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ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 1 UNESP Prof. Guilherme Alves Aula 01 - Atomística vestibulares.estrategia.com EXTENSIVO 2024 Exasi u ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 4 1. UMA BREVE HISTÓRIA 5 LEI DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS (LEIS PONDERAIS) 6 2. MODELO ATÔMICO DE DALTON 9 3. MODELO ATÔMICO DE THOMSON 13 A HISTÓRIA ANTES DO MODELO 13 OS TUBOS DE RAIOS CATÓDICOS 13 O MODELO ATÔMICO 16 A DESCOBERTA DA CARGA E DA MASSA DE UM ELÉTRON 17 A DESCOBERTA DO PRÓTON 18 4. MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD 21 O EXPERIMENTO COM A FOLHA DE OURO 22 O PARADOXO DE RUTHERFORD 26 A DESCOBERTA DO NÊUTRON 26 5. TEORIA ATÔMICA MODERNA 29 ONDAS 29 AS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS 30 FÓTON 32 ESPECTROS DESCONTÍNUOS OU ATÔMICOS 33 O MODELO ATÔMICO 34 6. CARACTERÍSTICAS DOS ÁTOMOS 40 NÚMERO ATÔMICO (Z) 41 NÚMERO DE MASSA (A) 42 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 3 ELEMENTO QUÍMICO 43 ÍONS 44 SEMELHANÇAS ATÔMICAS 49 7. DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA 60 MODELO ATÔMICO DE SOMMERFELD 61 SUBNÍVEIS ENERGÉTICOS 63 DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA EM ORBITAIS 71 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS DAS AULAS 76 ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 4 INTRODUÇÃO Provavelmente você já deve ter assistido a uma queima de fogos de artifício com várias cores. Também já deve ter visto figurinhas que brilham no escuro, ou até mesmo aquelas estrelinhas que colamos no teto ou, ainda, já deve ter dado uma viajada olhando pro interruptor do seu quarto, que fica brilhando depois que você volta do banheiro, na madrugada (não?! Ninguém? Só eu? Ah, ok... ). Já se perguntou por que isso acontece? Após essa aula você será capaz de explicar esses e muitos outros fenômenos visíveis pelas propriedades e comportamento de algo “invisível”: os ÁTOMOS! Eu, na minha cabeça: Uhuuuuuuu!!! Eu também, na minha cabeça: Calma, ‘champs’, segura a emoção aí! Estudaremos, nesta aula, o átomo e os principais modelos atômicos, bem como o contexto em que cada modelo foi estabelecido e, também, as premissas que permitiram tais feitos. Aqui temos um ponto importante para você que vai estudar esse capítulo. Esta aula foi elaborada levando-se em consideração os principais fatos históricos o que, para algumas pessoas mais ansiosas, pode gerar alguma aflição para “ver logo a matéria que cai”. Então deixarei meu recado carinhoso: NENHUMA INFORMAÇÃO É IRRELEVANTE E TODAS SÃO, IGUALMENTE, IMPORTANTES!!! (com muitas exclamações!!) Minha maior preocupação é que você adquira uma base sólida aqui na Química Geral, construindo bem todos os pré-requisitos, para que mais adiante você tenha todo o repertório necessário para o entendimento global. Ok? Confia em mim! Sem mais demora, vamos iniciar nossa aula. Te desejo um excelente momento de estudos e uma boa aula e, claro, não deixe de me procurar, seja pelo fórum de dúvidas ou pelo “Inxtagrem”, quando julgar necessário. Tamo junnnnnto! (Isso foi um grito!) Grande abraço! Professor Guilherme Alves ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 5 1. UMA BREVE HISTÓRIA Ao longo dos séculos, com o objetivo de obter novos materiais e na tentativa de explicar essas descobertas, podemos destacar alguns fatos históricos: Por volta dos anos 500 e 1500 da era cristã, foi desenvolvido entre árabes e europeus o trabalho dos alquimistas, muitos deles movidos pelo sonho de obter o elixir da longa vida, que poderia tornar o ser humano imortal, e a pedra filosofal, que teria o poder de transformar metais baratos em ouro. A partir do século XVI, surgiu a chamada iatroquímica, uma doutrina médica que atribuía a causas químicas tudo o que se passava no organismo de uma pessoa sã ou enferma. O principal objetivo dessa doutrina era a descoberta e produção de medicamentos. Todo esse trabalho era eminentemente empírico, experimental, prático (oposto ao teórico). Os alquimistas contribuíram bastante para o desenvolvimento das técnicas químicas, embora não tivessem se preocupado em explicar os fenômenos. Devemos reforçar, porém, que a busca de uma explicação para a matéria e suas transformações foi objeto de preocupação de alguns pensadores desde tempos imemoriais. O filósofo grego Demócrito (460-370 a.C.) acreditava que, se um pedaço de um material fosse dividido em partes cada vez menores, acabaria chegando, ao final, a uma partícula microscópica que não poderia ser mais dividida, mas que ainda apresentaria as propriedades desse material. Essa partícula seria o “átomo” (do grego: a, não; tómos, pedaços), que, com um significado melhor ficaria “indivisível”. Demócrito utilizou sua teoria atômica para explicar as propriedades físicas das substâncias. Para a maioria dos filósofos da época, a ideia de átomos era uma completa viagem ou um verdadeiro absurdo. Como poderia existir algo indivisível se, macroscopicamente, a matéria parece contínua? Para alguns filósofos, no entanto, a ideia de átomos fazia total sentido, e um desses foi o ateniense Epicuro (341-271 a.C.). Esse filósofo era um mestre de grande renome e tinha muitos discípulos e a teoria atômica de Demócrito era parte de sua doutrina filosófica. Platão (428-348 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.), um dos pensadores mais influentes da época, foram contra essa hipótese atômica, o que também contribuiu para que as suas ideias prevalecessem durante séculos. Para eles tudo o que existia no Universo era formado a partir de quatro elementos fundamentais: terra, água, fogo e ar. De acordo com essa ideia, mostrado no esquema ao lado, estavam associadas ao fogo, por exemplo, as qualidades seco e quente, e à água, as qualidades frio e úmido. Os elementos clássicos. [Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Elementos_clássicos] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 6 Galileu Galilei (1564-1642) explicou o aparecimento de uma nova substância após uma reação química como sendo decorrente do rearranjo de partes muito pequenas para serem vistas. Robert Boyle (1627-1691) orientou seu trabalho sobre gases e outros aspectos da Química naquilo que chamou de sua “filosofia corpuscular”. Boyle estudou o ar e se perguntava por que era possível comprimi-lo, fazendo com que ocupasse menos espaço. Ele justificou esse comportamento afirmando que o ar era composto de partículas minúsculas que deixavam grandes quantidades de espaços vazios entre elas. Comprimir o gás faria com que as unidades estruturais se aproximassem, diminuindo, assim, tais espaços. Ou seja, a Química somente adquiriu caráter científico a partir do século XVIII, quando o trabalho feito em laboratório (chamado de trabalho experimental) foi vinculado ao esforço de buscar a explicação da natureza da matéria e de suas transformações (explicação teórica). LEI DAS COMBINAÇÕES QUÍMICAS (LEIS PONDERAIS) Aqui, farei uma breve explanação sobre os trabalhos de Lavoisier e Proust, para justificar a criação do modelo atômico de Dalton que falaremos a seguir. Porém, esse assunto será abordado de forma mais aprofundada logo antes de entrarmos em cálculos químicos (Búúú ), Ok? Lei da Conservação da Matéria O cientista francês Antoine Laurent Lavoisier realizou inúmeras experiências onde pesava os participantes de uma reação antes e depois que ela acontecia, e verificou que as massas permaneciam inalteradas quando tal reação ocorria em sistema fechado. Com base nesses experimentos e em suas observações, em 1774, enunciou a seguinte lei: Em uma reação química, a soma das massas dos reagentes é sempre igual à soma das massas dos produtos. Robert Boyle. [Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Robert_Boyle] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA7 Essa lei, chamada de Lei de Lavoisier, é também enunciada de modo mais amplo, que provavelmente você conhece: “Na natureza, nada se cria e nada se perde. Tudo se transforma.” Um exemplo dessa lei pode ser verificado quando são colocados para reagir 3 gramas de carbono com 8 gramas de oxigênio, produzindo 11 gramas de gás carbônico. Como 3 g + 8 g = 11 g, conclui-se que nada se perdeu, ou seja, nada novo foi criado, mas os átomos que foram colocados ali, permanecem ali. Lei das Proporções Definidas O cientista francês Joseph Louis Proust também realizou cuidadosas investigações sobre o tipo e a quantidade de elementos presentes em diversas substâncias compostas, e chegou a uma importante generalização, em 1797, que é conhecida como Lei de Proust: Uma mesma substância composta possui sempre a mesma composição qualitativa e quantitativa, independentemente de seu histórico. A Lei de Proust, posteriormente, foi estendida a qualquer reação química: Em uma dada reação química, há uma relação fixa entre as massas das substâncias participantes. Essa lei é a base do cálculo estequiométrico e da utilização de fórmulas e equações químicas tão comuns na Ciência Moderna. Deixa-me exemplificar: observa-se que o gás carbônico é sempre formado por carbono e oxigênio, e verifica-se também que: + → Gás hidrogênio Gás oxigênio Água 4 átomos de hidrogênio + 2 átomos de oxigênio = 4 átomos de hidrogênio 2 átomos de oxigênio ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 8 Fazendo, pelo menos, dois experimentos, temos: 1ª Experiência: 3 g de carbono (C) se unem a 8 g de oxigênio (O2), produzindo 11 g de gás carbônico (CO2) 2ª Experiência: 6 g de carbono (C) se unem a 16 g de oxigênio (O2), produzindo 22 g de gás carbônico (CO2) Veja que, na 1ª experiência, a proporção