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Artigos Congresso Direito Internacional

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Prévia do material em texto

1 
 
2 
 
Wagner Menezes (Coordenador) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO INTERNACIONAL 
Anais do 9º Congresso Brasileiro de Direito Internacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Brasília / DF 
2011
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
Agradeço aos PESQUISADORES que participaram da presente obra e contribuíram para o 
amadurecimento do Direito Internacional no país; 
 
à CAPES pelo indispensável apoio na publicação da presente obra; 
 
à ITAIPU pelo apoio incondicional em todos esses anos; 
 
à AGENCIA MITZ na pessoa de seu Diretor Ricardo Bernardo dos Santos, pela dedicação e 
comprometimento; 
 
à todos que trabalharam pela organização e realização do livro. 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
A presente obra é dedicada à trajetória acadêmica do professor Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros. 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
ANTONIO PAULO CACHAPUZ DE MEDEIROS – BIOGRAFIA 
 
 
O Professor Antonio Paulo Cachapuz de Medeiros nasceu em Uruguaiana, no Estado do Rio 
Grande do Sul e é Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio 
Grande do Sul (1975), Mestre em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1983) 
e Doutor em Direito, com louvor e distinção, pela Universidade de São Paulo (1995). 
Ingressou no magistério no ano de 1976 na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 
onde venceu todas as etapas da carreira do magistério superior. Hoje é Professor Titular daquela 
Universidade (em licença). Lecionou como Professor Titular no Instituto Rio Branco do Ministério das 
Relações Exteriores. 
É Professor Titular da Universidade Católica de Brasília, onde no ano de 2000 fundou e foi o 
primeiro Diretor do Programa de Mestrado em Direito Internacional Econômico da referida instituição. É 
Professor do Centro Universitário de Brasília (Uniceub), no qual formou parte do grupo de professores que 
organizaram e fundaram o Programa de Mestrado em Direito das Relações Internacionais. 
Exerce o cargo de Consultor Jurídico do Ministério das Relações Exteriores desde 1998, e a 
convite do Itamaraty já chefiou vinte e nove delegações diplomáticas brasileiras a conferências 
internacionais. Foi agraciado pelo Governo brasileiro com a Ordem do Rio Branco, no grau de Grande 
Oficial. 
No nível bilateral, chefiou as delegações diplomáticas brasileiras que negociaram o Tratado de 
Amizade, Cooperação e Consulta entre o Brasil e Portugal. Em virtude deste trabalho, recebeu do Governo 
da República Portuguesa a Grã-Cruz do Infante Dom Henrique. Teve ativa participação nas negociações do 
Acordo entre o Brasil e a Santa Sé sobre o Estatuto da Igreja Católica no Brasil. Após a ratificação do 
Acordo, recebeu da Santa Sé a Ordem de São Gregório Magno. Foi Membro do Conselho Seccional da 
OAB/RS e exerceu a presidência do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul entre 1986 e 1989. É 
membro da Corte Permanente de Arbitragem da Haia, membro do Conselho de Administração do 
UNIDROIT (Roma), Presidente do Tribunal Administrativo-Trabalhista da ALADI, Juiz do Tribunal 
Administrativo-Trabalhista do MERCOSUL e advogado. Tem experiência na área de Direito e de Relações 
Internacionais, com ênfase em Direito Internacional Público e Privado, atuando principalmente nos 
seguintes temas: tratados internacionais, direito internacional econômico, direito comparado, direito 
internacional penal, direito constitucional e política externa. 
 
6 
 
APRESENTAÇÃO 
____________________________________________________________________ 
 
 
Apresento a presente edição dos anais no congresso em modelo digital, uma nova ferramenta que 
utilizamos para publicar trabalhos classificados para o 9º Congresso Brasileiro de Direito Internacional‖ e a 
cada edição é como se obtivéssemos uma nova vitória diante de um grande desafio, pois quando iniciamos a 
organização do congresso e abrimos o edital para chamada de artigos não sabemos exatamente até quando 
conseguiremos sustentar sua publicação. Para nossa alegria é crescente a participação através do envio de 
artigos. 
Os Anais em formato digital são a face mais nítida do Congresso que historicamente se consolidou 
como o mais importante e denotado acontecimento do gênero no Brasil, apresentando nesses nove anos 
números expressivos, tendo tido a participação de mais de 8.000 expectadores, foram apresentadas mais de 
2.500 palestras, além de ter sido um foro para discussões acadêmicas, encontros de pesquisadores, 
lançamento de obras, estabelecimento de parcerias, formulação de propostas e novas teorias. 
Portanto, a edição do presente trabalho é uma aventura contada ao longo desses noves anos em que 
publicamos essa coletânea, nesse tempo, muitas transformações aconteceram: Surgimento de novos 
instrumentos de publicação, o crescimento exponencial de artigos de boa qualidade. Hoje chegar a 
conclusão de mais uma publicação é, sem dúvida, uma tarefa árdua e tenaz, que demanda muita dedicação e 
tolerância, e que por isso é motivo de júbilo. 
O que nos mantém dedicados a publicação desta coletânea é a essência fundamental da obra e o 
idealismo que lhe permeia, como uma edição não comercial, mas de fomento de pesquisa, de incentivo ao 
desenvolvimento de novas teses, ou o caminho para divulgação de idéias, e certamente tornou-se referência 
de pesquisa avançada no estudo do Direito Internacional no Brasil e instrumento indispensável, nas mais 
completas bibliotecas jurídicas do país. Certamente será sempre uma referencia histórica como retrato de 
um tempo, de uma realidade que representa a leitura contemporânea da percepção da academia sobre temas 
de Direito Internacional. 
A presente obra vocaliza o que de mais moderno está sendo discutidos nas universidades 
brasileiras sobre o Direito Internacional e reproduz as pesquisas realizadas sobre o tema nos cursos de 
graduação, pós-graduação e nas instituições de pesquisa. O corpo de autores é formado por já destacados e 
conhecidos doutrinadores e jovens promissores pesquisadores, professores, profissionais que trabalham com 
o tema, dentre os mais robustos artigos selecionados pelo comitê editorial. 
O Direito internacional contemporâneo passa por profundas transformações onde se intensificam 
as abordagens sobre as suas diversas ramificações temáticas, alargando seus campos de análise sistêmica, 
não possuindo fronteiras definidas entre suas linhas temáticas, entre o público e o privado, o nacional o 
transnacional, o internacional o global e o universal. Obviamente não enxergamos tal fenômeno como um 
processo de fragmentação do Direito Internacional, como resultado de um conjunto de acontecimentos que 
possibilitou o surgimento de ―regimes‖ ou de ―microssistemas‖, na realidade a unidade sistêmica do Direito 
Internacional continua imutável e não foi quebrada, o que ocorre é um processo dinâmico de ampliação do 
seu núcleo temático através de uma ―pluralização endógena‖ em que novos campos que compõem a agenda 
internacional passam a ser regulamentados e disciplinados sistemicamente no corpo do Direito 
7 
 
Internacional, regulado por seus princípios, fontes e por seus mecanismos de resolução de conflitos e de 
balizamento normativo. 
Nesse sentido, o presente volume é a representação das pesquisas e estudos de Direito 
Internacional no país e possui uma diversidade de perspectivas de novas e inovadoras abordagens, a 
temática central que norteia a presente obra é voltada para análise da efetividade e a institucionalização do 
Direito Internacional, com enfoque sobre o papel das instituições no desenvolvimento e na eficácia do 
Direito Internacional.. 
Neste volume poderão ser encontrados textos de vários pesquisadores vinculados a diversas 
instituições de ensino e pesquisa e que tratamcom diferentes enfoques os mais variados temas relacionados 
ao Direito Internacional contemporâneo, público, privado e do comércio. 
É a diversidade dos temas que representa o mérito da obra, aberta, democrática, reflexiva, 
permitindo ao leitor uma perspectiva ampla e rica de vários assuntos ligados ao Direito Internacional. Ao 
visitar os diversos artigos, vai-se permitir que o leitor tenha uma visão bastante completa e aprofundada de 
temas contemporâneos que inquietam os pesquisadores. 
Além dessas referências, cabe ressaltar outra importância fundamental da obra, esta edição dos 
―Estudos do Direito Internacional‖ foi organizada em homenagem ao professor ANTONIO PAULO 
CACHAPUZ DE MEDEIROS, professor universitário em cursos de pós-graduação, professor formador 
dos diplomatas brasileiros no Instituto Rio Branco, e consultor jurídico do Itamaraty, sendo o responsável 
pela boa manutenção e condução dos acordos internacionais celebrados pelo país nas ultimas gestões 
governamentais. 
Atributos como a firmeza de princípios e a seriedade acadêmica, inatos aos grandes professores, 
tornaram o professor CACHAPUZ um dos grandes nomes do Direito Internacional contemporâneo no 
Brasil, e hoje é a maior referência do direito dos Tratados, além de que, com seus pareceres e 
posicionamentos críticos e equilibrados, é o responsável pela consolidação do mais alto nível acadêmico em 
exercício na consultoria jurídica do Itamaraty, e também responsável por velar pela aplicação e observância 
pelo Estado brasileiro do Direito Internacional. 
Por isso, a Academia tem no professor ANTONIO PAULO CACHAPUZ DE MEDEIROS uma 
referência, e a certeza de estar bem representada e certa de que o Ministério das Relações Exteriores conta 
com um legítimo representante em seus quadros e se orgulha do seu trabalho. Este gesto de gratidão que ora 
se apresenta é por isso oportuno em razão da inestimável contribuição concreta e efetiva ao Direito 
Internacional no Brasil e a toda a academia, a quem com suas lições, pareceres e postura o professor 
CACHAPUZ sabiamente orienta. A homenagem ao professor denota o comprometimento do congresso 
com a honestidade acadêmica, com a intelectualidade verdadeira, com o comprometimento científico e com 
a firmeza de princípios e ideais. 
Enfim, a presente obra mantém vivo um já consagrado conjunto de volumes que são o que de mais 
moderno tem-se discutido nas Universidades e nos cursos de pós-graduação no Brasil em matéria de Direito 
Internacional, e que por tudo que representa é uma vitória da honestidade, da dedicação, do idealismo, da 
perseverança e comprometimento com a ciência e com o pensar. 
Esta nova publicação dos Anais em modo digital consagra o sempre vivo ideal do direito como 
instrumento de pacificação social e de construção de uma comunidade, pautada pelo respeito aos direitos, 
8 
 
agora, mais do que nunca com a nitidez da construção de uma comunidade Humana universalista, 
constituída por uma comunidade de povos, sob o império e a égide do direito. 
 
