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Prévia do material em texto

Ética nas Relações Interpessoais e na 
Educação 
Ética e Cidadania
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANA LUCIA GUIMARÃES
AUTORIA
Ana Lucia Guimarães
Olá! Sou doutora em Ciências Humanas e tenho mais de 20 anos 
de atuação como professora na Educação Superior. Além disso, tenho 12 
anos de militância como dirigente sindical da causa dos professores, o que 
me agrega conhecimentos e experiências para ser autora desta disciplina. 
Portanto, atuar e defender a causa da educação laica, democrática e de 
qualidade é mais do que um princípio em minha formação e trajetória 
profissional, é um compromisso de ofício. Por isso, fui convidada pela 
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou 
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. 
Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ética nas Relações Humanas ................................................................. 10
Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e de Gênero ............................................ 10
Ética e Cidadania na Sociedade Tecnológica ................................ 21
Intolerância, Racismo e Xenofobia ...................................................... 25
Ensino da Ética nas Instituições ............................................................ 31
7
UNIDADE
03
Ética e Cidadania
8
INTRODUÇÃO
Iniciamos mais uma etapa para pensar a questão da ética nas 
relações humanas. Em nosso debate e aprendizagem, temos muitos 
temas para abordar, desde a diversidade cultural até a xenofobia. Falamos 
tanto em considerar o bem comum, em construir uma cidadania de 
liberdade e respeito ao outro e, agora, chegamos ao momento de saber 
se estamos entendendo sobre como estão e como devemos considerar 
as relações humanas do ponto de vista moral. 
Será que ser de uma religião ou cultura diferente nos faz tratar 
nossos vizinhos, parentes e amigos de forma hostil ou segregadora? 
Vamos estudar e conhecer mais estas realidades e apostar no conceito 
de ética que nos trouxe até aqui. Vamos adiante!
Ética e Cidadania
9
OBJETIVOS
Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no 
desenvolvimento dos seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1.Explicar os estudos sobre diversidade cultural, étnica, religiosa e de 
gênero.
2.Interpretar as questões éticas e a relação com os princípios de 
cidadania na sociedade tecnológica.
3.Identificar questões vinculadas ao debate sobre intolerância, 
racismo e xenofobia.
4.Demonstrar a importância do ensino da ética nas instituições.
Então, preparado para aprofundar os estudos da ética nas relações 
humanas? Seguimos juntos na aventura do conhecimento!
Ética e Cidadania
10
Ética nas Relações Humanas
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você deverá estar dominando 
a possibilidade de explicar os estudos sobre diversidade 
cultural, étnica, religiosa e de gênero, além de perceber que 
é possível conviver com a diferença de forma respeitosa e 
harmônica. Você conceberá a ética como um conceito-
chave para as relações humanas. Vamos lá, temos muito 
a aprender!.
Diversidade Cultural, Étnica, Religiosa e 
de Gênero
Nada mais oportuno do que entender cultura e diversidade cultural 
após termos debatido muito as demandas do conceito de ética. Assim, 
vamos iniciar tecendo a definição de cultura. Lembrando logo de início 
que cada um tem a sua, e a vida segue rica e bem fecunda porque somos 
diferentes, mas podemos comunicar nossas diferenças e construir novas 
possibilidades de viver. 
Geertz (1989), ao abordar os estudos sobre cultura, refere que a 
atividade do antropólogo é interpretar, cada cultura pode ser entendida 
como um texto. Cada texto é uma interpretação. Para ele, a cultura 
constitui-se como formas de ações significativas, simbólicas. A cultura 
parece estar oculta na mente dos homens e se expressa em suas ações. 
Ele afirma que é possível enxergar a cultura de um povo porque ela está 
expressa em suas relações sociais.
O autor mostra que a cultura se revela a partir de uma descrição 
densa, pois são as ações produzidas, percebidas e interpretadas que a 
definem. Geertz (1989) está, então, atrás da teia de significados de cada 
sociedade. Ele não defende a ideia de ter que “se tornar um nativo” para 
conhecer a fundo uma cultura, mas sim estar familiarizado com o grupo 
que se pretende compreender.
Ética e Cidadania
11
Figura 1 - Cultura como teia de significados
Fonte: Freepik. 
É importante o destaque trazido pelo antropólogo sobre a cultura 
ser compreendida pela teia de significados, isso porque, se as relações 
se traçam com interligações de valores e símbolos e tradições, tudo o 
que dá sentido dinâmico à cultura vemos com olhos de necessidade de 
compreensão do que vem a ser a diversidade cultural. 
O autor mostra que o ponto de vista do nativo é sempre uma 
construção cultural que se dá após a pesquisa. Cada cultura define o 
que é “ser humano”. O antropólogo só tem acesso a isso a partir desses 
símbolos. Para Geertz (1989), as situações universais são sempre descritas 
de forma singular, seu enfoque privilegia as situações particulares.