entre as massas é de 3 : 8 : 11. Na 2ª experiência, é de 6 : 16 : 22. Nesta última, os números mudaram, mas obedecendo à relação: 6 é o dobro de 3; 16 é o dobro de 8; e 22 é o dobro de 11. Enfim, os números mudaram, mas a proporção é a mesma, como se diz em Matemática. Lei das Proporções Múltiplas Depois de ter sido esclarecido que duas ou mais substâncias simples podem se combinar em proporções diferentes, originando compostos diferentes, o cientista inglês John Dalton notou que, se fosse fixada a massa de uma das substâncias, as massas das outras guardariam entre si uma relação de números inteiros e pequenos (eu sei, não entendeu, né? Leia novamente até se familiarizar com o conceito). Em 1803, esse cientista formulou a seguinte hipótese, que é também conhecida como Lei de Dalton: Quando dois elementos distintos formam duas ou mais substâncias compostas diferentes, se a massa de um deles permanecer fixa, a do outro irá variar em uma relação de números inteiros e pequenos. Os trabalhos elaborados, principalmente por Boyle e por Lavoisier, fundamentaram a ciência empírica experimental que hoje conhecemos como Química, que apresenta como pareceres obrigatórios: experimentação, elaboração de teoria, criação de leis e regras e construção de modelos. A seguir serão apresentados os principais modelos atômicos exigidos nos vestibulares. Para cada modelo atômico elaborado, existiram descobertas anteriores que ajudaram em sua construção. Portanto, antes de cada modelo atômico, iremos apresentar as premissas que embasam o modelo proposto. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 9 2. MODELO ATÔMICO DE DALTON Durante vários séculos, a ideia de ÁTOMO foi deixada de lado. Porém, no século XIX, o químico, meteorologista e físico inglês John Dalton, a partir de experiências com reações químicas, que foram mostradas no capítulo anterior, retoma o modelo de Demócrito e incrementa o conceito de átomo. A seguir, os seis postulados que resumem o trabalho científico de John Dalton, denominado “Teoria Atômica”, elaborado entre 1803 e 1808. 1º Postulado: A matéria é formada por átomos que são indivisíveis e indestrutíveis. Dalton relacionou a existência de substâncias simples que não podiam ser decompostas às ideias de indivisibilidade e indestrutibilidade dos átomos. Hoje em dia, apesar de a crença atomística persistir, essas ideias não mais fazem parte do modelo atômico atual. 2º Postulado: Todos os átomos de um determinado elemento são idênticos quanto às suas massas e às suas propriedades químicas. Para o Dalton, a identidade química dos átomos estava relacionada à massa. Atualmente, sabemos que átomos do mesmo elemento devem ser idênticos apenas quanto ao número atômico e quanto às propriedades químicas. 3º Postulado: Átomos de elementos diferentes possuem massas e propriedades diferentes. Na atualidade, sabe-se que átomos de elementos diferentes, ainda que apresentem propriedades diferentes, podem ter o mesmo número de massa. 4º Postulado: Átomos de elementos diferentes se combinam em uma proporção fixa para originar determinado composto químico. Tal postulado é, ainda hoje, aceito para a maioria dos compostos conhecidos. É bastante nítida a relação entre ele e a Lei das Proporções Definidas de Proust. 5º Postulado: Durante as reações químicas, átomos não são criados nem destruídos, mas apenas rearranjados, formando novas substâncias. Nas transformações químicas dos materiais, realmente, não há alteração na identidade química dos átomos. Assim, podemos dizer que esse postulado também é aceito nos dias de hoje. 6º Postulado: Átomos de certo elemento químico não podem se converter em átomos de outro elemento. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 10 Dalton baseou sua teoria atômica no comportamento da matéria durante reações químicas. Não conhecia, portanto, as reações nucleares, em que ocorre transmutação (natural ou artificial) de átomos. Dalton conhecia cerca de 50 elementos químicos, aos quais representou por símbolos. A simbologia dos elementos químicos que usamos atualmente deriva do latim e foi desenvolvida por Berzelius somente em 1810. Simbolos de Dalton presentes em seu texto “A New System Of Chemical Philosophy”. [Fonte: Wikipedia]. O modelo atômico de Dalton ficou conhecido como bola de bilhar. Átomo de Dalton: - indivisível - esférico - maciço ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 11 O modelo atômico de Dalton é bastante simples e, por isso, é muito fácil de ser representado e compreendido. Por esse motivo, ainda é bastante utilizado para representar moléculas e diversas reações químicas quando não se precisa entrar em detalhes sobre as partículas subatômicas. Exemplos de Moléculas representadas pelo Modelo de Dalton: Glicose (𝐂𝟔𝐇𝟏𝟐𝐎𝟔) Histamina (𝐂𝟓𝐇𝟗𝐍𝟑) Oxigênio (𝐎𝟐) Quando fazemos esse tipo de representação, estamos utilizando inconscientemente o Modelo de Dalton, que ainda é útil para explicar muitas transformações químicas. Porém, algumas perguntas não encontram explicações com base nesse modelo, entre elas: • Por que determinadas substâncias são condutoras de eletricidade e outras não? • Como ocorrem os processos radioativos? • Por que determinadas substâncias apresentam temperatura de ebulição mais alta que outras? Com o passar dos tempos, novos experimentos foram realizados. A partir de sua observação, foram propostos novos modelos atômicos mais sofisticados. Vamos em frente. (UNESP 2012) A Lei da Conservação da Massa, enunciada por Lavoisier em 1774, é uma das leis mais importantes das transformações químicas. Ela estabelece que, durante uma transformação química, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos produtos. Esta teoria pôde ser explicada, alguns anos mais tarde, pelo modelo atômico de Dalton. Entre as ideias de Dalton, a que oferece a explicação mais apropriada para a Lei da Conservação da Massa de Lavoisier é a de que:ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 12 A) Os átomos não são criados, destruídos ou convertidos em outros átomos durante uma transformação química. B) Os átomos são constituídos por 3 partículas fundamentais: prótons, nêutrons e elétrons. C) Todos os átomos de um mesmo elemento são idênticos em todos os aspectos de caracterização. D) Um elétron em um átomo pode ter somente certas quantidades específicas de energia. E) Toda a matéria é composta por átomos. Comentários: A) Certo. Apresenta o postulado número 6 de Dalton. Se os átomos não são criados, destruídos ou convertidos em uma reação química, isso quer dizer que os átomos que existem nos reagentes também existirão, de alguma forma, nos produtos. Os átomos tem massa, certo? Sim! Então a massa dos produtos será a mesma massa dos reagentes. Esse é o nosso gabarito. B) Errado. O enunciado da letra B apresenta um postulado que não é de Dalton, além disso, Dalton afirmava que os átomos não poderiam ser divididos, ou seja, até então não havia sido mencionado a existência de partículas subatômicas como elétrons, prótons e nêutrons; C) Errado. É um dos postulados de Dalton, não explica, porém, a Lei da Conservação da Massa; D) Errado. Não é um postulado de Dalton; E) Errado. É um postulado de Dalton, mas não explica a Lei da Conservação da Massa como acontece na Letra C. Gabarito: A (UEM PR/2015) Sobre os principais fundamentos da teoria atômica de Dalton, assinale a(s) alternativa(s) correta(s). 01. A massa fixa de um elemento pode combinar-se com massas múltiplas de outro elemento para formar substâncias diferentes. 02. O átomo é semelhante a uma massa gelatinosa carregada positivamente, tendo cargas negativas espalhadas nessa massa. 04. A carga positiva de um átomo não está distribuída por todo o átomo, mas concentrada na região central. 08. Existem vários tipos de átomos e cada um constitui um elemento químico. Átomos de um mesmo elemento químico são idênticos, particularmente em seu peso. 16. Toda matéria é composta por átomos, que são partículas indivisíveis e não podem ser criados ou destruídos. Comentários: 01. Certo. Segundo Dalton, cada elemento é identificado por sua massa. Cada elemento químico é identificado por sua massa, logo, cada substância apresenta uma proporção fixa de massa. Ao mudar a proporção de massa entre elementos de uma substância, forma-se uma nova substância. 02. Errado. O átomo de Dalton é esférico, maciço e indivisível, portanto não apresenta cargas. 04. Errado. O modelo atômico bola de bilhar não apresenta partículas subatômicas, portanto não possui cargas positivas ou negativas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 13 08. Certo. Os elementos químicos apresentam massa e tamanho distintos. 