 
 
 
 
 
Professor Wagner Menezes 
Organizador 
Brasil, Primavera de 2011. 
 
 
9 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
ADEMAR POZZATTI JUNIOR - ARBITRAGEM E INTEGRAÇÃO REGIONAL. O 
PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DOS LAUDOS ARBITRAIS COMERCIAIS NO ÂMBITO DO 
MERCOSUL..........................................................................................................................18 
 
AGATHA BRANDÃO DE OLIVEIRA
 
E VALESCA RAIZER BORGES MOSCHEN - O 
FUNDAMENTO DA AUTONOMIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ARBITRAL E A 
“EXTENSÃO” DE SUA EFICÁCIA NOS GRUPOS SOCIETÁRIOS E CONTRATUAIS
.............................................................................................................................................277 
 
ALAN ENNSER - ARBITRAGEM INTERNACIONAL E O PODER 
JUDICIÁRIO...................................................................................................................................37 
 
ALEXANDRE GARRIDO DA SILVA, KAROLINE FERREIRA MARTINS, RUAN ESPÍNDOLA 
FERREIRA - A INFLUÊNCIA DOS TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS 
NO SURGIMENTO DAS TEORIAS DIALÓGICAS: UM ESTUDO SOBRE OS MODELOS 
CANADENSE E ISRAELENSE. ................................................................................................52 
 
ALEXANDRE PEREIRA DA SILVA - DIREITO INTERNACIONAL ECONÔMICO E O DIREITO 
DO MAR: O BRASIL E A EXPANSÃO DA PLATAFORMA CONTINENTAL BRASILEIRA...........62 
 
CAROLINA SOARES HISSA E ALEXSANDRO RAHBANI ARAGÃO FEIJÓ - POLÍTICAS 
PROTECIONISTAS E DE LIVRE COMÉRCIO ENTRE BRASIL E EUA: A QUESTÃO DO 
ALGODÃO............................................................................................................................72 
 
ANA CLÁUDIA COSTA COELHO BATISTA - INSTRUMENTOS DE COOPERAÇÃO JURÍDICA 
E JUDICIÁRIA INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL. ..........................................................82 
 
ANA KARINA TICIANELLI MÖLLER E TÂNIA LOBO MUNIZ - ESTADO E MEIO AMBIENTE: 
CONSIDERAÇÕES SOBRE +O DESENVOLVIMENTO E A SUSTENTABILIDADE NA PÓS-
MODERNIDADE....................................................................................................................95 
 
ANA LUIZA BECKER SALLES E PAULO POTIARA DE ALCÂNTARA VELOSO -
JURISDIÇÕES INTERNACIONAIS SOBRE INVESTIMENTOS: O ICSID.................................104 
 
ANA PAULA DA CUNHA - OS DIREITOS HUMANOS NO GOVERNO LULA: EM BUSCA DE 
SOFT POWER. ..................................................................................................................114 
 
ANDRÉIA ROSENIR DA SILVA - O ESTUDO DE GÊNERO NAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS E A ONU MULHERES NO BRASIL..........................................................123 
 
ANDREY JOSÉ TAFFNER FRAGA E DRA. PATRÍCIA LUIZA KEGEL - RECONHECIMENTO 
DA NACIONALIDADE ITALIANA AOS DESCENDENTES DE IMIGRANTES TRENTINOS NO 
BRASIL.........................................................................................................................................131 
 
ANDRÉ PIRES GONTIJO e KACCIA BEATRIZ ALVES MARQUEZ - A “ILUSÃO MUNDIAL”: OS 
ESTUDOS JURÍDICOS COMPARATIVOS PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO DO DIREITO
...............................................................................................................................................139 
 
ANDRÉ PIRES GONTIJO
 
e KALINDE VON LOHRMANN
 - 
A POSSIBILIDADE DE 
DERROGAÇÃO DE JUS COGENS E SEU VALOR NORMATIVO NO PLANO 
INTERNACIONAL....... ........................................................................................................148 
10 
 
 
ANDRÉIA COSTA VIEIRA - A INSTITUCIONALIZAÇÃO E JUDICIALIZAÇÃO DAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS: UM ESTUDO DA DEFESA DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NA 
OMC.............................. .....................................................................................................155 
 
ANTONIO JOSÉ IATAROLA E LUÍS RENATO VEDOVATO - NACIONALIDADE E 
CIRCULAÇÃO DE PESSOAS PELO MUNDO........ ...............................................................166 
 
BETHÂNIA ITAGIBA AGUIAR ARIFA - O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E A ORDEM 
JURÍDICA BRASILEIRA........... .............................................. ..............................................176 
 
BRUNA MOZINI GODOY
 
 E CHRISTIAN EDUARDO MENIN - BRASIL, RÚSSIA, ÍNDIA, CHINA 
E ÁFRICA DO SUL: BRICS E UMA NOVA PERSPECTIVA PARA AS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS............... .............................................. ...............................................186 
 
BRUNO ALMEIDA E EMÍLIA LANA DE FREITAS CASTRO - OS CONTRATOS 
INTERNACIONAIS DE INVESTIMENTO EM ENERGIA E AS CLÁUSULAS DE ESTABILIDADE
.....................................................................................................................................................195 
 
CAMILLA CAPUCIO - MULTILATERALISMO, REGIONALISMO E UNIDADE NO DIREITO 
INTERNACIONAL: REVISITANDO A CONTROVÉRSIA DOS PNEUS ENVOLVENDO O BRASIL 
NO MERCOSULE NA OMC............... .................................................................................204 
 
CARLA DANTAS - A EXECUÇÃO FORÇADA NO BRASIL DAS SENTENÇAS DA CORTE 
INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS DE CARÁTER PECUNIÁRIO.........................217 
 
CARLOS ALBERTO DI LORENZO - MERCOSUL E O DIREITO TRABALHISTA: A 
NECESSIDADE DE HARMONIZAÇÃO PARA A INTEGRAÇÃO..............................................233 
 
CARLOS EDUARDO DE OLIVEIRA MORAES E THIAGO CARVALHO BORGES - A 
COMPETÊNCIA DA ONU PARA REGULAR QUESTÕES COMERCIAIS.................................242 
 
CAROLINA KOSCHDOSKI DE SOUZA E PAULO EMILIO VAUTHIER BORGES DE MACEDO - 
A PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE E O DIREITO AO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
COMO CONFLITO DE DIREITOS HUMANOS NA AMÉRICA DO SUL: O CASO DAS 
PAPELERAS.......................................................................................................................250 
 
CAROLINA PEREIRA NEVES E HELOÍSA ASSIS PAIVA - AS INTERVENÇÕES DAS NAÇÕES 
UNIDAS: A DITADURA NA LÍBIA .........................................................................................263 
 
CATARINA DACOSTA FREITAS E PAULA WOJCIKIEWICZ ALMEIDA - AS LACUNAS DE 
PROTEÇÃO DOS IMIGRANTES NO ÂMBITO DA OEA: A CONTRIBUIÇÃO DA CIDH E DA 
CORTE IDH..........................................................................................................................274 
 
CHIARA ANTONIA SOFIA MAFRICA BIAZI - LIBERDADE RELIGIOSA E SECULARISMO EM 
CONFRONTO NA CORTE EUROPEIA DOS DIREITOS HUMANOS: O CASO SAHIN CONTRA 
TURQUIA............................................................................................................................286 
 
CYNTHIA SOARES CARNEIRO - A IMPORTÂNCIA DOS TRIBUNAIS COMUNITÁRIOS SUL-
AMERICANOS PARA O DESENVOLVIMENTO DO DIREITO DE INTEGRAÇÃO E DO DIREITO 
INTERNACIONAL PRIVADO.................................................................................................296 
 
DANIELE CASSIOLA BOZZA - O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E A EFETIVIDADE NA 
PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS: APONTAMENTOS SOBRE A QUESTÃO AFRICANA
...........................................................................................................................................307 
 
11 
 
DANIELE MARANHÃO COSTA - CONSTITUCIONALISMO GLOBAL DOS DIREITOS 
HUMANOS..........................................................................................................................322 
 
DEISE FAUTH ARIOTTI - A APLICABILIDADE DAS CONVENÇÕES DA ORGANIZAÇÃO 
INTERNACIONAL DO TRABALHO NO ORDENAMENTO JURÍDICO BRASILEIRO.................328 
 
DEO CAMPOS DUTRA - A CONVENÇÃO DA HAIA SOBRE COBRANÇA DE ALIMENTOS DE 
2007: ASPECTOS FUNDAMENTAIS NUMA PERSPECTIVA DA DOUTRINA BRASILEIRA E 
AMERICANA. DEO CAMPOS DUTRA...................................................................................334 
 
DIEGO CARLOS BATISTA SOUSA E SILVANO DENEGA SOUZA - CONSTRUINDO A 
INTEGRAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL: NOVAS PERSPECTIVAS COM A UNASUL................348 
 
ERIKA MAEOKA - O DEVER DE JUSTIÇA INTERNA: A ANÁLISE DA JURISPRUDÊNCIA DA 
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS.........................................................357 
 
FABIANO TÁVORA - ADR (ALTERNATIVE DISPUTE RESOLUTION)....................................368 
 
DENISE ESTRELLA TELLINI E FABIO PIMENTEL FRANCESCHI BARALDO - LIMITES E 
POSSIBILIDADE DE RESTRIÇÃO AO EXERCÍCIO DE DIREITOS E LIBERDADES 
FUNDAMENTAIS, NO ESTADO DE EXCEÇÃO: JURISPRUDÊNCIA DA CORTE 
INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS E CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988......................................................................................375 
 
FELIPE KERN MOREIRA - DIREITOS HUMANOS E NORMAS COSTUMEIRAS INDÍGENAS: 
APONTAMENTOS PARA O DEBATE...................................................................................385 
 
FERNANDA CRISTINA UCHA CAETANO, MARIANNA DE DEUS HOLANDA VALENÇA E 
LUIS FERNANDO DE P. B. CARDOSO - A PROTEÇÃO JURÍDICA DA LÍNGUA COMO 
ELEMENTO INTEGRANTE DA DIVERSIDADE CULTURAL: O CASO DOS POVOS INDÍGENAS 
NO BRASIL..........................................................................................................................395 
 
FERNANDA WEIGERT
 
E RAFAEL T. WOWK - A CONVENÇÃO DE MONTEGO BAY DE 1982 
SOBRE O DIREITO DO MAR E SUA IMPORTÂNCIA PARA O DESENVOLVIMENTO DO 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO..................................................................................406 
 
FLÁVIA SALDANHA KROETZ - O TRIBUNAL DE NUREMBERG E O DESENVOLVIMENTO DA 
RESPONSABILIDADE PENAL INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DO 
JULGAMENTO PARA O COMBATE À IMPUNIDADE.............................................................417 
 
