Prévia do material em texto
- LuisHENRIQUEPENCKOWSKI DALVA CASSIEROCHA COLABORADORES TECNICOS PROF.DR.ROBERTOANTONIO RODELLA-UNESP- INSTITUTODEBIOCltNCIASDEBOTUCATU-SP DANIELEAPARECIDAMATOSO - PIBIC/CNPQ/UEPG-1997/1998 SUSANA CHURKA - PIBIClCNPQ/UEPG-2002/2003 TECNICO AGRICOLA MARIO JORGE PODOLAN - SETORDE HERBOLOGIA-FUNDA<;:AOABC GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICAC;AO E CONTROlE DE ESPECIES DETRAPOERABAS la EDI<;:AO CASTRO,PR 2006 PREFACIO P397g Penckowski, LuIs Henrique Guia Ilustrado de Identifica~ao e Controle de Especies de Trapoerabas I LuIs Henrique Penckowski e Dalva Cassie Rocha. Castro: Fundat;ao ABC, 2006. 50 p. 0 "Guia Ilustrado de Idemifica<;ao e Centrale de Especies de Trapoerabas" e lima publica<;aocuidadosameme elaborada para oriemar profissionais, estudames da area agronomica e produrores rurais na idemifica<;aoe contrble das principais especies de Trapoerabas que ocorrem no Estado do Parana. As informa<;6escomidas oeste guia silo frutos de levamamem6s feitas a campo em diversos locais no Estado do Parana para idemifica<;aodas especiese tambem de inumeros trabalhos ciemfficosconduzidos a campo para elaborar lima recomenda<;aosegura das possibilidades de centrale existemes atualmeme, das quais os produtores podem fazer usa. As informa<;6escomidas oeste manual para realizar a idemifica<;aodas especies silo ficas em detalhes e tambem em fotas ilustrativas e com certeza setae de grande valia para a carrera idemifica<;aoda especie em quesrao. Quanto as recomenda<;6esde controle descritas no guia, estas silo recemes, refletindo a atual situa<;aoquanta ao centrale e as suscetibilidades das diferemes especiesaDsdiferentes herbicidas mencionados fiesta obra. Este guia naGpretende see a ultima palavra em rela<;aoao assumo discutido, mas lima colabora<;aoinicial. Para tanto, espero que possam tirar 0 maxima proveito desta obra taDimportame e sem igual na atualidade. Exemplares desta publica~ao podem see solicitados a: Funda<;aoABC Rodovia PR 151, Km 288 Caixa Postal 1003 CEP 84165-700 - Castro - PR Fone/Fax: (42) 3232-2662 E-mail: luishenrique@fundacaoabc.org.br; dalva_rocha@uol.com.br Tiragem: 2.000 exemplares Epermitida a reprodu<;aoparcial desde que cicada a fonte. A reprodu<;aototal depende de anuencia expressa des autores. ISBN- 85-906007-1-8 - Lufs Henrique Penckowski 85-906008-1-5 - Dalva Cassie Rocha I-Plantas daninhas. Trapoerabas-identifica~ao. 2-Trapoerabas-controle. 1. Rocha, Dalva Cassie, colab. II. T. Eltje Jan Loman Gereme Tecnico da Funda<;ao ABC CDD: 632.5 4 Agradecemos a Fundac;ao ABC, ao tecnico agricola Mario Jorge Podolan pelo apoio e desenvolvimento dos trabalhos de campo, a secretaria Crislene de Oliveira Dias pela digitac;ao e a professora Dra. Roxana Cardoso Barroso, da Universidade Federal de Pernambuco, pela determinac;ao taxonomica das especies apresentadas neste trabalho. Agradec;o a minha esposa, Renata Maria Daros Penckowski, pelt> apoio e estimulo para concluir este guia e, em especial, a Deus. UMARI PARTE I -IDENTIFICA~Ao DAS QUATRO ESPECIES DANINHAS DE TRAPOERABAS DE MAIOR INTERESSE AGRICOLA 1. INTRODU<::Ao 11 2. IDENTIFICA<::Ao DAS ESPECIES FOR COMPARA<::6ES.. 14 2.1 SISTEMA SUBTERR.ANEO 14 2.2 CAULE 1(; 2.3 AURICULA 20 2.4 FLOR 22 2.5 ESPATA 26 2.6 FOLHA 27 3. QUADRO RESUMO PARA IDENTIFICA<::Ao DE TRAPOERABAS 28 PARTE II - ALTERNATIVAS DE CONTROLE NA DESSECA~Ao DE DIFERENTES ESPECIES DE TRAPOERABAS 1. INTRODU<::Ao 29 2. RESULTADOS DE PESQUISA 30 2.1 CONTROLE DE Commelinabenghalensis(COMBE) 32 2.2 CONTROLE DE Commelinavillosa(COMVI) 37 2.3 CONTROLE DE Commelinadiffusa (COMDI) 39 2.4 CONTROLE DE Commelinaereeta(COMER) 43 3. CONSIDERA<::6ES FINAlS 46 3.1 QUADRO DE EFICIENCIA DE HERBICIDAS 47 4. REFERENCIAS .BIBLIOGRAFICAS 48 5. AUTORES 50 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICACAO E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS PARTE I - IDENTIFICA<;,:AoDAS QUATRO ESPECIES DANINHAS DETRAPOERABAS DE MAIOR INTERESSE AGRICOLA 1. INTRODU<;,:Ao Trapoeraba e 0 nome mais comum de plantas daninhas de lima familia botanica denominada Commelinaceae, que foi reconhecida em 1882 pelo boranico Robert Brown. Em areas agrfcolas, estas plantas provocam prejufzos economicos causados pela concorrencia com as culturas par nutrientes, agua e luz, possuem alto tear de agua no caule, 0 que pode dificultar, em milito, a colheita de graos e, ainda, podem hospedar insetos que prejudicam 0 plena desenvolvimento da lavoura. Quatro especies de Trapoerabas SaD muito comuns no Brasil e SaD identificadas como especies distintas: Commelina benghalensis1. (COMBE), Commelinavillosa C. B. Clarke ex Chad & HassI (COMVI), Commelinadiffusa Burm. £ (COMDI) e Commelina erecta1. (COMER). No Estado do Parana, COMBE, COMVI e COMDI SaDencontradas como plantas daninhas, ocupando grandes areas agrfcolas (Rocha, 2001). Em estudos de campo, notou-se que estas especies podem ocorrer simultaneamente na mesma area. COMER e raramente encontrada em terrenos cultivaveis no Brasil, mas e largamente distribufda em area urbana como planta invasora. No entanto, COMER e lima planta daninha encontrada em lavouras comerciais do Paraguai e Argentina. A especie Commelinaerecta e conhecida como Commelina virginica 1. e Commelinavillosae denominada muitas vezes como Commelinaagrariae Commelina robusta. Entretanto, estes names, apesar de muito divulgados, SaDsinonfmias e devem cair, gradualmente, em desuso. 