 22h30, em âmbito nacional e estadual, por iniciativa e sob a responsabilidade dos respectivos órgãos de direção partidária.
 Inserções de 30s nos intervalos dos programas
As transmissões serão, em cadeia nacional ou estadual, por meio de inserções de 30 segundos, no intervalo da programação normal das emissoras.
Em cada rede somente serão autorizadas até 10 inserções de 30 segundos por dia.
 Formação de cadeias nacional e estaduais
O órgão partidário respectivo apresentará à Justiça Eleitoral requerimento da fixação das datas de formação das cadeias nacional e estaduais.
A formação das cadeias nacional e estaduais será autorizada respectivamente pelo TSE e pelos TREs, que farão a necessária requisição dos horários às emissoras de rádio e de televisão.
 Podem ser divulgados conteúdos regionais
A critério do órgão partidário nacional, as inserções em redes nacionais poderão veicular conteúdo regionalizado, com comunicação prévia ao TSE.
Se houver coincidência de data, a Justiça Eleitoral dará prioridade ao partido político que apresentou o requerimento primeiro.
 Conteúdo
A propaganda partidária gratuita mediante transmissão no rádio e na televisão deverá servir, exclusivamente, para:
I - difundir os programas partidários;
II - transmitir mensagens aos filiados sobre a execução do programa partidário, os eventos com este relacionados e as atividades congressuais do partido;
III - divulgar a posição do partido em relação a temas políticos e ações da sociedade civil;
IV - incentivar a filiação partidária e esclarecer o papel dos partidos na democracia brasileira;
V - promover e difundir a participação política das mulheres, dos jovens e dos negros.
Proporção da propaganda
Os partidos políticos que tenham cumprido a cláusula de barreira do art. 17, § 3º da Constituição Federal terão assegurado o direito de acesso gratuito ao rádio e à televisão, na proporção de sua bancada eleita em cada eleição geral, nos seguintes termos:
I – se o partido elegeu acima de 20 Deputados Federais: terá direito a 20 minutos por semestre nas redes nacionais e de igual tempo nas redes estaduais;
II – se o partido elegeu entre 10 e 20 Deputados Federais: terá direito a 10 minutos por semestre nas redes nacionais e de igual tempo nas redes estaduais;
III - o partido que tenha eleito até 9 Deputados Federais terá assegurado o direito à utilização do tempo total de 5 minutos por semestre nas redes nacionais e de igual tempo nas redes estaduais.
Propaganda para divulgar a participação política das mulheres
Do tempo total disponívelpara o partido político, no mínimo 30% deverão ser destinados à promoção e à difusão da participação política das mulheres.
 Em anos de eleição
Nos anos de eleições, as inserções somente serão veiculadas no primeiro semestre.
 Vedações
Ficam vedadas nas inserções:
I - a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa;
II - a divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos e a defesa de interesses pessoais ou de outros partidos, bem como toda forma de propaganda eleitoral;
III - a utilização de imagens ou de cenas incorretas ou incompletas, de efeitos ou de quaisquer outros recursos que distorçam ou falseiem os fatos ou a sua comunicação;
IV - a utilização de matérias que possam ser comprovadas como falsas (fake news);
V - a prática de atos que resultem em qualquer tipo de preconceito racial, de gênero ou de local de origem;
VI - a prática de atos que incitem a violência.
 Representação por propaganda partidária irregular
Caso seja veiculada uma propaganda partidária irregular, o § 6º do art. 50-B prevê a possibilidade de ser formulada uma representação contra o partido político.
Essa representação pode ser oferecida por:
a) partido político;
b) Ministério Público.
 O prazo para o oferecimento da representação encerra-se no último dia do semestre em que for veiculado o programa impugnado ou, se este tiver sido transmitido nos últimos 30 dias desse período, até o 15º dia do semestre seguinte.
 A representação será julgada:
• pelo TSE: quando se tratar de inserções nacionais; e
• pelos TREs: quando se tratar de inserções transmitidas nos Estados correspondentes.
 O partido político que descumprir as regras da propaganda partidária será punido com a cassação do tempo equivalente a 2 a 5 vezes o tempo da inserção ilícita, no semestre seguinte.
 Da decisão do TRE que julgar procedente a representação, cassando o direito de transmissão de propaganda partidária, caberá recurso para o TSE, que será recebido com efeito suspensivo.
 Proibida propaganda partidária paga no rádio e TV
A propaganda partidária no rádio e na televisão fica restrita aos horários gratuitos disciplinados na Lei nº 9.096/95, com proibição de propaganda paga.
 Duas mudanças no inciso XI do art. 44:
• deixou expresso que os recursos do fundo partidário poderão ser utilizados para pagamento de propaganda partidária gratuita em plataformas de vídeo (ex: YouTube, TikTok) e demais redes sociais (ex: Instagram);
• proibiu que esse impulsionamento seja feito, nos anos de eleição, no período compreendido entre o início do prazo das convenções partidárias e a data do pleito:
	LEI 9.096/95 (LEI DOS PARTIDOS POLÍTICOS)
	Antes da Lei nº 14.291/2022
	Depois da Lei nº 14.291/2022
	Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
(...)
XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, o qual deve manter conta bancária específica para receber recursos dessa natureza, proibido nos 180 (cento e oitenta) dias anteriores à eleição.
	Art. 44. Os recursos oriundos do Fundo Partidário serão aplicados:
(...)
XI - no custeio de impulsionamento, para conteúdos contratados diretamente com provedor de aplicação de internet com sede e foro no País, incluída a priorização paga de conteúdos resultantes de aplicações de busca na internet, inclusive plataforma de compartilhamento de vídeos e redes sociais, mediante o pagamento por meio de boleto bancário, de depósito identificado ou de transferência eletrônica diretamente para conta do provedor, proibido, nos anos de eleição, no período desde o início do prazo das convenções partidárias até a data do pleito.