Dessa forma, a cultura é única para cada grupo e singular em cada 
indivíduo. No mundo, existem milhares de trações culturais, símbolos, 
pensamentos, manifestações e identidades culturais, tal diversidade 
enriquece nosso mundo social.
Para Cuche (2012), o conceito de identidade ganha destaque com 
o nascimento do multiculturalismo, o qual nos mostra a face de que os 
imigrantes e as diversas minorias buscam o direito da diferença, o direito 
de ter uma identidade própria digna de respeito. Em contrapartida, os 
grupos maioritários colocam em debate tal pretensão, temendo, entre a 
expansão de múltiplas identidades que competiriam para enfraquecer e 
fragmentar a identidade nacional, a própria sustentação do Estado.
Ética e Cidadania
12
DEFINIÇÃO:
Cultura: Conjunto de pensamentos, sentimentos, atitudes, 
trações, símbolos, hábitos e valores que pertencem a um 
grupo. Dão sentido à sua identidade cultural, sua marca 
como grupo.
Diversidade cultural: É o reconhecimento de diferentes 
culturas para diferentes grupos sociais. 
Figura 2 - Diversidade cultural
Fonte: Pixabay. 
Para Bergamaschi (2008), a diversidade cultural e a presença de 
inúmeros povos indígenas, com suas tradições e línguas marcam nossa 
diversidade étnica e cultural. 
Alves e Barros (2009) definem que a diversidade cultural está 
relacionada aos aspectos distintivos de uma cultura para outra, uma 
riqueza dada pela capacidade dos humanos de criar e transformar o 
legado que receberam. As identidades culturais aparecem apartir das 
manifestações culturais.
O debate sobre a questão da diversidade cultural, que abre para 
todo um feixe de outros debates importantíssimos, nos faz pensar que, 
com a educação, podemos formar indivíduos que entendam que ser 
Ética e Cidadania
13
diferente é poder trazer algo novo na troca cultural. A fundamentação do 
respeito da ética está no bojo dessa compreensão.
Em meio aos pensamentos sobre a diversidade, podemos pensar 
também a diversidade étnica, religiosa e de gênero.
Quanto à diversidade étnica, temos muito a comemorar desde que 
superamos a explicação da existência de diferentes culturas pelo conceito 
de raça, para o conceito de etnia, uma vez que se concluiu que falar em 
raça é apontar diferenças puramente biológicas, físicas, sem considerar 
as questões de fundo cultural para a compreensão dos diferentes povos. 
Com o conceito de etnia, vemos um alargar dessa possibilidade de 
entendimento do outro.
Gomes (2004) mostra que o uso de etnia se ampliou para referências 
a povos diferentes, como judeus, índios, negros, entre outros, enfatizando 
seus processos históricos e culturais.
No Brasil, o termo relações étnico-raciais é muito utilizado para 
debater as questões de relações raciais e étnicas, que estão muito além 
da cor da pele e das origens culturais. Há um misto desses olhares na 
alocação e na interpretação dos lugares sociais que os indivíduos ocupam 
na sociedade. Portanto, falar de raça ou de etnia em nossa cultura vai trazer 
um apanhado de significações de quem fala, como fala e por que fala, o 
chamado “lugar de fala”. É também com essas construções que nascem 
conceitos e alocações culturais denominadas racismo, preconceito 
e discriminação. Estes podem ser de raça ou etnia, mas tendem a ser 
explicados pela questão racial.
Enquanto o preconceito é definido como uma percepção sobre 
as coisas, muitas vezes herdada por conta da socialização recebida, a 
discriminação é a própria prática do preconceito. Assim, o racismo trata-
se de uma construção ideológica de que existem raças diferentes e que 
estão submetidas a uma hierarquia de classificação como inferiores e 
superiores. Nesse caso, essa teoria sempre acaba por delegar aos negros 
Ética e Cidadania
14
os mais baixos graus de status social na sociedade. O racismo é uma 
teoria perversa, que separa e agride os indivíduos que pertencem ao 
grupo discriminado. 
Figura 3 - Racismo e preconceito
Fonte: Pixabay. 
A diversidade étnico-racial deve ser pensada por toda a comunidade 
escolar, pelos gestores educacionais, que são importantes na formação 
dos indivíduos. 
Compreender que negros e brancos têm sua importância e valor 
cultural é colaborar para o entendimento da diversidade cultural e étnica. 
É importante saber que a cultura afrobrasileira compõe nossa trajetória 
de formação de nação. Não é possível falar de diversidade étnica sem 
considerar que o Brasil, após a abolição da escravatura, atravessou 
grandes lutas pelo reconhecimento dessa cultura que inclui as lutas 
sociais, a miscigenação, a discriminação, o sincretismo.