16. Certo. Para Dalton, os átomos são indivisíveis. Gabarito: 25 (01+08+16) 3. MODELO ATÔMICO DE THOMSON A HISTÓRIA ANTES DO MODELO O Modelo Atômico de Dalton não trazia nenhuma explicação ou previsão para a eletricidade. No entanto, tal fenômeno já era conhecido desde a Grécia Antiga, quando Tales de Mileto percebeu que uma pena era atraído pelo âmbar, quando esta era previamente atritada com lã. O filósofo grego, porém, não foi preciso ao explicar tal fenômeno. Para ele, existia uma relação de “amor e ódio” entre determinados materiais. Os materiais que se amavam se atraíam. Já os materiais que se odiavam se repeliam. No século XVIII, ainda antes do Modelo Atômico de Dalton, o físico inglês Stephen Gray identificou que alguns materiais conduziam a eletricidade com maior eficácia do que outros. Gray inaugurou os conceitos de condutor e isolante elétricos. Por volta de 1800, o físico Alessandro Volta construiu a primeira pilha, conhecida como a pilha de Volta. Ele produziu um dispositivo com vários discos de zincos e cobres, separados por feltros embebidos com solução aquosa salina, que foi capaz de produzir eletricidade. Embora todos esses fenômenos fossem conhecidos na época da proposição do Modelo Atômico de Dalton, nenhum deles havia sido explicado por tal modelo. OS TUBOS DE RAIOS CATÓDICOS O físico inglês William Crookes (1832-1919) adaptou um condutor metálico às duas extremidades de uma ampola de vidro. Na extremidade dessa ampola, onde era aplicada uma corrente elétrica, originava-se um “polo negativo” e na outra extremidade, onde a corrente elétrica era recolhida, originava-se um “polo positivo”. Crookes chamou esses polos de eletrodos. Pilha de Volta [Fonte: Wikipédia e electrochem.cwru.edu/encycl] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 14 Tubo de raios catódicos no Museu de História Natural em Londres. [arquivo pessoal] Tubo de raios catódicos no Museu de História Natural em Londres. [arquivo pessoal] Experimentos realizados com as ampolas de Crookes, utilizando gases sob baixíssima pressão, algo próximo de 0,01 atm, e provocando uma diferença de potencial da ordem de 20.000 volts, era observado que o gás sofria uma descarga elétrica e dava origem a um feixe luminoso. [fonte: agracadaquimica.com.br/ampola-de-crookes-foto. Acesso em 28/01/2021] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 15 Nestas condições foi observado um fluxo luminoso que partia do polo negativo da ampola de vidro (cátodo) em direção ao polo positivo da ampola (ânodo). Este fluxo luminoso foi denominado de raios catódicos. Os raios catódicos possuem as seguintes propriedades principais: 1) Possuem massa, pois eram capazes de mover uma pequena hélice colocada dentro da ampola de Crookes; Tubo de raios catódicos com uma hélice. Museu de História Natural em Londres. [arquivo pessoal] 2) Propagam-se em linha reta, pois projetavam uma sombra na parede oposta da ampola de Crookes quando um anteparo era colocado em sua trajetória; Tubo de raios catódicos com um anteparo. Museu de História Natural em Londres. [arquivo pessoal] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 16 Tubo de raios catódicos com um anteparo em funcionamento. Fonte: pt.wikipedia.org. Acesso em 29/01/2021 3) Possuem carga elétrica negativa, pois quando o fluxo era submetido a um campo elétrico, este sofria um desvio em direção ao polo positivo do campo magnético. Essa demonstração foi realizada em 1887, pelo físico inglês Thomson. Tubo de raios catódicos. [Fonte: CHANG, R.; GOLDSBY, K. A. Química. Porto Alegre: Bookman, 2013 (adaptado).] Com base nos conhecimentos já existentes na Física da época, Thomson foi capaz de calcular a razão entre a carga e a massa dos elétrons. Porém, não foi capaz de determinar o valor da carga. Tal feito somente foi realizado mais tarde por Robert Millikan. O MODELO ATÔMICO Em 1897, Joseph John Thomson (1856-1940), realizando experimentos com ampolas de Crookes, aplicando campos elétricos e magnéticos, de forma simultânea, aos raios catódicos e usando as leis básicas da eletricidade e do magnetismo, Thomson foi capaz de calcular a razão entre a carga e a massa da partícula do raio catódico. 𝑪𝒂𝒓𝒈𝒂 𝒅𝒐 𝒆− 𝑴𝒂𝒔𝒔𝒂 𝒅𝒐 𝒆− = 𝟏, 𝟕𝟓𝟖𝟖𝟎𝟓 · 𝟏𝟎𝟏𝟏 𝑪 · 𝒌𝒈−𝟏 Thomson repetiu esta experiência várias vezes utilizando metais diferentes como cátodos e gases diferentes. Assim ele concluiu que essas partículas estavam presentes em todos os tipos de matéria. As experiências de Thomson levaram a descoberta da primeira partícula atômica, o elétron, e permitiu a elaboração de um novo modelo atômico, conhecido como “pudim com ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 17 passas” (uma tradução meio estranha e distorcida do apelido original, “plum pudding”, algo como, pudim com ameixas), onde o átomo seria comparado a uma esfera maciça, homogênea e positiva (o pudim) com elétrons encravados nela (as passas). A DESCOBERTA DA CARGA E DA MASSA DE UM ELÉTRONO físico americano Robert A. Millikan (1868-1953) conseguiu medir a carga de um elétron e, consequentemente, a massa deste, através da seguinte experiência. Neste experimento, Millikan colocava pequeninas gotas de óleo numa câmara através de um nebulizador. Ao caírem lentamente através do ar, essas gotas eram expostas a raios X, o que provocavam a transferência de moléculas do ar para elas. Umas ficavam com um elétron, outras com dois ou três e assim por diante. As gotículas de óleo eram observadas individualmente através de um pequeno telescópio. Millikan ajustava a carga elétrica nas placas que ficavam acima e abaixo das gotas até que a atração eletrostática, que impelia a gota para cima, equilibrava a força da gravidade que as puxava para baixo. Pelas equações que traduziam essas forças, Millikan calculou a carga em cada gota. As cargas encontradas em cada gota variavam, mas essas cargas eram múltiplos inteiros do menor valor encontrado em determinada gota. A menor carga encontrada foi 1,6.10–19 C. Millikan, então, concluiu que essa era a carga elétrica fundamental, a carga de um elétron. Como Thomson já havia determinado a relação entre a carga e a massa de um elétron, Millikan determinou também a massa do elétron. (O valor aceito atualmente para a massa do elétron é 9,109389.10–28 g e o da sua carga é 1,60217733.10–19 C, o que obviamente não é necessário que você decore, então fique despreocupado). Observe o experimento da gota de óleo de Millikan. Modelo atômico de Thomson e um pudim com passas. [Fonte: https://youtu.be/jCEp6adAd18] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 18 A DESCOBERTA DO PRÓTON Em 1886, o físico alemão Eugen Goldstein (1850-1930) realizando experiências numa ampola de Crookes com o cátodo perfurado, descobriu um novo tipo de raio. Estes raios foram denominados de raios canais ou raios anódicos. Goldstein observou que quando se aplicava uma voltagem alta ao tubo, observavam-se os raios catódicos se dirigindo para o ânodo e um novo tipo de raio, que saia do cátodo perfurado em direção oposta aos raios catódicos. Esses novos raios eram atraídos por uma placa carregada negativamente e por isso deveriam possuir carga elétrica positiva. O estudo dos raios canais levou a descoberta das suas seguintes características: 1) Possuem carga positiva, pois são atraídos pela placa negativa quando submetidos a um campo magnético externo à ampola. 2) A razão entre a carga e a massa dessas partículas depende do gás presente no tubo (quando se usava o gás hidrogênio, a razão entre a carga e a massa era maior de todas, assim o hidrogênio originava partículas positivas com a menor massa. Quando se utilizava o gás hidrogênio determinava-se que a massa dessa partícula era 1836 vezes maior que a massa de um elétron). 3) Essas partículas possuem uma intensidade de carga igual à de um elétron, porém de sinal oposto. Essas partículas foram consideradas como partículas fundamentais da matéria e foram denominadas “prótons” (palavra grega que significa o “primário”) por Ernest Rutherford. Atualmente considera-se que a massa de um próton é 1,672623.10–24g. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 19 Nesse experimento os elétrons colidem com as moléculas de gás e produzem fragmentos positivos destas moléculas, que são atraídos pelo cátodo perfurado carregado negativamente. Alguns destes fragmentos positivos passam através dos orifícios do cátodo e formam um feixe de partículas carregadas positivamente. Ampola de Goldstein [Fonte: Coleção Estudo modificado] Os raios canais, ou anódicos, também são desviados por campos elétricos e magnéticos, mas esses desvios são muito menores que os desvios sofridos pelos elétrons, para uma mesma intensidade dos campos. Isso ocorre pelo fato de a massa dos prótons ser muito maior que a massa dos elétrons. Como um átomo não possui carga elétrica líquida, o número de elétrons é igual ao número de prótons. Do cátodo são emitidos elétrons dotados de grande energia. Esses elétrons colidem com as moléculas do gás residual, arrancam elétrons dessas moléculas, transformando-as em íons gasosos positivos. A migração dos elétrons para o ânodo e dos íons gasosos positivos para o cátodo fecha o circuito e o gás torna-se condutor, isto é, ocorre descarga. Por outro lado, os elétrons colidindo com os átomos do gás residual excitam esses átomos provocando saltos de seus elétrons para camadas de maior energia; na volta desses elétrons para as camadas originarias há emissão de ondas eletromagnéticas sob forma de luz. Se o gás residual é o hidrogênio, os raios canais são constituídos pelos íons gasosos H+ resultantes da colisão de elétrons (raios catódicos) com as moléculas de H2 do gás residual. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 20 𝐻⦁⦁𝐻 + 𝑒− → [𝐻⦁𝐻]+ + 𝑒− [𝐻⦁𝐻]+ + 𝑒− → 2 [𝐻]+ + 2𝑒− (UNIFOR CE/2014 - adaptado) A descoberta do átomo representou um importante passo para o homem no reconhecimento dos materiais e suas propriedades e o estabelecimento do modelo atômico atual foi uma construção científica de diversos autores: Leucipo\Demócrito; Dalton, Thomson, Rutherford\Bohr, entre outros. A figura abaixo apresenta o modelo atômico (de Thomson) que contribuiu significativamente para o estabelecimento do conceito de átomo moderno, pois este defendia que: a) A divisibilidade do átomo em uma massa positiva e partículas negativas denominadas elétrons. b) A divisibilidade do átomo em uma massa neutra composta por cargas negativas denominadas elétrons. c) A existência de um átomo negativo e indivisível d) O átomo era divisível em partículas negativas conhecidas como prótons e) O átomo era formado somente por uma massa de elétrons positivos inseridos em uma matriz negativa. Comentários: a) Certo. O modelo atômico de Thomson conhecido como pudim com passas apresenta elétrons de carga negativa mergulhados em um fluido positivo. b) Errado. Os elétrons possuem carga negativa, portanto há a necessidade de existir carga positiva dentro do átomo. c) Errado. O átomo apresenta carga neutra provocada pelo somatório da carga positiva do fluido e negativa do elétron. d) Errado. O elétron apresenta carga negativa e o átomo de Thomson não possui próton. e) Errado. Os elétrons apresentam carga negativa em um átomo de fluido positivo. Gabarito: “A” ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 21 (UFMG-2006) No fim do século XIX, Thomson realizou experimentos em tubos de vidro que continham gases a baixas pressões, em que aplicava uma grande diferença de potencial. Isso provocava a emissão de raios catódicos. Esses raios, produzidos em um cátodo metálico, deslocavam-se em direção à extremidade do tubo (E). (Na figura, essa trajetória é representada pela linha tracejada X.) Nesses experimentos, Thomson observou que: I) a razão entre a carga e a massa dos raios catódicos era independente da natureza do metal constituinte do cátodo ou do gás existente no tubo; II) os raios catódicos, ao passarem entre duas placas carregadas com cargas de sinal contrário, desviavam-se na direção da placa positiva. (Na figura, esse desvio é representado pela linha tracejada Y.) Considerando-se essas observações, é CORRETO afirmar que os raios catódicos são constituídos de: a) elétrons. b) ânions. c) prótons. d) cátions. Comentários: Conforme estudamos, os raios catódicos são constituídos por partículas que foram chamadas de elétron, portanto a letra A é o nosso gabarito. Em relação às demais alternativas, vimos que ânions e cátions são íons (espécies carregadas eletronicamente) com cargas negativa e positiva, respectivamente. Por fim, lembro que os prótons são partículas que compõem os raios anódicos. Gabarito: A 4. MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD Outros fatos históricosrelevantes: Becquerel, em 1896, percebeu que o sal duplo de urânio, na ausência de luz solar ou aquecimento, sensibilizava um filme fotográfico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 22 Marie Curie e Pierre Curie, em 1898, descobriram novos elementos químicos que emitiam radiações: polônio e rádio. Marie descobriu que as radiações emitidas pelos elementos independiam de estado físico, de temperatura, de pressão e da natureza das ligações, ou seja, era uma propriedade do próprio átomo. Esse fenômeno foi, por ela, chamado de radioatividade. Rutherford e Kaufmann, em 1898, realizaram um experimento que identificava três tipos de emissões radioativas. Essas radiações emitidas pela amostra radioativa propagavam-se pelo espaço, entre uma placa positiva e outra negativa, comportando-se da seguinte forma: A radiação alfa é atraída pela placa negativa, a radiação beta é atraída pela placa positiva e a radiação gama não sofre interferência pelas placas A descoberta da radioatividade revolucionou o meio científico, pois demonstrou que os átomos podiam ser divididos, ao contrário do que se pensava até então. O EXPERIMENTO COM A FOLHA DE OURO Em 1911, Ernest Rutherford (1871-1937), juntamente com seus colaboradores Hans Geiger e Ernst Marsden, montaram um aparato experimental onde, a partir de uma amostra radioativa de polônio, um feixe de partículas , dotadas de carga positiva, era incidida sobre uma fina folha de ouro. Para verificar a passagem de tais partículas pela folha de ouro foi colocado um anteparo sensível a luz, revestido por sulfeto de zinco (ZnS). ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 23 A experiência de Rutherford Com esse experimento foi possível observar que: Interpretando esses resultados, Rutherford conclui que: A maioria das partículas atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvio considerável em sua trajetória; Algumas partículas foram rebatidas na direção contrária ao choque; Uma parcela ínfima das partículas (1 em 20 mil) sofreram um grande desvio, não atravessavam a lâmina e voltavam. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 24 Com base na interpretação dos resultados de seu experimento, Rutherford elaborou seu modelo atômico em que o átomo é constituído por uma região central, cerca de 10 mil a 100 mil vezes menor que o átomo, (que contém praticamente toda a massa do átomo e apresenta carga positiva) denominada núcleo. Ao redor do núcleo estão girando os elétrons numa região, que consiste na maior parte do átomo, chamada eletrosfera. Representação do átomo de Rutherford. [fonte: shutterstock - adaptado]. O modelo do “pudim com passas” de Thomson teve uma vida muito curta. Segundo o que era esperado, o átomo, por ser formado por um fluido positivo incrustrado por elétrons, deveria ser atravessado por todas as partículas alfa sem sofrer grandes desvios (figura a). Para o modelo de Thomson, não seria possível a reflexão das partículas, observadas no experimento realizado por Rutherford (figura b), em que algumas partículas alfas sofreriam grandes desvios ou até retomariam na direção oposta das partículas emitidas. Portanto, o experimento realizado por Rutherford e seus colaboradores foi um marco decisivo para a proposição de um novo modelo de átomo que ficou conhecido por uma analogia com o sistema solar. No átomo há imensos espaços vazios, já que a maioria das partículas atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvios; A carga positiva do átomo deve estar concentrada em uma pequena região (núcleo), o que provoca uma repulsão nas partículas (positivas); Para equilibrar a carga positiva do centro do átomo, havia os elétrons ao redor do núcleo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 25 Para você ter uma ideia de como o núcleo do átomo é pequeno: imagine uma mosca no centro desse estádio. Imaginou? Pois o estádio seria o átomo e a mosca o seu núcleo! ATKINS, P.; JONES, L. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente, 3 ed., Porto Alegre: Bookman, 2006. Em termos reais, para um átomo de ouro, temos as seguintes medidas: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 26 O PARADOXO DE RUTHERFORD O modelo do sistema planetário é capaz de explicar tudo que os modelos anteriores explicavam adicionadas às aplicações da radioatividade. Porém, Rutherford, ao elaborar seu modelo já previa a existência de alguns problemas, segundo a física clássica: - A repulsão dos prótons no núcleo do átomo: Como partículas positivas se repelem, logo, os prótons iriam se repelir e desintegrar o núcleo atômico. Rutherford previa a solução para esse problema e imaginava que no núcleo deveriam existir partícula sem carga, que seriam responsáveis por amenizar as repulsões entre os prótons. Hipótese confirmada por seu aluno James Chadwick, em 1932. - O modelo atômico de Rutherford, foi um grande passo para a compreensão da estrutura interna do átomo. Mas esse modelo tinha algumas deficiências. De fato, Rutherford foi obrigado a admitir que os elétrons giravam ao redor do núcleo, pois, sem movimento, os elétrons (que são negativos) seriam atraídos pelo núcleo (que é positivo); consequentemente, iriam de encontro ao núcleo, e o átomo se “desmontaria” — mas essa ocorrência nunca foi observada. No entanto, ao admitir o movimento de rotação dos elétrons em torno do núcleo, Rutherford acabou criando outro paradoxo. De fato, diz a Física Clássica que, toda partícula elétrica em movimento circular (como seria o caso dos elétrons) está constantemente emitindo energia. Então, se o elétron segue liberando (perdendo) energia, sua velocidade de rotação ao redor do núcleo teria de diminuir com o tempo. Desse modo, o elétron acabaria indo de encontro ao núcleo, descrevendo um movimento espiralado, como na figura abaixo. Como sair então desse impasse? É o que vou te mostrar adiante. colapso do átomo de Rutherford A DESCOBERTA DO NÊUTRON Com os avanços tecnológicos do início do século XX, foi inventado o espectrômetro de massas, um instrumento que permite a determinação da massa de um átomo. A espectroscopia de massas foi usada para determinar a massa de todos os elementos conhecidos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 27 Através dessa técnica, os cientistas descobriram que nem todos os átomos de um elemento químico possuem a mesma massa e descobriram, ainda, que quando o número de prótons aumenta, a massa de um átomo aumenta numa proporção ainda maior. Assim os cientistas começaram a propor a existência de partículas eletricamente neutras no núcleo dos átomos, juntamente com os prótons. Tais partículas foram denominadas de nêutrons. Os nêutrons não possuem carga elétrica, mas possuem massa e por isso contribuem substancialmente para o aumento da massa dos átomos. Observe que a massa do nêutron é aproximadamente igual à massa de um próton. Os prótons e nêutrons, presentes no núcleo, são denominados de núcleons. Em 1932, o físico inglês James Chadwick (1891-1974) comprovou a existência dos nêutrons quando realizou uma reação de transmutação nuclear artificial, bombardeando o berílio com partículas : 𝐵𝑒 + 𝛼2 4 → 𝐶6 12 + 𝒏 (𝑛ê𝑢𝑡𝑟𝑜𝑛)𝟎 𝟏 4 9 (UNIFOR 2018) O modelo atômico de Rutherford foi fundamentado nas observações do experimento em que uma fina lâmina de ouro (0,0001 mm de espessura) foi bombardeada com partículas alfa, emitidas pelo polônio (Po) contido no interior de um bloco de chumbo (Pb), provido de uma abertura estreita, para dar passagem das partículas por ele emitidas. Envolvendo a lâmina de ouro (Au), foi colocada uma tela protetora revestida de sulfeto de zinco, conforme figura abaixo. Observando as cintilações na tela revestida de sulfetode zinco, Rutherford verificou que muitas partículas atravessavam a lâmina de ouro sem sofrer desvio e que poucas partículas sofriam desvio. De acordo com o experimento de Rutherford, está correto o que se afirma em: A) As partículas α sofrem desvio ao colidir com os núcleos dos átomos de Au. B) As partículas α possuem carga elétrica negativa. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 28 C) Partículas α sofrem desvio ao colidir com elétrons dos átomos de Au. D) Na ilustração, não foram indicadas as partículas α que não atravessaram a lâmina de Au. E) O tamanho do átomo é cerca de 1.000 a 10.000 vezes maior que o seu núcleo. Comentários: A) Certo. Como as partículas α e o núcleo do átomo possuem carga positiva, ao se colidirem, haverá entre eles repulsão e, consequentemente, as partículas α serão desviadas. B) Errado. As partículas α possuem carga elétrica positiva. C) Errado. Partículas α possuem carga positiva e elétrons possuem carga negativa. Portanto, elas se atraem e não ocorre desvios das partículas α. D) Errado. A figura indica claramente as partículas α que retrocederam, ou seja, não atravessaram a lâmina, conforme destacado abaixo: E) Errado. O tamanho do átomo é 10 mil a 100 mil vezes maior que o de seu núcleo. Gabarito: A (UEM PR/2017) A partir do famoso experimento de Rutherford sobre o bombardeamento de radiação alfa sobre uma fina lâmina de ouro, assinale a(s) alternativa(s) correta(s), ou seja, aquela(s) que apresenta(m) conclusão(ões) acertada(s) sobre resultados obtidos no referido experimento. 01.O experimento de Rutherford confirma que o átomo apresenta a configuração de uma esfera rígida. 02. A maior parte da radiação alfa atravessa a lâmina de ouro sem sofrer desvios de trajetória, pois é eletromagnética e não possui massa. 04. O átomo é constituído por duas regiões distintas: o núcleo e a eletrosfera. 08. Nos núcleos dos átomos são encontrados prótons e elétrons. 16. O volume do núcleo atômico é milhares de vezes menor que o volume atômico; no entanto, mais de 99% da massa de um átomo se encontra no núcleo. Comentários: 01. Errado. Rutherford ao realizar o experimento do bombardeamento da lâmina de ouro por partículas alfa conclui que o átomo é dividido em duas regiões: núcleo e eletrosfera. 02. Errado. A radiação alfa é a radiação de maior massa e carga positiva, portanto, não é eletromagnética. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 29 04. Certo. Rutherford elaborou seu modelo atômico que explicasse a deflexão e o atravessar das partículas alfa pela lâmina de ouro. A conclusão para esse experimento é que o átomo é descontínuo, sendo formado de duas regiões: núcleo e eletrosfera. 08. Errado. Os elétrons são encontrados na eletrosfera, porque o átomo apresenta um núcleo, que é uma pequena região positiva. 16. Certo. A maior parte da massa de um átomo se encontra no núcleo do átomo. A massa de um elétron é 1826 vezes menor que a massa de um próton. Gabarito: 20 5. TEORIA ATÔMICA MODERNA Como falado anteriormente, o modelo de Rutherford trazia algumas contradições e, em 1913, um aprimoramento desse modelo foi feito pelo cientista Niels Bohr. Algumas literaturas e em alguns vestibulares, também nomeiam esse modelo como “Modelo de Rutherford-Bohr” Antes de falarmos dos postulados de Bohr, é importante nos recordarmos de alguns conceitos importantes. ONDAS Você já deve ter visto em algum momento da sua vida o movimento da água no mar ou o movimento de uma corda em que uma extremidade esteja fixa e a outra seja movimentada para cima e para baixo. Em ambos os casos nós temos a formação de ondas Ondas formadas pelo movimento de uma corda. [Fonte: KOTZ, J. C.; TREICHEL, P. Química e Reações Químicas, v. 1, 4 ed., Rio de Janeiro: LTC, 2002. - Modificado] Uma onda fica caracterizada quando conhecemos o seu comprimento (λ) e a sua frequência (f). O comprimento de onda equivale à distância que separa duas cristas (pontos máximos) consecutivas, ou dois vales (pontos mínimos) consecutivas; e a frequência de onda é o número de cristas que passam por um ponto fixo em um segundo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 30 Características básicas de uma onda, entre elas a amplitude e o comprimento de onda. [Fonte: UC Davis ChemWiki] AS ONDAS ELETROMAGNÉTICAS Até o começo do século XIX, muitos cientistas ainda buscavam uma explicação para o fenômeno da luz. Alguns defendiam que a luz era constituída por minúsculas partículas emitidas por corpos luminosos, outros defendiam que a luz era composta por ondas luminosas que se deslocavam do mesmo modo que as ondas do mar. A controvérsia sobre a natureza da luz permaneceu por muito tempo e, por volta de 1860, James Clerk Maxwell propôs que a luz seria uma onda eletromagnética. Representação de onda eletromagnética [Fonte: Wikipédia] No século XVII, o físico inglês Isaac Newton descreveu que, quando a luz solar (luz branca) atravessa um prisma, ocorre uma dispersão dos componentes da luz, dando origem a um conjunto de cores denominado espectro contínuo, conforme ilustrado abaixo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 31 Fonte: https://intconhecimento.wixsite.com/ Capa do álbum “Dark Side Of The Moon” da banda Pink Floyd, mostrando a dispersão da luz branca através de um prisma O mesmo fenômeno ocorre na formação do arco-íris, mas quem age como prisma são as gotículas de água no ar. Imagino que você esteja se perguntando o que difere uma cor da outra. As diferenças entre elas são o comprimento de onda e a frequência. O vermelho, por exemplo, tem λ = 700 nm (nanômetros), enquanto o verde tem λ = 530 nm. Hoje sabemos que o espectro das ondas eletromagnéticas é muito mais amplo que o da luz visível (que nós vimos acima) e engloba as ondas de rádio, infravermelho e ultravioleta, entre outros. Espectro eletromagnético. [Fonte: UC Davis ChemWiki] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 32 Se você se interessar mais sobre esse assunto envolvendo ondas eletromagnéticas, radiação, cores etc, dá uma conferida na aula gratuita que temos no nosso canal do Youtube, intitulada “Quem tem medo de Radiação?”, em que eu, Professor Guilherme Alves, e o Professor Henrique Goulart nos aprofundamos no tema. Segue o código QR, basta você escanear com a câmera do seu celular. Show? Bora continuar a aula. FÓTON Se nós pegarmos uma barra de ferro e aquecermos a uma temperatura entre 800 e 900 °C, ela se tornará vermelha. Se continuarmos a aquecer, atingindo temperatura entre 1100 e 1200 °C, ela se tornará amarela. Ao chegar a 1400°C, ela se torna branca. Lava derretida emitindo radiação de corpo negro. [Fonte: U.S. Geological Survey.] Por muito tempo fenômenos como o descrito no parágrafo anterior foram observados sem que houvesse uma explicação satisfatória. No entanto, tudo isso mudou em 1900, quando o físico Max Planck começou a estudar os corpos negros – corpos que são aquecidos até ficarem incandescentes, como mostrado na figura acima. Planck descobriu que a radiação eletromagnética emitida por corpos negros não poderia ser explicada pela física clássica, que considerava que a matéria poderia absorver ou emitir qualquer grandeza de radiação eletromagnética. Planck observou que, na verdade, a matéria absorvia ou emitia energia, apenas em múltiplos de números inteiros do valor hν, em quem h é uma constante (constante de Planck, h = 6,626·10-34 J·s), ν (leia-se nu, uma letra grega) é a frequência da luz absorvida ou emitida. Esta foi uma descoberta chocante, pois desafiou a ideia de que a energia era contínua e que poderia ser transferida em qualquer grandeza. A realidade, descoberta por Planck, é que a energia não é contínua, mas quantizada — o que significa que ela só pode ser transferida em "pacotes"individuais (ou partículas) do tamanho hν. Cada um desses pacotes de energia é chamado de quantum (plural: quanta). http://www.usgs.gov/ ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 33 Planck supôs que cada quantum equivalia a uma quantidade definida de energia, proporcional a frequência da radiação. Embora isso pareça confuso, na verdade já estamos bastante familiarizados com os sistemas quantizados. Pense no dinheiro que usamos diariamente: ele é quantizado. Por exemplo, quando vai a uma loja, você não vê nada em promoção por um valor como um real e dois centavos e meio (R$1,025). Isso porque a menor unidade monetária possível é o centavo. É impossível transferir dinheiro em qualquer valor menor que esse. Assim como não podemos pagar ao caixa da loja metade de um centavo, a energia não pode ser transferida em nenhum valor menor que um quantum. A descoberta de Planck sobre a radiação eletromagnética ser quantizada mudou para sempre a ideia de que a luz se comporta puramente como uma onda. Na verdade, a luz mostrou ter tanto as propriedades de onda como as propriedades de partícula. A energia não se propaga de forma contínua, mas na forma de pacotes de energia (quantum). Um quantum de energia radiante é denominado fóton. ESPECTROS DESCONTÍNUOS OU ATÔMICOS Voltando a experiência de fazer a luz branca atravessar um prisma, será que se substituirmos a luz solar (luz branca) por um tubo contendo o gás hidrogênio a baixa pressão e sob alta tensão elétrica (lâmpada de hidrogênio) teríamos o mesmo resultado? Não! Espectro de absorção e emissão do gás Hidrogênio Como podemos observar na figura acima não vemos o espectro contínuo, mas apenas algumas linhas coloridas e o restante totalmente escuro. Dizemos, então que o espectro é descontínuo. As linhas luminosas são chamadas de raias ou bandas do espectro. Esse fenômeno