 Veto
A Lei nº 14.291/2022 acrescentava o art. 50-E com a previsão de compensação fiscal às emissoras de rádio e TV por cederem seus horários à propaganda partidária. Veja:
Art. 50-E. As emissoras de rádio e de televisão terão direito a compensação fiscal pela cessão do horário gratuito previsto nesta Lei, em conformidade com os critérios estabelecidos no art. 99 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997.
§ 1º A compensação fiscal à qual as emissoras de rádio e de televisão farão jus deverá ser calculada com base na média do faturamento dos comerciais dos anunciantes do horário compreendido entre as 19h30 (dezenove horas e trinta minutos) e as 22h30 (vinte e duas horas e trinta minutos).
§ 2º A emissora de rádio ou de televisão que não exibir as inserções partidárias nos termos desta Lei perderá o direito à compensação fiscal e ficará obrigada a ressarcir o partido político lesado mediante a exibição de inserções por igual tempo, nos termos definidos em decisão judicial.
 Esse dispositivo, contudo, foi vetado pelo Presidente da República com fundamento nas seguintes razões:
“A proposição legislativa estabelece que as emissoras de rádio e de televisão teriam direito a compensação fiscal pela cessão do horário gratuito previsto na Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, em conformidade com os critérios estabelecidos no art. 99 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997, a qual deveria ser calculada com base na média do faturamento dos comerciais dos anunciantes do horário compreendido entre as 19h30 e as 22h30. Ademais, estabelece que aquelas emissoras que não exibissem as inserções partidárias nos termos do disposto na Lei dos Partidos Políticos perderiam o direito à compensação fiscal e ficariam obrigadas a ressarcir o partido político lesado mediante a exibição de inserções por igual tempo, nos termos definidos em decisão judicial.
Entretanto, a proposição legislativa ofende a constitucionalidade e o interesse público uma vez que instituiria benefício fiscal, com consequente renúncia de receita, sem observância ao disposto no art. 113 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, no art. 4º da Emenda Constitucional nº 109, de 15 de março de 2021, no art. 14 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal e nos art. 125, art. 126 e art. 137 da Lei nº 14.116, de 31 de dezembro de 2020 - Lei de Diretrizes Orçamentárias 2021.”
 As associações de rádio e TV questionaram o veto afirmando que essa compensação é devida, sob pena de configurar confisco. Caso o veto seja mantido, é provável que o tema seja levado à apreciação do STF.
 A Lei nº 14.291/2022 entrou em vigor na data de sua publicação (04/01/2022).
*#STF #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #DIZERODIREITO: O art. 9º da Lei nº 13.165/2015 previu o seguinte: Art. 9º Nas três eleições que se seguirem à publicação desta Lei, os partidos reservarão, em contas bancárias específicas para este fim, no mínimo 5% (cinco por cento) e no máximo 15% (quinze por cento) do montante do Fundo Partidário destinado ao financiamento das campanhas eleitorais para aplicação nas campanhas de suas candidatas, incluídos nesse valor os recursos a que se refere o inciso V do art. 44 da Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995. O STF, ao julgar uma ADI proposta contra esse dispositivo, decidiu: a) Dar interpretação conforme a Constituição ao art. 9º da Lei nº 13.165/2015, de modo a equiparar o patamar legal mínimo de candidaturas femininas (hoje o do art. 10, § 3º, da Lei nº 9.504/97, isto é, ao menos 30% de cidadãs), ao mínimo de recursos do Fundo Partidário a lhes serem destinados, que deve ser interpretado como também de 30% do montante do Fundo alocado a cada partido, para as eleições majoritárias e proporcionais, e fixar que, havendo percentual mais elevado de candidaturas femininas, o mínimo de recursos globais do partido destinados a campanhas lhe seja alocado na mesma proporção. Assim, o montante de recursos para as campanhas de mulheres deve ser proporcionalmente igual ao número de candidatas, sendo no mínimo 30%; b) Declarar a inconstitucionalidade da expressão “três”, contidano art. 9º da Lei nº 13.165/2015. A previsão de recursos mínimos para as campanhas de candidatas não deve ter um prazo determinado considerando que ela dura até que as desigualdades sejam corrigidas; c) Declarar a inconstitucionalidade, por arrastamento, do § 5º-A e do § 7º do art. 44 da Lei nº 9.096/95, que tratam dos recursos específicos para a criação e manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres. STF. Plenário. ADI 5617/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/3/2018 (Info 894).
Propaganda Eleitoral
A propaganda eleitoral é permitida apenas durante o período eleitoral. De acordo com a Lei das Eleições, permite-se a propaganda após o dia 15.08 (ver linha do tempo acima). Assim, a propaganda eleitoral poderá ser desenvolvida entre os dias 16.08 e o dia das eleições, se for realizada antes desse período, será considerada propaganda eleitoral antecipada. 
Para facilitar basta lembrar que o registro dos candidatos deverá ser efetuado até às 19 horas do dia 15 de agosto. No dia seguinte começa a “corrida eleitoral”, permitindo-se a propaganda.
A partir do prazo autorizado por lei, as candidaturas podem ser promovidas por meio da propaganda de rua, da imprensa, do rádio, da televisão e da internet, entre outros meios. Cartazes, faixas e carros de som poderão circular pelas cidades. Os candidatos, partidos políticos e as coligações poderão realizar comícios e utilizar aparelhagem de sonorização fixa.
Mesmo os candidatos que estejam com sua candidatura sub judice poderão fazer propaganda.
No entanto, existem limites e regras à realização da propaganda eleitoral. O Código Eleitoral proíbe, por exemplo, a propaganda que implique oferecimento, promessa ou solicitação ao eleitor de vantagens de qualquer natureza e que calunie, difame ou injurie qualquer pessoa.
O art. 36-A da Lei das Eleições elenca uma série de hipóteses que não são consideradas como propaganda eleitoral antecipada. Ocorre que, para que os atos arrolados nos incisos do art. 36-A da LE não sejam considerados como propaganda eleitoral antecipada eles não poderão: 
· Conter pedido explícito de votos
Assim, se das hipóteses abaixo elas não contiverem pedido explícito de votos, não será considerada propaganda eleitoral antecipada. 