Ética e Cidadania
15
SAIBA MAIS:
Para saber que a diversidade tem sua importância para 
a cultura e como podemos compreendê-la, vamos ler 
mais um pouco? Acesse o texto: Diversidade étnico-racial, 
inclusão e equidade na educação brasileira: desafios, 
políticas e práticas. Disponível aqui.
Vemos no Brasil, de forma muito clara, a existência de um 
preconceito racial contra negros e mulatos. A igualdade de oportunidades 
é divulgada e tolerada. Com isso, temos legislação contra o Racismo, que 
é a Lei n° 7.176, de 5 de janeiro de 1998, que define os crimes resultantes 
de preconceito de raça ou de cor. 
Entretanto, ainda assim, as ligações íntimas com pessoas de cor não 
são vistas com bons olhos. Os mulatos passam por menor discriminação 
que os negros, mas também são discriminados e sofrem preconceito. 
Constantemente presenciamos discussões que envolvem o preconceito 
racial e a discriminação étnica dos indivíduos, com falas, como “você é 
negro”, “você é indígena”, “por isso não conseguiram obter êxito em nada…”. 
Por aí vai.
A discriminação e o preconceito ocorrem também em relação às 
questões religiosas, normalmente há uma perseguição e preconceito com 
as religiões de matrizes africanas. Incrível que normalmente entendemos 
que a religião deve trazer coisas boas aos indivíduos, pois nelas eles 
depositam sua fé espiritual e dedicam-se professando. No entanto, por 
ignorância, ou mesmo maldade, muitos indivíduos constroem guerras, 
matam e perseguem religiões diferentes das suas. O etnocentrismo 
predomina nesses casos e faz com que a religião de uma pessoa seja 
considerada a melhor ou a que tem mais pureza etc. 
Ética e Cidadania
https://seer.ufrgs.br/rbpae/article/view/19971/11602
16
ACESSE:
A reportagem da Comissão de Combate à Intolerância 
Religiosa aborda sobre a diversidade religiosa. Disponível 
aqui. 
A superação deste fenômeno de pejoração negativa das dife-
rentes religiões só acontece quando os indivíduos estão disponíveis para 
conhecer a diversidade religiosa. Conhecer é importante para melhor 
conviver. Isso não significa converter-se.
Quando estudamos um pouco, vemos que o catolicismo tradicional 
também teve influência africana no culto de santos de origem africana, 
como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia e Santo Antônio de 
Noto (Santo Antônio do Categeró ou Santo Antônio Etíope); no culto 
de santos, também há aqueles que podem ser associados aos orixás 
africanos, como São Cosme e Damião. O próprio São Jorge (Ogum no Rio 
de Janeiro), Santa Bárbara (Iansã), além daqueles oriundos da criação de 
santos populares, como a Escrava Anastácia.
Figura 4 - Diversidade religiosa
Ética e Cidadania
https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/comissao-de-combate-a-intolerancia-religiosa/diversidade-religiosa-2621952.html
https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/comissao-de-combate-a-intolerancia-religiosa/diversidade-religiosa-2621952.html
17
Fonte: Freepik. 
É comum ver que igrejas pentecostais do Brasil, que são contra as 
religiões de origem africana, na realidade têm várias influências destas, 
como se nota em práticas, como o batismo do Espírito Santo e crenças 
como a de incorporação de entidades espirituais (vistas como maléficas). 
O Catolicismo nega a existência de orixás e guias, já as igrejas pentecostais 
os denominam como demônios.
A ideia de sincretismo religioso, a transculturação das religiões, 
como ocorre na umbanda, por exemplo, tem origem nos fatores histórico-
culturais da história do Brasil. Por isso, é preciso compreender que a 
diversidade religiosa existe e precisa ser respeitada.
No cenário relativo à compreensão das relações de gênero e 
sua diversidade, também não encontramos eco no respeito, pois, na 
atualidade, vemos que a conceituação que acrescenta nessa polêmica 
é a de que orientação sexual e identidade de gênero são diferentes e 
precisam ser compreendidas.
Ética e Cidadania
18
DEFINIÇÃO:
Orientação sexual refere-se à atração e à afetividade que 
um indivíduo sente por outro.
Diversidade de gênero refere-se ao gênero com o qual o indivíduo 
se identifica que pode ter, ou não, relação com o seu sexo biológico.
Quadro 1 - Orientações sexuais e suas definições
ORIENTAÇÕES 
SEXUAIS DEFINIÇÕES
HETEROSSEXUAL Indivíduo que sente atração pelo sexo oposto.