não ocorre só com o hidrogênio, mas com todos os elementos químicos. Cada elemento tem o seu espectro característico (e nós conseguimos identificar esse elemento pelo seu espectro). Legal, né? Como curiosidade: várias técnicas laboratoriais conhecidas como ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 34 espectroscopia de emissão atômica estão baseadas nesse fenômeno da descontinuidade do espectro dos elementos químicos. Espectros do sol e vários elementos químicos [Fonte: Shutterstock]. O MODELO ATÔMICO O modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio começou a partir do modelo planetário, mas acrescentou uma suposição sobre os elétrons. E se a estrutura eletrônica do átomo fosse quantizada? Bohr sugeriu que talvez os elétrons só pudessem orbitar o núcleo em órbitas específicas com um raio fixado. Apenas órbitas (ou camadas) com raios de valores específicos seriam permitidas e o elétron não poderia permanecer entre essas órbitas. Ao manter o elétron em órbitas circulares e quantizadas em torno do núcleo carregado positivamente, Bohr foi capaz de calcular a energia de um elétron no n-ésimo nível do hidrogênio: 𝐸(𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑛 𝑑𝑒 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎) = − 1 𝑛2 · 13,6 𝑒𝑉 onde o menor nível de energia possível, primeira camada próxima do núcleo, ou estado de energia fundamental de um elétron de hidrogênio é: 𝐸(1) = − 1 (1)2 · 13,6 𝑒𝑉 = −13,6 𝑒𝑉 Observe que a energia sempre será um número negativo, e o estado fundamental, n = 1, tem o valor mais negativo. Isto ocorre porque a energia de um elétron em órbita é relativa à energia de um elétron que foi completamente separado de seu núcleo, n = ∞, que é definido como tendo uma energia 0 𝑒𝑉. Uma vez que um elétron em órbita ao redor do núcleo é mais estável do que um elétron que está infinitamente longe de seu núcleo, a energia de um elétron em órbita é sempre negativa. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 35 Bohr poderia até agora, precisamente, descrever os processos de absorção e de emissão em termos de estrutura eletrônica. De acordo com o modelo de Bohr, um elétron pode absorver energia na forma de fótons para ser excitado até um nível mais elevado de energia, desde que a energia do fóton seja igual à diferença de energia entre os níveis de energia inicial e final. Depois de saltar para o nível de energia mais alto — também chamado de o estado excitado—o elétron excitado estaria em uma posição mais instável, então, ele poderia rapidamente emitir um fóton para retornar até um nível de energia mais baixo e mais estável. Os níveis de energia e as transições entre eles podem ser ilustrados usando um diagrama de nível de energia, como no exemplo abaixo mostrando elétrons retornando ao nível n=2, do hidrogênio. A energia do fóton emitido é igual à diferença de energia entre os dois níveis de energia para uma transição em particular. A diferença de energia entre os níveis de energia 𝑛𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 e 𝑛𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 pode ser calculada usando a equação para a energia vista acima: ∆𝐸 = 𝐸𝑒𝑥𝑐𝑖𝑡𝑎𝑑𝑜 − 𝐸𝑓𝑢𝑛𝑑𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙 Sabemos que elementos diferentes, ao serem submetidos à ação de uma chama, irão produzir luz com cores diferentes. A cor emitida depende da substância ou do elemento químico e não da chama. Teste da chama [fonte: Shutterstock] ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 36 Energia liberada pelo elétron ao retornar de uma camada mais externa (estado excitado) para uma mais interna de onde ele saiu (estado fundamental) (ENEM 2017) Um fato corriqueiro ao se cozinhar arroz é o derramamento de parte da água de cozimento sobre a chama azul do fogo, mudando-a para uma chama amarela. Essa mudança de cor pode suscitar interpretações diversas, relacionadas às substâncias presentes na água de cozimento. Além do sal de cozinha (NaCl), nela se encontram carboidratos, proteínas e sais minerais. Cientificamente, sabe-se que essa mudança de cor da chama ocorre pela A) reação do gás de cozinha com o sal, volatilizando gás cloro. B) emissão de fótons pelo sódio, excitado por causa da chama. C) produção de derivado amarelo, pela reação com o carboidrato. D) reação do gás de cozinha com a água, formando gás hidrogênio. E) excitação das moléculas de proteínas, com formação de luz amarela. Comentários: De acordo com o modelo atômico de Rutherford-Bohr, conforme veremos mais adiante, o elétron salta para um orbital mais energético ao absorver uma certa quantidade de energia. Ao retornar para sua órbita original, o elétron libera a mesma quantidade de energia que absorveu, na forma de onda eletromagnética (luz). A cor amarela é característica dos átomos de sódio. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 37 Gabarito: B Vamos entender melhor como acontece a absorção e a emissão de energia. Na figura abaixo estão representados o núcleo de um átomo e duas órbitas. A primeira órbita é a mais interna é a órbita a qual o elétron “pertence”. Quando o elétron está nessa órbita dizemos que o átomo está no seu estado fundamental (mais estável). Representação da emissão e absorção de energia por um elétron. Quando o elétron recebe um fóton, ele salta para uma órbita mais externa e dizemos que o elétron está num “estado excitado” (Figura A). Ao retornar para a órbita de origem, a mais interna, o elétron emite um fóton de energia na forma de luz de cor bem definida e característica de cada tipo de átomo (Figura B). Esses saltos acontecem milhões de vezes por segundo, o que produz uma onda eletromagnética, que nada mais é que uma sucessão de emissão de fótons de energia. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 38 O modelo de Bohr funcionou maravilhosamente para explicar o átomo de hidrogênio e outros sistemas de com apenas um elétron, como por exemplo o He+. Infelizmente, não foi tão bem quando aplicado a sistemas mais complexos, como átomos com mais elétrons oumoléculas. Além disso, o modelo de Bohr não tem como explicar porque algumas linhas são mais intensas do que as outras ou porque algumas linhas espectrais se dividem em várias linhas na presença de um campo magnético — o efeito Zeeman. Nas décadas seguintes, o trabalho de cientistas como Erwin Schrödinger mostrou que o comportamento dos elétrons pode ser considerado parecido com o de ondas e com o de partículas. Isto significa que não é possível saber a posição de um determinado elétron no espaço e sua velocidade ao mesmo tempo, conceito que é colocado mais precisamente no Princípio da Incerteza de Heisenberg. O princípio de incerteza contradiz a ideia de Bohr de que os elétrons existam em órbitas específicas, com velocidade e raio conhecidos. Na verdade, podemos apenas calcular probabilidades de encontrar os elétrons em uma determinada região do espaço ao redor do núcleo, os chamados orbitais. Distribuições de probabilidade para os orbitais 1s, 2s e 3s. As intensidades maiores de cor indicam regiões mais prováveis de existir elétrons. Os nós indicam regiões nas quais há uma probabilidade zero de um elétron ser encontrado. [Fonte: UCDavis Chemwiki] O átomo é divido em órbitas circulares; Cada órbita circular apresenta um valor de energia constante caracterizando uma camada eletrônica ou nível de energia; O elétron assume o valor de energia da camada eletrônica que ocupa (estado estacionário); Um elétron ao absorver energia, muda para uma camada mais externa, com maior energia. Essa transição é chamada de salto quântico e define o estado excitado; Quando um elétron retorna para uma camada de menor energia, é liberado uma onda eletromagnética referente a diferença de energia entre as camadas. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 39 O modelo de mecânica quântica moderna pode soar como um enorme salto do modelo de Bohr, mas a ideia-chave é a mesma: a física clássica não é suficiente para explicar todos os fenômenos em nível atômico. Bohr foi o primeiro a reconhecer isso, incorporando a ideia de quantização na estrutura eletrônica do átomo de hidrogênio e ele foi capaz de explicar, assim, os espectros de emissão do hidrogênio, bem como outros sistemas de elétron-unitário. (IFSudMinas - 2018) A queima de fogos em Copacabana, no Rio de Janeiro, para celebrar a passagem de Ano Novo, é uma das maiores do mundo, atingindo de 15 a 20 minutos. Estima-se que 1 milhão de pessoas vão até às areias da Praia de Copacabana, para ver o espetáculo. A festa já se tornou uma das maiores atrações turísticas do Rio de Janeiro atraindo visitantes de todo o Brasil e do mundo. Para explicar esse show de cores no ar, podemos citar o fenômeno do salto quântico, que ocorre nos elétrons do átomo. Os elétrons do átomo estão divididos em níveis. Quando o elétron recebe um acréscimo de energia, ele tende a se mover para um nível mais energético, ou seja, o átomo está em um estado excitado. Esse estado excitado do átomo não é um estado em que ele se encontra estável, então o elétron tende a retornar a seu nível energético original. Ao fazer isso, a energia que o moveu de nível energético é liberada em forma de luz. Assinale a afirmativa CORRETA que indica o cientista que realizou o estudo do fenômeno do salto quântico. A) Ernest Rutherford B) John Dalton C) Joseph John Thomson D) Michael Faraday E) Niels Bohr Comentários: De acordo com o modelo de Niels Bohr, ao absorver certa quantidade de energia, o elétron salta para uma órbita mais energética. Ao retornar para sua órbita original, o elétron libera a mesma quantidade de energia absorvida, na forma de onda eletromagnética (luz). Esse fenômeno corresponde ao chamado salto quântico, por isso está correta a letra E. A) Errado. Rutherford é o responsável pelo modelo planetário. B) Errado. De acordo com o modelo de Dalton o átomo seria uma esfera maciça e indivisível. Seu modelo não admitia que o átomo fosse formado por subpartículas; C) Errado. O modelo de Thomson foi o primeiro a citar os elétrons, porém, eles estariam incrustrados em uma esfera de carga positiva, modelo esse conhecido como “pudim com passas”. D) Errado. Michael Faraday fez importantes contribuições no desenvolvimento da Eletroquímica, mas não é atribuído a ele um modelo atômico. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 40 Gabarito: E 6. CARACTERÍSTICAS DOS ÁTOMOS Agora que você já conhece os modelos atômicos que foram propostos ao longo do tempo e a estrutura do átomo, vamos estudar as suas principais características. Lembrando que o átomo é formado por um núcleo, onde temos prótons e nêutrons, e ao redor do núcleo temos os elétrons. A tabela abaixo apresenta as propriedades dos prótons, nêutrons e elétrons. Átomo Núcleo Prótons Partículas positivas Nêutrons Partículas sem carga Eletrosfera Elétrons Partículas negativas ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 41 Propriedades das partículas subatômicas *u.m.a = unidade de massa atômica; o valor sobreescrito junto ao símbolo corresponde à massa e o valor subescrito, à carga. Exemplo para o elétron: massa zero e carga -1. NÚMERO ATÔMICO (Z) Em algum momento da sua vida você foi até a secretaria de segurança pública do seu estado e solicitou a sua carteira de identidade, não é mesmo? Ao recebê-la você verificou um número de registro - registro geral (RG). Nenhuma outra pessoa tem o número de RG igual ao seu, portanto, você é identificado por meio dele. Os átomos de cada um dos elementos químicos também têm um número que os identifica. Um número que nenhum outro elemento tem igual: o número atômico. Esse número é representado pela letra Z, do alemão, Zahl, que significa número (criativo, ne? ). O número atômico (Z) corresponde à quantidade de prótons no núcleo do átomo Imagino que você esteja se perguntado: o que levou os químicos a definirem o número atômico como a identidade do átomo. Certo!? Em 1913 o químico Henry Moseley bombardeou vários elementos químicos com raios X. Ele percebeu que o comportamento de cada um deles estava relacionado com a quantidade de carga positiva no seu núcleo (prótons). Isso quer dizer que o número de prótons é o que melhor caracteriza cada elemento químico, portanto o número atômico é muito importante. Quando dizemos que o cloro tem número atômico igual a 17, significa que cada átomo de cloro possui 17 prótons no núcleo. Nenhum outro átomo, que não seja o de cloro, tem 17 prótons no núcleo. Sendo assim, qual é o elemento químico cujos átomos possuem 13 prótons no núcleo? O alumínio, pois o número atômico dele é 13. Sacou a ideia? Vale lembrar que você não precisa decorar o número atômico de cada elemento, o importante é saber o que significa. Na sua prova, serão fornecidas no enunciado todas as informações necessárias. Mas já adianto, o estudo da Tabela Periódica estará em uma aula futura. Então, calma, você também aprenderá sobre ela. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 42 NÚMERO DE MASSA (A) O que contribui para a massa do átomo? Se o átomo é formado por prótons, nêutrons e elétrons você concorda que a massa do átomo é o somatório da massa de cada uma dessas partículas? Certo! Só que, ao comparamos a massa do próton com a massa do elétron, nós percebemos que a do elétron é mais de 1800 vezes mais leve (vide tabela no início desse capítulo), ou seja, sua massa é desprezível em relação à massa de um próton. Portanto, na determinação do número de massa, A (do inglês Average, que traduzido para o português seria média), são levadas em conta apenas as contribuições dos prótons e dos nêutrons, ou seja, do núcleo do átomo. Sim! Dizemos que toda massa do átomo está concentrada em um minúsculo núcleo. Como prótons e nêutrons tem massa de aproximadamente 1 u.m.a (unidade de massaatômica), basta somar a quantidade de cada um deles. Número de Massa (A) = Número de Prótons (P) + Número de Nêutrons (N) como o número de prótons (P) é igual ao número atômico (Z) Número de Massa (A) = Número Atômico (Z) + Número de Nêutrons (N) (UDESC 2016) Na Inglaterra por volta de 1900, uma série de experimentos realizados por cientistas, como Sir Joseph John Thompson (1856-1940) e Ernest Rutherford (1871-1937), estabeleceu um modelo do átomo que serviu de base à teoria atômica. Atualmente, sabe-se que três partículas subatômicas são os constituintes de todos os átomos: próton, nêutrons e elétrons. Desta forma, o átomo constituído por 17 prótons, 18 nêutrons e 17 elétrons possui número atômico e número de massa, sequencialmente, igual a: A) 17 e 18 B) 34 e 52 C) 17 e 17 D) 17 e 35 E) 35 e 17 Comentários: Se o átomo possui 17 prótons o número atômico dele é 17. O número de massa é igual ao somatório de prótons e nêutrons, logo ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 43 A = 17 + 18 A = 35 u. Gabarito: D ELEMENTO QUÍMICO Podemos dizer que um elemento químico é formado por átomos que têm o mesmo número atômico. Assim, por exemplo, um conjunto de átomos de oxigênio forma o elemento oxigênio. Todos os elementos até então conhecidos estão organizados na Tabela Periódica dos Elementos Químicos. Para cada elemento é atribuído um símbolo, por exemplo: Alguns elementos químicos com seus símbolos e origem dos nomes. Ao representar um elemento químico, deve-se, geralmente, indicar seu símbolo, seu número atômico e seu número de massa: Mas você pode me perguntar: “Professor, e se eu visse uma representação do elemento químico em que A e Z estivessem em uma disposição diferente da que você viu acima, seria possível localizá-los? Qual número deve ser maior, A ou Z? O que eu te responderia: “Meu coraçãozinho, se você levar em consideração que A é o somatório de prótons e nêutrons, enquanto Z é igual à quantidade de prótons. Você mata a charada. Sempre o maior valor numérico será o número de massa. Sacou?” Vale lembrar ainda que, conhecendo A e Z, podemos calcular o número de nêutrons: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 44 𝑨 = 𝒁 + 𝑵 ou, ainda: 𝑵 = 𝑨 − 𝒁 ÍONS Nós sabemos que um átomo é eletricamente neutro, ou seja, a quantidade de cargas positivas é igual à quantidade de cargas negativas (número de prótons é igual ao de elétrons). Quando há uma variação na quantidade de elétrons, essa igualdade termina e forma-se um novo sistema eletricamente carregado, ao qual damos o nome de íons. Um íon é formado quando um átomo (eletricamente neutro) ganha ou perde elétrons. Lembrando que, sendo o número de prótons dentro no núcleo a identidade do átomo, esse valor não será alterado. Nesse momento, você não deve se preocupar em saber qual elemento perde e qual elemento recebe elétrons, isso será estudado em outras aulas, principalmente na aula de Tabela Periódica que, já deixo aqui o meu alerta: É UMA DAS AULAS MAIS IMPORTANTES PARA O BOM ENTENDIMENTO DE TODO O RESTO DA QUÍMICA!!! Por agora, busque entender o que são os íons e os conceitos atrelados a esse sistema. Ânions Quando um átomo recebe elétrons, ele adquire uma carga negativa, ou seja, se torna um íon negativo. Esse íon recebe o nome de ânion. Podemos citar como exemplo o átomo de cloro, que ao receber um elétron torna-se o ânion cloro (ou cloreto, você aprenderá isso...), cuja representação é: C-. Esse sinal negativo sobrescrito à direita do símbolo do cloro indica que um átomo de cloro recebeu um elétron e tornou-se um íon do tipo ânion. Outro exemplo é o átomo de oxigênio que ao receber dois elétrons forma o ânion oxigênio com representação O2-. O ‒ 2 sobrescrito indica que o oxigênio recebeu dois elétrons. Cátions Quando o átomo perde elétrons, ele adquire carga positiva, ou seja, torna-se um íon positivo. Esse íon recebe o nome de cátion. Por exemplo, o átomo de sódio, ao perder um ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 45 elétron, torna-se o cátion sódio, cuja representação é: Na+. O sinal positivo sobrescrito e à direita do símbolo de sódio indica que um átomo de sódio perdeu um elétron e tornou-se um íon do tipo cátion. Também podemos citar como exemplo o magnésio que, ao perder dois elétrons, forma o cátion magnésio com representação Mg2+, em que o +2 sobrescrito indica que um átomo de magnésio perdeu 2 elétrons. A quantidade de elétrons recebidos ou doados é indicado por monovalente, bivalente (divalente), trivalente, tetravalente etc. Exemplos: íon Cátion perde elétron(s). Ânion recebe elétron(s). ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 46 Como posso explicar o sinal negativo e o sinal positivo do íon? Primeiramente vamos analisar o íon cloro. O número atômico do cloro é 17, então para o átomo de cloro temos que: Quando esse átomo recebe um elétron a relação acima muda e temos: Temos uma carga negativa a mais, por isso a representação é Cl-. Agora vamos analisar o íon magnésio. O número atômico do magnésio é 12, então para o átomo de magnésio temos que: Quando esse átomo perde dois elétrons a relação acima muda e temos: Temos duas cargas positivas a mais, por isso a representação é Mg2+. (Faceres - Medicina - 2016) O Zinco é um micronutriente de plantas que funciona principalmente como cátion bivalente (também chamado divalente) em metaloenzimas. Seu número atômico é 30. Pode-se afirmar que o número de prótons e o número de elétrons presentes no cátion bivalente do zinco são, respectivamente: A) 30 e 30. B) 28 e 32. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 47 C) 32 e 30. D) 30 e 28. E) 28 e 30. Comentários: Vimos que o íon é formado quando um átomo perde ou ganha elétrons. Sendo assim, a quantidade de prótons não muda na formação de um íon. Do enunciado, obtemos a informação que o zinco apresenta número atômico 30, possuindo, portanto, 30 prótons. Se o zinco é um cátion, significa que ele é um íon com carga positiva, ou seja, perdeu elétrons. Como é um cátion bivalente, significa que ele perdeu dois elétrons (o prefixo bi significa que são dois). No átomo (eletricamente neutro) o número de prótons é igual ao número de elétrons. Como no íon zinco foram perdidos 2 elétrons, o número de elétrons é 30 – 2 = 28 e-. Gabarito: D (FAMERP SP/2018) O íon 𝐶𝑎2+20 40 e o átomo 𝐴𝑟18 40 apresentam o mesmo número a) de massa e de elétrons. b) atômico e de elétrons. c) de massa e de nêutrons. d) atômico e de massa. e) atômico e de nêutrons. Comentários 𝑪𝒂𝟐+𝟐𝟎 𝟒𝟎 : possui número de massa 40, 20 prótons e perdeu dois elétrons. A = Z + n 40 = 20 + n, logo n= 20. O cálcio apresenta 20 nêutrons. Como perdeu dois elétrons, então possui 18 elétrons. 𝑨𝒓𝟏𝟖 𝟒𝟎 : possui número de massa 40 e 18 prótons. A = Z + n 40 = 18 + n, logo n= 22. O cálcio apresenta 22 nêutrons. Como o argônio apresentado no texto é um átomo neutro, ele apresenta 18 prótons e 18 elétrons. Assim, os dois átomos apresentam o mesmo número de massa e de elétrons. Gabarito: “A”. (UNESP SP/2016 - adaptado) O ano de 2015 foi eleito como o Ano Internacional da Luz, devido à importância da luz para o Universo e para a humanidade. A iluminação artificial, que garantiu a iluminação noturna, impactou diretamente a qualidade de vida do homem e o desenvolvimento da civilização. A geração de luz ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 48 em uma lâmpada incandescente se deve ao aquecimento de seu filamento de tungstênio provocado pela passagem de corrente elétrica, envolvendo temperaturas ao redor de 3 000 °C. Algumas informações e propriedades do isótopo estável do tungstênioestão apresentadas na tabela. A partir das informações contidas na tabela, é correto afirmar que o átomo neutro de tungstênio possui a) 73 elétrons. b) 74 cargas nucleares. c) 111 nêutrons. d) 184 prótons. e) 74 nêutrons. Comentários O tungstênio apresenta número atômico igual a 74, portanto apresenta 74 prótons e 74 elétrons, em sua forma neutra. A = Z + n 184 = 74 + n, logo n= 110. O tungstênio apresenta 110 nêutrons. Portanto, o tungstênio apresentado possui 74 prótons, que são cargas nucleares, 110 nêutrons, 74 elétrons e número de massa 184. Gabarito: B. (UNESP SP/2015) No ano de 2014, o Estado de São Paulo vive uma das maiores crises hídricas de sua história. A fim de elevar o nível de água de seus reservatórios, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) contratou a empresa ModClima para promover a indução de chuvas artificiais. A técnica de indução adotada, chamada de bombardeamento de nuvens ou semeadura ou, ainda, nucleação artificial, consiste no lançamento em nuvens de substâncias aglutinadoras que ajudam a formar gotas de água. (http://exame.abril.com.br. Adaptado.) Uma das substâncias aglutinadoras que pode ser utilizada para a nucleação artificial de nuvens é o sal iodeto de prata, de fórmula AgI. Utilizando os dados fornecidos na Classificação Periódica dos Elementos, é correto afirmar que o cátion e o ânion do iodeto de prata possuem, respectivamente, a) 46 elétrons e 54 elétrons. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 49 b) 48 elétrons e 53 prótons. c) 46 prótons e 54 elétrons. d) 47 elétrons e 53 elétrons. e) 47 prótons e 52 elétrons. Comentários Conforme a tabela periódica, sabe-se que a Ag apresenta 47 prótons e o I apresenta 53 prótons. Portanto, Ag+: 46 elétrons, porque perdeu um elétron, e I-: 54 elétrons, porque ganhou um elétron. Gabarito: A SEMELHANÇAS ATÔMICAS Se analisarmos um conjunto de átomos é possível encontrar alguns que tenham o mesmo número atômico, mas diferentes números de massa. Também é possível encontrar um átomo que tenha a mesma quantidade de elétrons que alguns outros íons. Vamos estudar agora alguns conceitos relacionados a essas semelhanças. ISÓTOPOS Os isótopos (iso = mesmo, topos = lugar) são átomos que possuem o mesmo número de prótons (ou seja, o mesmo número atômico, Z) e diferente número de massa (A) e número de nêutrons (N). Se possuem o mesmo número atômico (RG do átomo, lembra?) significa que é o mesmo elemento, mas com massas diferentes. Portanto, entre os isótopos: • as propriedades químicas são semelhantes; e • as propriedades físicas que dependem da massa são diferentes. Na natureza é muito comum encontrar isótopos e pode-se dizer que praticamente todos os elementos químicos naturais possuem pelo menos um isótopo. Também existem isótopos obtidos artificialmente e alguns se destacam pela sua aplicação, como o iodo-131 que é usado para mapeamento da tireoide. Com exceção do hidrogênio, os isótopos não recebem nomes especiais, apenas é adicionado o número de massa. Por exemplo, o oxigênio possui três isótopos: o oxigênio-16, oxigênio-17 e oxigênio-18. Perceba que o número após o nome oxigênio corresponde a massa do isótopo. Voltando ao hidrogênio temos três isótopos representados abaixo: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 50 Os três isótopos estáveis de hidrogênio: prótio, deutério e trítio. [Fonte: Wikipédia] O primeiro isótopo é chamado de hidrogênio, hidrogênio leve, hidrogênio comum ou prótio. Ele não possui nêutrons no núcleo, apenas um próton e um elétron. Portanto, sua representação é 𝐻1 1 . O segundo isótopo é chamado de deutério. Ele possui um próton e um nêutron no núcleo e sua representação é 𝐻1 2 . O terceiro isótopo é chamado de trítio, tricério ou tritério. Ele possui um próton e dois nêutrons no núcleo e sua representação é 𝐻1 3 . De todos eles o mais abundante é o prótio (99,985%), seguido pelo deutério (0,015%) e pelo trítio (0,0000007%). Você checa a massa atômica do cloro, 35,45u, na tabela periódica e se pergunta: como isso é possível? Se a massa atômica é a soma de prótons e nêutrons [cada um pesando 1 u], então não poderíamos obter um número fracionário, “quebrado”. É um ótimo questionamento. Vamos revisar como é calculada a massa atômica que aparece na tabela periódica, no destaque abaixo. Isso responderá ao seu questionamento. Tomemos como exemplo o carbono. A abundância do isótopo [de massa atômica] 12 do carbono é de aproximadamente 99%, enquanto a do isótopo 13 é de apenas 1%. Calculando a média ponderada das massas atômicas dos isótopos obtém-se a massa atômica apresentada na tabela periódica, que no caso do Carbono é de 12,01u, conforme calculado abaixo. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 51 𝐴𝑐𝑎𝑟𝑏𝑜𝑛𝑜 = (12·99%)+(13·1%) 100% ≅ 12,01 𝑢. 𝑚. 𝑎 Vamos analisar o exemplo do Cloro (Cl), o qual possui dois isótopos: o de massa 35 e o de massa 37, os quais apresentam abundância de 75,4% e 24,6%, respectivamente. Realizando o mesmo cálculo de média ponderada, encontramos a massa atômica (A) indicada na tabela periódica, conforme apresentado abaixo: 𝐴𝑐𝑙𝑜𝑟𝑜 = (35·75,4%)+(37·24,6%) 100% ≅ 35,45 𝑢. 𝑚. 𝑎 ISÓBAROS Isóbaros são átomos que possuem o mesmo número de massa e diferentes números de prótons. Sendo assim, podemos concluir que: - São elementos químicos diferentes, já que é o número de prótons (número atômico) que define a identidade de cada átomo; - Possuem propriedades químicas diferentes. Podemos citar como exemplo os seguintes isóbaros: 𝐾 (𝑝𝑜𝑡á𝑠𝑠𝑖𝑜)19 40 𝐶𝑎 (𝑐á𝑙𝑐𝑖𝑜)20 40 𝐴𝑟 (𝑎𝑟𝑔ô𝑛𝑖𝑜)18 40 Note que, embora apresentem Z diferentes, os três elementos apresentam A iguais ISÓTONOS Isótonos são átomos que possuem o mesmo número de nêutrons, porém os números de prótons e de massa são diferentes. Os isótonos apresentam diferentes propriedades químicas e, normalmente, diferentes propriedades físicas. Vamos analisar se os elementos abaixo são isótonos: 𝑀𝑔 (𝑚𝑎𝑔𝑛é𝑠𝑖𝑜)12 26 𝑆𝑖 (𝑠𝑖𝑙í𝑐𝑖𝑜)14 28 Precisamos determinar a quantidade de nêutrons. Um pouco mais cedo você viu que o número de massa é igual à soma de prótons e nêutrons. Isolando o número de nêutrons temos que: ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 52 Número de nêutrons = número de massa ‒ número de prótons N = A – Z Logo o Mg possui 14 (26-12) nêutrons e o Si 14 (28-14) nêutrons. São, portanto, isótonos. ISOELETRÔNICOS São átomos e íons que possuem o mesmo número de elétrons. Um átomo pode ser isoeletrônico de vários íons de elementos químicos diferentes. Por exemplo: 𝑁𝑒10 20 𝑁𝑎+11 23 𝑂−28 16 𝐴𝑙+313 27 𝑀𝑔+212 26 Neônio Sódio Oxigênio Alumínio Magnésio Como podemos confirmar se os exemplos acima são mesmo isoeletrônicos? • Sabemos que, em um átomo neutro (cargas positivas = cargas negativas), o número de prótons é igual ao número de nêutrons. • Sabemos ainda que nos exemplos acima o número de prótons corresponde ao subescrito do lado direito, já que esse valor é sempre menor ou igual a massa do átomo. • Por fim, devemos lembrar que carga positiva corresponde a perda de elétrons, ao passo que carga negativa corresponde a ganho de elétrons. Juntando todas essas informações, fica fácil fazer a conta do número de elétrons de cada exemplo. Veja. Ne: 10 e-; Na+: 11-1 = 10 e-; O2-: 8 + 2 = 10 e-; Al3+: 13 - 3 = 10 e-; Mg2+: 12 - 2 = 10 e-. Como se vê, todos possuem 10 elétrons, portanto são isoeletrônicos. ESTRATÉGIA VESTIBULARES – ATOMÍSTICA AULA 01 – ATOMÍSTICA 53 Para memorizar esses termos costumo usar a seguinte tática: Todos eles começam com “ISO" que significa “o mesmo” Portanto em todos os termos tenho algo que é comum,