Vejamos os dispositivos:
· Participação em entrevistas e programas nos meios de comunicação de massa, desde que o tratamento conferido seja isonômico. 
· Encontros, seminários e congressos em ambientes fechados, realizados pelos partidos para discutir políticas públicas, processos eleitores, planos e governos, alianças voltadas para as eleições. 
· Prévias partidárias e distribuição de material, nomes dos filiados que participarão da disputa ou debates entre pré-candidatos. 
· Divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos 
· Manifestação e posicionamento pessoal sobre questões políticas. 
· Realização de reuniões pela sociedade civil, imprensa ou partido para divulgação de ideias, objetivos e propostas. 
Em todas as hipóteses do art. 36-A da Lei nº 9.504/97, a legislação agora admite o pedido de apoio político e a divulgação da pré-candidatura, das ações políticas desenvolvidas e das que se pretende desenvolver. 
Por outro lado, o art. 36-B, acrescentado pela Lei nº 12.891/13, passou a prever que será considerada propaganda antecipada à convocação pelo Presidente da República, da Câmara, do Senado ou do STF, de redes de radiodifusão para divulgação de atos que denotem propaganda política ou ataques a partidos e seus filiados e instituições. E, ainda que a convocação se dê em casos permitidos em lei, é vedada a utilização de símbolos ou imagens, exceto a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais. 
Por fim, é importante notar que a definição do que seja ou não propaganda eleitoral antecipada depende, na verdade, da finalidade da divulgação. Devemos analisar a situação formulada e avaliar se a finalidade era “eleitoreira”. Em caso positivo, a propaganda é manifestação eleitoral. Em caso negativo, constitui ato regular de liberdade de expressão.
*#DEOLHONAJURIS #STF: É constitucional o art. 25, § 2º, da Resolução 23.404/2014 do TSE, que proíbe a realização de propaganda eleitoral via “telemarketing", em qualquer horário. STF. Plenário. ADI 5122, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2018 (Info 900)
*(Atualizado em 03/05/2022) São constitucionais as restrições, previstas na Lei 9.504/97, quanto à veiculação de propaganda eleitoral em meios de comunicação impressos e na internet. São constitucionais as restrições, previstas na Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997, arts. 43, caput, e 57-C, caput e § 1º), à veiculação de propaganda eleitoral em meios de comunicação impressos e na internet. STF. Plenário. ADI 6281/DF, Rel. Min. Luiz Fux, redator do acórdão Min. Nunes Marques, julgado em 10, 16 e 17/2/2022 (Info 1044).
#SELIGANASÚMULA: Súmula-TSE nº 18
Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/97.
Propaganda em bens públicos
Quanto à propaganda em bens públicos, o art. 37, Lei nº 9.504/97, veda a realização de propaganda eleitoral nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do Poder Público (bancas de jornal, ônibus) ou que a ele pertençam (hospitais, unidades de ensino, museus), e nos de uso comum (no Direito Eleitoral seu significado é mais extenso do que no Direito Civil, pois compreende os bens privados que a população em geral tem acesso, tais como cinema, clube, lojas, centros comerciais, ginásio, nos termos do art. 37, §4º, Lei 9.504/97), inclusive postes de iluminação pública, passarela, viaduto, pontes, paradas de ônibus, ainda que de propriedade privada. 
O §5º do artigo 37 ainda veda a publicidade nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas, tapumes divisórios, mesmo que não cause dano.
Apesar da vedação da propaganda eleitoral em bens públicos, há duas exceções:
· É possível a propaganda eleitoral nas casas legislativas, se houver autorização da mesa da casa;
· É possível a propaganda eleitoral ao longo das vias públicas em seus canteiros.
Nestes casos, a propaganda deve observar alguns requisitos:
· Não poderá atrapalhar o trânsito de pessoas ou veículos;
· Poderão ser colocadas mesas para distribuição de material ou bandeiras, mas terá de ser móvel (entre as 06:00 e 22:00 horas do dia).
#IMPORTANTE: em relação aos cavaletes, placas e bonecos, é vedada a colocação em bens públicos ou de uso comum. 
Propaganda em locais privados 
A propaganda realizada em bens particulares depende apenas do consentimento do proprietário ou possuidor e do respeito à legislação eleitoral, sendo desnecessária a obtenção de licença municipal ou a autorização da Justiça Eleitoral (art. 37, §2º, Lei 9.504/97). O consentimento deve ser espontâneo e a cessão gratuita. 
Antes da Lei nº 13.165/15, a forma mais comum de propaganda eleitoral em bem particular era a inscrição a tinta em muro de residências. Nessas situações, acabavam havendo acordos para que os responsáveis pela propaganda fizessem a recomposição do muro, o que acabava por retirar o caráter de gratuidade da cessão.
Diante desse cenário, a Lei nº 13.165/15 passou a prever que a propaganda em bens particulares somente será possível por meio de colocação de adesivos ou cartazes, os quais devem observar o tamanho máximo de 0,5m2 (meio metro quadrado). 
#SELIGANASÚMULA: Súmula-TSE nº 48
A retirada da propaganda irregular, quando realizada em bem particular, não é capaz de elidir a multa prevista no art. 37, § 1º, da Lei nº 9.504/97.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o TSE já afirmou ser dispensável o auto de constatação para a aferição da dimensão da propaganda nas hipóteses em que notoriamente superior ao limite fixado
 Atos de propaganda eleitoral em ambientes públicos ou privados
Atos não permitidos
· Outdoors: atualmente, essa propaganda alcança o outdoor eletrônico. No Direito Eleitoral, considera-seoutdoor toda a inscrição publicitária superior a quatro metros quadrados.
· Showmícios: Nesse caso, trata-se de comícios onde se tem também a apresentação de shows artísticos. Em momentos anteriores eram permitidos os showmícios. Foram vedados esses a partir do momento em que se verificou que as contas das campanhas alcançavam valores muito altos, criando uma desigualdade entre os candidatos. Atualmente, mesmo o showmício pago ou gratuito, será proibido. Alguns artistas consagrados, atualmente, tem buscado a vida política, sendo que, para eles não há nenhuma exigência de incompatibilidade. Para esses casos, quando o artista fizer um comício, não poderá fazer show artístico e vice-versa.