HOMOSSEXUAL Indivíduo que sente atração pelo mesmo sexo.
BISSEXUAL Indivíduo que sente atração pelos dois sexos.
ASSEXUAL Indivíduo que não sente desejo sexual.
PANSEXUAL Indivíduo que aprecia todos os gêneros sexuais.
Fonte: Elaborada pela autora com base em Stoodi (2020).
Gonçalves (1999) fala, em seus estudos, a respeito de como a sociedade 
Paresí, do grupo indígena denominado Aruak, localizado no Estado de Mato 
Grosso, constrói simbólica e culturalmente o dimorfismo sexual, tendo como 
foco de análise sua mitologia e seucomplexo ritual. Ele demonstra como a 
categoria diferença é algo construído, tal qual nos indica a ideia de gênero 
sobre os indivíduos na vida social. Em outros termos, analisa-se a diferença 
e a construção de gênero como fenômeno englobado por um pensamento 
geral sobre o que significa a diferença no mundo. 
Assim, segundo o autor, a diferença de gênero informa, ao mesmo 
tempo que produz e é produzida por essa ideia da diferença, que não é 
universal, mas sim construída culturalmente. Dessa forma, são as posições 
culturais construídas por homens e mulheres, a partir do olhar que eles 
têm do compromisso com suas escolhas pautadas na orientação sexual 
Ética e Cidadania
19
e na diversidade de gênero, que dão sentido às suas histórias e aos seus 
lugares nessa discussão. É importante entender como os indivíduos têm 
se referenciado a partir desse olhar.
Quadro 2 - Diversidade de gênero e suas definições
DIVERSIDADE 
DE GÊNERO DEFINIÇÕES
CISGÊNERO
Indivíduo que se identifica com seu sexo biológico. 
Masculino é homem. 
Feminino é mulher.
TRANSGÊNERO
Indivíduo que tem uma  identidade diferente do 
seu sexo biológico. 
Transexuais ― um homem que se enxerga como 
mulher ou uma mulher que se enxerga como 
homem. 
Transgênero — deve assumir definitivamente 
o corpo com o qual se identifica e, em muitos 
casos, pode desejar atravessar procedimentos de 
redesignação sexual ou terapias hormonais.
NÃO BINÁRIO
Indivíduo que  oscila entre masculino e feminino. 
Por exemplo, uma mulher que se identifica com o 
gênero masculino, mas não realiza procedimentos 
de readequação física (apenas assume um 
comportamento condizente com seu gênero).
Fonte: Elaborada pela autora com base em Stoodi (2020).
SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, pois levam as 
discussões de práticas de preconceito e discriminação, 
fundamentados em ideologias homofóbicas e de 
violências de gênero. Vamos ler um pouco mais? Acesse o 
Texto: Educação, relações de gênero e diversidade sexual. 
Disponível aqui. 
Em seguida, assista aos vídeos: “IFSCTV | Diversidade 
de gêneros”, disponível aqui e “Gênero e Diversidade”, 
disponível aqui. 
Ética e Cidadania
http://www.scielo.br/pdf/es/v29n103/09.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=bd1Af5GHwUU
https://www.youtube.com/watch?v=dTyDB8EeXyw
20
RESUMINDO:
Neste capítulo, trabalhamos com o conhecimento e o 
debate das diversidades cultural, étnica, religiosa e de 
gênero. Marcamos bem a questão da diferença entre 
discriminação, preconceito e racismo. Vimos que existem 
várias religiões, e que a pesquisa delas, o conhecimento 
e a forma de olhar fazem com que possamos conviver 
com elas, ainda que diferentes, de forma respeitosa. Da 
mesma forma, apresentamos as conceituações inerentes 
à discussão sobre diversidade de gênero. Com esses 
saberes, esperamos que você possa ter aprendido que ser 
diverso é rico, e que o respeito em seu contexto próprio é 
fundamental. 
Ética e Cidadania
21
Ética e Cidadania na Sociedade 
Tecnológica 
OBJETIVO:
Iniciaremos agora toda uma reflexão e conceituação sobre 
a relação ética e a sociedade tecnológica que estamos 
vivendo. Morin (2000) nos apresenta às demandas da 
educação e da sociedade do conhecimento em tempos 
atuais, mostrando que esta impõe aos indivíduos uma 
escola que lhes faça sentido, que lhes seja capaz de resgatar 
a formação do ser completo. Em sua visão, a escola de hoje 
deve oferecer aos indivíduos além do ensino básico com 
cálculos, língua escrita e falada, precisa trazer também as 
interfaces com as ferramentas e inovações tecnológicas 
trazidas pela era da comunicação e da informação. .