GABRIELA DAOU VERENHITACH E DAIANE LONDERO - HAITI EM RUÍNAS: ENTRE A 
COOPERAÇÃO INTERNACIONAL E A VIOLAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS NO PÓS-
TERREMOTO......................................................................................................................427 
 
GERMANA DE OLIVEIRA MORAES E WILLIAN PAIVA MARQUES JÚNIOR
 - 
A INTEGRAÇÃO 
ENERGÉTICA NA UNASUL VIA PETRÓLEO, GÁS NATURAL E HIDRELÉTRICAS................436 
 
CAROLINA SOARES HISSA E GINA VIDAL MARCÍLIO POMPEU - A VALORAÇÃO DO 
INDIVÍDUO POR MEIO DO ACESSO AO CRÉDITO..............................................................447 
 
GRAZIELA TAVARES DE SOUZA REIS - ESTRANGEIRIZAÇÃO NA AMAZÔNIA LEGAL: 
ESTUDO SOBRE DESPRESTÍGIO À SOBERANIA BRASILEIRA NO PARQUE ESTADUAL DO 
JALAPÃO NO ESTADO DO TOCANTINS...............................................................................456 
 
GRAZIELLA ULIANA DE MELLO - A VISÃO JURÍDICA DO MURO DE ISRAEL....................464 
 
12 
 
GUILHERME TORRES PERETTI
 
E PATRICIA AYUB DA COSTA LIGMANOVSKI - 
REFLEXÕES SOBRE A SOBERANIA FRENTE O DIREITO COMUNITÁRIO..........................479 
 
SARA TIRONI
 
E PROF. DR. GUSTAVO ASSED FERREIRA - A INTERVENÇÃO HUMANITÁRIA 
E A PROTEÇÃO AO DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS SOB O VIÉS DA 
ESCOLA INGLESA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS..........................................................488 
 
HELOISE VIEIRA - MALVINAS/FALKLANDS: SOBERANIA E DIREITO 
INTERNACIONAL..................................................................................................................498 
 
HENRIQUE LAGO DA SILVEIRA - A RELATIVIZAÇÃO DO PRIMADO DA NÃO-EXTRADIÇÃO 
DE NACIONAIS PELO MANDADO DE DETENÇÃO EUROPEU.............................................505 
 
HENRIQUE PISSAIA DE SOUZA - ARBITRAGEM INTERNACIONAL NA ADMINISTRAÇÃO 
PÚBLICA.............................................................................................................................515 
 
JAVIER RODRIGO MAIDANA - REFLEXÕES PONTUAIS ACERCA DA GUERRA, DA PAZ E 
DA MANUTENÇÃO DA PAZ: EXPERIÊNCIAS DA COMUNIDADE INTERNACIONAL.............525 
. 
JEANCEZAR DITZZ DE SOUZA RIBEIRO - A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO NO DIREITO 
INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO: A IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO DO CHEFE DE 
ESTADO AO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL..............................................................535 
 
JOSÉ CRETELLA NETO - DA IMPORTÂNCIA PREÂMBULO NOS CONTRATOS 
INTERNACIONAIS DO COMÉRCIO...........................................................................................543 
 
JOSÉ DANIEL GATTI VERGNA - MECANISMOS INTERNACIONAIS DE APLICAÇÃO DO 
DIREITO INTERNACIONAL DO TRABALHO.........................................................................562 
 
JOÃO CARLOS LEAL JÚNIOR E
 
FRANCISCO EMÍLIO BALEOTTI - DA ADOÇÃO 
INTERNACIONAL SEGUNDO A LEI Nº 12.010/2009.............................................................572 
 
JULIANA KIYOSEN NAKAYAMA E PATRICIA AYUB DA COSTA LIGMANOVSKI
 
- A 
TENDÊNCIA JURISPRUDENCIAL BRASILEIRA ACERCA DA COBRANÇA DE DÍVIDA DE 
JOGO CONTRAÍDA POR BRASILEIRO NO EXTERIOR........................................................584 
 
JULIANA PINHEIRO DA SILVA E RODRIGO DE ALMEIDA LEITE - A PROTEÇÃO 
INTERNACIONAL CONTRA O HETEROSSEXISMO...............................................................592KAMILA SORAIA BRANDL - OS ATORES EMERGENTES DAS RELAÇÕES 
INTERNACIONAIS: A POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO INTERNACIONAL DOS GOVERNOS 
SUBNACIONAIS......................................................................................................................613 
 
KARLA LEANDRA MELO SILVEIRA E SIDNEY GUERRA REGINALDO - SOFT LAW COMO 
FONTE DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO..................................................................623 
 
LAÉCIO NORONHA XAVIER - O CINEMA COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA DO 
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO..................................................................................633 
 
 
LARA R NUNES E TATIANA DE A F R CARDOSO - INCIDENTE JOSÉ PEREIRA: BREVES 
APONTAMENTOS SOBRE O TRABALHO ESCRAVO NO BRASIL SOB A ÉGIDE DO DIREITO 
INTERNACIONAL.................................................................................................................647 
 
LARA SALLES DE MORAIS - O BRASIL COMO POSSÍVEL NOVO DESTINO DE FLUXOS 
MIGRATÓRIOS E A QUESTÃO DA PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS DOS MIGRANTES
...........................................................................................................................................655 
13 
 
 
LARISSA CRISTINA UCHÔA DAS NEVES NOGUEIRA - CONVENÇÃO DE HAIA SOBRE OS 
ASPECTOS CIVIS DO SEQUESTRO INTERNACIONAL DE MENORES ................................666 
 
LARISSA CRISTINA UCHÔA DAS NEVES NOGUEIRA E SILVIA FAZZINGA OPORTO - 
COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL- A PROTEÇÃO DA CRIANÇA NO DIREITO 
INTERNACIONAL.................................................................................................................673 
 
LARISSA MARIA MELO SOUZA E VINÍCIUS HAESBAERT FEITOSA - INTERPRETAÇÃO DO 
SISTEMA DE PROTEÇÃO INTERNACIONAL AOS DIREITOS HUMANOS SOB O PRISMA DA 
FERTILIZAÇÃO-CRUZADA...................................................................................................689 
 
LAÉCIO NORONHA XAVIER - BRIC E POLÍTICA EXTERNA DO SÉCULO XXI.....................698 
 
LIGIA RIBEIRO VIEIRA - UMA CONCEPÇÃO CRÍTICA SOBRE A PROTEÇÃO 
INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS EM UM MUNDO MULTICULTURALISTA........716 
 
LUCAS BEVILACQUA - INCENTIVOS FISCAIS PERANTE A ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO 
COMÉRCIO.........................................................................................................................724 
. 
LUCAS CARLOS LIMA E ARNO DAL RI JÚNIOR - O DESENVOLVIMENTO DA ARBITRAGEM 
INTERNACIONAL AO LONGO DO SÉCULO XIX COMO MOVIMENTO PRECURSOR DAS 
CONVENÇÕES DA PAZ DE HAIA DE 1899 E 1907................................................................734 
 
LUCAS DANIEL CHAVES DE FREITAS - A EUROPA, O DIREITO E A DIVERSIDADE: A 
CONSTRUÇÃO DA INTEGRAÇÃO JURÍDICA EM NÚMEROS................................................744 
 
LUCIANA COELHO E SARAH CAVALCANTI - HABEAS MEMORIAM: A NOVA 
INTERPRETAÇÃO DO HABEAS CORPUS E A EFETIVIDADE DO DIREITO À MEMÓRIA NA 
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS..........................................................756 
 
LUCIANO BENJAMIN GOMEZ - A COBRANÇA DE DÍVIDA DE JOGO CONTRAÍDA 
LEGALMENTE POR BRASILEIRO NO EXTERIOR................................................................767 
 
LUCIANO ALVES RODRIGUES DOS SANTOS E ROZANE DA ROSA CACHAPUZ - OS 
PILARES DE EDIFICAÇÃO NORMATIVA EM ÂMBITO INTERNACIONAL...............................777 
 
LUIZ FERNANDO BOLDO DO NASCIMENTO
 
E PATRICIA AYUB DA COSTA LIGMANOVSKI 
- O RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL ACERCA DA EXPULSÃO DE 
ESTRANGEIRO COM FILHOS BRASILEIROS DEPENDENTES ECONOMICAMENTE...........784 
 
LUIZ HENRIQUE MAISONNETT - UM PANORAMA HISTÓRICO DO DIREITO 
INTERNACIONAL ECONÔMICO: DESAFIOS PARA UM MUNDO GLOBALIZADO..................793 
 
LUÍS PAULO BOGLIOLO PIANCASTELLI DE SIQUEIRA - CONCORRÊNCIA ENTRE A 
RESPONSABILIDADE DO ESTADO E DO INDIVÍDUO PELO CRIME DE GENOCÍDIO...........804 
 
LÍVIA LEMOS FALCÃO DE ALMEIDA E ALESSANDRA MARCHIONI - A ORGANIZAÇÃO 
INTERNACIONAL DO TRABALHO (OIT) E A INTERNACIONALIZAÇÃO DAS NORMAS 
TRABALHISTAS: APLICAÇÃO NO BRASIL DAS CONVENÇÕES SOBRE ABOLIÇÃO DO 
TRABALHO FORÇADO......................................................................................................814 
MANUELA MADEIRA CALHEIROS E ALESSANDRA MARCHIONI - LIMITES À EFETIVIDADE 
DAS CONVENÇÕES DE DIREITO INTERNACIONAL EM MATÉRIA DE USO E GESTÃO DE 
RECURSOS DE ÁGUA DOCE..............................................................................................824 
 
14 
 
MARCELA BARBOSA DE MENEZES E THIAGO BORGES - O CONSELHO DE DIREITOS 
HUMANOS DA ONU E A UNIVERSALIZAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS............................835 
 
MARIA OLÍVIA FERREIRA SILVEIRA - ASPECTOS CONTROVERSOS SOBRE A POSSÍVEL 
APLICABILIDADE DA JURISDIÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL NA PALESTINA
..........................................................................................................................................845 
 
MARIA DE FÁTIMA RIBEIRO E THAIS BERNARDES MAGANHINI - A TRIBUTAÇÃO NO 
PROCESSO DE INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL ECONÔMICA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A 
PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL DO CONTRIBUINTE........................................................856 
 
MARIANA YANTE B. PEREIRA - A VALIDADE DA CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM NOS 
CONTRATOS COM O ESTADO- ASPECTOS DE LEGITIMIDADE E EFICÁCIA...................866 
 