11 GUIA IlUSTRADO DE IDENTlFICA<;AO E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Maringa. O' Londrina'.0 Campo Mourao . o' Arapoti..0' Piraf-do-Sul...0' Castro'0... Penta Grossa 'OEil.. Palmeira'0.. Guarapuava 00 0 Commelina benghalensis . Commelina villosa . Commelina diffusa . Commelina erecta Figura 1. Disttibui~ao das especies de Trapoerabas predominances em areas agrfcolas no Estado do Parana - Brasil. Commelina benghalensis (COMBE). Commelina vi!!osa (COMYl). Commelina diffusa (COMDI) e Commelina meta (COMER). 12 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICACAO E CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Pesquisadores brasileiros comprovaram que estas quatro especies apresentam comportamento diferente quando sao expostas ao mesmo tratamento com herbicida (Rocha et al. 2000 a e b). Par isso, recomenda- se que antes de escolher 0 produto a see aplicado para 0 controle de Trapoerabas, seja feito 0 reconhecimento das especies que esrao infestando a area, observando as principais caracteristicas que as diferenciam entre si. Quando mais de uma especie esta presente na area, nota-se que Ha dificuldades para a distinc;ao entre elas, como ja foi reporrado par (Rocha et Ii al. 2000c). Neste guia, constam informac;6espara a identificac;aodestas quatro especiesocorrentesno Parana, com baseem caracterfsticasvegetativas e florais. Recomenda-se nao considerar apenas uma caracteristica para a identificac;ao, pais nem sempree confiavel. 13 , GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS 2. IDENTIFICA<;Ao DAS ESPECIES POR COMPARA<;OES 2.1 SISTEMA SUBTERRANEO 0 primeiro passo para a diferencia<;;aodas plantas e observar 0 sistema subterraneo (Figuras 2 as). Geralmente, 0 sistema subterraneo possui somente raizes. Entretanto, em COMBE, alem das raizes, esta especie possui flares subterraneas fechadas (cleistogamicas) que parecem "botGes" de colora<;;ao mais clara, que podem se transformar em frutos com sementes viaveis. Figura 2. Sistema subterraneo de Commelinabenghalensis,destaeando as flares subterraneas. 14 '1 ~ (. .'ii II 'r GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS Figura 3. Sistema subterriineo de Commelinavil/osa: agressivo, caraeterizando lima planta perene e sem flares subterraneas. ~ \ \ I I Figura 4. Sistema subterraneo de Commelinadiffusa: poueo agressivo, sem flares subterraneas. 15 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAc;:i\O E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAc;:i\O E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS associado a Dutra caracterfstica, pode ser fundamental. A pilosidadedo caule de COMBE e COMVI e marcante e as manchas avermelhadas em COMVI, COMDI e COMER ocorrem principalmente se estes estiverem expostos ao sol (Figutas 8, 11 e 13). Assim, caule verde com manchas avermelhadas, sem pilosidade, podem ser caracterfsticas de COMER ou de COMDI (Figuras 8 e 9). Caule verde com manchas avermelhadas e muito piloso e comum em COMVI e COMBE (Figuras 6 e 7). Neste ultimo caso, a presen~a d~ flares subterraneas e a principal caracterlstica para a identifica~ao desta especie. Esta observa~ao e importante porque nas proximidades de Cascavel (PR) foram encontradas algumas plantas de COMBE com flares subterraneas cujo caule e verde-escuro e sem pilosidade intensa e cujas folhas SaDverde- escuro, tambem sem pilosidade intensa, com formato mellor e mais arredondado do que geralmente e observado. Trata-se de lima Dutra forma de COMBE, documentada e ilustrada na obra de (Lorenzi, 2000) Figura 5. Sistema subterriineo de Commelinaerecta:pouco agressivo, caracterizando planta perene e sem flares subterriineas. e que, ate 0 momenta, naG foi confirmado se tratar de lima Dutra especie ou apenas de lima variedade. Novos estudos estao sendo realizados com estas plantas. As Trapoerabas podem se reproduzir vegetativamente, par meio de enraizamento de pequenos peda~os de caule, principalmente nos nos. Par isso, naG se recomenda a capina para 0 controle destas daninhas. Deve-se evitar ara~6es e, principalmente, gradagens, porque aumentam a dissemina~ao e a infesta~ao das areas. 2.2 CAULE Outra caracterfstica importante e 0 habito de crescimento da planta, indicado pelo tipo de caule que elas apresentam. COMBE e COMDI possuem 0 caule rente ao chao (prostrado) ou podem escorar-se sabre outras plantas. Diferente destas, COMVI e COMER SaDplantas eretas, ou seja, 0 caule se suporta em pe, sem apoiar-se em outras plantas. A cor do caule e das folhas naG e urn parametro segura para identifica~ao se for utilizado de forma isolada, no entanto, quando 16 17 r- GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;AO E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Figura 6.Arquiterura do caule de Commelina benghalensis. Figura 8. Arquiterura do caule de Commelina diffusa. Figura 9.Arquitetura do caule de Commelina erecta. Figura 7. Arquiterura do caule de Commelina villosa. 18 19 r GUIA ILUSTRADO DE IDENTlFICA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS 2.3 AURicULA Na base da folha, a bainha cleve set observada (Figuras 10 a 13). Somente em COMER observa-se a aurIcula, que e uma expansao desta bainha (Figura 13). Esta e a principal caracterfstica vegetativa que distingue COMER das ourras tres especies. Geralmente esta bem definida em folhas adultas. Na bainha de COMBE, silo observados longos pelos de colora<;ao marrom (Figura 10). Figura 10. Deralhe da folha de Commelinabengbalensis.Bainha sem auricula com longos pelos matrons. 