*(Atualizado em 17/12/2021) Os showmícios são proibidos, mas os artistas podem se apresentar em eventos destinados a arrecadar dinheiro para a campanha eleitoral.
É vedada a realização, remunerada ou não, de “showmícios”, conforme o disposto no art. 39, § 7º, da Lei nº 9.504/1997. A apresentação artística em eventos de arrecadação para campanha eleitoral não está inserida na proibição à realização de “showmícios”. STF. Plenário. ADI 5970/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/10/2021 (Info 1033).
· Propaganda no Dia da Eleição: a única propaganda eleitoral permitida no dia das eleições é aquela veiculada na internet. Fora a internet, a propaganda eleitoral realizada no dia da eleição é configurada crime de boca de urna.
#IMPORTANTE: Apesar dessa vedação, admite-se que ocorra uma manifestação individual e silenciosa de cada eleitor. Significa que o eleitor pode comparecer à sua sessão eleitoral portando camisa, broche, do candidato de sua preferência
Até o fechamento de sessões, não é permitido aglomeração de pessoas que usem vestimentas que lembrem partidos políticos.
· Produção e distribuição de bens que tragam vantagem ao eleitor: São vedadas as produções de tais bens que tragam vantagem ao eleitor. O doutrinador José Jairo Gomes defende que a proibição de bens não é total, vez que somente são vedados bens que trazem vantagem ao eleitor. Não havendo configuração de vantagem ao eleitor é permitida, como é o caso do “santinho”.
· Trio Elétrico: Trio elétrico não é definido em razão do tamanho do veículo, mas sim em razão da potência do som. Será considerado trio elétrico o veículo que tem potência superior a 20.000wats. O Trio elétrico só pode ser utilizado em campanha eleitoral para servir de palanque para o comício. O candidato, em vez de montar um palanque fixo, poderá contratar um trio elétrico e fazer o comício de cima do veículo. O que não se admite é que esse trio circule pelas ruas reproduzindo jingles do candidato
Atos Permitidos 
· Comícios: a propaganda eleitoral normalmente pode ser realizada até as 22:00 horas da véspera da eleição, com exceção da propaganda através da imprensa escrita que somente pode ser realizada até a antevéspera das eleições (sexta-feira), e da propaganda em comício e rádio e televisão, 48 horas antes das eleições (quinta-feira).
Resumindo: 
· Estão proibidos nas 48 horas antes das eleições. 
· Podem ser realizados das 08:00 as 24:00 horas, com exceção ao comício de encerramento de campanha, quando poderá permanecer por mais 2 horas.
· Não há necessidade de licença ou autorização do Poder Público. Apesar disso é necessário que se faça uma comunicação, com pelo menos 24 horas da realização, para as autoridades competentes. Essa comunicação tem os seguintes objetivos: a) reservar o local, b) possibilitar uma ordenação dos serviços necessários, como por exemplo, trânsito, saúde, segurança etc.
· Sonorização Móvel: É possível entre as 08:00 e as 22:00 horas, inclusive na véspera do pleito. A sonorização pode ser feita por carros de sons ou minitrios, a classificação é feita em razão da potência do som: 
· carro de Som: até 10.000 watts 
· minitrios: De 10.00 a 20.000 watts.
#ATENÇÃO: acima de 20.000 watts é considerado trio elétrico, o qual só pode ser utilizado para a sonorização de comício, nunca para sonorização móvel.
· Deve ser observado ainda um limite máximo de pressão sonora de 80 decibéis, o qual será medida na distância de 7 metros do veículo.
· Outra limitação é que a sonorização móvel não pode passar a menos de 200 metros de distância de determinados lugares tais como das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, das sedes dos Tribunais Judiciais, e dos quartéis e outros estabelecimentos militares escolas, igrejas, hospitais, bibliotecas e teatros quando em funcionamento. 
*#NOVIDADELEGISLATIVA: A Lei nº 13.488, de 6 de outubro de 2017 alterou a lei 9.504/1997 para dispor que: § 11. É permitida a circulação de carros de som e minitrios como meio de propaganda eleitoral, desde que observado o limite de oitenta decibéis de nível de pressão sonora, medido a sete metros de distância do veículo, e respeitadas as vedações previstas no § 3o deste artigo, apenas em carreatas, caminhadas e passeatas ou durante reuniões e comícios. (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017).
· Sonorização Fixa: É possível das 08:00 as 24:00 horas. Essa sonorização é aquela feita em comícios e comitês.
· Material Gráfico: Trata-se de todo material que necessite de impressão, balões, adesivos, panfletos, faixas etc. A norma exige que conste do material, tanto o CPF/CNPJ de quem o contratou, bem como de quem o produziu. Nas eleições majoritárias, é obrigatório que conste o nome dos candidatos a Vice e Suplentes. Esse nome deve ter, no mínimo 30% do Tamanho/Destaque do nome do candidato ao cargo principal.
· Admite-se que o material seja elaborado em conjunto com outro candidato. No entanto, a prestação de contas do material confeccionado em conjunto deverá ser feita por aquele candidato que realmente o financiou.
· Também é necessário que se informe a tiragem (Ex.: 2.000 exemplares).
· Quando o material for referente a adesivo, terá ele no máximo 50X40cm, ressaltando que atualmente é vedada a plotagem de veículo, permitido, apenas a adesivagem integral do vidro traseiro do carro, que deverá ser microperfurado.
· Nas demais partes do carro, deverá ser respeitada a área total de 50X40cm.
· A distribuição de material gráfico somente poderá ocorrer até a véspera das eleições.
· Imprensa Escrita: Na imprensa escrita, a propaganda eleitoral será SEMPRE PAGA, isso porque a imprensa escrita não surge de concessão de serviço público, não podendo o Poder Público obrigar a propaganda gratuita. A lei estabelece que deve haver na própria propaganda a citação do valor pago pela publicação.