É importante marcar que o conhecimento e a informação estão no 
centro do mundo atual. O perfil de indivíduo que se exige, mediante estas 
demandas, é de quem consegue ser flexível, polivalente, empreendedor 
e altamente adaptável. Alguém que é criativo, inovador e está sempre 
sendo desafiado por questões profissionais e pessoais. Um mundo em que 
se fala o tempo todo a respeito de busca de soluções viáveis. Os próprios 
modelos educacionais voltam-se para essa perspectiva. Isso significa que o 
aluno a ser formado tem que ser preparado para enfrentar este aparato de 
necessidades impostas pela sociedade do conhecimento e da informação. 
Figura 5 - Sociedade do conhecimento
Fonte: Freepik. 
Ética e Cidadania
22
Nessa sociedade digital, educar um indivíduo para desenvolver 
sua cidadania plena também envolve construir valores de respeito, 
responsabilidade e participação colaborativa com a comunidade. 
SAIBA MAIS:
Assistimos a uma era em que a tecnologia está no bojo de 
todas as coisas que realizamos no mundo social, conforme 
o vídeo: Educação na Sociedade do Conhecimento. 
Disponível aqui.
Levy (1999) traz à cena os conceitos de cibercultura e ciberespaço 
para mostrar a amplitude de nossas trocas de conhecimento e 
aprendizagem na era digital. Nesse sentido, o autor ainda produz, 
associado ao pensamento de Kerckhove (1995), o conceito de inteligência 
coletiva, constituindo-se em inteligências conectadas, isto é, o uso 
colaborativo das várias inteligências mediante processos de comunicação 
e tecnologias em rede. Este novo desenho pedagógico de formação dos 
indivíduos propõe uma revisão da forma tradicional de ensinar e aprender, 
a construção de saberes e as trocas comunicacionais ganham uma 
dimensão mais personalizada.
DEFINIÇÃO:
Cibercultura: Cultura que emerge com o advento das trocas 
comunicacionais advindas do computador. Conhecimentos, 
valores, informações e saberes que se constroem a partir do 
mundo virtual. Ciberespaço é virtual, as redes de conexão.
O que precisamos entender é como funcionam, nesse caso, os 
princípios da ética e da cidadania em um contexto de valorização da 
comunicação virtual.
Com o exposto acima, focamos em mostrar que a ética passa a ser 
uma questão central no contexto das trocas e construções virtuais tanto 
no âmbito da vida pública como na vida privada. Nesse sentido, ser ético é 
pensar no que fazemos, na medida de nossas ações, considerando quem 
somos e com quem nos relacionamos, além da ênfase na reflexão sobre 
o outro e o planeta em que habitamos.
Ética e Cidadania
https://www.youtube.com/watch?v=vqkUWJINT_k
23
Figura 6 - Ética e tecnologia
 
Fonte: Freepik. 
Para Dewey (1979), é a partir da reflexão que emerge a dúvida, a 
perplexidade, o ato de pensar. Ela também envolve o ato de pesquisar, 
para resolver a dúvida e esclarecer a tal perplexidade. Dessa forma, o autor 
nos aponta o caminho para nossas questões éticas contemporâneas. 
Além dele, também Castoriadis (1979) diz que a reflexão deve 
sinalizar o conhecimento para investigar, explicitar e questionar os 
conteúdos sociais e culturais. 
SAIBA MAIS:
Saber que das possibilidades de debate para a 
compreensão do conceito de ética e cidadania e como 
podemos alcançá-lo é um privilégio. Vamos ler mais um 
pouco? Assista ao vídeo: Renato Janine Ribeiro debate 
ética, política e os desafios da Educação. Disponível aqui.
Ética e Cidadania
https://www.youtube.com/watch?v=UbZXkj93Zrs
24
Olivé (2000), em seus estudos, colabora com nossa reflexão 
sobre deveres morais do cientista e do tecnólogo em nossos tempos. 
Para ele, cientistas devem ter a consciência da responsabilidade e das 
consequências do trabalho que realizam. Essa responsabilidade inclui 
informar a sociedade com precisão sobre seus experimentos e resultados. 
Também, os tecnólogos devem avaliar com cautela e seriedade as 
tecnologias produzidas e suas amplitudes. Avaliar não só a eficiência, 
mas, sobretudo, os impactos nos meios social e natural.
O autor ainda ressalta que os cidadãos, a grosso modo, também 
têm responsabilidade na avaliação das tecnologias e em sua aceitação e 
propagação. Assim, eles devem buscar informações adequadas sobre a 
natureza da ciência e da tecnologia que estão propagando, bem como de 
seu uso e consequências.
SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, poislevam as 
discussões sobre a ética e a tecnologia na atualidade. Vamos 
ler um pouco mais? Acesse a reportagem: O dilema ético 
dos bebês geneticamente modificados. Disponível aqui.
