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Acidentes de trabalho e doenças profissionais I

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e-Tec Brasil111
Aula 23 - Acidentes de trabalho e 
 doenças profissionais I 
Em nosso livro estamos estudando como evitar que você tenha que ser 
responsabilizado civil e até criminalmente por um dano que eventual-
mente cause especialmente em sua atuação profissional (e até mesmo 
em sua vida pessoal). Pois bem, nesta aula veremos quando se configura-
rá o acidente de trabalho, suas consequências e a distinção que há entre 
doença profissional e a doença do trabalho.
23.1 A Configuração do acidente de traba- 
 lho e suas consequências
Acidente de trabalho é um evento que cause lesão à saúde, à integridade 
física e até mesmo à vida do empregado, e que ocorra durante a execução 
da atividade profissional ou que com ela haja alguma relação.
Nesse sentido, Vieira (2005, p.53) considera que “todo acidente é, geral-
mente, uma ocorrência violenta e repentina, com consequências normal-
mente imprevisíveis e, às vezes, até catastróficas, em que todos, trabalhado-
res, empregadores e a própria nação, saem perdendo”.
Lembra também as consequências de um acidente do trabalho, afirman-
do que “poderá gerar problemas sociais de toda monta, como: sofrimento 
físico e mental do trabalhador e de sua família, perdas materiais intensas, 
redução da população economicamente ativa, etc”, conforme se vê:
•	 Para o trabalhador: lesão, sofrimento (físico e mental); incapacidade 
para o trabalho; morte; família desamparada; etc.
•	 Para a empresa: gastos com primeiros socorros e transporte do aciden-
tado; danos às máquinas, equipamentos e matéria-prima; dificuldades 
com as autoridades e desprestígio da empresa; máquina sem produção 
até a substituição do acidentado; descontentamento dos clientes pelo 
atraso na produção; etc.
•	 Para toda a sociedade: trabalhador ativo sem produzir; coletividade 
com mais dependentes; necessidade de aumento de impostos, taxas e 
seguros; aumento do custo de vida; aumento das desigualdades sociais.
A definição que a legislação nos traz (Lei nº 8.213/91, art. 19) é a seguinte: 
“acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da 
empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII 
do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional 
que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da 
capacidade para o trabalho”.
Em complemento, o Decreto nº 3.048/99, conhecido como Regulamento 
da Previdência Social, nos esclarece que “entende-se como acidente de 
qualquer natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição 
a agentes exógenos (físicos, químicos e biológicos), que acarrete lesão cor-
poral ou perturbação funcional que cause a morte, a perda, ou a redução 
permanente ou temporária da capacidade laborativa”.
Para Angher (2002, citado por Chaves, 2009, p.13) “acidente do trabalho é 
o sinistro sofrido pelo empregado, decorrente da relação de emprego, cau-
sando lesão corporal ou perturbação funcional motivadora de morte, perda 
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade de trabalho”.
Martins (1996, p. 422) define que acidente de trabalho “é a contingência 
que ocorre pelo exercício de trabalho a serviço do empregador ou pelo exer-
cício de trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou per-
turbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente 
ou temporária, da capacidade para o trabalho”. 
Figura 23.1: Acidentes: prejuízo para a empresa
Fonte: www.shutterstock.com
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 112
e-Tec Brasil113
Para a configuração de um acidente de trabalho pressupõe-se a existência 
de três requisitos básicos: 1- que o evento seja inesperado, ou seja, ocorra 
ao acaso; 2- que o evento cause desde lesões mais simples até a morte; e 
finalmente, 3- que exista um nexo entre o trabalho realizado e o acidente.