· A propaganda escrita pode se iniciar em 16 de agosto e ir até a antevéspera do pleito eleitoral.
· É possível até 10 veiculações por veículo de imprensa escrita. Essas 10 veiculações devem ser feitas em dias alternados.
· Há limite quanto ao tamanho da veiculação por veículo de imprensa escrita. 
◦ 1/8 (um oitavo) da página do Jornal;
◦ 1/4 (um quarto) da página de revista. 
· Caso o veículo tenha uma versão on-line, deverá observar a mesma limitação.
#NÃOCONFUNDIR: é diferente a propaganda estar na versão on-line da publicação da imprensa escrita, que a propaganda estar diretamente inserida na página do veículo de informação. Neste último caso, é vedado esse tipo de inserção, uma vez que, como se verá a seguir, não é possível a propaganda eleitoral em sites de pessoas jurídicas, ressalvados os sites de partidos políticos.
Propaganda Eleitoral no Rádio e na TV
Esta é a principal espécie de propaganda eleitoral. A legislação eleitoral dispõe que as emissoras de rádio e TV reservarão, nos 35 dias anteriores à antevéspera das eleições, horários destinados à propaganda eleitoral gratuita. 
Os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre todos os partidos e coligações que tenham candidato, da seguinte forma: 
· *(Atualizado em 18/02/2022) 90% (noventa por cento) distribuídos proporcionalmente ao número de representantes na Câmara dos Deputados, considerados, no caso de coligação para eleições majoritárias, o resultadoda soma do número de representantes dos seis maiores partidos que a integrem e, nos casos de coligações para eleições proporcionais, o resultado da soma do número de representantes de todos os partidos que a integrem; (Redação de acordo com a Lei 14.211/21)
· 10% (dez por cento) distribuídos igualitariamente. 
No segundo turno das eleições majoritárias, o tempo há de ser distribuído igualmente entre os dois candidatos remanescentes, pouco importando a representação na Câmara dos Deputados: cada candidato fica com 50% do tempo. 
*#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO: O art. 45, II e III da Lei nº 9.504/97 prevê que, depois do prazo para a realização das convenções no ano das eleições, as emissoras de rádio e televisão, em sua programação normal e em seu noticiário, não podem: a) usar trucagem, montagem ou outro recurso de áudio ou vídeo que, de qualquer forma, degradem ou ridicularizem candidato, partido ou coligação, ou produzir ou veicular programa com esse efeito (inciso II) e b) difundir opinião favorável ou contrária a candidato, partido, coligação, a seus órgãos ou representantes (segunda parte do inciso III). Os §§ 4º e 5º explicam o que se entende por trucagem e por montagem. O STF decidiu que tais dispositivos são INCONSTITUCIONAIS porque representam censura prévia. A liberdade de expressão autoriza que os meios de comunicação optem por determinados posicionamentos e exteriorizem seu juízo de valor, bem como autoriza programas humorísticos, “charges” e sátiras realizados a partir de trucagem, montagem ou outro recurso de áudio e vídeo, como costumeiramente se realiza, não havendo nenhuma justificativa constitucional razoável para a interrupção durante o período eleitoral. Vale ressaltar que, posteriormente, é possível a responsabilização dos meios de comunicação e de seus agentes por eventuais informações mentirosas, injuriosas, difamantes. O que não se pode é fazer uma censura prévia. São inconstitucionais quaisquer leis ou atos normativos tendentes a constranger ou inibir a liberdade de expressão a partir de mecanismos de censura prévia. STF. Plenário. ADI 4451/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 20 e 21/6/2018 (Info 907). 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: 
1º PONTO: É inconstitucional excluir totalmente do horário eleitoral gratuito os partidos sem representação na Câmara dos Deputados. Entretanto, é constitucional estipular que os partidos com maior representação tenham mais tempo que os outros.
OBS: A expressão “e representação na Câmara dos Deputados”, contida no § 2º do art. 47 da Lei n. 9.504/97 foi declarada inconstitucional.
2º PONTO: É constitucional o § 6º do art. 45, da Lei nº. 9.504/97, que dispõe o seguinte: § 6º É permitido ao partido político utilizar na propaganda eleitoral de seus candidatos em âmbito regional, inclusive no horário eleitoral gratuito, a imagem e a voz de candidato ou militante de partido político que integre a sua coligação em âmbito nacional (Info 672).
Quanto à propaganda eleitoral no rádio e na televisão vale destacar que: (a) é vedado propaganda paga (compensação fiscal); (b) foram suspensas, por liminar em ADI, as disposições das “normas do inciso II e da segunda parte do inciso III, ambos do art. 45, bem como, por arrastamento, dos §§ 4º e 5º do mesmo artigo, todos da Lei 9.504/97”, admitindo-se a veiculação de programas humorísticos, mesmo que satirizem o candidato, após 1º de julho do ano das eleições: “Dando-se que o exercício concreto dessa liberdade em plenitude assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, ainda que em tom áspero, contundente, sarcástico, irônico ou irreverente, especialmente contra as autoridades e aparelhos de Estado. Respondendo, penal e civilmente, pelos abusos que cometer, e sujeitando-se ao direito de resposta a que se refere a Constituição em seu art. 5º, inciso V. Por outro lado, essa conduta será vedada se houver intuito de favorecer determinado candidato; (c) busca-se privilegiar a isonomia e o equilíbrio entre os candidatos no acesso à TV e ao rádio; (d) confecção e definição do conteúdo do programa são de responsabilidade do candidato. 
As gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais foram expressamente permitidos pela Lei nº 12.891/13. É importante destacar que, anteriormente, a Lei 9.504/97 proibia tais condutas no artigo 51, IV. Atualmente, o referido artigo apenas manteve o trecho que proíbe a divulgação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar o candidato, tendo suprimido o trecho que se referia às gravações externas, montagens ou trucagens, computação gráfica, desenhos animados e efeitos especiais: “na veiculação das inserções, é vedada a divulgação de mensagens que possam degradar ou ridicularizar candidato, partido ou coligação, aplicando-se lhes, ainda, todas as demais regras aplicadas ao horário de propaganda eleitoral, previstas no art. 47”.