MARIANA DE ARAÚJO MENDES LIMA - A RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO 
ESTADO POR VIOLAÇÕES AOS DIREITOS HUMANOS, O SISTEMA INTERAMERICANO DE 
PROTEÇÃO E O CASO BELO MONTE..............................................................................876 
MARILDA ROSADO E BRUNO ALMEIDA - A RELAÇÃO ENTRE A GLOBALIZAÇÃO E O 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO.................................................................................887 
MARINA COSTA ESTEVES COUTINHO E THIAGO CARVALHO BORGES - O TRATADO DE 
LISBOA E A GARANTIA A CARTA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS DA UNIÃO EUROPÉIA
................................................ .........................................................................................898 
MÁRCIA TESHIMA - O DIREITO A SER DIFERENTE..........................................................907 
 
NATÁLIA SACCHI SANTOS - A EURO-ORDEM E SUA TRANSPOSIÇÃO AO ORDENAMENTO 
INTERNO DOS ESTADOS MEMBROS DA UNIÃO EUROPÉIA.............................................917 
 
NATHALIE DE PAULA CARVALHO - O SISTEMA DE MERCADO E A SUSTENTABILIDADE 
ECONÔMICA: A RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS NO SUPERCAPITALISMO
.................................................,........................................................................................928 
 
PAULA DOS SANTOS MANOEL - TERRORISMO, REPRESSÃO E REPERCUSSÃO NAS 
GARANTIAS DOS DIREITOS HUMANOS............................................................................938 
 
JÚLIA WICHER MARIN E PATRICIA AYUB DA COSTA LIGMANOVSKI - O CONFLITO 
ENTRE A PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E O DIREITO À SAÚDE COM 
ÊNFASE NO ACESSO A MEDICAMENTOS .........................................................................955 
 
HELOÍSA ASSIS DE PAIVA E PATRÍCIA MARIA DA SILVA GOMES - O PRINCÍPIO DA 
AUTONOMIA DA VONTADE NOS CONTRATOS INTERNACIONAIS DO COMÉRCIO...........963 
 
PATRÍCIA SAMPAIO FIAD E ELY CAETANO XAVIER JUNIOR - A PRODUÇÃO NORMATIVA 
DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS E SUA INSERÇÃO NO ÂMBITO DO DIREITO 
ADMINISTRATIVO GLOBAL..................................................................................................972 
 
PAULA DE SOUSA CONSTANTE E WILLIAN KEN AOKI - LIMITES E RESTRIÇÕES DA 
LIBERDADE DE EXPRESSÃO NO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS 
HUMANOS...........................................................................................................................982 
 
PATRICIA AYUB DA COSTA LIGMANOVSKI E PEDRO HENRIQUE ARCAIN RICCETTO - 
POSICIONAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ACERCA DA EXTRADIÇÃO EM 
CASOS DE NATUREZA POLÍTICA. CASOS FIRMENICH E FALCO......................................991 
 
15 
 
RAQUEL TRABAZOCARBALLAL FRANCO - A SUBJETIVIDADE INTERNACIONAL DO 
INDIVÍDUO.......................................................................................................................1000 
 
REBECCA PARADELLAS BARROZO E HELOÍSA ASSIS DE PAIVA - CONTRATOS 
INTERNACIONAIS E A CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA DE ARBITRAGEM......................1010 
 
MÁRCIA TESHIMA E RENATA RALISCH - ADOÇÃO HOMOAFETIVA E A TUTELA DOS 
DIREITOS HUMANOS......................................................................................................1019 
 
ROGÉRIO RIBEIRO PARREIRA
 
 E HELOÍSA ASSIS DE PAIVA - O INSTITUTO DA 
ARBITRAGEM: A VIABILIDADE CONTRATUAL JURÍDICA E ECONÔMICA NO PLANO DO 
COMÉRCIO INTERNACIONAL ..........................................................................................1028 
 
RUI AURÉLIO DE LACERDA BADARÓ - A LIBERDADE DE CIRCULAÇÃO TURÍSTICA ENTRE 
OS DIREITOS FUNDAMENTAIS E HUMANOS: BREVE ESTUDO SOBRE O PRISMA DA 
TEORIA DE ROBERT ALEXY. ...........................................................................................1050 
 
SÉRGIO HENRIQUE DOS SANTOS MATHEUS E MOACYR MIGUEL DE OLIVEIRA - AS 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE SEGURANÇA PÚBLICA E INTEGRAÇÃO DAS NORMAS 
INTERNACIONAIS DE DIREITOS NAS AÇÕES POLICIAIS.................................................1066 
 
MOACYR MIGUEL DE OLIVEIRA E SÉRGIO HENRIQUE DOS SANTOS MATHEUS - A 
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS E A PROTEÇÃO À DEMOCRACIA: 
“CASO DEL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL VS. PERÚ”.....................................................1074 
 
SIDNEY GUERRA - PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA ORDEM INTERNACIONAL 
AMBIENTAL: A ORGANIZACÃO INTERNACIONAL DO MEIO AMBIENTE:........................1081 
 
SUSANA DAMASCENO DE OLIVEIRA - A CONDIÇÃO PENAL INTERNACIONAL DO 
INDIVÍDUO APÓS A CRIAÇÃO DO TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL...........................1093 
 
TAHINAH ALBUQUERQUE MARTINS - A IMPLEMENTAÇÃO DAS SENTENÇAS 
INDENIZATÓRIAS DA CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
.........................................................................................................................................1104 
 
TALITA DAL LAGO E OMAN FILHO - DIREITOS HUMANOS DAS MULHERES: NOVAS 
PERSPECTIVAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS.........................................................1124 
 
THAÍS DE OLIVEIRA - CULTURA E MERCOSUL: UMA QUESTÃO DE IDENTIDADE.........1139 
 
THIAGO CARVALHO BORGES - A CRISE DA ONU E SEU PAPEL NA 
(DES)FRAGMENTAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL...................................................1148 
 
THIAGO JOSÉ ZANINI GODINHO - A JURISPRUDÊNCIA DO ICSID RELATIVA AO 
TRATAMENTO JUSTO E EQUITÁVEL OUTORGADO AOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS 
NOS TRATADOS DE INVESTIMENTOS...........................................................................1158 
 
THIAGO PALUMA E JULIANA DEMORI DE ANDRADE - DIREITO AO DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO E SOCIAL DOS ESTADOS E O DIREITO AMBIENTAL.................................1169 
 
TÚLIO DI GIÁCOMO TOLEDO - AS NEGOCIAÇÕES MULTILATERAIS NO ÂMBITO AGRÍCOLA
........................................................................................................................................1177 
 
MAYRA DO AMARAL GURGEL ALVES DE SOUZA E TÂNIA LOBO MUNIZ - A CORTE 
INTERNACIONAL DE JUSTIÇA E SUA FUNÇÃO CONSULTIVA.........................................1189 
 
16 
 
TÂNIA LOBO MUNIZ E VICTOR HUGO ALCALDE DO NASCIMENTO - A DOUTRINA DA 
ANÁLISE DE INTERESSES NO MÉTODO UNILATERALISTA NO DIREITO INTERNACIONAL 
PRIVADO E A COMPARAÇÃO FUNCIONAL: UMA ANÁLISE PERANTE O PRINCÍPIO DA 
TOLERÂNCIA...................................................................................................................1196 
VIVIAN C. K. DOMBROWSKI - A SUSTENTABILIDADE NO DIREITO INTERNACIONAL: AS 
PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS AMBIENTAIS...................................................................1203 
 
VIVIAN DANIELE ROCHA GABRIEL E LUDMILA ANDRZEJEWSKI CULPI - A PAZ E O 
DESENVOLVIMENTO NO CONTEXTO DO DIREITO INTERNACIONAL.............................1216 
 
VIVIANE CEOLIN DALLASTA - REFLEXÃO ACERCA DO COMBATE À IMPUNIDADE DOS 
CRIMES QUE AFRONTAM OS DIREITOS HUMANOS NO SÉCULO XXI: ASPECTOS DA 
COMPETÊNCIA UNIVERSAL DAS JUSTIÇAS NACIONAIS E DO TRIBUNAL PENAL 
INTERNACIONAL..............................................................................................................1225 
 
VIVIANE RUFINO PONTES - EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE SUPRANACIONALIDADE 
ATRAVÉS DO DESENVOLVIMENTO DA UNIÃO EUROPEIA..............................................1236 
 
WILLIAM PAIVA MARQUES JÚNIOR - OS LEVANTES POPULARES NO ORIENTE MÉDIO: 
REVOLUÇÃO OU GOLPE DE ESTADO? REFLEXOS NA TEORIA DO PODER CONSTITUINTE 
E NOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS................................................................1247 
 
WILLIS JOSÉ RODRIGUES FILHO - A RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO ESTADO 
POR VIOLAÇÃO DE TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS POR 
AUSÊNCIA DE IMPLEMENTAÇÃO DE DECISÃO INTERNACIONAL.................................1256 
 
AMANDA ZANATTA PEREIRA, RAFAELA ALVES DO CARMO E HELOISA HELENA DE 
ALMEIDA PORTUGAL - O BINÔMIO DA SOBERANIA E DEMOCRACIA NA LIBIA DE KADAF
........................................................................................................................................1267 
 
FABIANO TÁVORA - DOING BUSINESS IN BRAZIL: UM ESTUDO DO BANCO MUNDIAL QUE 
DEVE SER CONHECIDO, ESTUDADO E IMPLANTADO PELOS GOVERNOS PARA TERMOS 
UMA ECONOMIA MAIS COMPETITIVA.............................................................................1276 
 
SILVANA MOREIRA FURLANETO
, 
DOUGLAS EMERSON DIAS DOS SANTOS E HELOISA 
HELENA DE ALMEIDA PORTUGAL - TEORIA DOS JOGOS APLICADA A OPERAÇÃO DE 
MANUTENÇÃO DA PAZ DO HAITI... ................................................................................1283 
LIVIA TIEKO CERVO MACENO, BRUNO HEIDY IZUMI RACANELLI E HELOISA PORTUGAL - 
CASO CESARE BATTISTI: APONTAMENTOS DA EXTRADIÇÃO E SUA REPERCUSSÃO 
INTERNACIONAL.............................................................................................................1292 
 
THAÍS ZANONI MIOLA, MARCELO TAKESHI OMOTO E HELOISA HELENA DE ALMEIDA 
PORTUGAL - O TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E APLICAÇÃO DA PENA DE MORTE..
........................................................................................................................................1305 
 
