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62 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) petróleo. Paralelamente era desenvolvido o lampião a querosene, que produzia uma chama muito mais brilhante e com menos fumaça do que os que utilizavam petróleo bruto ou mesmo óleo de baleia. TEIXEIRA, Wilson; TOLEDO, M. Cristina Motta de; FAIRCHILD, Thomas Rich; TAIOLI, Fábio. Decifrando a Terra. Companhia Editora Nacional. São Paulo: 2008. O petróleo é um hidrocarboneto que se apresenta sob a forma fluida, formado por restos vegetais e animais em ambiente marinho. Os restos dos animais e vegetais microscópicos (plâncton) que vivem na superfície são depositados junto com a lama e areia no fundo do mar. Para que tenha início o processo de formação do petróleo, é necessário que haja pouca circulação e oxigenação no fundo das águas, de forma a impedir a ação destruidora das bactérias aeróbias. Mares interiores, baías fechadas e golfos são os ambientes mais propícios à formação do petróleo. Normalmente apresenta densidade menor que a da água, e sua cor varia desde o incolor até o preto. A mais importante rocha-fonte de óleo é formada por sedimentos finos, ricos em matéria-orgânica, soterrados a uma profundidade mínima de 500 m onde a rocha se comprime, diminuindo sua porosidade e, com a alta temperatura, induz os hidrocarbonetos a migrarem para cima, para um ambiente de menor pressão e maior porosidade. Esse movimento é chamado de migração primária. Para que se forme, é necessário haver pouca circulação e oxigenação no fundo das águas, de modo a impedir a proliferação das bactérias aeróbicas. Apesar de sua origem marinha, o petróleo também, é encontrado no interior dos continentes, tal como ocorre na Rússia. Isso acontece porque o óleo migra através de fissuras a interstícios das rochas permeáveis, até encontrar uma barreira relativamente impermeável. PRINCIPAIS RESERVAS DE PETRÓLEO DO MUNDO As principais reservas mundiais de petróleo estão concentradas em algumas poucas regiões: o Oriente Médio (cerca de 65%), Golfo do México, sul dos Estados Unidos, lago de Maracaibo (Venezuela), Sibéria (Rússia) e Golfo de Bohai (China). A Arábia Saudita, maior produtora, responde por 12,9% do total mundial. Os Estados Unidos figuram como principal importador, apesar de produzirem cerca de 8% do total mundial. RESERVAS MUNDIAS DE PETRÓLEO (BILHÕES DE BARRIS DE PETRÓLEO) Fonte: Petrobras. PRINCIPAIS DERIVADORS DO PETRÓLEO (MÉDIA) Em algumas regiões, como no Oriente Médio, a maior parte do petróleo encontra-se perto da superfície. Mas a maior parte das reservas mundiais está alojada do fundo dos oceanos. Desde a década de 1950, a tecnologia de extração de petróleo no subsolo oceânico (offshore) vem evoluindo continuamente. Hoje, as plataformas marinhas representam pouco mais de 25% da produção no mundo e 68% a produção do Brasil. Arábia Saudita e Rússia figuram entre os maiores produtores mundiais de petróleo, seguidas pelos Estados Unidos, Irã e China. BRASIL DOMINA TECNOLOGIA DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO EM ÁGUAS PROFUNDAS A Petrobras é referência internacional na exploração de petróleo em águas profundas, para a qual desenvolveu tecnologia própria, pioneira no mundo, sendo a líder mundial deste setor. Tornou-se uma referência tecnológica para o mundo do petróleo e confirmando a liderança da Petrobras em águas profundas. A Petrobras bateu sucessivos recordes de profundidade por lâmina de água em extração de petróleo: Aula 27 – Fontes de Energia I 63 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência PROFUNDIDADE ANO 492 METROS 1988 781 METROS 1992 1709 METROS 1997 1877 METROS 2000 1886 METROS 2003 Em 2007 a Petrobras mantém o recorde mundial de profundidade em perfuração no mar, com um poço em lâmina d'água de 2.777 metros. A Petrobras exporta tecnologia de exploração em águas profundas para vários países - a maioria dos métodos de colocação de tubos a grandes profundidades, como a instalação de risers flexíveis sem mergulhadores e os métodos de colocação vertical de sistemas de conexão em forma de "J" previamente amarrados à ANM, na realidade, foram desenvolvidos em estreita colaboração