A lei ainda veda a veiculação de inserções idênticas no mesmo intervalo de programação, exceto se o número de inserções de que dispuser o partido exceder os intervalos disponíveis, sendo vedada a transmissão em sequência para o mesmo partido político. 
#CAIUEMPROVA: Se o candidato for apresentador de TV ou de rádio, a partir do resultado da convenção é vedado às emissoras de rádio e TV transmitirem programas apresentados ou comentados por eles. Importante ressaltar que se o programa apresentado não leva o nome do candidato, poderá ele continuar a ser apresentado por outro apresentador ou comentarista. No entanto, caso o programa ostente o nome do candidato, a partir o dia 6 de agosto, não poderá mais ser veiculado. Caso essa norma seja desrespeitada, é prevista a sanção de cancelamento do registro.
A Justiça Eleitoral pode suspender, a requerimento do partido da coligação ou do candidato, a programação normal de uma emissora por infração à legislação eleitoral se descumpridas as disposições referentes à propaganda, por 24h, duplicado tal período em cada reiteração de conduta ilícita.
 Para se garantir um amplo acesso, a propaganda deverá ter o recurso de legenda ou a utilização Linguagem Brasileira de Sinais. Se o partido quiser se utilizar das duas, poderá normalmente.
É possível que se utilize na propaganda de um candidato, a voz ou a imagem de filiado a partido que, em nível nacional, esteja coligado com o partido do candidato que faça a propaganda, como por exemplo, ex-presidentes famosos. 
Em relação ao segundo turno, a lei veda que um candidato derrotado faça propaganda para outro candidato que esteja no segundo turno, caso já se verifique apoio formalizado pelo partido a outro candidato, por exemplo, Marina Silva não poderia fazer apoio a Dilma Roussef no segundo turno, se o seu partido já houvesse formalizado apoio a Aécio Neves no segundo turno das eleições presidenciais de 2014.
	O horário eleitoral pode ser divido de duas formas: cadeia ou bloco e inserções. 
· Cadeia ou Bloco: o tempo será de 25 minutos por bloco nas eleições gerais.
· Nas Emissoras de Rádio, a propaganda acontecerá:
•	Das 07:00hs as 07:25hs; e,
•	Das 12:00hs às 12:25hs.
· Nas Emissoras de TV, a propaganda acontecerá:
•	Das 13:00hs as 13:25hs; e,
•	Das 20:30hs às 20:55hs.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: o tempo de propaganda nas eleições gerais foi reduzido com a Lei nº 13.165/15, visando diminuir custos para a propaganda eleitoral, principalmente em razão do STF ter entendido como ilícita a doação por pessoas jurídicas para campanha eleitoral.
A divisão da propaganda eleitoral em cadeia ou bloco também verificará a organização quanto aos cargos em disputas. Isso ocorre da seguinte forma:
· Terças, Quintas e Sábados: Será veiculada propaganda eleitoral gratuita de candidatos aos cargos de Presidente, Vice-Presidente e Deputados Federais.
Serão distribuídos 12:30 segundos para cada uma das eleições, da seguinte forma:
· No rádio:
· Das 07:00hs as 07:12:30hs: Cargos de Presidente e Vice-Presidente
· Das 07:12:30hs as 07:25hs: Cargos de Deputado Federal
· Das 12:00hs as 12:12:30hs: Cargos de Presidentee Vice-Presidente
· Das 12:12:30hs, às 12:25hs: Cargos de Deputado Federal
· Na TV:
· Das 13:00hs as 13:12:30hs: Cargos de Presidente e Vice- Presidente
· Das 13:12:30hs as 13:25hs: Cargos de Deputado Federal
· Das 20:30hs as 20:42:30hs: Cargos de Presidente e Vice-Presidente
· Das 20:42:30hs, às 20:55hs: Cargos de Deputado Federal
· Segundas, Quartas e Sextas: Serão veiculadas propagandas para Senador, Deputado Estadual, Gorvernador e Vice-Governador. Ressalva-se que quanto à eleição de Senador, haverá a renovação alternada de 1/3 e 2/3 dos cargos.
· Quando se tratar de eleições em que ocorrer a renovação de apenas 1/3 do Senado Federal, a distribuição será da seguinte forma e ordem: 5 minutos para Candidatos a Senadores; 10 minutos para Candidatos a Deputados Distritais e Estaduais; 10 minutos para Candidatos a Governador e Vice-Governador.
· Quando se tratar de eleições em que ocorrer a renovação de 2/3 do Senado Federal, o tempo para propaganda decandidatos ao Senado será aumentado de 2 minutos, sendo que a distribuição será da seguinte forma e ordem: 7 minutos para Candidatos a Senadores; 9 minutos para Candidatos a Deputados Distritais e Estaduais; 9 minutos para Candidatos a Governador e Vice-Governador.
· Eleições Municipais: 10 minutos por bloco. Neste caso, desde a Lei nº 13.165/15, só são veiculadas propaganda para Prefeito e Vice- Prefeito, não sendo mais veiculadas propagandas em cadeia ou bloco para candidatos a Vereadores, estes que somente farão sua propaganda eleitoral em rádio e TV por meio de inserções, mas não, cadeia ou bloco. Dá-se nos seguintes horários: nas emissoras de Rádio, a propaganda acontecerá: das 07:00hs as 07:10hs; e, das 12:00hs às 12:10hs. Nas Emissoras de TV, a propaganda acontecerá: das 13:00hs as 13:10hs; e das 20:30hs às 20:40hs.
A propaganda eleitoral também pode ser feita por inserção, ou seja, não interrompe programação normal, sendo veiculada durante os comerciais da emissora. As inserções também são consideradas com horário eleitoral gratuito. Aquelas têm a duração máxima de 1 minuto.
As inserções são veiculadas das 05:00hs as 24:00hs, e são considerados blocos de audiência, ou seja, se o partido ficou no 1º bloco no primeiro dia, será veiculado no 2º bloco do dia seguinte, e
assim por diante. 