IVANILDA DA SILVA PESTANA, LILIAN CRISTINA DA SILVA E SERGIO CARDOSO - DAS 
RESPONSABILIDADES SOBRE O AQÜÍFERO GUARANI: ÁGUAS INTERNACIONAIS 
COMPARTILHADAS OU RESPONSABILIDADE LOCAL. UMA QUESTÃO A DISCUTIR
........................................................................................................................................1311 
 
MARIANA CESTI RAFFA, AMANDA AMADOR MANRIQUE QUEIROZ BRAGA
 
E HELOISA 
HELENA DE ALMEIDA PORTUGAL - A DIPLOMACIA BRASILEIRA NA CONSTRUÇÃO DA 
DEMOCRACIA E PAZ: PERSPECTIVAS A PARTIR DO CASO DO HAITI............................1324 
 
17 
 
MARIANA CESTI RAFFA, AMANDA AMADOR MANRIQUE QUEIROZ BRAGA E HELOISA 
HELENA DE ALMEIDA PORTUGAL - A SOBERANIA NO ÂMBITO DA GOVERNANÇA 
MULTINÍVEL: UM CONCEITO DE VALOR TÉCNICO-JURÍDICO........................................1332 
 
ANDERSON BARBOSA E ROBERTO MUSATTI - COMÉRCIO INTERNACIONAL DE CARNE 
BOVINA E A OMC............................................................................................................1341 
 
VERA LÚCIA DA SILVA, MARIA CRISTINA CROSCATTO
 
E LUIS GUSTAVO JUNQUEIRA DE 
SOUZA - A RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL DO BRASIL PELA GUERRILHA DA 
ARAGUAIA E A CONSTITUCIONALIDADE DA LEI DE ANISTIA.........................................1349 
 
CLEVERSON CUSTÓDIO ALVES E MICHELE CONRADO DOS SANTOS - ANDRÉA REGINA 
UBEDA LOPES COMÉRCIO DE CRÉDITO DE CARBONO: ESTUDO DA CERÂMICA LUARA 
DE PANORAMA-SP..........................................................................................................1358 
MARIANA KARAN E FEREZ KARAN - CONVENÇÃO INTERNACIONALDE HAIA E A 
ADOÇÃO INTERNACIONAL: O ABANDONO DO NEONATAL...........................................1367 
 
LORRAINE REIS BRANQUINHO DE CARVALHO FERREIRA E HELOISA PORTUGAL - A 
HUMANIZAÇÃO DO DIREITO INTERNACIONAL: A QUARTA TENDÊNCIA DA SOCIEDADE 
CONTEMPORÂNEA..........................................................................................................1377 
 
DÉBORA DA SILVA MARQUETTI E HELOISA PORTUGAL - JURISDICIONALIZAÇÃO DO 
DIREITO INTERNACIONAL: UMA ANÁLISE DOS TRIBUNAIS AD HOC DA EX-IUGUSLÁVIA E 
RUANDA...........................................................................................................................1383 
 
ILTON GUEDES DE OLIVEIRA, CAMILA BORDONI E HELOÍSA PORTUGAL - APÓS QUASE 
2 DÉCADAS O MERCOSUL AINDA E VIÁVEL?.................................................................1392 
 
LUTHEGARD DE ALMEIDA PORTUGAL E HELOISA PORTUGAL - A ACEITAÇÃO DO 
INIMIGO COMO NÃO PESSOA E O RISCO DE ENFRAQUECIMENTO DOS DIREITOS 
HUMANOS FUNDAMENTAIS ...........................................................................................,.1399 
 
HELOISA HELENA DE ALMEIDA PORTUGAL - O ENSINO DO DIREITO INTERNACIONAL NO 
BRASIL: GÊNESE, EXÍLIO E RETORNO PREMIADO AOS CURRÍCULOS DAS FACULDADES 
DE DIREITO1414..............................................................................................................1414 
 
CAMILA BORDONI , LUCIANA TIEKO HIRATA TABUSE
 
E EVANDER DIAS - ANALISE 
COMPARATIVA LUSO-BRASILEIRA DA REPARAÇÃO CIVIL ANTE O ABANDONO 
MORAL......................................................................................................................................1433 
 
LORRAINE REIS BRANQUINHO DE CARVALHO FERREIRA, CAMILA SÍLVIA SOBU 
VALERO E EVANDER DIAS - O SUPERIOR INTERESSE DA CRIANÇA COMO DIREITO 
INTERNACIONAL FUNDAMENTAL...................................................................................1441 
 
MICHELE ALESSANDRA HASTREITE - O FLUXO DE TRABALHADORES NO DIREITO 
INTERNACIONAL…………………………………………………..…………………………………1450 
 
DOMINGOS POLINI NETTO - UNILA: CULTURA E EDUCAÇÃO COMO MEIOS DE 
INTEGRAÇÃO NA AMÉRICA LATINA ....................................................................................1473
18 
 
ARBITRAGEM E INTEGRAÇÃO REGIONAL. O PROCEDIMENTO DE EXECUÇÃO DOS 
LAUDOS ARBITRAIS COMERCIAIS NO ÂMBITO DO MERCOSUL. 
 
ADEMAR POZZATTI JUNIOR
1
 
 
1. Prolegômenos 
 
A arte imortalizou inúmeras metáforas da justiça, ocupando-se, em larga medida, de seus aspectos 
instituintes e de suas virtudes coesivas. O gênio e a acidez de La Bruyère levaram-no, contudo, a cunhar um 
aforismo sarcasticamente lúcido acerca das mazelas e misérias do processo judicial: ―O dever dos juízes é 
fazer a justiça; seu ofício é adiá-la. Alguns conhecem seu dever e fazem seu ofício‖.
2
 
A observação do pensador francês do século XVII faz pensar em alguns dos motivos que levam as partes 
envolvidas em um conflito a solucioná-lo através de métodos alternativos ao judiciário. A arbitragem 
sobressai nesse contexto, fomentada pela atual conjuntura de crises do Poder Judiciário, a busca por 
características distintas daquelas da prestação jurisdicional, além da morosidade, evocada acima. 
No Mercado Comum do Sul - MERCOSUL coexistem dois sistemas de arbitragem, regidos por normas 
distintas: um sujeito ao Direito Internacional Público e outro ao Direito Internacional Privado. 
O primeiro sistema - arbitragem regulada pelo Direito Internacional Público - surgiu em 1991 com o 
Tratado de Assunção, criador do MERCOSUL. O Protocolo de Brasília, também de 1991, prevê a 
arbitragem ad hoc para resolver controvérsias entre os Estados-partes. Já o Protocolo de Olivos, de 2004, 
criou um Tribunal Permanente de Revisão, composto por cinco membros, para rever as decisões do tribunal 
arbitral ad hoc de primeira instância. 
Por sua vez, o sistema arbitral que visa solucionar os conflitos comerciais entre particulares, pessoas físicas 
ou jurídicas, de diferentes Estados-partes segue as regras de Direito Internacional Privado. Nesses conflitos, 
onde a questão refere-se a contratos de Direito Comercial Internacional, a vantagem do procedimento 
arbitral é notável, já que as partes não ficarão vinculadas à morosidade das justiças pátrias, terão seus 
contratos analisados em segredo e podem eleger o seu árbitro ou tribunal arbitral. A arbitragem 
internacional se constitui, portanto, de um foro neutro, o que significa segurança e imparcialidade nas 
controvérsias. 
O MERCOSUL é, em essência, um projeto de integração comercial, sendo que pretende favorecer o 
intercâmbio de produtos entre os Estados-partes e também a otimização da produção dos bens regionais em 
prol da obtenção de uma maior e melhor inserção dos produtos da região no mercado mundial. 
No Tratado de Assunção nada foi dito sobre arbitragem comercial, a qual só foi incluída através do Acordo 
sobre Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL, do Protocolo de Las Leñas e do Regulamento 
do Acordo sobre Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL. 
Este artigo busca averiguar o instituto da arbitragem comercial no âmbito da normativa mercosulina. Dentro 
dessa temática, o recorte feito abrange especificamente o procedimento de execução dos laudos arbitrais 
estrangeiros. 
 
2. Acordo de Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL (1998) 
 
O Acordo de Arbitragem Comercial Internacional do MERCOSUL, concluído em Buenos Aires, em 23 de 
julho de 1998, foi promulgado pelo Brasil através do Decreto nº. 4.719/03, de 04 de junho de 2003. 
Este Acordo tem por objetivo regular a arbitragem como forma de solução de conflitos surgidos de 
contratos comerciais internacionais, firmados entre pessoas físicas ou jurídicas, de direito privado, sediados 
nos países integrantes do MERCOSUL. 
 
1 Palestrante. Professor do Curso de Direito do CESUSC/SC e da UNIVALI. Mestre em Relações Internacionais do 
Curso de Pós Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina – CPGD/UFSC. 
2 Citado por François Ost. Contar a lei: as fontes do imaginário jurídico. Tradução de Paulo Neves. São Leopoldo: 
UNISINOS, 2004. p. 101. 
19 
 
