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MATERIAL DE APOIO - História do Brasil - Francisco Nilton-049-050

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MUDE SUA VIDA! 
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PERÍODO REGENCIAL 
A Farroupilha, Cabanagem, Sabinada, Balaiada, e 
Revolta dos Malês fazem parte de um conjunto de 
revoltas ocorridas durante o período regencial da 
história do Brasil. Entre os anos de 1822 (nossa 
“independência” política) e 1889, (com a proclamação 
da república) vivemos o nosso período imperial, 
dividido em dois reinados com uma regência entre eles. 
Entre o fim do primeiro reinado (1822-1831) e início do 
segundo reinado (1840-1889) nosso governo esteve nas 
mãos de regentes. O fim do primeiro reinado se dá com a renúncia de D. Pedro I, porém, com 
apenas cinco anos, o futuro imperador D. Pedro II não poderia assumir. De acordo com a 
constituição vigente o Brasil seria dirigido por uma regência integrada por três representantes. 
 
A Constituição Brasileira de 1824 previa a existência de quatro poderes: 
legislativo, executivo, judiciário e moderador (a vontade do imperador tinha 
preponderância sobre os outros poderes). 
O texto constitucional dizia o seguinte sobre a sucessão imperial: 
CAPITULO V 
Da Regência na menoridade, ou impedimento do Imperador. 
Art. 121. O Imperador é menor até a idade de dezoito anos completos. 
Art. 122. Durante a sua menoridade, o Império será governado por uma Regência, a qual 
pertencerá no Parente mais chegado do Imperador, segundo a ordem da Sucessão, e que 
seja maior de vinte e cinco anos. 
Texto original da Constituição de 1824, fonte: < 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao24.htm>. 
O período regencial está dividido em: 
REGÊNCIA 
Trina Provisória Trina Permanente Uma de Feijó Uma de Araújo Lima 
07/04/1831 - 17/06/1831 17/06/1831 - 12/10/1835 12/10/1835 - 19/09/1837 
19/09/1837 - 
23/07/1840 
Francisco de Lima e Silva, 
Nicolau Pereira de Campos 
Vergueiro e José Joaquim 
Carneiro de Campos. 
Francisco de Lima e Silva, 
José da Costa Carvalho e 
João Bráulio Muniz. 
Padre Diogo Antônio Feijó 
(ex-ministro da justiça 
durante a Regência Trina 
Permanente). 
Pedro de Araújo Lima 
Os principais grupos políticos do Período Regencial eram: 
 Restauradores, “Caramurus” ou “Retrógrados”: Criado por ex-membros do 
Partido Português e formado principalmente por comerciantes, burocratas e 
militares portugueses, defendiam uma monarquia forte, centralizada e o retorno de 
do imperador. Com a morte de D. Pedro I, em 1834 o partido se extinguiu e parte de 
seus membros migrou para outros grupos. Os principais representantes foram os 
irmãos Andrada (Martim Francisco, Antônio Carlos e José Bonifácio). 
 Liberais Moderados ou “Chimangos”: Criado por ex-membros do Partido 
Brasileiro e formado principalmente por escravocratas do Sudeste que abasteciam 
a corte carioca, apoiavam a manutenção do regime monárquico, o federalismo 
(como forma de garantir certa autonomia das províncias) e o fim da vitaliciedade do 
Senado. Os principais representantes foram Bernardo Pereira de Vasconcelos, 
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Evaristo da Veiga (redator do jornal “A Aurora Fluminense”) e Diogo Antônio Feijó 
(ministro da justiça e regente). Em 1836, Liberais Moderados e Restauradores 
juntaram-se na formação do Partido Conservador. 
 Liberais Exaltados, “Jurujubas” ou “Farroupilhas”: Formado por um grupo 
bastante heterogêneo, que ia desde exportadores de gêneros agrícolas, passando 
por profissionais liberais e até funcionários públicos. Defendiam o federalismo, a 
descentralização do poder do Estado, a extinção do poder moderador, do Conselho 
de Estado e da vitaliciedade do Senado. Seus membros mais radicais apoiavam 
também a extinção do poder monárquico, e alguns sugeriam a implantação da 
república e o fim da escravatura. Foram responsáveis por movimentos de 
contestação aos Moderados no poder, inclusive pela Farroupilha. Os principais 
representantes foram Francisco de Paula Vasconcelos, Antônio Borges da Fonseca, 
Ezequiel Correia dos Santos, Pedro Labatut, entre outros. Em 1836, fundaram o 
Partido Liberal em oposição ao Conservador. 
ACONTECIMENTOS IMPORTANTES DO PERÍODO REGENCIAL: 
 Criação da Guarda Nacional (1831): Criada por Diogo Antônio Feijó durante a 
Regência Trina Permanente, a Guarda Nacional tinha como finalidade defender a 
Constituição, a liberdade, independência e integridade do Império; para manter a 
obediência e a tranquilidade pública; e auxiliar o Exército na defesa das fronteiras e 
costas. Com a criação da Guarda, o poder das elites locais se fortalecia, e 
concomitantemente, expressava a falta de confiança na lealdade do Exército, pois 
parte das tropas se colocava a favor de protestos contra o governo, reivindicando 
por melhor remuneração e mostrando-se contra as discriminações racial e social. Ao 
contrário do Exército, a guarda nacional era uma instituição de elite, seus membros 
eram recrutados entre os cidadãos com renda anual superior a 200 mil réis, nas 
grandes cidades, e 100 mil réis nas demais regiões. 
 Ato Adicional (1834): Configurou-se como uma verdadeira emenda à constituição 
de 1824, um dos principais pontos foi a transformação dos Conselhos Gerais de 
Províncias em Assembleias Legislativas Provinciais, com a competência de legislar 
sobre: 
• A polícia e economia municipal, precedendo propostas das Câmaras; 
• Sobre a criação e supressão dos empregos municipais e províncias, e 
estabelecimento dos seus proventos; 
• A divisão civil, judiciária e eclesiástica da respectiva província, e mesmo sobre a 
mudança da sua Capital para o lugar que mais convier; 
• Obras públicas, estradas e navegação no interior da respectiva província, que não 
pertençam à administração geral do Estado; 
• A fixação das despesas municipais e provinciais, e os impostos para elas 
necessários, com tanto que esses não prejudiquem as imposições gerais do 
Estado. 
O Ato Adicional também suspendeu o Poder Moderador durante o Período Regencial, 
transformou o Rio de Janeiro em município neutro, capital do Império e estabeleceu a Regência 
Uma (com a escolha do regente por meio de eleição). 
 
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