No caso de eleições municipais, em se tratando de propaganda para vereadores, como vimos acima, esta somente é feita por meio de inserções.
#OLHAOGANCHO: No tocante às redes sociais, destaca-se que a própria Lei das Eleições reforça que é livre a manifestação de pensamento, sendo vedado apenas o anonimato, diante disso, propaganda eleitoral nas redes sociais é liberada. Todavia, serão vedadas as propagandas: pagas, e, sites que estejam hospedados no exterior, em sites oficiais, site de pessoas jurídicas, ainda que sem fins lucrativos. 
Debates Eleitorais 
Os debates eleitorais são importantes para que a população conheça os candidatos.
Por constituir um instrumento democrático relevante do processo eleitoral, a Lei das Eleições disciplinou expressamente o assunto no art. 46. Os debates podem ocorrer tanto para eleições a cargos majoritários, como para eleições aos cargos escolhidos pelo sistema proporcional. É importante registrar que a realização de debates eleitorais constitui uma faculdade outorgada às emissoras que poderão realizá-los independentemente do horário eleitoral gratuito. Em razão disso, não há obrigatoriedade de o candidato participar.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: Segundo o TSE, é possível a realização, em qualquer época, de debate na Internet com transmissão ao vivo sem a condição imposta ao rádio e à televisão do tratamento isonômico entre os candidatos. 
As emissoras não estão obrigadas a realizar debates, mas se o fizerem, devem necessariamente assegurar a participação de candidato cujo partido tenha no mínimo cinco representantes na Câmara dos Deputados. Assim, se o partido possui 10 ou mais cinco ou mais Deputados Federais eleitos, a emissora deverá assegurar o direito de participação do candidato no debate, seja para os candidatos do partido a cargos majoritários ou proporcionais. Em relação aos demais partidos, com menor representação, compete à emissora decidir por chamá-los.
 O convite ao candidato deverá ser efetuado com 72 horas de antecedência. As regras do debate serão estipuladas em acordo com os candidatos, mediante voto de 2/3 em primeiro turno para eleições majoritárias. Em segundo turno exige-se a concordância de ambos em relação às regras. Já em relação às regras para as eleições proporcionais será necessária a concordância de 2/3 dos partidos. Não poderá o candidato a eleição proporcional participar de mais de um debate na mesma emissora. A emissora que violar as regras relativas ao debate poderá ter suspensa a programação normal pelo prazo de 24 horas.
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: A Lei nº 13.165/2015 alterou a redação do art. 46 da Lei nº 9.504/97, que trata sobre os debates eleitorais no rádio e TV. Antes da Lei, as emissoras eram obrigadas a convidar todos os candidatos dos partidos que tivessem representação na Câmara dos Deputados. Assim, se o candidato fizesse parte de um partido político que tivesse, no mínimo, 1 Deputado Federal, ele deveria ser obrigatoriamente convidado para o debate. Agora, as emissoras são obrigadas a convidar todos os candidatos dos partidos que tenham representação na Câmara superior a 9 Deputados. Desse modo, para que a emissora seja obrigada a convidar o candidato, ele deve fazer parte de um partido político que tenha, no mínimo, 10 Deputados Federais. Foram propostas diversas ADIs contra esta alteração e o STF chegou a três importantes conclusões, que podem ser assim resumidas:
I - É constitucional o art. 46 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê que as emissoras de rádio e TV somente são obrigadas a convidar para participar dos debates eleitorais os candidatos dos partidos que tenham representação na Câmara superior a 9 Deputados Federais. Esta regra não viola os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. 
II - Os candidatos aptos não podem deliberar pela exclusão dos debates de candidatos cuja participação seja facultativa, quando a emissora tenha optado por convidá-los.
III - As emissoras de rádio e TV possuem a faculdade de convidar outros candidatos não enquadrados no critério do caput do art. 46, independentemente de concordância dos candidatos aptos, mas esse convite deverá ser feito conforme critérios objetivos, que atendam os princípios da imparcialidade e da isonomia e o direito à informação, a ser regulamentado pelo da constitucionalidade das novas regras sobre tempo de propaganda eleitoral gratuita (art. 47, § 2º, da Lei nº 9.504/93, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015) 
O tempo de propaganda eleitoral gratuita, nas emissoras de rádio e TV, é regulado pelo art. 47 da Lei nº 9.504/97. A Lei nº 13.165/2015 alterou o § 2º do art. 47, mudando os percentuais dessa distribuição, aumentando ainda mais o tempo dos partidos que tenham representação na Câmara dos Deputados. Essa mudança foi atacada por meio de ADI e o STF decidiu que: É constitucional o § 2º do art. 47 da Lei nº 9.504/97, com redação dada pela Lei nº 13.165/2015, que prevê que os horários reservados à propaganda de cada eleição serão distribuídos entre os partidos e coligações proporcionalmente com base no número de representantes na Câmara dos Deputados. (Info 836 do STF). 
*#ATUALIZAÇÃOLEGISLATIVA #ATENÇÃO: A Lei nº 13.488/2017 alterou a redação do art. 46 da Lei nº 9.504/97, que trata sobre os debates eleitorais no rádio e TV Art. 46. Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão por emissora de rádio ou televisão de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional, assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação no Congresso Nacional, de, NO MÍNIMO, CINCO PARLAMENTARES, e facultada a dos demais, observado o seguinte [...]. 
Direito de Resposta
No que concerne ao direitode resposta (art. 58 a 58-A, Lei 9.504/97), trata-se do direito que o candidato, partido ou coligação têm de se defender de uma ofensa, direta ou indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidas por qualquer veículo de comunicação social. Tendo o candidato, partido ou coligação se sentido lesado pela crítica ou ofensa, é-lhe assegurada demanda na qual se postule o direito de responder à injusta agressão, de sorte a privilegiar o princípio da informação e da veracidade. Suas principais características são: 
· legitimação ativa: o candidato, o partido ou a coligação atingidos de forma direta ou indireta. 
· cabimento: somente a partir da escolha de candidatos em convenção, se for veiculada propaganda, por qualquer meio de comunicação social, contendo imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica.