20 I I: L GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:Ao E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Figura 11. Deralhe da folha de Commelina villosa. Bainha sem auricula com manchas avermelhadas na base. Figura 12. Deralhe da folha de Commelinadiffusa. Bainha sem auricula com manchas avermelhadas. ..-- GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;AO E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Figura 13. Detalhe da folha de Commelinaerecta.Bainha com auricula e manchas avetmelhadas. 2.4 FLOR Quando as plantas esrao em fast de flora<;ao, a identifica<;ao de COMDI e facilitada. Esta especie e a unica com tres petalas expandidas (Figura 16). As outras tres especies apresentam arenas duas petalas expandidas e lima terceira perala reduzida, geralmente visivel arenas com auxilio de lente de aumento. A cor da flor nao e urn parametro de diferencia<;ao, pais as quatro especies de Commelina tern flares azuis (Figuras de 14 a 17), que podem variar de tons mais claros ou mais escuros (Figura 18) e, em alguns casas, ate tons de rosa (Figura 14B). Flores de COMBE na cor rosa e urn faro relevante, pais, ate 0 momenta, houve somente lima comunica<;ao sabre essa ocorrencia num evento cientifico (Churka e Rocha, 2003). Em Fanta Grossa (PR), essas flares foram observadas em plantas no campo, lado a lado de plantas de 22 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS COMBE com flares azuis. Estudos mais detalhados estao sendo preparados na U niversidade Estadual de Fanta Grossa. Figura 14. Flores de Commelina benghalensis. t, ~ Figura 15. Flor de Commelinavillosa. 23 r GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<:AO E CONTROLE DE ESPECIESDE TRAPOERABASGUIA ILUSTRADO DE IDENTIFlCA<:AO E CONTROLE DE ESPECIESDE TRAPOERABAS As flores aereas destas plantas ,sao delicadas e muito sensfveis ao calor e a desidrata<;ao, por isso, a cada dia, uma nova flor se abre pela manha e se fecha ate 0 final do dia. No caso de COMER e COMDI, as flores conseguem permanecer abertas ate 0 final da tarde, enquanto COMBE e COMVI fecham as flores logo apos 0 meio-dia (Churka et aI., no prelo). A eficiencia na poliniza<;aoe alvo de estudos atualmente, mas jti se sabe que, raramente, as flores nao produzem sementes. Cada flor, no caso de COMBE, COMVI e COMDI, rode produzir ate 5 sementes, de 3 tamanhos diferentes; em COMER, cada flor rode gerar ate 3 sementes. COMVI e a especie que produz maior numero de flores por espata (ate 9 flores / espata) e maior numero de espatas num mesmo ramo. Entretanto, Figura 16. Flor de Commelina diffusa. COMBE produz flores aereas e flores subterraneas, que garantem grande numero de sementes no solo, e COMER rode florescer 0 ano todo, mesmo em condi<;6es crfticas de nutrientes e agua. A produ<;ao de sementes, aliada ao enraizamento de peda<;osdo caule, garante a essas plantas daninhas elevada agressividade reprodutiva e eficiencia competitiva. Figura 17. Flor de Commelina eree/a. 24 25 GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROlE DE ESPECIESDE TRAPOERABAS GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS 2.5 ESPATA 2.6 FOLHA 1\ espata, isto e, a folha modificada que protege as flores, tambem e caracterfstica que auxilia.na identificas;:aodas especies. COMDI e a unica, 0 formato das folhas tambem e uma caracterfstica importante e que pode auxiliar na identificas;:ao das quatro diferentes Trapoerabas (Figura 19). As folhas de COMBE sao oblongas (mais longas do que largas). As folhas de COMVI sao oblongas tambem, entretanto, mais longas que as de COMBE e, par isso, sao chamadas oblongas estreitas (Figura 19b). As folhas de COMDI e COMER sao elfpticas porque sao longas (maiores no comprimento) 'e estreitas, com pouca varias;:aodesde a base ate a extremidade superior, que se define as quatro especies aqui apresentadas, que possui a espata cam a apice acuminado, au seja, longamente pontiagudo (Figuras 18 e 19c). Em COMBE, as espatas tern formato triangular, com apice agudo, a que tambem e observado em COMVI e COMER. Ecaracterfstica de COMER a abertura de apenas uma flor par dia, pais fiesta especie a espata abriga apenas uma inflorescencia. Nas ourras tres especies, pode-se observar ate duas flares torna afilada (Figura 19c e 19d). ,. abertas par espata par dia (Figura 18). """" Figura 19. Apices (auEnares de diferentes Trapoerabas: a. Commelina benghalensis(COMBE), b. Commelinavillosa (COMV1), c. Commelinadiffusa (COMDI) e d. Commelinaereeta(COMER). Trapoerabas, da esquerda para a direita, Commelina 3. QUADRO RESUMO PARA IDENTIFICA(:Ao DE TRAPOERABAS benghalensis (COMBE), Commelina villosa (COMVI), Commelina diffusa (COMDI) e Commelina erecta (COMER). 0 quadro resumo apresenta a camparas;:aoentre as caracterfsticas mais marcantes para a distins;:aodas quatro Trapoerabas. Note que e 0 conjunto de caracterfsticas que pode assegurar a identificas;:aocarrera da especie, uma vez que apenas poucas dessas caracterlsticas SaDexclusivas (em destaque). 