Prévia do material em texto
344 Leituras complementares para o professor Sugestões de atividades complementares Pesquisa • organize grupos para levantar, em livros, jor- nais, revistas ou na internet, informações sobre atividades de mineração no Brasil (ferro, man- ganês, carvão mineral e petróleo/gás natural) e seus impactos socioambientais. • peça que as sistematizem por meio de um trabalho escrito e ilustrado por imagens: foto- grafias, gráficos, mapas etc. os grupos poderão enriquecer sua pesquisa com a orientação de professores de outras áreas, como a de Quí- mica, para informações sobre a composição das matérias-primas exploradas, e a de Biologia, para informações sobre a fauna e a flora atin- gidas nas áreas de exploração mineral. Discussão • proponha uma conversa sobre a importância da mineração na história econômica e social do Brasil. os estudantes deverão discutir as alterações no espaço geográfico, na economia e na sociedade desde a época da minera- ção (século XVII) até os dias de hoje, anali- sando, em cada período, as consequências dessas alterações, os avanços econômicos e os principais grupos ou setores beneficiados pela mineração. deverão ser pontuadas as principais diferenças observadas na atividade mineradora do país ao longo de sua história. Essa atividade pode ser organizada com as disciplinas de História e sociologia. Estudo do meio • peça aos estudantes que, em grupos, elaborem uma lista com os nomes dos tipos de rocha utilizados nas construções, como revestimen- tos, pisos, pias e balcões. a pesquisa deve ser feita por meio de visitas a depósitos ou sites de lojas de materiais de construção. peça que anotem, também, o preço dessas rochas. com as informações obtidas, eles devem elaborar um texto explicativo avaliando se a utilização dessas rochas é financeiramente acessível. • prepare os estudantes antes da saída a campo (leia o texto Etapas na organização do estudo do meio, na página 319): é possível elaborar junto com a turma um roteiro para que todos os grupos visitem lojas e sites diferentes ou mesmo para que cada grupo pesquise grupos de rochas diferentes. • organize a socialização das informações obtidas e estimule o debate entre os grupos. Isso pode ser feito por meio de vídeos, cartazes, apresen- tação oral ou roda de discussão. Informe-os de que as diferenças no valor econômico de cada rocha têm a ver com sua disponibilidade nas reservas minerais no planeta ou no Brasil. Jovem em ação “Um estudante da Escola Municipal Padre Maurício Sebastião Fer- reira, em Limeira (SP), criou um projeto de rele- vos em 3D, que simula topografias em tempo real, e poderá auxiliar instituições em aulas de geografia. Matheus Evangelista, de 17 anos, desenvolveu um sistema durante uma feira de ciências da unidade. A criação está exposta para visitação gratuita no Centro Pro- fessor Osvaldo Roberto Leite. O controle do sistema é feito pela interação das mãos com a areia. O visitante é convidado a formar desde montanhas até bacias. A areia fica verde quando tudo está plano e, conforme a pessoa vai fazendo um monte de areia, os rele- vos vão aparecendo até chegar ao ponto máximo, que é quando a areia é solta e tudo fica branco, demonstrando as geleiras. A caixa com relevo interativo de um metro também demonstra os rios e as chuvas. Quando um buraco é feito na areia, a cor muda para o azul e, conforme a pessoa for cavando, vai formando o caminho da água no leito. Este texto mostra o exemplo de um jovem do Ensino Médio que criou um sistema que explica relevos em 3D nas escolas. Pode ser lido juntamente com seus estudantes no início, ao longo ou ao �nal da Unidade 2. TS_V1_Manual_ParteEspecifica_323_384.indd 344 5/28/16 4:51 PM 345 Clima e relevo “O clima se carac- teriza como elemento morfogenético de maior importância. Ele intervém direta (como nas regiões desérticas ou glaciais) e indiretamente (onde a cobertura vegetal e o solo se fazem presentes), proporcionando