Convencidos da necessidade de uniformizar o funcionamento da arbitragem internacional para contribuir à 
expansão do comércio regional e internacional e para incentivar a solução extrajudicial de controvérsias 
privadas por meio da arbitragem, o Conselho do Mercado Comum aprovou o referido Acordo, que vai ao 
encontro dos seguintes documentos internacionais: 
- Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional, de 30 de janeiro de 1975, 
concluída na cidade de Panamá, 
- Convenção Interamericana sobre Eficácia Extraterritorial das Sentenças e Laudos Arbitrais 
Estrangeiros, de 08 de maio de 1979, concluída em Montevidéu, e a 
- Lei Modelo sobre Arbitragem Comercial Internacional da Comissão das Nações Unidas para o Direito 
Mercantil Internacional, de 21 de junho de 1985; 
O presente Acordo se aplicará à arbitragem, sua organização e procedimentos, e às sentenças ou laudos 
arbitrais, se ocorrer alguma das seguintes circunstâncias
1
: 
a) a convenção arbitral for celebrada entre pessoas físicas ou jurídicas que, no momento de sua celebração, 
tenham sua residência habitual ou o centro principal dos negócios, ou a sede, ou sucursais, ou 
estabelecimentos ou agências, em mais de uma Parte Signatária; 
b) o contrato-base tiver algum contato objetivo - jurídico ou econômico - com mais de uma Parte 
Signatária; 
c) se as partes não expressarem sua vontade em contrário e o contrato-base tiver algum contato objetivo – 
jurídico ou econômico – com uma Parte Signatária, sempre que o tribunal tenha a sua sede em uma das 
Partes Signatárias; 
d) o contrato-base tiver algum contato objetivo - jurídico ou econômico – com uma Parte Signatária e o 
tribunal arbitral não tiver sua sede em nenhuma Parte Signatária, sempreque as partes declararem 
expressamente sua intenção de submeter-se ao presente Acordo; 
e) o contrato-base não tiver nenhum contato objetivo – jurídico ou econômico – com uma Parte Signatária e 
as partes tenham elegido um tribunal arbitral com sede em uma Parte Signatária, sempre que as partes 
declararem expressamente sua intenção de submeter-se ao pressente Acordo. 
No art. 5º, o Acordo estabelece o reconhecimento do caráter obrigatório e do efeito vinculante da cláusula 
compromissória. Os arts. 8º e 18º dispõem sobre a autonomia da cláusula compromissória e o princípio da 
competência - pelo qual o próprio Tribunal Arbitral decide acerca de sua competência. 
O art. 21º prevê a possibilidade de requerimento ao Tribunal Arbitral de retificação e ampliação do laudo. A 
anulação do mesmo poderá ser feita através de ação de anulação da sentença arbitral, a ser ajuizada junto à 
autoridade judicial do Estado sede do Tribunal Arbitral, conforme o artigo 22º. 
A arbitragem poderá ser prevista preliminarmente ou ser vislumbrada num momento posterior ao 
surgimento de uma certa controvérsia. Pode ser ainda institucional ou ad hoc. 
As partes ainda podem escolher as regras de direito a serem aplicadas durante a solução da controvérsia, 
podendo a questão ser solucionada por eqüidade, conforme disposição do artigo 9º. Os princípios 
norteadores do procedimento arbitral devem ser a igualdade do tratamento das partes, o devido processo 
legal, o contraditório e a decisão pela livre convicção do árbitro. 
Ainda dispõe o Acordo que os árbitros devem ser de confiança das partes, independentes, parciais e neutros. 
O acordo trata de inúmeras questões de grande relevância em matéria de arbitragem, tais como: 
- validade da convenção arbitral, a sua autonomia em relação ao contrato principal, a lei aplicável ao mérito 
da arbitragem - que foi objeto de reserva; 
- a lei aplicável ao processo arbitral; 
- a competência concorrente do Judiciário e do tribunal arbitral para a concessão de medidas cautelares e a 
fixação da competência do foro da sede da arbitragem como o único competente para apreciar a ação de 
nulidade do laudo. 
Especificamente quanto à execução do laudo ou sentença arbitral estrangeiros, dispõe o artigo 23 do Acordo 
que se aplicará, para as Partes Signatárias que sejam Estados-Partes do MERCOSUL, o disposto, no que 
couber, nos seguintes documentos internacionais: 
 
1 Artigo 3 da Decisão 04/98 do Conselho do Comércio Comum do MERCOSUL. Disponível em 
<http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 2008. 
20 
 
- Protocolo de Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, Trabalhista e 
Administrativa do MERCOSUL, aprovado por decisão do Conselho do Mercado Comum N.° 5/92 
(Protocolo de Las Leñas), 
- Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional do Panamá de 1975 e a 
- Convenção Interamericana sobre a Eficácia Extraterritorial das Sentenças e Laudos Arbitrais Estrangeiros 
de Montevidéu de 1979. 
Para as Partes signatárias não vinculadas pelo referido Acordo, aplicar-se-ão as convenções internacionais 
no número anterior, ou, na sua falta, o direito do Estado onde se deva executar o laudo ou sentença arbitral 
estrangeira. 
Este Acordo surge, portanto, como resposta à carência de legislação atinente à solução de conflitos entre 
particulares surgidos no âmbito das relações comerciais sub-regionais. 
 
3. O Protocolo de Las Lenãs 
 
O Protocolo de Las Leñas, sobre Cooperação e Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial, 
Trabalhista e Administrativa é de 1992. 
Quanto ao âmbito de aplicação do Protocolo de Las Leñas, note-se que as suas disposições serão aplicáveis 
ao reconhecimento e à execução das sentenças e dos laudos arbitrais pronunciados nas jurisdições dos 
Estados-partes em matéria civil, comercial, trabalhista e administrativa, e serão igualmente aplicáveis às 
sentenças em matéria de reparação de danos e restituição de bens pronunciadas na esfera penal
1
. 
Segundo o Protocolo de Las Leñas, o pedido de reconhecimento e execução de sentenças e de laudos 
arbitrais por parte das autoridades jurisdicionais será tramitado por via de cartas rogatórias e por intermédio 
da Autoridade Central
2
. 
O artigo 2º do Protocolo de Las Leñas estabelece as Autoridades Centrais em cada um dos Estados-partes 
do Mercosul
3
, cuja indicação fica a cargo de cada país. 
Tais órgãos têm por objetivo agilizar a circulação das provisões jurisdicionais entre os Estados-partes e a 
facilitação da harmonização de procedimentos, aumentando a integração entre os países. As Autoridades 
Centrais são responsáveis pelo contato entre os países, fazendo a ponte entre os diferentes sistemas 
jurisdicionais. Assim, as Autoridades Centrais comunicam-se diretamente entre si. 
Na prática, as Autoridades Centrais cuidam do encaminhamento e recebimento de petições de assistência 
jurisdicional. Cuide-se que esses podem não ser órgãos jurisdicionais, fazendo, no caso, a remessa das 
petições ao órgão jurisdicional competente no Estado-parte correspondente. É o que acontece no caso 
brasileiro, por exemplo, em que a Autoridade Central é o Ministério das Relações Exteriores e o 
responsável pelo juízo de delibação é o Superior Tribunal de Justiça
4
. 
O desafio maior das Autoridades Centrais é a desburocratização dos procedimentos de cooperação, 
reduzindo gastos com a legalização de documentos, e a facilitação da integração entre as diferentes justiças 
nacionais. 
Assim, cada Estado-parte indicará uma Autoridade Central encarregada de receber e dar andamento às 
petições de assistência jurisdicional em matéria civil, comercial, trabalhista e administrativa. Para tanto, as 
Autoridades Centrais comunicar-se-ão diretamente entre si, permitindo a intervenção de outras autoridades 
respectivamente competentes, sempre que seja necessário. 
 
1 Artigo 18 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
2 Artigo 19 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
3 Artigo 2º - ―Para os efeitos do presente protocolo, cada Estado Parte indicará uma Autoridade Central encarregada de 
receber e dar andamento às petições de assistência jurisdicional em matéria civil, comercial, trabalhista e 
administrativa. Para tanto, as Autoridades Centrais se comunicarão diretamente entre si, permitindo a intervenção de 
outras autoridades respectivamente competentes, sempre que seja necessário. Os Estados Partes, ao depositarem os 
instrumentos de ratificação do presente Protocolo, comunicar o fato, no mais breve prazo possível, ao Governo 
depositário do presente Protocolo, para que dê conhecimento aos demais Estados Partes da substituição efetuada‖. 
4 Constituição Federal da República Federativa do Brasil, artigo 105: ―Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - 
processar e julgar, originariamente: i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas 
rogatórias‖. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 2008. 
21 
 
Os Estados-partes, ao depositarem os instrumentos de ratificação do Protocolo de Las Leñas, devem 
comunicar tal providência ao Governo depositário, o qual dela dará conhecimento aos demais Estados-
partes. 
A Autoridade Central poderá ser substituída em qualquer momento, devendo o Estado-parte comunicar o 
fato, no mais breve prazo possível, ao Governo depositário do Protocolo de Las Leñas, para que dê 
conhecimento aos demais Estados-partes da substituição efetuada. 
O Protocolo de Las Leñas não alterou a exigência de que qualquer sentença estrangeira – ou a concessão de 
medida cautelar – para tornar-se exeqüível no Brasil, há de ser previamente submetida à homologação do 
Superior Tribunalde Justiça, o que obsta admissão de seu reconhecimento incidente, no foro brasileiro, pelo 
juízo a que se requeira a execução; inovou, entretanto, a convenção internacional referida, ao prescrever, no 
art. 19, que a homologação (dito reconhecimento) de sentença provinda dos Estados-partes se faça mediante 
rogatória, o que importa admitir a iniciativa da autoridade judiciária competente do foro de origem e que o 
exequatur se defira independentemente da citação do requerido, sem prejuízo da posterior manifestação do 
requerido
1
. 
Com a criação de uma nova maneira facilitada de homologação - por rogatória - pelo Protocolo de Las 
Leñas, passa a existir dois tipos de homologação de sentenças estrangeiras no Brasil: um, para os países do 
Mercosul, que podem remeter diretamente a sentença e obter o exequatur na própria carta rogatória; e o 
outro, da forma tradicional. Isto representa a criação de um canal mais célere para as decisões provenientes 
dos países do MERCOSUL. 
Para homologar laudos arbitrais originários de outros países do MERCOSUL, portanto, já não é necessário 
recorrer ao procedimento de homologação de sentenças estrangeiras previsto no Regulamento 09/2005 do 
STJ
2
. 
Basta que o árbitro que profira o laudo solicite a autoridade central do seu país que, por intermédio de Carta 
Rogatória, faça o pedido de homologação de dito laudo à Autoridade Central do país onde o laudo deve ser 
executado. 
Recebida a Carta Rogatória pela Autoridade Central, esta a enviará para a autoridade nacional competente 
para a outorga do exequatur. 
O exequatur será expedido se estiverem cumpridos os seguintes requisitos
3
: 
a) que venham revestidos das formalidades externas necessárias para que sejam considerados autênticos no 
Estado de origem; 
b) que estejam, assim como os documentos anexos necessários, devidamente traduzidos para o idioma 
oficial do Estado em que se solicita seu reconhecimento e execução; 
c) que emanem de um órgão jurisdicional ou arbitral competente, segundo as normas do Estado requerido 
sobre jurisdição internacional; 
d) que a parte contra a qual se pretende executar a decisão tenha sido devidamente citada e tenha garantido 
o exercício de seu direito de defesa; 
e) que a decisão tenha força de coisa julgada e/ou executória no Estado em que foi ditada; 
f) que claramente não contrariem os princípios de ordem pública do Estado em que se solicita seu 
reconhecimento e/ou execução. 
Ademais, a parte que, em juízo, invoque uma sentença ou um laudo arbitral de um dos Estados-partes 
deverá apresentar cópia autêntica da sentença ou do laudo arbitral com os requisitos do artigo precedente
4
. 
Quando se tratar de uma sentença ou de um laudo arbitral entre as mesmas partes, fundamentado nos 
mesmos fatos, e que tenha o mesmo objeto de outro processo judicial ou arbitral no Estado requerido, seu 
reconhecimento e sua executoriedade dependerão de que a decisão não seja incompatível com outro 
pronunciamento anterior ou simultâneo proferido no Estado requerido
5
. 
 