26 27 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS CARACTERISTICAS PARA A DlSTIN<;:AoENTRE TRAPOERABAS DO GENERa CommelinaDE INTERESSE AGRICOLA* Caracteristicas Flores subterriineas Tipo do callie Cor do callie Cor da folha Pilosidade do callie e da folha Pecfolo na folha Formato de folha Aurfcula na base da folha Flores abertas na espata Petal as expandidas Apice da espata COMBE Presence Prostrado Verde-claro ou escuro Verde-claro ou escuro, sem manchas vermelhas Geralmente alta, visfvel a olho nu Presence Oblonga Ausente Ate 2 2 Agudo COMVI Ausente Ereto Verde-escuro, mas pode apresentar manchas avermelhadas na base, pr6xima ao solo Verde-escuro, podendo apresentar manchas avermelhadas no dorsa Alta, visfvel a olho nu Ausente Oblonga-estreita Ausente Ate 2 2 Agudo COMDI Ausente Prosttado Geralmente verde-escuro, mas pode apresentar-se avermelhado Verde-escuro, podendo apresentar manchas avermelhadas na bainha Baixa Presence Elfptica- estreita Ausente Ate 2 3 Acuminado COMER Ausente Ereto Verde-escuro. Fade apresentar manchas avermelhadas Verde- escuro. Fade apresentar manchas avermelhadas na bainha Baixa Presence Elfptica- estreita Presence S61 2 Agudo Comme!ina benghalensis L (COMBE), Commelina villosa (COMVI), Commelina diffusa Burm. £ (COMDI) e Comme!ina erecta L(COMER). 28 *Para confirma,6es. encaminhar material florida seco e prensado para 0 Herbario da Universidade Estadual de Ponta Grossa - HUPG - Depta.de BiologiaGeral- UEPG- PomaGrossa-PR. GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS PARTE II - ALTERNATIVAS DE DESSECA<;XO DE DIFERENTES TRAPOERABAS CONTROLE ESPECIES NA DE l.INTRODU<;XO . 0 sistema de plantio direto no Brasil representa, aproximadamente, 22 milhOes de hectares (Federa<;aoBrasileira de Plantio Direto na Palha, 2005) e vem aumentando de maneira significativa ana apos ana. Esse sistema trouxe lima mudan<;a no controle das plantas daninhas, antes e apos a semeadura. Vma das mudan<;as foi 0 preparo do solo, que foi substitufdo pel a opera<;aode manejo, tambem denominada dessecas;ao, realizada antes da implantas;ao das culturas de soja, milho, feijao e trigo. A forma de atingir a redus;ao gradual da densidade de infestas;ao nos campos de cultivo e manter as culturas no limpo desde 0 infcio ate 0 final do seu cido. Entretanto, verifica-se que apos a colheita das culturas de veda, ocorre urn grande numero de plantas daninhas remanescentes, com potencial para reinfesta<;ao e perenizas;ao. 0 nao revolvimento do solo faz com que muitas especies de plantas daninhas que nao eram consideradas problema no sistema convencional passem a set no plantio direto. Essas especies, quando nao controladas adequadamente, causam problemas na proxima safra. As Trapoerabas que apresentam dificuldades para serem controladas quimicamente surgem de forma vigorosa no final do cido das culturas de ve- do. Para esta situas;ao, 0 manejo pos-colheita, ou tambem denominado ma- nejo outonal, e recomendado, evitando que essas plantas produzam sementes e se tomem, novamente, problema na proxima safra. .. 29 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAC;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS A dessecac,;aona pos-colheita das culturas de verao se mostra lima alternativa interessante para plantio direto. E indicada para eliminac,;ao das plantas daninhas que sobram apos as culturas e que apresentam elevado po- tencial de reinfestac,;ao. 0 glyphosate tern sido urn dos herbicidas sistemicos de manejo mais usa- dos no controle de plantas daninhas anuais e perenes em semeadura direta. A ab- sorc,;aode glyphosate pela cuticula das folhas e considerada lenta, com durac,;aode seis horas aproximadamente. 1ssoocorre devido as caracterfsticas do proprio herbi- cida, que apresenta alta solubilidade em agua e baixa lipofilicidade. Eimportante destacar que existem diferenc,;asde tolerancia de algumas plantas daninhas a este herbicida, sendo as Trapoerabas citadas frequentemente na literatura nacional. 1nicialmente, em experimentos conduzidos em casa-de-vegetac,;ao, (Rocha, 2001) relatou que 0 controle qufmico de Trapoerabas e dependente da especie. No campo, confirmou-se a necessidade da carrera identificac,;ao das especies de Trapoerabas para definir qual a melhor estrategia no controle des- sas importantes plantas daninhas, muito disseminadas em diversas regioes agrfcolas do territorio brasileiro. 2. RESULTADOS DE PESQUISA As recomendac,;oes apresentadas neste guia saD fruro do trabalho dos liltimos cinco anos de pes qui sa com manejo de Trapoerabas realizados na Fundac,;ao ABC, em Castro (PR). Os resultados estao baseados na eficacia de diferentes herbicidas no controle das quartO especies de Trapoerabas. Todos os experimentos de campo foram baseados em altas infestac,;oes(80% a 95% 30 T GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICAC;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS de cobertura do solo). As aplicac,;oesdos tratamentos ocorreram sempre apos a colheita das safras de verao (manejo outonal), com as plantas em estadios que variavam do infcio do florescimento ate 0 infcio da formac,;aode semen- res nas espatas. Na Tabela 1, esrao apresentadas algumas caracterfsticas dos herbicidas usados nos experimentos. TABELA 1. Herbicidas usados nos experimentos a campo para manejo ere Trapoerabas. I I , *Concentra<;ao do ingrediente ativo em gram as par litro au kg. **Equivalente acido em gramas par lirro. cs (Concentrado Sollivel), CE (Concentrado Emulsionavel), WG (Granulos Dispersfveis em Agua), PS (Po Sollivel), SC (Suspensao Concenrrada) e GR (Granulado Dispersfvel). 1. Herbicida nao mais comercializado no Brasil. 