com a Petrobras, e foram patenteados pela empresa francesa Coflexip. GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO A importância estratégica alcançada pelo petróleo ao longo do século XX provocou inúmeras crises de proporções mundiais. Eclodiram muitos litígios envolvendo empresas e países, nos quais sempre estiveram em jogo a posse, o refino e a comercialização do petróleo. A exploração de petróleo no Golfo Pérsico começou em 1908, quando foram descobertos importantes lençóis desse hidrocarboneto no Irã. Nessa época, foram negociadas concessões a grandes companhias estrangerias, sobretudo por chefes tribais árabes. Até 1960, sete grandes empresas petrolíferas (cinco norte- americanas, Standart Oil of New Jersey, hoje conhecido como Exxon; Standart Oil of Califórnia, hoje Chevron; Gulf que hoje é parte da Chevron; Mobil, que é parte da Exxon e Texaco, também incorporada pela Chevron; uma anglo-holandesa, Royal Dutch/Shell; e uma britânica, British Petrolium, hoje Beyong Petrolium) controlavam grande parte da exploração e comercialização do petróleo, determinando aumento ou redução de preços de acordo com suas conveniências. Eram chamadas de “sete irmãs”, em virtude dos acordos que faziam para a divisão do mercado mundial e das estratégias conjuntas que adotavam. No início do século XX, o petróleo já era considerado riqueza fundamental, base do sistema de transporte automotivo e geradora de inúmeras atividades indiretas. Os principais países exportadores, que pouco se beneficiavam com a exploração do produto, resolveram mudar esse quadro e, em 1960, por meio do Acordo de Bagdá, criaram a O.P.E.P (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), formada atualmente por 12 países: Arábia Saudita, Irã, Venezuela, Emirados Árabes, Nigéria, Iraque, Indonésia, Líbia, Kuwait, Argélia, Qatar, Gabão e o Equador, que na década de 90 deixou a organização mas, retornou em 2007. A O.P.E.P é na realidade um cartel de países exportadores de petróleo. Essa organização determina cotas de produção para cada país e elimina a concorrência estabelecendo um preço comum. A Guerra de Yom Kippur, em outubro de 1973, entre árabes e israelenses, na qual os EUA e as potências capitalistas apoiaram Israel, foi um bom pretexto para esse aumento desse preço. A O.P.E.P, usando o petróleo como uma arma política, reduziu o fornecimento e aumentou o preço de 2,9 para 11,65 dólares o barril, um aumento de 301% em menos de três meses. Esse episódio ficou conhecido como o primeiro choque do petróleo. Em 1979 quando iniciou-se a revolução islâmica no Irã, e em 1980, quando eclodiu a guerra entre Irã e Iraque, ocorreu um novo choque do petróleo, onde o barril sai de 13 para 34 dólares, ou seja, um incremento de 161% em relação ao preço de 1973. A Guerra do Golfo (1990) fez com que o preço ultrapassasse os 40 dólares, porém com o fim do conflito o preço voltou a estabilizar-se e fechou o momento em 20 dólares. Em 2000, quando George W. Bush e sua corja chegaram ao poder nos Estados Unidos, boa parte deles ligados a indústria petrolífera, os interesses do governo norte-americanos em relação ao petróleo se intensificaram, como foi possível observar no caso da ocupação do Iraque no ano de 2003. O desenvolvimento das economias emergentes, particularmente China e índia, pressionou a demanda mundial e colocou o preço do petróleo no patamar de US$147 o barril em 2008. A crise econômica, iniciada em 2007/2008, acarretou uma queda no preço do produto. No início de 2010, o preço do barril era de aproximadamente US$ 80 e fechou o ano de 2012 em uma cotação de US$ 110. A OPEP E A PRODUÇÃO MUNDIAL DE PETRÓLEO (2008) Fonte: ANP, Gás Naturale Biocombustíveis. Anuário estatístico 2009. * Segundo a OPEP, a Indonésia deixou de fazer parte da organização em janeiro 2009. PETRÓLEO NO BRASIL (UM LOBATO INCOMODA MUITA GENTE) Dono de um ufanismo febril em tudo aquilo em que se envolvia, o escritor Monteiro Lobato era um dínamo a procurar continuamente novas causas, novas frentes de batalha além da literatura – que, paradoxalmente, era a fonte financiadora das investidas no mundo dos negócios, e não o contrário. E o 64 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) sonho