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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA STEFÂNIA LÚCIA BREVES CONSIDERAÇÕES DA EXTRADIÇÃO GOIANÉSIA-GO 2017 FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA Stefânia Lúcia BREVES CONSIDERAÇÕES DA EXTRADIÇÃO Artigo acadêmico cientifico enviado à Docente Cristiane Ribeiro para avaliação e aferimento de nota sobre a matéria de Direito Penal IV na instituição FACEG de ensino Superior no 5º Período do curso de bacharel em Direito. GOIANÉSIA-GO 2017 RESUMO O Artigo em sequencia demonstra grandes considerações sobre o instrumento internacional penal da extradição e suas especificidades, bem como apresenta detalhadas diferenças entre os agentes estrangeiros no território nacional, deste artigo se apresenta diversas considerações sobre o que vem a ser o mecanismo de extradição e bem como ele é levado em consideração no âmbito penal brasileiro para a importante tarefa de evitar as escusas penais de indivíduos infratores que se evadem das fronteiras brasileiras. Evidenciamos este trabalho com grandes pesquisas em doutrinas pátrias penais e bem como no apoio jurídico on-line dos órgãos governamentais através de seus sites de mídia e difusão de conhecimento, em especial com o apoio de discentes concluintes da instituição de ensino presente e também ajuda de concluintes do curso presente. Palavras chave: extradição, penal, estrangeiro, lei, 13.445, STF. SUMMARY The following article demonstrates great considerations about the international criminal instrument of extradition and its specificities, as well as presents detailed differences between the foreign agents in the national territory, of this article presents diverse considerations on what becomes the mechanism of extradition and as well it is taken into account in the Brazilian penal arena for the important task of avoiding the criminal excuses of offending individuals who escape from Brazilian borders. We have shown this work with great research on doctrines of the country and on the online legal support of government agencies through their media sites and dissemination of knowledge, especially with the support of graduating students of the present teaching institution and help of the present course. Key words: extradition, criminal, foreign, law, 13.445, STF. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 6 1. CONCEITO DE EXTRADIÇÃO ............................................................................... 7 2. ESPÉCIES DE EXTRADIÇÃO ................................................................................ 9 2.1 EXTRADIÇÃO PASSIVA ..................................................................................... 10 2.2 EXTRADIÇÃO ATIVA .......................................................................................... 10 2.3 EXTRADIÇÃO VOLUNTARIA ............................................................................. 10 2.4 EXTRADIÇÃO IMPOSTA .................................................................................... 11 2.5 REEXTRADIÇÃO ................................................................................................ 11 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTRANGEIROS ............................................................ 11 3.1 REFUGIADO ....................................................................................................... 12 3.2 MIGRANTE COMUM .......................................................................................... 14 3.3 ASILADO ............................................................................................................. 15 4. DAS POSSIBILIDADES DE EXTRADIÇÃO .......................................................... 16 5. DAS IMPOSSIBILIDADES DE EXTRADIÇÃO ...................................................... 17 6. PRINCÍPIOS DA EXTRADIÇÃO ........................................................................... 19 6.1 Princípio da não extradição de nacionais ............................................................ 20 6.2 Princípio da identidade ou dupla incriminação .................................................... 20 6.3 Princípio do processo legal ................................................................................. 20 6.4 Princípio do non bis in idem ................................................................................ 20 6.5 Princípio da simetria ............................................................................................ 21 6.6 Princípio da reciprocidade ................................................................................... 21 6.7 Princípio da não extradição de crimes comuns ................................................... 21 6.8 Princípio da definitiva extradição ......................................................................... 21 7. DO PROCESSO DE EXTRADIÇÃO ..................................................................... 22 7.1 NA EXTRADIÇÃO PASSIVA ............................................................................... 22 7.2 NA EXTRADIÇÃO ATIVA .................................................................................... 