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Maria, Nossa Esperança

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são aplicadas a Maria pela Igreja, e Ségneri assim as comenta: Assim como a
primeira esfera12 com o seu movimento faz que todas as outras esferas se
movam, assim também o paraíso inteiro reza com Maria, quando ela se põe a
pedir por uma alma. Pacciuchelli diz até que a Virgem, como Rainha, ordena aos
anjos e santos que a acompanhem, e junto com ela dirijam suas preces ao
Altíssimo.
Entendemos assim finalmente o motivo por que a Santa Igreja nos
manda invocar e saudar a Divina Mãe com o grande título de “Esperança nossa”.
Afirmava o ímpio Lutero não poder suportar que a Igreja Romana chamasse
Maria, uma criatura, nossa esperança. Que só Deus e Jesus Cristo, como nosso
medianeiro, são nossa esperança; que, ao contrário, Deus amaldiçoa a quem põe
sua esperança nas criaturas – era o que o herege dizia. Mas a Igreja ensina-nos a
invocar constantemente Maria e saudá-la como nossa esperança. Aquele que põe
sua esperança na criatura, independentemente de Deus, é sem dúvida
amaldiçoado pelo Senhor. Pois tão somente ele é a única fonte e distribuidor de
todo o bem. Sem ele nada tem e nada pode dar a criatura. Mas, como temos
provado, conforme a determinação de Deus, todas as graças devem chegar até
nós por meio de Maria, como por um canal de misericórdia. Por conseguinte,
não só podemos como devemos confessar que ela é nossa esperança, porquanto
recebemos as graças por seu intermédio. Daí o título que lhe dá S. Bernardo “de
toda a razão de sua esperança”. O mesmo diz S. Damasceno dirigindo-se à
Santíssima Virgem com estas palavras: Em vós, Senhora, tenho colocado toda a
minha esperança e de vós espero minha salvação. Também S. Tomás sustenta
que Maria é toda a esperança de nossa salvação. Virgem Santíssima, exclama S.
Efrém, acolhei-nos sob a vossa proteção se salvos nos quereis ver; pois só por
vosso intermédio esperamos a salvação.
Concluamos então com as palavras de S. Bernardo: Procuremos
venerar com todos os afetos do coração Maria, Mãe de Deus, porque é vontade
do Senhor que de suas mãos recebamos todos os bens da graça. Sempre,
portanto, que desejarmos ou solicitarmos uma graça, tratemos, segundo o
conselho do Santo, de recomendar-nos a Maria e tenhamos confiança de obtê-la
por sua intercessão. E continua ele: Se tu não mereces a graça solicitada, bem a
merece Maria, que por ela se empenhará. Pelo que também nos aconselha que
recomendemos a Maria todas as obras e orações que oferecemos a Deus, se
queremos que ele as aceite.13**

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