1 Pucci, Adriana Noemi. Arbitragem Comercial nos Países do Mercosul. São Paulo: Editora LTR, 1997. p. 116. 
2 Disponível em <http://www.stj.gov.br>. Acesso em 15 de novembro de 2008. 
3 Artigo 18 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
4 Artigo 21 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
5 Artigo 22 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
22 
 
Do mesmo modo, não se reconhecerá, nem se procederá à execução, quando se houver iniciado um 
procedimento entre as mesmas partes, fundamentado nos mesmos fatos e sobre o mesmo objeto, perante 
qualquer autoridade jurisdicional da Parte requerida, anteriormente à apresentação da demanda perante a 
autoridade jurisdicional que teria pronunciado a decisão da qual haja solicitação de reconhecimento. 
Segundo João Bosco Lee, o procedimento previsto no Protocolo de Las Leñas aprsenta alguns 
inconvenientes. Primeiramente, ao invés de a parte interessada endereçar a sentença arbitral à autoridade do 
país onde a sentença deve ser executada, a parte deve passar por intermédio da jurisdição estatal local, 
ocorrendo um duplo exequatur. Ora, a análise das condições de homologação da sentença arbitral é 
realizada tanto pela autoridade judicial do país de origem da sentença como pela autoridade judiciária do 
país requerido
1
. 
Se uma sentença ou um laudo arbitral não puder ter eficácia em sua totalidade, a autoridade jurisdicional 
competente do Estado requerido poderá admitir sua eficácia parcial mediante pedido da parte interessada
2
. 
Os procedimentos, inclusive a competência dos respectivos órgãos jurisdicionais, para fins de 
reconhecimento e execução das sentenças ou dos laudos arbitrais, serão regidos pela lei do Estado 
requerido
3
. 
Quanto aos procedimentos internos para reconhecimento de sentenças estrangeiras e laudos arbitrais, 
pertencem à margem nacional de apreciação
4
 de cada um dos Estados-partes, já que ficarão a cargo da lei 
de cada Estado, conforme disposição do artigo 24 do Protocolo de Las Leñas
5
. 
Portanto, no caso do MERCOSUL, cada Estado-parte terá os seus próprios procedimentos de internalização 
da sentença estrangeira, regulados por leis próprias de cada um, diferentemente do que acontece na União 
Européia, onde há uma padronização dos procedimentos adotados pelos Estados-partes, reflexo direito da 
supranacionalidade que caracteriza este bloco econômico. 
Como visto na análise do Protocolo de Las Leñas, cada Estado-parte do Mercosul é responsável por 
organizar os procedimentos de internalização das sentenças. Isso ocorre em razão de este processo 
integracionista se basear, conforme anteriormente destacado, na intergovernamentalidade. 
Em vista dessa diferença de procedimentos encontrada em cada Estado-parte do MERCOSUL, urge que se 
analise, brevemente, a legislação peculiar de cada um deles. É o que se fará a seguir. 
São vários os aspectos positivos do Protocolo de Arbitragem do MERCOSUL. Em primeiro lugar, mesmo 
não havendo grandes inovações no campo jurídico, o diploma vem para regular as relações entre 
particulares, pessoas físicas ou jurídicas, o que não era previsto até então. 
Outro aspecto diz respeito à institucionalização da arbitragem no MERCOSUL, o que se demonstra de 
extrema relevância quando se verifica que os países-membros têm uma tradição estatalista, sobretudo no 
âmbito do Judiciário. 
Logo, o Protocolo vem para dar maior conhecimento ao instituto da arbitragem, extremamente utilizado na 
prática comercial internacional, sobretudo pelas grandes corporações. 
Como último ponto, cabe ressaltar sua importância no tocante ao desenvolvimento e aumento do número de 
Câmaras de Arbitragem nos países membros do MERCOSUL, uma vez que as poucas instituições do 
gênero que existem não são conhecidas ou apresentam uma estrutura pequena para absorver os potenciais 
usuários de seus serviços. 
As partes poderão de forma livre escolher o Tribunal Arbitral ou Árbitro para solucionar o conflito, sendo 
de convenção das partes também a forma como se dará a arbitragem, a saber, de direito ou por eqüidade. A 
convenção arbitral é autônoma em relação ao contrato, vale dizer: se o contrato que desencadeou a 
arbitragem contiver vícios, a convenção em momento algum ser torna viciosa. 
 
1 LEE, João Bosco. Arbitragem comercial internacional nos países do Mercosul. Curitiba: Juruá, 2005. p. 319. 
2 Artigo 23 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
3 Artigo 24 do Protocolo de Las Leñas. Disponível em <http://www.mercosur.org.uy>. Acesso em 15 de novembro de 
2008. 
4 Margem nacional aquitambém tem o mesmo sentido àquele da jurista francesa Mireille Delmas-Marty. Compõe a 
margem nacional tudo aquilo que não é legislado pelo grupo integracionista, ficando a cargo do poder legislativo dos 
Estados-partes. DELMAS-MARTY, Mireille. Por um direito comum. São Paulo: Martins Fontes, 2004. p. 162-178. 
5 Artigo 24: ―Os procedimentos, inclusive a competência dos respectivos órgãos jurisdicionais, para fins de 
reconhecimento e execução das sentenças ou dos laudos arbitrais, serão regidos pela lei do Estado requerido‖. 
23 
 
Uma empresa estrangeira que contrata com uma empresa nacional, não confiará na jurisdição pátria, pois 
teme que não seja respeitado o princípio da imparcialidade na nossa organização judicial. 
Como bem destaca Pucci, ―de forma geral as quatro legislações (dos países do MERCOSUL) coincidem em 
autorizar a submissão à arbitragem daquelas controvérsias que têm por objeto direitos disponíveis pelos 
particulares, de caráter patrimonial, que não afetem a ordem pública e que sejam suscetíveis de transação‖
1
. 
 
4. O Regulamento Modelo de Arbitragem Comercial Internacional para as Instituições Arbitrais do 
MERCOSUL 
 
Além dos já analisados Protocolo de Las Leñas e Acordo de Arbitragem Comercial Internacional do 
MERCOSUL, completa a normativa mercosulina acerca da arbitragem comercial internacional no âmbito 
do bloco, o Regulamento Modelo de Arbitragem Comercial Internacional para as Instituições Arbitrais do 
MERCOSUL. 
O Regulamento trata de questões procedimentais, da composição do Tribunal Arbitral, da forma e dos 
efeitos do Laudo Arbitral, assim como das custas do procedimento arbitral. 
Note-se que o Regulamento não tece quaisquer diretrizes acerca da execução dos laudos arbitrais 
comerciais, razão pela qual não será feita uma analise pormenorizada nesse trabalho. 
 
5. O estado da questão no Brasil 
 
Brasil - Lei da Arbitragem – Artigo 3 - As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao 
juízo arbitral mediante convenção de arbitragem (...) Este sistema brasileiro é chamado de monista, sendo, 
também, escolhido por outras legislações, como a lei inglesa e a convenção de Nova Iorque (1958). Do lado 
oposto, ou seja, aquelas legislações que diferenciam arbitragem interna e arbitragem internacional, há como 
exemplo os países que adotaram ipsis litteris a lei modelo da UNCITRAL e a lei francesa. 
A arbitragem é um dos instrumentos de solução de conflitos mais antigo que existe e sempre teve atuação 
marcante na história brasileira, como na própria formação de parte expressiva do nosso território terrestre. 
Por essas razões, dentre outras, é de estranhar que a arbitragem só tenha ganhado força normativa no direito 
brasileiro com a Lei 9.307/96. 
A Emenda Constitucional nº. 45/2004 trouxe uma grande mudança no que tange a homologação de 
sentenças e laudos arbitrais estrangeiros, pois alterou o disposto no art. 105 da Constituição da República 
Federativa do Brasil, acrescentando a alínea ―i‖ ao mencionado artigo, transferindo assim a competência 
exclusiva para homologar sentenças estrangeiras do Supremo Tribunal Federal para o Superior Tribunal de 
Justiça. 
Atualmente, para que as decisões estrangeiras tenham validade e produzam efeitos dentro do território 
nacional é necessária a homologação da sentença pelo STJ. O trâmite legal deste procedimento 
homologatório deveria estar previsto no Regimento Interno do STJ. Porém, como a alteração é recente, a 
previsão legal está na Resolução 09, editada pelo STJ para regular esta matéria e outras, como a concessão 
de cartas rogatórias e expedição de exequatur, também introduzidas pela EC 45/2004. 
A homologação pode ser parcial, nos casos em que o STJ entender que só uma parte da decisão está de 
acordo com as regras homologatórias. Pode, ainda, ser admitida a tutela antecipada em casos de urgência. O 
juízo homologatório é apenas de delibação, não se adentrando no mérito da questão, devendo ser observado 
os seguintes requisitos: laudo arbitral ou sentença proferida por autoridade competente; partes citadas ou 
verificada legalmente a revelia; trânsito em julgado da decisão; a decisão deve estar autenticada por cônsul 
brasileiro e traduzida por tradutor oficial ou juramentado. 
Deve-se, ainda, observar se o laudo ofende a soberania ou a ordem pública nacional. 
Após ter sido relegado a segundo plano por muito tempo no direito brasileiro, o tema da arbitragem vem 
merecendo destaque na jurisprudência, na doutrina e na prática negocial. 
Sobre o tratamento da matéria pela jurisprudência, deve-se lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) 
decidiu em 2001 pela plena constitucionalidade da Lei de Arbitragem
2
. Essa decisão foi muito importante 
 
1 PUCCI, Adriana Noemi. Arbitragem Comercial nos Países do Mercosul. São Paulo: Editora LTR, 1997. p. 8. 
2 STF, Plenário, Agravo Reg. em Sentença Estrangeira n. 5.206-7, rel. Min. Presidente, DJU de 30.4.2004. 
24 
 
porque tranqüilizou os meios jurídico e empresarial quanto à utilização da referida lei na celebração de 
negócios, sobretudo internacionais. Destacam-se também as decisões proferidas desde então pelo Judiciário 
brasileiro que tem favorecido o instituto da arbitragem, desmistificando a idéia de que a justiça estatal seria 
refratária ao meio alternativo de solução de controvérsias. 
O acordo foi aprovado pelo Brasil com reserva do artigo 10, que prevê o critério de determinação da lei 
aplicável ao mérito da arbitragem. 
A regra prevalecente no direito internacional é a da autonomia da vontade: as partes, que optam por subtrair 
as suas controvérsias do âmbito do judiciário e submetê-las à arbitragem também são livres para determinar 
a lei aplicável pelo tribunal arbitral. No silêncio das partes, caberá a este último decidir a respeito. Caso 
essa omissão das partes ocorra perante a jurisdição estatal, a autoridade competente para julgar a questão 
recorrerá ao seu direito internacional privado e, com base nas regras de conexão do foro, determinará a lei 
aplicável à hipótese. 
Contudo, não se pode utilizar na arbitragem a mesma sistemática, já que o árbitro não dispõe de "lex fori", e 
assim não tem regras de conexão a que recorrer. Neste sentido, louvável a reserva feita pelo Executivo, que 
suprimiu a menção feita ao direito internacional privado, e assim o tribunal arbitral decidirá a lide aplicando 
a lei material que considerar cabível. 
 