23 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 23 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 24 INTRODUÇÃO É certo que as ações antijurídicas estão presentes em todo o ordenamento mundial, não há um país sequer, que como sendo estado soberano e detento sua legislação, não detenha violações criminosas, deste modo o crime é algo global do qual nenhum estado soberano se desvincula. Com a existência das ações antijurídicas criminosas também há de existir uma intenção de se escusar das ações punitivas sobre estas ações criminosas, uma saída muito usada para tentar a impunidade é a fuga do estado ao qual se cometeu o delito antijurídico, deste modo o agente que comete um crime, em certos casos, tende a se evadir da jurisdição punitiva a qual deve responder. Neste intuito de se evadir de um estado soberano buscando falso refugio em outro que nasce o instituto da extradição, este instituto vem para evitar a impunidade e tentar a todo custo deter as exclusas fronteiras, de modo a fazer a jurisdição punitiva voltar a ter efetividade. A extradição há então de se tratar de um mecanismo de impedimento da impunidade em âmbito internacional. Sendo de âmbito internacional depende da cooperação de estados soberanos para que a criminalidade seja combatida de modo a não se considerarem as fronteiras como exclusas para punição. Com este exposto entendemos, é claro dadas as suas ressalvas, que pode a extradição alcançar qualquer indivíduo fora da jurisdição normal fazendo-o retornar para a jurisdição original. A pesquisa a seguir elenca os conceitos mais básicos sobre o que vem a ser a extradição, elencando aqui tanto os conceitos doutrinários gerais e bem como analise do novo título de estrangeiros que foi colocado em pratica apenas em 24 de maio de 2017; suprimindo a antiga legislação de estrangeiros e consequentemente de extradição. 1. CONCEITO DE EXTRADIÇÃO A extradição é um mecanismo internacional do direito penal no combate à impunidade, se trata de um instituto para garantir a punição real de estrangeiros podem usar a soberania de outro estado para se escusar da jurisdição de algum crime cometido em outro estado soberano. Segundo expõe o conceito do Dicionário Aurélio: “Extradição. [Do fr. Extradition.] S. F. 1. Ato de extraditar. 2. Entrega de um indivíduo, feita pelo governo do país onde ele se acha refugiado ao do país que o reclama, paraser julgado perante os tribunais deste ou cumprir a pena que lhe foi imposta.” (Aurélio, 2009, pg. 860) Grifo do autor Podemos entender então segundo a noção advinda do dicionário que a extradição se trata do processo de entrega, feita por um estado soberano, de um individuo para outro estado soberano para que possa responder devidamente sobre questão penal. Nos ensinamentos de Cezar Roberto Bitencourt: Segundo o Congresso Internacional de Direito Comparado de Haia, 1932, a extradição é “uma obrigação resultante da solidariedade internacional na luta contra o crime”, por meio da qual um estado entrega a outro alguém acusado ou condenado pela prática de determinado crime, para que seja julgado, ou para que a pena seja executada. Dessa definição constata-se que a extradição é um instrumento de cooperação internacional na repressão de combate à criminalidade, que se globalizou antes da própria economia. (Bitencourt, 2014, pg. 234) De todos os ensinamentos o de Fenando Capez é o mais resumido e completo: “Extradição: é o instrumento jurídico pelo qual um país envia uma pessoa que se encontra em seu território a outro estado soberano, a fim de que neste seja julgado ou receba a imposição de uma pena já aplicada.” (Capez, 2014, pg.112) Grifo do autor Estes ensinamentos corroboram o conceito dado anteriormente e ainda expõem a importância da colaboração internacional na efetividade do mecanismo de extradição, essa colaboração internacional se evidencia na forma dos tratados, convenções e acordos específicos de extradição. Podemos entender o instituto da extradição como sendo um mecanismo na luta contra a impunidade, vistas que um estado soberano como sendo não poderá invadir a territorialidade de outro estado soberano apenas para levar um individuo para cumprir suas obrigações penais; neste entendimento sobre a necessidade do instituto de extradição se evidenciam os estudos de Julio Fabbrini Mirabete, vejamos: Compete ao estado reprimir toda e qualquer delinquência que surgir em seu território. Entretanto se um individuo se evade dele, com o fito de eximir-se de sanções penais, cria a seguir um conflito de soberania que impossibilita, com isso, o Estado lesado de invadir o território de outro para submeter o criminoso à devida repressão, sem se comprometer com as leis de convivência internacional. Entretanto, a própria noção de justiça exige que os criminosos sejam punidos; existe um interesse comum e o dever moral dos Estados em reprimir o crime; a luta contra ele é um objetivo de todas as nações. Por essa razão existe o processo de extradição. (Mirabete, 2013, pg. 74) Nestes ensinamentos de Julio Fabbrini Mirabete podemos entender a motivação de existir este instituto jurídico, se trata tanto uma questão de relações exteriores quanto