Em seguida, assista ao vídeo: A Engenharia Genética Mudará 
Tudo Para Sempre. Disponível aqui.
Com tantas discussões no terreno da ética, é preciso focar que 
ser cidadão é estar situado na ordem social de forma participativa, mas 
considerando que, apesar da evolução tecnológica, é preciso pontuar nossas 
ações locais e globais, presenciais e virtuais, de forma eticamente responsável. 
RESUMINDO:
Neste tópico, vimos como é importante associar ética e 
cidadania na atualidade, com a tecnologia para as trocas de 
conhecimento e aprendizagem de acordo com a cibercultura 
no ciberespaço. Vimos que é necessário ter responsabilidade 
na divulgação dos conteúdos nos ambientes virtuais. Assim, 
destacamos o quanto é importante fazer avaliação das 
tecnologias para buscar informações adequadas, pois, neste 
universo, existem assuntos de vários tipos. Você percebeu o 
quanto a ética na internet é importante?
Ética e Cidadania
https://tecnoblog.net/209799/bebes-geneticamente-modificados-dilema-etico/
https://youtu.be/jAhjPd4uNFY
25
Intolerância, Racismo e Xenofobia
OBJETIVO:
É muito comum, diante do que vimos até aqui, 
presenciarmos na sociedade globalizada e tecnológica 
sentimentos de exclusão social, violência e intolerância. 
No ano de 2001, realizou-se a Conferência Mundial contra o 
Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Conexa, na cidade 
de Durban, África do Sul. Essa conferência foi um culminar das demandas 
mundiais para o enfrentamento de um cenário sociopolítico extremamente 
grave em nível mundial: o combate ao racismo e à intolerância. 
Trata-se de compreender que indivíduos, povos e nações estavam 
cada vez mais praticando e incentivando realidades de exclusão e 
segregação social, que, em muitos casos, levam ao extermínio. 
Mesmo diante de outros instrumentos legais e históricos para esse 
fim, foi necessário organizar a Conferência de 2001.
Listamos aqui alguns dos instrumentos que foram implementados 
sob a égide das Organizações das Nações Unidas, com intuito de 
promover a igualdade e combater a intolerância:
 • Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio (1948).
 • Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos (1966).
 • Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e 
Culturais (1966).
 • Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de 
Discriminação contra as Mulheres (1979).
 • Convenção sobre os Direitos da Criança (1989).
Apesar do aparato legal acima referido, os dados mundiais 
seguiram apontando que seres humanos ainda são vítimas de ideologias 
e tratamento racista e segregacionista, principalmente com o surgimento 
de novas tecnologias e o advento da globalização, que trouxeram próprios 
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de seus campos. Por isso, a urgência de novas medidas e esforços focados 
em nível nacional e internacional. 
Figura 7 - Intolerância racial
Fonte: Freepik. 
Para avançarmos, consideramos que é preciso definir o que vem a 
ser racismo, xenofobia e intolerância, objetos de nossa discussão.
DEFINIÇÃO:
Racismo: Significa preconceito e discriminação de indivíduos 
e grupos fundamentados em percepções sociais baseadas 
em diferenças biológicas entre os povos. 
Xenofobia: Sentimento de desconfiança, antipatia, receio de pessoas 
que não são familiares ao meio de quem julga, ou ainda daqueles que não 
são do país de quem julga. 
Intolerância: Capacidade mental de não desejar reconhecer e 
respeitar diferentes valores, sentimentos, opiniões de grupos e pessoas 
que não pertencem a quem avalia.
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Para seu melhor entendimento, vamos pensar a seguinte situação: 
em uma sala de aula de uma escola particular, com alunos brasileiros, 
encontramos um aluno muçulmano, que se veste tal qual sua cultura, 
um aluno com autismo e apenas duas crianças negras. Todos os dias, 
as crianças negras são isoladas das brancas, mas a convivência se dá de 
forma regular. Ao observar essa situação, uma professora de Sociologia 
começou a incentivar a integração desses alunos, crianças de 12 a 14 anos. 
Então, em conversa com uma do grupo de crianças brancas, ela falou que 
não gostaria de sentar-se com seus colegas negros para fazer trabalho de 
grupo porque seus pais disseram que os negros são menos competentes 
que os brancos. A professora teve que fazer toda uma explicação sobre 
a história dos negros no Brasil e as teorias racistas para seus alunos, pois 
estava diante de um caso de racismo. 