· prazo: tem natureza decadencial. Será de 24h da ofensa veiculada no horário eleitoral gratuito; de 48h da veiculação da ofensa, quando praticada no bojo da programação normal das emissoras de rádio e TV; e de 72h, contados da veiculação da ofensa em órgão de imprensa escrita; 
· procedimento: a notificação deverá ser expedida imediatamente para defesa que terá o prazo de 24h para se defender. Com ou sem defesa, o MPE deve ser ouvido como custos legis. No máximo em 72h da formulação do pedido tem que haver decisão judicial. Caso a decisão não seja prolatada em 72 horas da data da formulação do pedido, a Justiça Eleitoral, de ofício, providenciará a alocação de Juiz auxiliar (regra incluída pela Lei 12.891/13). Cabe recurso em 24h, com contrarrazões em igual prazo. Atenção: o pedido de direito de resposta e as representações por propaganda irregular em rádio, televisão e internet tramitarão preferencialmente em relação aos demais processos eleitorais. Vale notar que, deferido o pedido, o ofendido deverá se utilizar de espaço similar ao utilizado pelo ofensor para exercer seu direito de resposta. Se a ofensa ocorrer em dia e hora que inviabilizem a reparação dentro dos prazos legais, a resposta será divulgada nos horários que a Justiça Eleitoral determinar, ainda que nas 48h anteriores ao pleito, em termos e forma previamente aprovados, de modo a não ensejar tréplica. 
· custos: os custos do direito de resposta correrão por conta do ofensor; 
· pedido prejudicado: após as eleições, os pedidos do direito de resposta ainda não apreciados estarão prejudicados, já que se destinam ao equilíbrio da disputa eleitoral. 
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O Ministério Público possui legitimidade para representar contra propaganda partidária irregular. Apesar do § 3º do art. 45 da Lei n. 9.096/95 falar que apenas os partidos políticos podem oferecer representação por propaganda irregular, deve-se também reconhecer que o Ministério Público detém legitimidade para isso, considerando que o Parquet possui a incumbência de promover a defesa da ordem jurídica e do regime democrático por força da CF/88 (art. 127, caput). (Info 711 do STF). 
Pesquisas Eleitorais
Por fim, as pesquisas e testes pré-eleitorais (arts. 33-35, Lei 9.504/97) não são espécie de propaganda eleitoral. Consistem no levantamento e na interpretação de dados atinentes à opinião ou preferência do eleitorado quanto aos candidatos que disputam as eleições, devendo se basear nos critérios de veracidade e confiabilidade. Podem ser interna, quando circunscrita às instâncias do partido, e externa, quando submetida à divulgação e disciplinada pelo direito eleitoral. 
Seu registro na Justiça Eleitoral é obrigatório e deve ser feito, em até 5 dias antes da divulgação, junto ao juiz eleitoral, nas eleições municipais, ao TRE, nas eleições estaduais e federais, e ao TSE, nas eleições presidenciais. As pesquisas poderão ser divulgadas a qualquer tempo, até mesmo no dia das eleições, desde que a empresa responsável pela pesquisa ou teste pré-eleitoral a registre na Justiça Eleitoral com 5 dias de antecedência de sua publicação. Contudo, a pesquisa realizada no dia da eleição somente poderá ser divulgada após as 17h do dia do pleito. 
#OLHAOGANCHO: a Justiça Eleitoral pode proibir a divulgação de pesquisa eleitoral? Não, o registro da pesquisa não está sujeito a deferimento ou indeferimento. Se houver irregularidade no prazo de 5 dias, a JE poderá aplicar multa, apenas. A Lei 12. 891/12 passou a determinar, no entanto, que seja emitida nota fiscal com nome de quem pagou a realização da pesquisa. Além disso, deve constar no registro da pesquisa informação quanto a quem a contratou; o valor e a origem dos recursos; a metodologia aplicada; o plano amostral e a ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico e área física de realização; sistema interno de controle e verificação. 
#IMPORTANTE: A divulgação de pesquisa fraudulenta constitui crime eleitoral, nos termos do art. 33, §4º, punível com detenção de 6 meses a 1 ano e multa, podendo ser responsabilizados tanto os representantes legais da empresa de pesquisa quanto o órgão veiculador. 
Por fim, a partir da Lei 12.891/12, a realização de enquetes e sondagens passou a ser expressamente vedada.
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Lei 9504/97
	Artigos 33-58
	Constituição Federal
	Artigo 17
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- GOMES, José Jairo. Direito eleitoral. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2015
- Anotações pessoais de aulas 
PROPAGANDA PARTIDÁRIA
consiste na divulgação das ideias e do programa do partido. Tem por finalidade a exposição e o debate público de sua ideologia, de sua história, de suas metas, seus valores e suas propostas para a melhoria ou transformação da sociedade. 
é aquela realizada por filiado de partido que aspira ser candidato em pleito eletivo.
PROPAGANDA INSTITUCIONAL
é a propaganda oficial, feita pela própria administração pública, com o objetivo de divulgar suas ações . (Não interessa ao direito eleitoral). 
PROPAGANDA ELEITORAL 
forma de captação de votos usada pelos partidos políticos, coligações ou candidatos, em época determinada por lei, por meio de divulgação de suas propostas, visando à eleição de cargos eletivos. 
PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA
15 de Agosto
Último dia para os partidos e coligações pedirem o registro de candidatos
16 de Agosto Início do período para a realização de propaganda eleitoral
Último dia para realização das convenções partidárias e escolha de candidatos
5 de Agosto
30 de Outubro
 Dia do segundo turno das elições para cidades com mais de 200 mil eleitores
2 de Outubro Dia do primeiro turno das eleições
26 de Agosto Início do período de propaganda eleitoral em rádio e TV
29 de Setembro Último dia de propaganda eleitoral em rádio e TV
Propaganda Intrapartidária 
15 dias antes das Convenções
É VEDADA A PROPAGANDA INTRAPARTIDÁRIA
RÁDIO
OUTDOOR
TELEVISÃO
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