Abaixo citamos algumas notícias recentes do Tribunal Superior do Trabalho 
a respeito do tema:
EMPRESA PAGARÁ INDENIZAÇÃO A TRABALHADOR QUE FI-
COU PARAPLÉGICO
A empresa paranaense Boscardin & Cia. foi condenada a pagar 
indenização de mais de R$ 500 mil a um empregado que se aci-
dentou gravemente e ficou paraplégico, quando era transportado 
na caçamba de um caminhão que colidiu com outro veículo que 
trafegava em sentido contrário. A decisão da Oitava Turma do Tri-
bunal Superior do Trabalho manteve a sentença condenatória do 
Tribunal Regional da 9ª Região. O drama do trabalhador começou 
em outubro de 1998, quanto tinha 26 anos de idade e viajava a 
serviço da empresa. Saudável, com pleno vigor físico reforçado nos 
quatro anos de serviço que prestou ao Exército Brasileiro, com o 
acidente ficou paraplégico e perdeu o controle de várias funções 
do organismo. Aposentado por invalidez e submetido a uma roti-
na de tratamentos caros, o trabalhador passou a viver uma nova 
situação com reflexos sobre a qualidade de vida sua e da famí-
lia, a exemplo da esposa, que se viu obrigada a deixar o trabalho 
para cuidar do marido. Em 2005 o trabalhador recorreu à Justiça 
do Trabalho requerendo que o empregador arcasse com a repa-
ração dos danos, tendo em vista que, até aquela data, a empresa 
responsabilizada na área cível pelo acidente não lhe havia pago. 
Condenada, a Boscardin recorreu contra a decisão, alegando que 
já havia coisa julgada sobre o caso, que a ação estava prescrita na 
legislação trabalhista e que era improcedente a condenação lhe 
imposta pelos danos morais e materiais decorrentes de acidente 
de trabalho. A Oitava Turma decidiu, por maioria, que àquele caso 
aplica-se a prescrição da legislação civil, e não conheceu (rejeitou) 
os outros temas do recurso. O voto foi relatado pela ministra Dora 
Maria da Costa. A empresa aguarda julgamento de novo recurso. 
(RR-99507-2005-665-09-00.0). 
Fonte: http://ext02.tst.jus.br/pls/no01/NO_NOTICIASNOVO.Exibe_Noticia?
p_cod_noticia=9785&p_cod_area_noticia=ASCS>.Acesso 08.11.2011
Aula 23 - Acidentes de trabalho e doenças profissionais I
ACIDENTADO EM TREINAMENTO CONTRA INCÊNDIO RECE-
BERÁ INDENIZAÇÃO
“Viver é muito perigoso.” A partir dessa frase, atribuída a Guima-
rães Rosa pelo advogado de defesa durante a discussão de recur-
so na Sexta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, o ministro 
Aloysio Corrêa da Veiga, completou: “Com fogo, mais ainda”. O 
relator da matéria referia-se ao risco profissional a que se submetia 
o autor da ação, que obteve, na Justiça do Trabalho, o reconhe-
cimento de culpa da empresa no acidente que lhe causou graves 
queimaduras nas mãos, antebraço, pescoço e rosto, quando par-
ticipava de treinamento de combate a incêndio. Por unanimidade, 
a Sexta Turma rejeitou recurso da empresa e manteve a indeniza-
ção no valor de R$ 100 mil, determinada pelo Tribunal Regional 
do Trabalho da 1ª Região. O acidente ocorreu durante a prepara-
ção de simulação de incêndio. O trabalhador, utilizando palito de 
fósforo, ateou fogo a um recipiente com gasolina, dentro de um 
container. Em seu depoimento, ele informou que usava macacão, 
bota e luva, mas retirou as luvas para conseguir pegar o fósforo. 