Mas não parou por aí, a professora ainda observou o tratamento 
de exclusão que aquela turma dava ao aluno muçulmano. Não satisfeita 
com aquela situação, chamou um grupo de alunos que praticavam a 
segregação do aluno muçulmano para uma conversa. Então, descobriu 
falas sobre a ideia de que os estrangeiros que vem do Oriente Médio 
podem ser homens-bomba e, ainda, que “vem tirar onda aqui no nosso 
país”, fala de uma criança durante a conversa com a professora. Nesse 
caso, a referida professora estava diante de xenofobia, intolerância. Assim, 
ela tratou de construir as suas próximas aulas baseadas em vídeos e textos 
que pudessem ensinar sobre a cultura oriental, a respeito de convivência 
e respeito.
Por fim, não precisamos dizer que o aluno autista era ali um invisível, 
nenhum aluno preocupava-se com sua presença, fato este que levou a 
mesma professora a organizar atividades em que ele pudesse ser incluído 
nas relações sociais daqueles alunos. Além disso, a professora escreveu 
um projeto e propôs à escola a realização de oficinas e reuniões que 
incluíssem as temáticas apresentadas, com os pais.
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Figura 8 - Ética na sala de aula
Fonte: Pixabay. 
Diante de tal conceituação, podemos avaliar o peso negativo dessas 
atitudes e práticas em nossa sociedade. Daí a necessidade de sabermos 
que importantes decisões saíram da Conferência de Durban, que, em 
linhas gerais, foram:
 • Problemas enfrentados pelas vítimas de tais flagelos (com 
destaque para as mulheres, pessoas de origem africana e asiática, 
povos indígenas, migrantes, refugiados e minorias nacionais) e 
medidas específicas para aliviar o seu sofrimento.
 • Problema da discriminação múltipla.
 • Importância da educação e sensibilização pública no combate ao 
racismo.
 • Problemas particulares colocados pela globalização. 
 • Aspectos positivos e negativos das novas tecnologias.
 • Importância da coleta de dados, da pesquisa e do desenvolvimento 
de indicadores no domínio da discriminação.
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 • Previsão de medidas destinadas para garantir a igualdade nas 
áreas do emprego, da saúde e do ambiente.
 • Importância de garantir o acesso das vítimas às vias de recurso 
eficazes e de assegurar a sua reparação pelos danos sofridos.
 • Papel dos partidos políticos e da sociedade civil, nomeadamente ONG 
e juventude, na luta contra o racismo (MINISTÉRIO PÚBLICO, 2007).
Ainda temos muito a saber sobre os conceitos de racismo e 
xenofobia que são processados de forma estrutural, fundamentando 
guerras santas e étnicas, como ocorre no Oriente Médio na atualidade. Tal 
situação de desumanidade tem tirado a vida de muitas famílias, mulheres, 
homens, jovens e crianças.
SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, pois levam às 
discussões sobre a ética na sala de aula. Vamos ler um 
pouco mais? Acesse o texto: Combates à xenofobia, ao 
racismo e à intolerância. Disponível aqui. Em seguida, leia a 
reportagem: A história por trás da foto do menino sírio que 
chocou o mundo. Disponível aqui. 
Figura 9 - O menininho sírio
Fonte: BBC (2015). 
Ética e Cidadania
https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/1-Paulo-Daniel-Farah.pdf
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150903_aylan_historia_canada_fd
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Santos (2016), ao descrever motivos pelosquais se pratica a 
xenofobia, mostra que o migrante é visto como “de fora” em um território 
que é dominado por alguém que acredita “ser seu”, o que leva a imputar 
ao migrante a aceitação de suas práticas e sua submissão a seu modo 
de vida. Caso isso não venha a ocorrer, ou seja, quando o migrante se 
percebe e busca estabelecer-se como um ser de direitos, o qual estando 
presente naquela comunidade sente o desejo de participar das decisões 
da vida política, social etc., o dominante começa a se sentir incomodado e 
busca nas práticas racistas e xenofóbicas uma forma de coação e reação 
a esse migrante. 
Fanon (2008), sobre o entendimento do racismo, colabora com a 
ideia de que uma sociedade tende a ser racista como um todo, pois, em 
seu olhar, não existem “meios racismos”. Pode ter, também, uma parte 
da sociedade mais racista que a outra. De fato, ainda existem muitas 
pessoas que pensam que o migrante que chega em outra terra —isso 
vale para o Brasil também —, consiste em uma ameaça para o trabalhador 
no mundo do trabalho local, o que pode reforçar a xenofobia reproduzida 
pela população.
De qualquer forma, é preciso que, por meio da educação e da 
formação de valores morais e éticos, os indivíduos possam receber o 
antídoto para este mal do século XXI: a segregação de pessoas, que se 
redefine como uma realidade de afastamento, isolamento.
RESUMINDO:
Neste tópico, vimos como é importante ter cuidado para 
não praticar a intolerância, a racismo e a xenofobia. Vimos 
um exemplo de situação real que acontece na sala de 
aula. Assim, destacamos que esses conceitos ocorrem de 
forma estrutural. Você percebeu o quanto é importante 
se apropriar dos valores morais e éticos para uma boa 
convivência?