de encontrar petróleo ocuparia uma década de esforços, tempo e recursos financeiros do escritor. (...) Em 1932 criaria a Cia. de Petróleo do Brasil e, nos anos seguintes, duas outras empresas. Em 1936 seu livro O Escândalo do Petróleo provocaria intensa polêmica em torno das teses ali defendidas – de que havia um conluio entre autoridades governamentais e empresas multinacionais de petróleo no sentido de impedir a exploração do subsolo brasileiro pelo capital nacional. Mas a escolha do governo Vargas se daria pela estatização da exploração de petróleo, em vez do formato de livre-iniciativa defendido pelo escritor. Cartacapital na escola, maio/junho de 2006. Em 2007, o petróleo representava a maior oferta interna de energia no Brasil (37,4%). Entre as atividades econômicas que mais consomem petróleo estão os transportes (67%), a indústria (17%) e a produção de energia (7%). O ano marcou a descoberta da Camada Pré-Sal. A camada pré-sal é uma faixa que se estende ao longo de 800 quilômetros entre os Estados do Espírito Santo e Santa Catarina, abaixo do leito do mar, e engloba três bacias sedimentares (Espírito Santo, Campos e Santos). O recurso natural encontrado nesta área está a profundidades que superam os 7 mil metros, abaixo de uma extensa camada de sal que, segundo geólogos, conservam a qualidade desse recurso. Vários campos já foram descobertos no pré-sal, entre eles o de Tupi, o principal. Há também os nomeados: Guará, Bem-Te-Vi, Carioca, Júpiter e Iara, entre outros. ENTENDA O PRÉ-SAL Fonte: CALDINI, Vera ÍSOLA, Leda. Atlas Geográfico Saraiva. 2009. Nas décadas de 1950 a 1970, com a intensa industrialização e urbanização, o consumo do petróleo manteve-se superior à produção interna. No primeiro choque do petróleo, em 1973, o Brasil ainda importava quase 80% do que consumia desse produto. Após o segundo choque do petróleo, em 1979, procurou-se o aumento da produção interna e a exploração de fontrds alternativas. Na década de 1970, foram feitos novos investimentos e esforços para descobrir petróleo concentrado na plataforma continental, terreno submerso que começa na linha da costa litorânea e apresenta um declive suave até uma profunidade de cerca de 200 metros. Essas pesquisas levaram à descoberta de importantes jazidas petrolíferas no litoral, ao longo da costa de diversos estados. A Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro, tornou- se a ais importante região produtora. A partir de meados da década de 1980, diversos campos foram descobertos na Bacia de Campos (Albacarota, Marlim, Barracuda-Caratinga), culminando com a descoberta do campo gigante de Roncador, em 1996. PRODUÇÃO DE ÓLEO E GÁS (1000 bpd) O refino vem acompanhando de perto as transformações que a Petrobras vivencia nos últimos anos, adequando-se ao novo modelo de mercado do setor no Brasil. O desafio de processar a crescente produção de óleo pesado brasileiro, permitindo investimentos e grandes avanços tecnológicos. A Petrobras tem batido sucessivos recordes em suas refinarias, desenvolvendo tecnologia própria e possibilitando que o petróleo nacional, de característica mais pesada, possa render uma percentagem maior de produtos nobres e aumentar a rentabilidade do negócio. Aula 27 – Fontes de Energia I 65 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência PRODUÇÃO E RESERVA NACIONAL DE PETRÓLEO 2008 (Milhões de barris) Em 2008, o petróleo representava a maior oferta interna de energia no Brasil (36,6%). Entre as atividades econômicas que mais consomem petróleo, estão os transportes (51,1%), a indústria (13%) e a agropecuária (6%). A partir da década de 1940, houve um aumento no uso desse recurso, o que está bastante associado à política de expansão rodoviária implementada pelo Estado brasileiro nessa época. Em 1950, o transporte, rodoviário já transportava 65,6% das pessoas e 53,1% das mercadorias do país. O desenvolvimento da indústria automobilística, implantada na década de 1950, levou a um constante aumento no consumo de derivados de petróleo, atendendo aos interesses das grandes companhias mundiais de petróleo. Em 1953, foi instituído o monopólio estatal do petróleo, e em 1954, foi criada a Petrobras, empresa que, além de executar as atividades do setor petrolífero (exploração, produção e distribuição), dedica-se à pesquisa e ao desenvolvimento de tecnologias para o petróleo e derivados. 