31 Nome Comum Nome Comercial Concentrar;ao Formular;ao Glyphosate Varios 360** CS Glyphosate Roundup 720** WG Glyphosate Transorb 480** CS Glyphosate Zapp Qi 500** CS Sulfosate1 Zapp 480* CS 2,4 D Aminol, DMA 806 670** CS Flumioxazin Flumyzin 500* PS Carfenrrazone Aurora 400* CE Metsulfuron Ally 400* GR Paraquat +Diuron Gramocil 200 +100* SC Amonio Glufosinato Finale 200* CS Imazethapyr Varios 100* CS Iodosulfuron Hussar 50* GR Mesotrione Callisto 480* SC Chlorimuron Classic 250* GR Cyanazinel Bladex 500* SC ... GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFlCA<;AO E CONTROLE DE ESPECIESDE TRAPOERABASGUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;AO E CONTROLE DE ESPECIESDE TRAPOERABAS 2.1 CONTROLE DE Commelina benghalensis (COMBE) Esta especie de Trapoeraba e a mais cicada, tanto pela comunida- de agronomica como pela bibliografia nacional, em trabalhos realizados de None a SuI do Brasil. Pacem, deve-se destacar que, em algumas regioes bra- sileiras, existem outras especies de Trapoerabas. Em observa<;;oes a campo, foi possivel verificar popula<;;oes de Commelina benghalensis convivendo com outras especies de Trapoerabas em uma mesma gleba. Produtores e assistentes tecnicos relatam que esta especie e de difkil controle e este relata e comprovado par inumeros dados da literatura. Pacem, apos a realiza<;;aode experimentos com as outras tees especies de Trapoerabas ocorrentes no Brasil, foi possivel conduit que entre as quatro especies apre- sentadas oeste guia, COMBE e a de mais facil contralto Experimentos com aplica<;;oesde herbicidas realizados sabre plan- tas adultas de COMBE em inkio de florescimento demonstraram diferen- avaliando 0 controle de Commelina benghalensis na cultura do cafe, obtiveram controles considerados excelentes ate 100 dias apos a aplica<;;aodos herbicidas quando associaram 0 glyphosate ao 2,4 D (1080+1005 g e.a ha-l), ou quando aplicaram de forma sequencial 0 glyphosate com intervalo de 21 dias (1440 / 1080 g e.a ha-l). Resultados similares aDs dos autores cicadas anteriormente foram <;;assignificativas nos resultados (Tabela 2). Os tratamentos com glyphosate, quando aplicados em dosagens entre (720 g a 1080 g e.a ha-l), apresentaram controles considerados regulates a insuficientes. Pacem, os tratamentos com a dosagem de (720 g e.a ha-l), em mistura com 2,4 D (670 g e.a ha-l) ou com carfentrazone em dosagem de (12 g i.a ha-l), resultaramem controles de 97% e 91%, respectivamente. Outros tratamentos de glyphosate (720 g e.a ha-l) com metsulfuron (2,4 g i.a ha-l) ou com flumioxazin (20 g i.a ha-l) apresenta- ram controles pouco inferiores as misturas cicadas anteriormente, indicando que aquelas saD melhores. Outra op<;;ao de controle para esta especie e a aplica<;;ao de Diuron+Paraquat (450 g i.a ha-l) ou a aplica<;;aosequencial deste mesmo her- bicida na dosagem de (300 g i.a ha-l), com intervalo de 15 a 20 dias apos a aplica<;;aode glyphosate (720 g e.a ha-l) (Tabela 3). (Werlang et al. 2002), 32 alcan<;;adoscom aplica<;;oesde glyphosate em dosagens superiores a (1440 g e.a ha-l) em aplica<;;aounica, ou em dosagens superiores a (540 g e.a ha-l) em aplica<;;oessequenciais, quando estes tratamentos foram aplicados sabre rebrotes de plantas adultas, apos a colheita de soja, no mes de maio (Tabela 3). No campo, 0 controle de COMBE rode see facilitado, sobretudo quando a aplica<;;aodos herbicidas e realizada no periodo entre abril e maio. Neste periodo, as plantas de COMBE apresentam-se mais suscetiveis aDs her- bicidas, pais a popula<;;aodas mesmas esta em dedinio e no final de seu cicIo. Observe Gas Tabelas 2 e 3 0 directorial de controle obtido pelos diferentes tratamentos de herbicidas, em aplica<;;oesque ocorreram em mar<;;oe maio, respectivamente. 33 --- .- GUiA ILUSTRADO DE IDENTIFICACAO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS TABELA 2. Eficacia de diferentes tratamentos aplicados na desseca<;;aode pos-colheita de milho, em mar<;;ode 2000, no contmle de Commelina benghalensis. 1. Dosagens em gramas do ingrediente arivo ou equivalence "cido pot hectare do glyphosate e 2,4 D. 2. Dias ap6s a aplicac;ao dos tratamentos. Para os tratamentos com Diuron+Paraquat foi adicionado 0,2% v.v.-l de espalhante nao-i6nico. Para as misturas de glyphosate foi adicionado 0,5% v.v.-l de 61eomineral. Medias seguidas da mesma letra na coluna nao diferem significativamente pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. 34 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAcAo E CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS TABELA 3. Eficacia de diferentes tratamentos aplicados na desseca<;;ao de pos-colheita de soja, em maio de 2002, no contmle de Commelina benghalensis. 1. Dosagens em gram as do ingrediente ativo ou equivalence "cido pOt hectare do glyphosate e 2,4 D. 2. Dias ap6s a aplicac;aodos tratamentos. Para os tratamentos com Diuron+Paraquat foi adicionado 0,2% v.v.-l de espalhante nao-i6nico. Para as misruras de glyphosate foi adicionado 0,5% v.v.-l de 61eomineral. Medias seguidas da mesma letra na coluna nao diferem significativamente pelo teste LSD a 5% de probabilidade. 