uma ação de direito penal no que tange a punibilidade. Deste modo a extradição tem o caráter de manutenção da justiça, fazendo com que a atuação da justiça não seja lezada por conta de relações internacionais de dois Estados Soberanos. O instituto jurídico da extradição está intimamente ligado aos princípios de territorialidade e extraterritorialidade do direito penal pátrio, podemos entender isto como uma limitação e em certos casos uma extensão da jurisdição brasileira. No Art. 5º do Código Penal de 1940 teremos as delimitações da territorialidade das leis penais pátrias. Entretanto no Art. 7º elenca as questões de extraterritorialidade que são as possibilidades as quais o crime praticado no estrangeiro sofre sanções penais brasileiras. É por virtude destes artigos, 5º e 7º, que em âmbito jurídico brasileiro a extradição é intimamente ligada ao direito penal e todas as suas questões delimitadoras, sendo assim podemos entender de modo geral a extradição como sendo um mecanismo jurídico de controle jurisdicional, controle de fronteira, controle de soberania e acima de tudo um instrumento de controle da correta atuação penal evitando a evasão indevida das obrigações penais pelo indivíduo. Segundo a Nova Legislação sobre imigração a extradição é: CAPÍTULO VIII DAS MEDIDAS DE COOPERAÇÃO Seção I Da Extradição Art. 81. A extradição é a medida de cooperação internacional entre o Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva ou para fins de instrução de processo penal em curso. Assim podemos entender em sentido atualizado a extradição como sendo atividade de cooperação internacional entre os estados soberanos no combate à impunidade penal. 2. ESPÉCIES DE EXTRADIÇÃO A doutrina classifica a extradição de diversas formas, sendo estas classificações os tipos de extradições possíveis, deste modo termos algumas distinções entre as extradições. Estas distinções são quanto ao polo da extradição, quanto ao interesse do indivíduo extraditado e quanto a refeita extradição. Vejamos cada uma em especifico: 2.1 EXTRADIÇÃO PASSIVA Esta se refere quanto ao polo de ação da extradição, deste modo é extradição passiva aquele em que o estado concede, deste modo todo o conteúdo do estatuto do estrangeiro (LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017) em seu capitulo VIII Seção I podem ser definidas como normas de extradição passiva pois são todas normas que definem a concessão de extradição. Em caso de extradição o Estado soberano o qual envia o individuo para outro será este primeiro estado sempre o extraditor passivo, de modo que toda extradição será passiva por aquele que concede. (Bitencourt, 2014) Na nova lei de extradição se entende que a extradição passiva deve ser de obrigatoriedade uma oitiva da Procuradoria Geral da República por força do que elenca o Art. 84 parte final. 2.2 EXTRADIÇÃO ATIVA Esta é a extradição em relação ao Estado soberano que requer a extradição, sendo assim é o estado que deseja aferir seu julgamento ou impor cumprimento de pena sobre o individuo extraditado, deste modo o Estado soberano que requerer a extradição figura no polo ativo da relação. 2.3 EXTRADIÇÃO VOLUNTARIA Este requisito se entende em relação ao indivíduo que será extraditado, deste modo é autoexplicativa esta questão, sendo assim na extradição voluntaria o individuo a ser extraditado concorda com a extradição e se coloca a disposição das autoridades competentes para que exista o processo de extradição; em verdade este tipo é bem incomum visto que o extraditando normalmente é notificado sobre o processo de ação penal antes mesmo de existir um processo de extradição. (Marques, 1964) 2.4 EXTRADIÇÃO IMPOSTA De obvia abstração este também é uma classificação em relação ao extraditando, nesta classificação o extraditando se vê obrigado a cumprir o processo de extradição que acontece análogo de sua vontade, deste modo se entende este processo como sendo o mais comum visto que o processo de extradição normalmente segue como sendo contestado pelo extraditando. (Marques, 1964) 2.5 REEXTRADIÇÃO Esta espécie de extradição acontece quando o Estado a receber o extraditando recebe novo pedido de extradição e passa a figurar como passivo nesta questão e aceita o novo pedido de extradição, sendo assim o extraditando é novamente extraditado para um novo Estado, de modo a acontecer 2 ou mais extradições. (Bitencourt, 2014) 3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTRANGEIROS Visto que se trata de um importante mecanismo jurídico que intimamente se aplica aos estrangeiros é necessário classificar estes indivíduos para que se possa traçar linhas sobre eles, esta classificação se toma de grande importância pois o asilado e em especial o refugiado detém certas imunidades de extradição para com o simples migrante estrangeiro que reside no país. Deste modo vejamos a classificação e diferenciação dos refugiados e asiladospara o simples migrante residente no país: 3.1 REFUGIADO O Dicionário Aurélio expõe o refugiado como sendo: “Refugiado [Part. De refugiar.] Adj. S. m. Diz-se de, ou aquele que se refugiou.” (Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, 2009 p. 1721) Grifo do autor De mesmo modo teremos o conceito de refugiar-se: “Refugiar-se [De refúgio + ar² + se¹.] V. p. 1 retirar-se (para um lugar seguro); acolher-se, abrigar-se ... 