66 VestCursos – Especialista em Preparação para Vestibulares de Alta Concorrência CURSO ANUAL DE GEOGRAFIA – (Prof. Fernandes Epitacio) A atuação do downstream (abastecimento) é fundamental para consolidar os objetivos estratégicos da Petrobras, que caminha para se transformar numa corporação de alto desempenho na área de energia. A intenção é firmar sua liderança no mercado brasileiro, além de expandir suas atividades no exterior, sobretudo na América Latina, onde atua em refinarias na Bolívia e na Argentina. A Petrobras possui 16 refina rias e uma fábrica de lubrificantes, assim localizadas: • Refinaria Landulto Alves (Rlam) – Mataripe, Bahia. • Refinaria Presidente Bernar des (RPBC) – Cubatão, São Paulo. • Refinaria Duque de Caxias (Reduc) – Campos Elíseos, Rio de Janeiro. • Refinaria Gabriel Passos (Regap) – Betim, Minas Gerais. • Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) – Canoas, Rio Grande do Sul. • Refinaria de Paulínia (Replan) – Paulínia, São Paulo. • Refinaria de Manaus (Reman) – Manaus, Amazonas. • Refinaria de Capuava (Recap) – Mauá, São Paulo. • Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) – Araucária, Paraná. • Refinaria Henrique Lage (Revap) – São José dos Campos, São Paulo. • Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor) – Fortaleza, Ceará. UNIDADES DE PROCESSAMENTO DA PETROBRAS Além das refinarias localizadas no Brasil, a Petrobras também opera duas refinarias na Bolívia, desde 1999 (Refinarias Guilhermo Elder Bell e Gualberto Villarroel) e na Argentina. As unidades industriais da Petro bras completam-se com duas fábricas de fertilizantes nitrogenados (Fafen), localizadas em Laranjeiras, Sergipe, e em Camaçari, Bahia. Operam ainda no Brasil as refinarias Ipiranga, no Rio Grande do Sul e Manguinhos, no Rio de Janeiro, ambas pertencentes a grupos privados. BRASIL – IMPORTAÇÃO DE PETRÓLEO No Brasil, o óleo bruto é transportado internamente por oleodutos (30 318 km) ou externamente por navios da Fronape, que conta 120 petroleiros, dos quais 46 de propriedade da Petrobras (Transpetro). O petróleo é levado a terminais e daí transportado até refinarias ou depósitos. GÁS NATURAL Por se formar do mesmo modo e por se acumular no mesmo tipo de rocha, o gás natural, uma composição de hidrocarbonetos em estado gasoso, é frequentemente encontrado junto ao petróleo. O gás natural, em relação ao petróleo, oferece algumas vantagens: é menos poluente, as reservas conhecidas podem durar cerca de 60 anos e estão distribuídas em diversos continentes. Entretanto, os custos de exploração e de transporte (construção de gasodutos) são maiores do que os despendidos com o petróleo. O custo de geração de energia elétrica, a partir do gás natural, é bem menor em relação às outras fontes (carvão, urânio — energia atômica; água dos rios — energia hidrelétrica), recomendando-se bastantesua utilização. Somente nos EUA, há 550 mil quilômetros de gasodutos, o que pode ser um indicativo do largo uso desse recurso naquele país. Por ser menos denso, o gás ocupa em geral, a parte superior dos depósitos petrolíferos. A Arábia Saudita, maior produtora, responde por 12,9% da produção mundial. Na Bacia do Mar Cáspio existem inúmeros campos de gás, a maior parte no deserto do Turcomenistão. PROJETOS DE DUTOS NA BACIA DO MAR CÁSPIO Fonte: MAGNOLI, Demétrio. Relações Internacionais: teoria e história. São Paulo: Saraiva, 2004.p.29.3 CARVÃO MINERAL O carvão mineral é utilizado há mais de 2000 anos, desde a época da ocupação romana da Inglaterra, quando era usado para aquecer as residências dos romanos. O carvão é formado pelos restos soterrados de plantas que sofreram um lento processo de solidificação em um ambiente anaeróbico. Levando em consideração o poder calorífico, diretamente relacionado à quantidade de carbono, o carvão apresenta-se sob quatro formas: • Antrácito: possui de 90 % a 96% de carbono, apresentando, portanto, maior poder calorífero. É o melhor e também o mais raro, pois corresponde a apenas 5% do consumo mundial.