35 Dosagensl % Comroie Tratamentos 15 DAA2 45 DAA Glyphosate (360) 720 25 e 58 ede Glyphosate (720) 720 24 e 55 e Glyphosate (480) 720 25 e 57 de Glyphosate (360) 1080 38 d 76 abede Glyphosate (720) 1080 32 de 78 abed Glyphosate (480) 1080 38 d 79 abed Glyphosate + Metsulfuron 720 + 2,4 28 de 80 abe Glyphosate + 2,4 D 720 + 400 89 ab 97 a Glyphosate + 2,4 D / 720 + 400 / 300 97 a 99 a Diuron + Paraquat Glyphosate + Carfentrazone 720 + 8 88 ab 85 ab Glyphosate + Carfentrazone 720 + 12 91 ab 91 ab Carfentrazone 8 85 be 89 ab Carfentrazone 12 88 ab 92 ab Glyphosate + Flumioxazin 720 + 15 73 e 73 bede Testemunha 0 f 0 f C.v. 7,0 10,1 Dosagensl % Comrole Tratamentos 15 DAA2 22 DAA 30 DAA Glyphosate 1440 25 b 94 b 99 ab Glyphosate / Glyphosate 720 / 720 23 b 92 b 99 ab. Glyphosate / Glyphosate 540 / 540 18 b 85 e 96 be Glyphosate / Diuron +Paraquat 360 / 300 25 b 100 a 100 a Glyphosate / Diuron +Paraquat 540 / 300 22 b 100 a 97 abe Glyphosate + 2,4 D 360 / 432 57 a 94 b 100 a Glyphosate / 540 / 300 + 432 23 b 100 a 98 ab Diuron+Paraquat + 2,4 D Glyphosate / Diuron+ - 540 / 300 + 500 25 b 100 100 a Paraquat + Cyanazina a Glyphosate / Cyanazina 540 / 500 20 b 86 e 94 e Testemunha 0 e 0 d 0 d c.v. 17,9 1,86 1,90 ....-- GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;:Ao E CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Figura 20. Visual de controle de Commelinabenghalensisapos 30 dias da aplica<;aodos herbicidas. (A) testemunha, (B) glyphosate (1080 g e.a ha-l), (C) glyphosate (720 g e.a ha-l) + 2,4 D (670 g e.a ha-l) e (D) ghyphosatelDiuron+ Paraquat (450 g i.a ha-l). 36 GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;:Ao E CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS 2.2 CONTROLE DE Commelina villosa (COMVl) Esta especie de Trapoeraba vem ganhando importancia e se tornando urn problema nos sistemas agrfcolas, principalmente em algumas regi6es do Estado do Parana (Castro, Prudentopolis, Guarapuava e Para Branco). Entre as quarto especies de Trapoerabas citadas neste guia, esta pode set conside- rada como de grande dificuldade no controle se comparada com as demais especies. Os experimentos indicaram que os tratamentos de glyphosate, inde- pendente da forma de aplicas;ao das dosagens, isoladas ou em associas;ao com, 2,4 D (670 g e.a ha-1), com metsulfuron (2,4 g i.a ha-1), com carfentrazone (24 g i.a ha1), com flumioxazin (20 g i.a ha-1),com iodosulfuron (5 g i.a ha-1) ou com mesotrione (96 g i.a ha-1),nao apresentaram ~ontroles aceitaveis sabre esta especie, assim como 0 tratamento com amonio-glufosinato. A mistura industrial dos herbicidas Diuron +Paraquat apresentou excelente controle com dosagens a partir de (450 g i.a ha-1). Dependendo da infestas;ao e levando em consideras;ao que esta especie se apresenta com porte robusro e ereto, a melhor estrategia de controle na dessecas;ao de pos- colheita e a realizas;ao de duas aplicas;6es sequenciais de Diuron +Paraquat nas dosagens de (450 g/450 g i.a ha-1),com intervalo media de 20 dias entre as aplicas;6es. (Tabela 4). ., 37 ...- GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFlCA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS TABELA 4. Eficacia de diferentes tratamentos aplicados na desseca<;ao de pos-colheita de milho no controle de Commelina villost;t. 1. Dosagens em gramas do ingrediente ativo ou equivalente acido pOt hectare do glyphosate e 2,4 D. 2. Dias arcs a aplica<;aodes tratamentos. Para os tratamentos com Diuron+Paraquat foi adicionado 0,2% v.v.-! de espalhante nao-i6nico. Para as misturas de glyphosate foi adicionado 0,5% v.v.-!de oleo mineral. Medias seguidas da mesma letra na coluna naG diferem significativamente pelo teste LSD a 5% de probabilidade. 38 ----- GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFlCA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Figura 21. Visual de centrale de Commelinavi!!osaarcs 45 dias de aplica<;aodes herbicidas. (A) testemunha, (B) glyphosate (2160 g e.a ha-!), (C) glyphosate (900 g e.a ha-l) + 2,4D (670 g e.a ha-!) e (D) Diuroo+Paraquat (450 g i.a ha-!). 2.3 CONTROLE DE Commelina diffusa (COMDI) Esta Dutra especie de Trapoeraba tambem ocorre em lavouras comer- ciais de soja, de milho e de feijao, principalmente na regiao Norte do Estado do Parana (Cornelio Procopio, Arapoti e regiao de Londrina). Efrequente- mente encontrada em lavouras de cafe, convivendo ao lado de popula<;oes de COMBE. Na regiao de Campos Gerais tambem e encontrada e a sua disse- mina<;ao esta aumentando em algumas lavouras, porem, ate 0 momenta, e encontrada com menDs frequencia que Commelina benghalensis e Commelina villosa. Tambem e uma especie que apresenta diferen<;as no grau de tolerancia a alguns herbicidas. .......-- 39 Dosagens1 % Controle Tratamentos 15 DAA2 45 DAA Testemunha 0 d 0 h Glyphosate 1440 3 d 10 g Glyphosate 2160 0 d 0 h Glyphosate / Glyphosate 540 / 540 0 d 0 h Glyphosate / 360 / 300 0 d 87 e Diuron+Paraquat Diuron+Paraquat 600 94 a 93 be Diuron+Paraquat / 450 / 450 87 a 99 ab Diuron +Paraquat Diuron+Paraquat + 2,4 D 600 + 670 92 a 92 be Diuron+Paraquat + 2,4 D / 450 + 670 / 300 83 100 Diuron+Paraquat a a Glyphosate + Metsulfuron 540 + 2,4 0 d 0 h Glyphosate + Iodosulfuron 540 + 5 0 d 0 h Glyphosate + Carfenrrazone 540 + 16 43 b 40 de Glyphosate + Carfenrrazone 540 + 24 43 b 43 d Glyphosate + 2,4 D 540 + 670 3 d 0 h Glyphosate + Mesotrione 540 + 96 0 d 0 h Glyphosate + Flumioxazin 540 + 20 43 b 33 e AmonioGlufosinato 500 30 e 23 f C.v. 24,27 11,93 ~ GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAC;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS Aplicar;6es de glyphosate em dosagens superiores a (1080 g e.a ha1) apresentam controles considerados regulates, porem, quando em mistura com 2,4 D (670 g e.a ha-1), 0 controle sabre esta especie melhorou substan- cialmente, chegando a 99% de controle. Eimportante frisar que este percen- tual so foi atingido aos 45 dias apos a aplicar;ao do