o desenvolvimento tanto do componente perpen- dicular como do paralelo. Como exemplo, nos climas Tropicais Úmidos, sob floresta densa, o componente perpendicular é muito intenso, produzindo forte e rápida alte- ração das rochas (pedogenização), o que explica o crescente espessamento dos solos (dezenas de metros). Ao contrário, nas zonas áridas, onde a ausência de umidade impede o desenvolvimento de solos e ainda as torrencialidades pluviométricas respondem pelo transporte de detritos resultantes da morfogênese mecânica, a exposição da rocha se torna uma constante, o que permite a ação direta dos elementos do clima. Portanto, o clima se constitui no grande res- ponsável pela dinâmica, desde a elaboração pedo- genética (componente perpendicular), comandada pelos intemperismos químicos, principalmente, até a ação erosional (componente paralelo), represen- tada pelos agentes da meteorixação (movimentos do regolito e demais processos morfogenéticos, como os pluvioerosivos nas regiões intertropicais). Em síntese, conclui-se que a importância do fator mor- foclimático se traduz pela existência de verdadeiras famílias de formas. Por exemplo: na zona tropical úmida (domínio das Florestas) predomina a conve- xidade geral do perfil, com declives médios elevados; o modelado é comandado pela alteração química, com processos mecânicos subordinados (reptação, escorregamento). Na zona tropical seca (domínio dos Cerrados) as formas são menos convexizadas e tendem a um perfil geral retilíneo (topo de inter- flúvios pediplanados); a desagregação mecânica é fraca e a alteração química é atenuada pela estação seca prolongada. Tais exemplos de diferenciações morfológicas gerais são justificados pela noção de frequência (intensidade de dissecação, comandada pelo fator climático e reação estrutural).” CASSETI, Valter. Ambiente e apropriação do relevo. São Paulo: Contexto, 1995. p. 70-71. Neste texto, o autor estabelece relações entre clima e relevo, podendo fornecer subsídios adicionais, sobretudo para o desenvolvimento dos conteúdos do Cap’tulo 6. Cada camada serve para uma explicação e as cores representam diferentes altitudes como um mapa topográfico, sendo cores quentes (maior altitude) e cores frias (menor altitude). Toda a mudança de cores é feita por um software progra- mado para cada movimento das mãos com a areia e permite uma explicação mais nítida. De acordo com a Prefeitura, existem apenas três projetos como esse no país e o original foi criado na Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos. O trabalho foi feito em uma feira de ciên- cias da Escola Municipal Padre Maurício Sebastião Ferreira, primeira instituição pública a desenvol- ver o sistema. ’Os estudantes conseguem entender melhor a geografia, que antes só era explicada pelos livros’, disse Evangelista. O projeto é aberto para a visitação e será usado principalmente para a educação, pois estudantes irão aprender de forma interativa os relevos e a topografia. Todos os estudantes da rede pública e particular de Limeira poderão visitar o sistema, que ficará no Centro de Ciências durante todo o ano. O local fica na rua Doutor José Botelho Veloso, no bairro Parque Cidade.” Jovem de Limeira cria sistema que explica relevos em 3D nas escolas. G1, 29 jan. 2016. Disponível em: <http://g1.globo.com>. Acesso em: fev. 2016. Sugestões de livros, sites e filmes Livros • Ambiente e apropriação do relevo. de Valter casseti. são paulo: contexto, 1995. com enfoque na educação ambiental, analisa as implica- ções decorrentes da utilização do espaço, tendo por base o modo de produção capitalista. • Erosão: o problema mais que o processo. de Luiz Renato d’agostini. Florianópolis: UFsc, 1999. abordagem técnica e crítica sobre os processos erosivos. • Fundamentos de Geografia F’sica. de Robert E. Gabler, James F. petersen e dorothy sack. são paulo: cengage Learning, 2015. TS_V1_Manual_ParteEspecifica_323_384.indd345 5/28/16 4:51 PM