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Ensino da Ética nas Instituições
OBJETIVO:
Para que alcancemos a proposta que já abordamos, uma 
formação educacional em nível local e global, que alcance 
a tolerância das diferenças culturais, das perspectivas 
de fluxo migratório, da liberdade de se exercer como 
ser humano portador de direitos em qualquer região do 
planeta, é importante consolidar matrizes curriculares que 
incluam conceitos e ensinamentos sobre ética, sobretudo 
abordagens práticas de vida que possibilitem a reflexão 
com base na moral e na ética.
Como mostramos na Unidade 1, Chauí (2004) destaca a importância 
de ensinar ética por conta da convivência em espaços grupais. Para 
Carvalho (1999), nas organizações, ensinar e aprender sobre ética 
fundamenta a regulação e garante qualidade nas relações humanas, 
servindo também como indicativo do desenvolvimento organizacional. 
Olhando mais de perto a inserção da ética nos currículos da 
educação superior, vemos que nos anos 1970, no Brasil, ela passa a fazer 
parte do currículo de Administração e Negócios, um momento em que 
se inicia uma ampla iniciativa social e educacional para discussão de 
responsabilidade social, trocas internacionais e desafios éticos regionais 
do ponto de vista de estratégias econômicas. 
SAIBA MAIS:
Esses conhecimentos são importantes, pois levam às 
discussões sobre o ensino da ética nas instituições. Vamos 
ler um pouco mais? Acesse o Texto: Ética, Instituições e 
Desenvolvimento. Disponível aqui. Acesso em: 29 jul. 2020.
Ética e Cidadania
http://www.joinpp.ufma.br/jornadas/joinpp2011/CdVjornada/JORNADA_EIXO_2011/QUESTAO_AMBIENTAL_DESENVOLVIMENTO_E_POLITICAS_PUBLICAS/ETICA_INSTITUICOES_E_DESENVOLVIMENTO.pdf
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Capra (2002) destaca que as instituições universitárias precisam 
reformular currículos que contemplem a formação ética pois, segundo 
ele, elas têm o papel de formar os novos profissionais. Já Sequeiros (2000) 
prima pelo ensino da ética da solidariedade na educação como um todo, 
pois acredita que a criança desde cedo deve conhecer a consciência 
ética. No entanto, Vallaeys (2003) infere que os valores dominantes das 
universidades atuais são o individualismo, a posse, a competência e a 
dominação.
A partir da década de 1990 e com a massificação da educação 
superior, uma grande amplitude de oportunidades de cursos e disciplinas 
com ênfase mercadológica, muitas instituições viram a possibilidade de 
agregar à sua missão, por meio da propaganda, os valores de formação 
ética e responsabilidade social, conforme nos mostra Calderon (2005).
Figura 10 - Ética e instituições
Fonte: Freepik. 
Em uma sociedade capitalista selvagem, em que muitos 
comportamentos não prezam pelas relações éticas, é muito comum 
ouvirmos várias reclamações de falta de ética na política e na sociedade 
como um todo. Nesse caso, a inclusão da ética nos currículos, sobretudo 
Ética e Cidadania
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universitários, torna-se uma urgência acadêmica, para que continue a se 
constituir como um elemento fundamental nas relações humanas. 
Cuvillier (1947) marcou os seguintes pontos a serem observados na 
formação ética dos profissionais:
a. Por meio da profissão, o indivíduo se realiza plenamente, provando 
sua capacidade, habilidade, sabedoria, inteligência e formando 
sua personalidade para vencer obstáculos.
b. O nível moral dos homens é elevado pelo seu exercício profissional.
c. Na profissão, os homens mostram sua utilidade à comunidade.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o vídeo: 
Mario Sergio Cortella - Educação, Convivência e Ética. 
Disponível aqui. 
RESUMINDO:
Neste tópico, aprendemos muito sobre diversidade 
cultural, racismo, intolerância e xenofobia. Vimos que 
esses conceitos precisam ser absorvidos e entendidos 
para que as relações entre os seres humanos sejam 
mais respeitosas, solidárias e colaborativas. A sociedade 
tecnológica e global traz desafios de enfrentamento moral 
e ético, mas, por meio da educação, podemos fortalecer 
nossa capacidade de cuidar e zelar pela boa convivência 
social, dessa forma, sustentaremos um mundo viável para 
as gerações presentes e futuras. É preciso ter um ensino 
de ética do que precisa ser recusado, mas também do que 
precisa ser reforçado para a preservação social. 
Ética e Cidadania
https://www.youtube.com/watch?v=8YUduNMVVG4
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REFERÊNCIAS
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