tratamento. Associar;6es de glyphosate (540 g e.a ha-I) com carfentrazone (16 g i.a ha-1), com metsulfuron (2,4 g i.a hal), ou ainda com flumioxazin (20 g i.a ha-1),nao alcanr;aram a mesma performance quando comparadas a associar;ao de glyphosate com 2,4 D. 0 tratamento com Diuron+Paraquat na dosagem de (600 g i.a ha-I) apresentou controle considerado excelente e semelhante ao tratamento de glyphosate com 2,4 D, inclusive com mais rapidez, pais, aos 15 DAA, 0 controle ja~ra eficiente e satisfatorio (Tabela 5). Conclufram (Ronchi et al. 2002) que aplicar;6es sequenciais de Diuron+Paraquat, com intervalos de 21 dias, tambem controlaram de for- ma eficiente esta especie de Trapoeraba. Conseguiram (Santos et al. 2002) controles superiores a 94% quando utilizaram (1005 g e.a ha-l) de 2,4 D ou quando associaram 0 glyphosate na dosagem de (720 g e.a.ha1) com as mes- mas (1005 g e.a ha-1)de 2,4 D. 40 GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAC;:AO E CONTROLE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS ELA 5. Eficacia de diferentes tratamentos aplicados na dessecar;aode pos-colheitade milho no controlede Commelinadiffusa,em 2001. hosate hosate + ntrazone hosate + ulfuron hosate + hosate + 2,4 D on + Paraquat munha gens em gramas do ingrediente ativo ou equivalente acido por hectare do glyphosate e 2,4 D. apes a aplica~ao dos tratamentos. Para os tratamentos com Diuron+Paraquat foi adicionado 0,2% v.v.-l lhante nao-i6nico. Para as misruras de glyphosate foi adicionado 0,5% v.v.-l de oleo mineral. seguidas da mesma letra na coluna nao diferem significativamente pelo teste LSD a 5% de lidade. 41 TAB Glypl- Glypl- Carrel Glypt Metsu Glypn Flumi Glypn Diuro Tester c.v. 1. Dos, 2. Dias de espa Medias probab I Dosagensl : % Controie Tratamentos 15 DAA2 30 DAA 45 DAA 720 12 f 67 b 76 be 720+16 42 e 52 e 55 d 720+2,4 22 d 55 e 65 e .1 I 720+20 30 d 56 e 57 dlOxazm 720+670 50 b 67 b 99 a 600 99 a 99 a 100 a 0 g 0 d 0 e 12,66 6,86 7,49 ,.... GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS Ressalta-se que, muitas vezes, 0 controle da Trapoeraba no campo parece set ineficiente porque duas especies ou mais podem estar convivendo na mesma area. Isso e comum com COMDI e COMBE. A Figura 22 mostra 0 controle eficiente numa area na qual COMDI ocorria sozinha. Figura 22. Commie visual de Comme!ina diffusa apos 45 dias da apjjca~ao dos herbicidas. (A) testemunha, (B) glyphosate (1440 g e.a ha-l), (C) glyphosate (900 g e.a ha-l) + 2,4D (l005 g e.a ha-l) e (D) Diuron+Paraquat (450gi.aha-l). 42 Ai [i GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICA<;:AOE CONTROLE DE ESPECIESDETRAPOERABAS ~. 2.4 CONTROLE DE Commelina erecta(COMER) Assim como foi observado em Commelina villosa, experimentos em casa-de-vegetac;ao indicaram que esta Trapoeraba tambem apresenta elevado nfvel de tolerancia a herbicidas, tornando seu controle dificultado (Rocha, 2001). Na Argentina, e uma das principais especies de Trapoerabas que ocorrem em lavouras de soja e apresentam alta tolerancia ao glyphosate (Rodriguez, 2004). Porem, em 2005, foi encontrada em uma lavoura de soja no muni- cipio de Firat do SuI (PR) alta infestac;ao de COMER. Urn experimento de campo foi instalado na area para avaliar 0 controle desta especie. As plantas encontravam-se no infcio de seu estado reprodutivo, com emissao das primei- ras flares no momenta da aplicac;ao dos herbicidas. Aplicac;oes isoladas ou sequenciais de glyphosate, independente da dosagem, atingiram nfveis de controle inferiores a 50%. Associac;oes de glyphosate com metsulfuron, ou chlorimuron, ou imazethapyr, au 2,4 D, nao controlaram de forma eficiente esta especie. Somente a aplicac;aode glypho- sate associada a carfentrazone atingiu nfveis de controle superiores as associa- c;oescitadas anteriormente. Dosagens a partir de (300 g i.a ha-1)de Diuron+Paraquat em apli- cac;oes sequenciais ou unicas apresentaram controles considerados excelentes, acima de 98% (Tabela 6). 43 pro GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFICAC;:AO E CONTROlE DE ESPECIES DE TRAPOERABAS TABELA 6. Eficacia de diferentes tratamentos aplicados na desseca<;ao de p6s-colheita de soja no contmle de Commelina erecta. 1. Dosagens em gramas do ingredienre ativo ou equivalence acido For hectare do glyphosate e 2,4 D. 2. Dias ap6s a aplica~ao des tratamenros. Para os tratamenros com Diuron+Paraquat foi adicionado 0,2% v.v._l de espalhanre nao-ionico. Para as misturas de glyphosate foi adicionado 0,5% v.v.) de 6leo mineral. Medias seguidas da mesma letra na coluna nao diferem significativamenre pdo teste LSD a 5% de probabilidade. 44 r J GUIA llUSTRADO DEIDENTIFICAC;:AOE CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS No campo, 0 controle de COMER foi eficiente e satisfat6rio com a aplica<;ao de Diuron+Paraquat (450 g i.a ha-1)(Figura 23). Figura 23. Visual de conrrole de Commelina ereetaap6s 30 dias da aplica~ao des herbicidas. (A) testemunha, (B) glyphosate (2160 g e.a ha-l), (C) glyphosate (900 g e.a ha-l) + 2,4D (l005 g e.a ha-l) e (D) Diuron+Paraquat (450gi.aha-l). 