Até se recuperar, sofreu três cirurgias e ficou afastado do traba-
lho por quase dois anos. Com o laudo pericial atestando a rela-
ção entre as lesões sofridas e o acidente de trabalho, o Regional 
condenou a empresa a indenizar o trabalhador. O TRT/RJ concluiu 
haver responsabilidade objetiva da empresa, com base no artigo 
927, parágrafo único, do Código Civil, por ser o risco “inerente à 
natureza da atividade, haja vista o treinamento de combate à in-
cêndio determinado pela empresa implicar riscos aos empregados 
em razão do manuseio de combustíveis inflamáveis e fogo, com 
risco de explosões”. A própria empresa, na contestação, afirmou 
que a frequência dos treinamentos de combate a incêndio era ele-
vada, mas que nunca tinha ocorrido acidente. O Regional conside-
rou também que, apesar de não ter havido perda da capacidade 
para o trabalho, sãoevidentes os sofrimentos físicos e psicológicos 
causados pelo acidente, além das conseqüências na vida do traba-
lhador. A empresa recorreu ao TST para reverter a condenação em 
danos morais, aplicada pelo TRT/RJ. Ao analisar o caso, o ministro 
Aloysio da Veiga verificou que a empregadora foi omissa “no seu 
dever de garantir a segurança e a proteção à saúde e à vida do 
empregado no exercício de suas atividades de trabalho”. Segundo 
o ministro Aloysio constatou dos fatos apresentados pelo Regional, 
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 114
e-Tec Brasil115
a empresa não adotou medidas para diminuir o risco de acidente, 
pois poderiam ter sido utilizados outros métodos de acendimento 
a longa distância, tais como pavio, acendedores ou geradores de 
faísca, semelhantes aos utilizados em fogões de cozinha, automá-
ticos ou manuais, evitando-se, assim, a proximidade do emprega-
do com a chama. O treinamento por determinação do empregador 
e o não fornecimento de equipamento adequado para proteção 
do funcionário, ou a omissão na orientação de sua correta utiliza-
ção, levaram o relator a concluir pela conduta ilícita do emprega-
dor, apta a causar danos ao empregado. Diante dessas condições, 
o relator entendeu “estarem presentes todos os elementos para 
o reconhecimento da culpa da empresa, segundo os critérios da 
responsabilidade civil ou subjetiva, nos moldes exigidos no artigo 
7º, XXVIII, da Constituição, sendo irrelevante qualquer discussão 
acerca de qual das teorias da responsabilidade, objetiva ou subje-
tiva, deva se aplicar ao caso”. Segundo o ministro Aloysio Corrêa 
da Veiga, inexiste, em qualquer das situações - responsabilidade 
objetiva ou subjetiva - afronta a dispositivo constitucional, como 
alegou a Transocean. (RR-2289/2005-482-01-00.2) 
Fonte: <http://ext02.tst.jus.br/pls/no01/NO_NOTICIASNOVO.Exibe_Noticia?
p_cod_noticia=9766&p_cod_area_noticia=ASCS. Acesso em 08.11.2011
Você sabia?
Segundo a Organização Internacional do Trabalho – OIT, todos os 
anos morrem no mundo mais de 1,1 milhão de pessoas, vítimas de 
acidentes ou de doenças relacionadas ao trabalho. Mendes (2001) 
explica que esse número é maior que a média anual de mortes 
no trânsito (999 mil), as provocadas por violência (563 mil) e por 
guerras (50 mil)? No Brasil, os números também são alarmantes, 
pois os 393,6 mil acidentes de trabalho verificados em 1999 tive-
ram como consequência 3,6 mil óbitos e 16,3 mil incapacidades 
permanentes. De cada 10 mil acidentes de trabalho, 100,5 são 
fatais, enquanto em países como México e EUA este contingente é 
de 36,6 e 21,6, respectivamente.
23.2 Estatísticas dos acidentes de trabalho
As estatísticas apresentadas pelo Ministério do Trabalho e Emprego em seu 
Anuário do Trabalhador 2007 são alarmantes:
Aula 23 - Acidentes de trabalho e doenças profissionais I
Da simples leitura dos dados acima é fácil concluir pela necessidade de se 
prevenir a ocorrência de tais acidentes (que podem causar desde a incapaci-
dade temporária até a morte).