6. Considerações Finais 
 
O MERCOSUL diante de seu gradual crescimento, ainda aquém do desejado, pela falta de cumprimento no 
sentido estrito dos objetivos propostos pelo mercado comum, emperrando o desenvolvimento do mesmo, 
clama por mudanças radicais, para que aflore no contexto do Comercio Internacional. 
Infelizmente, como nem sempre a paz é mantida nas relações entre indivíduos, sejam eles privados ou 
públicos, pessoas naturais ou jurídicas, necessário se faz a existência de mecanismos de solução de 
controvérsias capazes de por fim às demandas com o retorno da paz social. 
Como o MERCOSUL não possui, ainda, um órgão supranacional, representado por um tribunal 
especializado somente para dirimir os conflitos oriundos de suas relações, a arbitragem vem a ser 
instrumento efetivo de solução de controvérsias, célere, sigilosa, transparente e especializada, sem deixar de 
lado a imparcialidade, bom senso e força de sentença encontrado nos juízes de direito. 
25 
 
 
Referências: 
 
ARAÚJO, Nádia de. ―Mecanismo de Solução de Conflitos‖. In: A agenda política e institucional do 
Mercosul. Fundação Konrad Adenauer, 1997. 
AMARAL, Antonio Carlos Rodrigues. Arbitragem no Brasil e no Âmbito do comércio Internacional. 
Disponível em <http:// www.hottopos.com/harvard4/ton.htm>. 
BARRAL, Weber. A arbitragem e seus mitos. Florianópolis: OAB/SC, 2000. 
DELMAS-MARTY, Mireille. Por um direito comum. São Paulo: Martins Fontes, 2004. 
LEE, João Bosco.Arbitragem comercial internacional nos países do Mercosul. Curitiba: Juruá, 2005. 
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES. Disponível em <http:// 
www.mre.gov.br/cdbrasil/itamaraty/web/port/relext/mre/orgreg/mercom/index.htm>. 
OST, François. Contar a lei: as fontes do imaginário jurídico. Tradução de Paulo Neves. São Leopoldo: 
UNISINOS, 2004. 
PUCCI, Adriana Noemi. Arbitragem Comercial nos Países do Mercosul. São Paulo: Editora LTR, 1997. 
TEIXEIRA, Sálvio de Figueiredo. Arbitragem como meio de solução de conflitos no âmbito do Mercosul e 
a imprescindibilidade da corte comunitária. Revista do Tribunal de 14 Contas do Estado de Minas Gerais, 
Belo Horizonte, v. 23, n. 2, p. 15-42, abr./jun. 1997. 
 
26 
 
27 
 
O FUNDAMENTO DA AUTONOMIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA ARBITRAL E A 
“EXTENSÃO” DE SUA EFICÁCIA NOS GRUPOS SOCIETÁRIOS E CONTRATUAIS 
 
AGATHA BRANDÃO DE OLIVEIRA
1
 
VALESCA RAIZER BORGES MOSCHEN
2
 
 
RESUMO 
 
No presente artigo, apresenta-se a discussão acerca das possibilidades e dos limites da ―extensão‖ da 
eficácia da cláusula arbitral perante o fundamento basilar da autonomia na arbitragem. Propõe-se analisar 
questões controversas como: Poderia uma parte que não assinou a convenção arbitral, invocar o pacto 
arbitral ou ser demandada com base nele? Seria possível estender a convenção a outrem que não participou 
do nascedouro legítimo da vontade una das partes? Como se conforma uma adequada de extensão sem ser 
abrupta? Tais pontos concernem ao desafio da interpretação sobre a manifestação da vontade no 
procedimento arbitral diante da imprescindível autonomia arbitral em situações complexas, nas quais a 
abrangência eficaz da convenção arbitral se apresenta no âmbito dos grupos societários assim como nas 
teias contratuais. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE 
ARBITRAGEM COMERCIAL INTERNACIONAL; EXTENSÃO DA CLÁUSULA 
COMPROMISSÓRIA; TEORIA DA UNIDADE ECONÔMICA DO GRUPO; 
 
1 Bacharelanda em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) e estudante de Relações Internacionais 
na Universidade de Vila Velha (UVV), desenvolvendo linha de pesquisa em Arbitragem Comercial Internacional. 
2 Coordenadora do programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), 
Professora Adjunto do Departamento de Direito da UFES e Doutora em Direito e Relações Internacionais pela 
Universidade de Barcelona. 
28 
 
INTRODUÇÃO 
 
A promulgação da Lei de Arbitragem em 1996
3
 e a ratificação da Convenção de Nova Iorque em 2002
4
 
propôs um novo momento da arbitragem no Brasil
5
. Na realidade hodierna, a arbitragem é um instrumento 
de acesso eficaz a justiça, contribuindo para a transformação da cultura legal com os métodos alternativos 
de resolução de conflitos e, assim, para o fortalecimento de uma justiça efetiva e a concretização de um 
regime democrático via essa materialização. O advento da lei de arbitragem brasileira, conjugada 
sistematicamente com os princípios internacionais, traz uma maior eficácia, necessidade inerente ao ideal 
da arbitragem, que deve ser um procedimento célere, com árbitros diligentes e partes colaboradoras, seja no 
Brasil ou no exterior. 
Com o desenvolvimento desse método alternativo de resolução de litígios, várias questões pertinentes à 
prática arbitral
6
 colocam-se em voga, como a "extensão"
7
 dos efeitos da cláusula compromissória arbitral às 
partes não signatárias; essa extensão é proposta a partir do pressuposto de consentimento, constituindo uma 
manifestação livre da vontade de ambas as partes ao particular perante a existência desse vínculo, mesmo 
que não esteja expresso de maneira formal. 
Nesse sentido, discutem-se as possibilidades e os limites da ―extensão‖ da eficácia da cláusula arbitral para 
terceiros. A principal proposta deste artigo é analisar como se configura o liame societário mediante um 
contrato celebrado contendo uma cláusula arbitral e a possibilidade de outras empresas do grupo integrar a 
extensão da convenção arbitral, firmada pela controladora. 
Na dinâmica das transações empresariais, a arbitragem surge como uma nova ferramenta que potencializa a 
esfera comercial e, por isso, os casos da ―extensão‖ dos efeitos da cláusula compromissória são de extrema 
importância e consistem em um bom exemplo prático a ser analisado com maior profundidade. Dessa 
forma, este artigo se concentra na relação da cláusula compromissória celebrada por sociedades integrantes 
de grupos econômicos com as não signatárias pertencentes ao mesmo grupo. A prática arbitral apresenta 
com grande frequência essa situação, no entanto, não há consenso doutrinário quanto aos fundamentos 
teóricos que servem para embasar a abrangência de não signatários pela cláusula compromissória. Convém, 
portanto, discutir as razões e os limites da eficácia da convenção arbitral perante a autonomia da cláusula 
compromissória, bem como os possíveis benefícios em prol do ideal da Arbitragem Comercial 
Internacional. 
2A AUTONOMIA E EFICÁCIA DA CLÁUSULA COMPROMISSÓRIA: LIMITES E 
POSSIBILIDADES DE SUA „EXTENSÃO‟ 
 
Desde uma perspectiva geral, a convenção arbitral se reporta como um contrato
8
 entre as partes e surge na 
forma de cláusula arbitral nele inserido. É interesse ressaltar o quesito do contrato no âmbito internacional, 
o qual pode ser elaborado entre sujeitos que pertencem a diferentes ordenamentos jurídicos, mas que partem 
do preceito de autonomia das vontades, do pacta sunt servanta
9
, do consensualismo e da boa-fé. Afirma-se, 
 
3 Lei nº 9.307/1996. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9307.htm >. Acesso em 04 de maio 
2011. 
4 Convenção sobre o reconhecimento e a execução de sentenças arbitrais estrangeiras, feita em Nova York. Disponível 
em: < http://www.camarb.com.br/areas/subareas_conteudo.aspx?subareano=147 >. Acesso em 04 de maio 2011. 
5 RECHSTEINER, B W. Arbitragem Privada Internacional no Brasil: Depois da nova Lei 9.307, de 23.09.1996: 
Teoria e Prática. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2001. 
6 GARCEZ, J M R, ―Arbitragem Internacional‖ in ―A arbitragem da era da Globalização” Coord. José Maria Rossani 
Garcez, Editora Forense, 2ª Edição 1999, p.16. 
7 Utiliza-se o termo "extensão" entre aspas pois não é adequado do ponto de vista técnico, apesar de assim ser 
amplamente utilizado na jurisprudência e na doutrina. O sentido ideal versa sobre a determinação das partes na 
convenção arbitral, além do propriamente estender o alcance da cláusula. 
8 ARAÚJO, N. A Nova Lei de arbitragem brasileira e os ―princípios uniformes dos contratos comerciais 
internacionais‖, elaborados pelo UNIDROIT. In: Arbitragem: lei brasileira e praxe internacional, por Marco Maciel. 
São Paulo: Editora LTr, 1999. 
9 Carlos Alberto Carmona, dissertando sobre a cláusula arbitral – os problemas de direito intertemporal e limites de sua 
extensão, expõe que: ―Em síntese, pacta sunt sevanda: a parte que se obrigou, por contrato, a resolver controvérsias 
eventuais e futuras através da arbitragem, não pode simplesmente mudar de idéia, sendo clara a intenção do legislador 
29 
 
portanto, que a formação da convenção arbitral é um liame contratual, que determina sua eficácia, 
cumprimento e efetividade. 
Carlos Alberto Carmona
10
 é incisivo em dissertar sobre o pilar da autonomia da vontade na arbitragem e a 
responsabilidade inerente ao consenso. A princípio, é importante definir o conceito de Cláusula 
Compromissória e a devida delimitação perante o Compromisso Arbitral. Ambos são espécies da 
Convenção Arbitral, o acordo entre as partes, fonte originária da arbitragem. Entretanto, no sistema 
brasileiro há distinções bem estabelecidas entre a Cláusula Compromissória e o Compromisso Arbitral na 
Lei de Arbitragem
11
. A cláusula compromissória se encontra, na maioria dos casos, inserida em um contrato 
no qual "[...]

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