45 Dosagensl % Comroie Tratamentos 15 DAA2 21 DAA 30 DAA Glyphosate 1440 7 ef 3 fg 27 de Glyphosate 2160 7 ef 7 fg 20 def Glyphosate / Glyphosate 720 / 720 5 ef 17 erg 30 cde Glyphosate / Glyphosate 1080 / 1080 10 ef 13 erg 43 cd Glyphosate + 2,4 D 1080 + 670 40 cd 30 de 40 cd Glyphosate + 2,4 D 720 + 1005 43 cd 30 de 53 bc Glyphosate + 2,4 D / 720+670/ 47 cd 99 98 Diuron +Paraquat 300 a a Glyphosate + Metsulfuron 720 + 2,4 56 bc 51 c 54 bc Glyphosate + Metsulfuron 720 + 3,6 27 de 20 def 40 cd Glyphosate + Chlorimuron 720+10 8 ef 0 g 10 ef Glyphosate + Flumioxazin 720 + 20 47 cd 37 cd 43 cd Glyphosate + Carfentrazone 720 + 20 73 ab 75 b 77 ab Glyphosate + Carfentrazone 720 + 28 94 a 93 ab 86 a Glyphosate + Imazethapyr 720 + 80 10 ef 3 fg 20 def Diuron + Paraquat + 2,4 D 450 + 670 96 a 92 ab 88 a Diuron + Paraquat 600 64 bc 92 ab 90 a Diuron + Paraquat / Diuron + 450 / 450 97 a 100 a 97 a Paraquat Diuron + Paraquat / Diuron + 300 / 300 94 100 a 95 Paraquat a a Glyphosate / Diuron + 720 / 300 13 ef 98 a 97 a Paraquat Testemunha 0 f 0 g 0 f c.v. 38,44 25,25 27,40 ~ 0\ VJ ~.--rt>VJ n ~ 80- rt>, 8 'U 0 0..rt> ~ 0VJ 'U..., &>f5 ~ ~n ..., 0 rt> ..., ::3 rt> nVJ rt> . 8 rt> ::3n rt> , .. GUIA ILUSTRADO DE IDENTIFlCA<;:AO E CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS TABELA 7. Quadro para 0 controle das diferentes Trapoerabas que ocorrem no Parana, Brasil, a partir de experimentos no campo, na dessecas;ao pos-colheita das safras de verao. QUADRO DE EFICIENCIA DE HERBICIDAS PARA 0 MANEJO POS-COLHEITA DAS CULTURAS DE VERAO DOSAGENSl 1440 720 / 720 900 e 670 900 e 20 900 e 20 900 e 2,4 600 450 / 450 HERBICIDAS Glyphosate Glyphosate* Glyphosate e 2,4D Glyphosate e carfentrazone Glyphosate e Flumioxazin Glyphosate e metsulfuron Diuron + Paraquat Diuron* + Paraquat Paraquat + Diuron e 2,4D Glufosinato de Amonio 600 e 670 400 1. Dosagens em gram as par hectare do ingrediente ativo e do equivalente aeido. *As apIica<;:6es seqiienciais com intervalo de 15 a 20 dias. Quanto maior 0 numero de quadros pintados, melhores silo as op<;:6esde controle. COMBE (Commelina benghalensis) COMVI (Commelina villosa) COMDI (Commelina diffusa) COMER (Commelina erecta) ~ fundagao abc 8 ..., 0..rt>rt> 0..::3 ...,0.. <rlJ rt>I ::3..., 0 n rt> :>::3 VJ 8 0 rt> 0..VJrt> VJ rt>-- n 'U VJ ::; rt>, VJ 0 VJ n rt> ..., n rD' n0 .g VJ VJ <rlJ 0.. 0.. I <rlJ 0 I rt> rt> 0 'U 'U 'U 0,..., VJ0 >f5 I ..., 0.. n 0 0 0 <rlJ rt> s=I ..., rt>n vO :;.0 0- ::3 'UnVJ..., 0 rt>,0 tn. :>re- o.. 0 s..: 'U rt> ...,rt> & rt> 5'n ::3 nrt> n >-5'0.. ::3 S ::; n rt> 8 . <rlJ >f5 0 I rt>0 0..0 0.. s..:rt>..., ..., 0> VJ0- ::3 rt> 0..f" 0 VJ rt> 8 'U n 0 rt>, 0n ::3 'U rD' n 0 VJ ..., 0.. 'U £.rt> rt>..., rt>, ..., 'U ..., 8 ..., rt> :;.n . 0I , VJ UJ n 0 Z CFJ C) c: >" ;::' c: V>....'">'" 0 01 '"'" tTj 6"'" CFJ z :;1 {") >, 0 '" ()CFJ 0z....'" 0.....'" '"m m ".,. ()mV> '"'" -i'" > 0'"'" >to i .. GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICACAO E CONTROlE DE ESPECIESDE TRAPOERABAS 4. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS CHURKA, s.; MATOSO, D.A.; ROCHA, D.C Especies de Commelina1. depositadas no herbaria HUPG, Fanta Grossa-PR. Publicatio (no prelo). CHURKA, S.; ROCHA, nc Levantamento e identificac;aodas trapoerabas da Fazenda Nova Holanda, Fanta Grossa-PR. Encontro de Pesquisa da UEPG. III. Fanta Grossa, Resumos... 2003. CD. FEDERA<;AO BRASILEIRA DE PLANTIO DIRETO NA PALHA, disponfvel desde 14/03/05, http://www.febrapdp.org.br. LORENZI, H. Plantas daninhas. N. Odessa - SF: Instituto Plantareem, 2000. ROCHA, D.C Caracterizac;aomorfo-anatomica e genetica de quatro especies invasoras de Commelina1. (tese de doutorado). Instituto de Biociencias de BotUcatu - Universidade Estadual Paulista Unesp, 109 p., 2001. ROCHA, D.C; RODELLA, R.A.; MACIEL, CD.G.; MARTINS, D.; BORGES, A. Efeito da aplicac;aode herbicidas em pos-emergencia sabre Commelinadiffusa e Commelinaerecta.In Congresso Brasileiro da Ciencia das Plantas Daninhas, 22, SBCPD, Londrina, Resumos... p. 444, 2000a. ROCHA, D.C; RODELLA, R.A.; MARTINS, n; MACIEL, CnG.; BORGES, A. Efeito da aplicac;aode herbicidas em pos-emergencia sabre Commelinabenghalensise Commelinavillosa.In Congresso Brasileiro da Ciencia das PlantasDaninhas,22, SBCPD,Londrina,Resumos...p. 443, 2000b. 48 GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICACAO E CONTROlE DE ESPECIESDETRAPOERABAS ROCHA, D.C; RODELLA, R.A.; MARTINS, n Ocorrencia de Commelina villosacomo planta daninha em areas agrfcolas do Estado do Parana, Brasil. Plant a Daninha, v. 18, n. 1, p. 161-167,2000C RODRIGUEZ, N.E. Malelas Nuevas? Malelas com grados de tolerancia a glifosato. Boletim, n. 1, p. 1-12, INTA, 2004. RONCHI, CP.; SILVA, A.A.; MIRANDA, G'v.; FERREIRA, LR.; TERRA,A.A.MistUras de herbicidas para 0 controle de plantas daninhas do genera Commelina.Planta Daninha, v. 20, n. 2, p. 311-318,2002. SANTOS, I.C; FERREIRA, F.A.; SILVA, A.A.; MIRANDA, G.C; SANTOS, 1.D.T. Eficiencia do 2,4-D aplicado isoladamente e em mistura com glyphosate no controle de trapoeraba. Planta Daninha, v. 20, n. 2, p. 299-309, 2002. WERLANG, CR.; FERREIRA, 1.R.; SILVA, A.A. Efeito da aplicac;ao sequencial de glyphosate no controle de Commelinabenghalensise Commelina diffusa na cultUra do cafeeiro. Revista Brasileira de Herbicidas, v. 3, n. 1, p. 33-38, 2002. 49 - ""- 4 GUIA IlUSTRADO DE IDENTIFICA<;AO E CONTROlE DE ESPECIESDE TRAPOERABAS 5. AUTORES Luis HENRIQUE PENCKOWSKI Engenheiro Agronomo graduado pela Universidade Estadual de Fanta Grossa, 1999. Coordenador de Pesquisa do setor de Herbologia da Fundac;ao ABc. DAL VA CASSIE ROCHA. Bacharel e Licenciada em Ciencias Biol6gicas pela Universidade de Guarulhos, 1986. Mestre em Ciencias Biol6gicas-Botanica pela Universidade de Silo Paulo, 1995. Doutora em Ciencias Biol6gicas-Bodnica pela Universidade Estadual Paulista, 2001. 50