Portanto, é sua atribuição, futuro técnico em segurança no trabalho, cuidar 
para que esses números não aumentem!
23.3 Acidente de trajeto
Outro ponto que merece destaque em nossa aula é o acidente de trajeto 
(ou seja, aquele ocorrido no deslocamento do empregado entre sua residên-
cia e o local de trabalho, na forma do art. 21, inciso IV, letra “d”, da Lei nº 
8.213/91), pois também é, considerado como acidente de trabalho, inde-
pendente do meio de transporte utilizado.
23.4 Doença profissional x doença do tra- 
 balho
Por outro lado, existem ainda a doença profissional e a doença do tra-
balho:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas: 
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada 
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Pre-
vidência Social; 
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em 
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se 
relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I.
Recomendamos a leitura do 
artigo “Acidente no trajeto até o 
trabalho é acidente de trabalho”. 
Disponível em: http://www.
conjur.com.br/2006-fev-09/
acidente_trajeto_trabalho_
acidente_trabalho.
Fonte: http://www.mte.gov.br/dados_estatisticos/anuario_trabalhadores.asp
Ano
Acidentes 
típicos
Acidentes 
de trajeto 
Doenças do 
trabalho
Total de 
acidentes
Mortes
Incapacidade 
permanente
1995 374.700 28.791 20.646 424.137 3.967 15.156
1996 325.870 34.696 34.889 395.455 4.488 18.233
1997 347.482 37.213 36.648 421.343 3.469 17.669
1998 347.738 36.114 30.489 414.341 3.793 15.923
1999 326.404 37.513 23.903 387.820 3.896 16.757
2000 304.963 39.300 19.605 363.868 3.094 15.317
2001 282.965 38.799 18.487 340.251 2.753 12.038
2002 323.879 46.881 22.311 393.071 2.968 15.259
2003 325.577 49.642 23.858 399.077 2.674 13.416
2004 371.482 59.887 27.587 458.956 2.801 12.563
2005 393.921 67.456 30.334 491.711 2.708 13.614
Quadro 23.2: Acidentes de Trabalho - Brasil 1995 - 2005 (acidentes registrados)
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 116
e-Tec Brasil117
(...)
§ 2º Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída 
na relação prevista nos incisos I e II deste artigo resultou das condições 
especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona dire-
tamente, a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho.
Diniz (2003, p.116) explica que “as doenças profissionais, também deno-
minadas de ergopatias, tecnopatias ou doenças típicas, são moléstias produ-
zidas pelo exercício de atividade profissional específica”.
Como exemplo cita: a) pneumoconiose: doença dos pulmões proveniente de 
inalação habitual de partículas minerais ou metálicas como o carvão, a sílica, 
o alumínio, o ferro, etc; b) saturnismo ou plumbismo: intoxicação crônica 
pelo chumbo; c) hidrargismo: intoxicação por mercúrio (por via respiratória, 
cutânea ou digestiva).
Já as doenças do trabalho, para a mesma autora, “surgem em função das 
condições especiais, das circunstâncias em que o trabalho é desenvolvido”. 
Em resumo, são aquelas cuja origem são as condições de trabalho, tais como 
ambiente, ferramentas, etc.
Resumo
Nessa aula vimos quando se configura o acidente de trabalho, seus reflexos 
e estatísticas. Esses dados nos fizeram concluir que o técnico em segurança 
no trabalho tem a missão de evitar que sejam aumentados os registros de 
acidentes. Além disso, também estudamos o que é acidente de trajeto, e foi 
analisada a diferença entre doença profissional e doença do trabalho.
Atividades de aprendizagem
Responda às seguintes perguntas:
a) o que é acidente de trabalho?
Aula 23 - Acidentes de trabalho e doenças profissionais I
b) acidente de trajeto é considerado, pela Previdência Social, como acidente 
de trabalho? Justifique sua resposta.
Responsabilidade Civil e Criminale-Tec Brasil 118

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