2. Tomar asilo; asilar-se; expatriar-se ... 3. Procurar abrigo ou proteção; resguardar-se; amparar-se ... 4. Resguardar-se; proteger-se; abrigar-se.” (Novo Dicionário Aurélio da língua portuguesa, 2009 p. 1721). Grifo do autor Com a fundação da ACNUR em 14 de dezembro de 1950 teremos a definição internacional e geral de o que vende a ser um refugiado, em 28 de julho de 1951 foi adotado o estatuto dos refugiados que também é conhecido como convenção de Genebra de 1951. Neste estatuto em seu artigo 1º teremos o que vem a ser o conceito de refugiado, vejamos: Art. 1º -Definição do termo "refugiado" A. Para os fins da presente Convenção, o termo "refugiado" se aplicará a qualquer pessoa: 1) Que foi considerada refugiada nos termos dos Ajustes de 12 de maio de 1926 e de 30 de junho de 1928, ou das Convenções de 28 de outubro de 1933 e de 10 de fevereiro de 1938 e do Protocolo de 14 de setembro de 1939, ou ainda da Constituição da Organização Internacional dos Refugiados; As decisões de inabilitação tomadas pela Organização Internacional dos Refugiados durante o período do seu mandato, não constituem obstáculo a que a qualidade de refugiados seja reconhecida a pessoas que preencham as condições previstas no parágrafo 2 da presente seção; 2) Que, em consequência dos acontecimentos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele. – Estatuto dos refugiados disponível em: http://www.acnur.org/fileadmin/scripts/doc.php?file=fileadmin/Documentos/p ortugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados. Acessado em 10 de outubro de 2017 ; Grifo nosso. Este é o conceito normalmente adotado amplamente no mundo todo, diversos países levam em grande consideração este texto da ACNUR para definir o que seja o refugiado. Vale lembrar, inclusive, que diversos documentos internacionais citam este entendimento da ACNUR como sendo o definitivo de entendimento do conceito de refugiado, a declaração de Cartagena é um dos documentos internacionais que citam a definição de refugiado da ACNUR como sendo a mais específica e sendo necessária de ser adotada. Podemos então entender que o refugiado é aquele que se encontra fora de seu país de origem e não pode voltar para tal pois é impedido ou tem devera temor de retornar. Podemos perceber que é um conceito de fácil entendimento e que abrange de maneira simples as mais diversas situações que podem ameaçar direitos de uma pessoa e tornar-se um refugiado. É importante frisar que tal conceito deve ser aplicado ao ser humano em seu geral, sem distinção alguma de raça, cor, gênero ou qualquer outra forma de separação ou eugenia. No ordenamento brasileiro teremos a própria definição do refugiado que consta na Lei Nº 9.474, De 22 De Julho De 1997 (estatuto dos refugiados) elenca o conceito de que se considera refugiado já no seu Artigo 1º, vejamos: Art. 1º Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I - devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas encontre-se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não queira acolher-se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde antes teve sua residência habitual, não possa ou não queira regressar a ele, em função das circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país. Podemos entender que esta legislação elenca exatamente o entendimento sobre refugiados que é descrito pela ACNUR. Podemos ver que todos os conceitos elencados ao “Refugiado” rementem a um indivíduo que busca paz e segurança que sua pátria não há de dispor por qualquer motivação. 3.2 MIGRANTE COMUM A ACNUR também explica amplamente a diferença de um dito “simples migrante” e um “Refugiado”, em diversos meios midiáticos eles tendem a fazer essa diferenciação pois se entende importante para conscientizar da importância de uma proteção para com os refugiados. Sobre o migrante e o refugiado, em resumo, podemos entender o refugiado uma pessoa que se desloca do país de origem buscando a preservação de seus direitos humanos e preservação de si, sua escolha de sair do país acaba quase que sendo forçada ou até mesmo a sua volta acaba sendo forçada ou fatal se decidir voltar, daí a ideia de se pedir asilo e proteção e nação diversa a sua. Entretanto o migrante simples é considerado uma pessoa que tem a escolha de ficar em seu país e não seria impedida ou correria grandes riscos caso optasse por regressar, mas esta pessoa faz a migração com o intuito de buscar, normalmente, uma melhor qualidade de vida, opção de trabalho ou local para moradia de qualidade. 3.3 ASILADO O refúgio e o asilo têm diversas questões em comum, pois os dois institutos têm a intenção de preservar a característica de paz humana, ou seja, os dois tem um mesmo objetivo de abrigar o indivíduo que sofre com perseguição política religiosa ou de qualquer outro tipo que possa colocar em risco sua paz de modo injusto. O entendimento mundial é de certa forma contrário ao conceito brasileiro, no âmbito internacional o asilo e o refúgio, normalmente, apresentam distinção apenas de quantidade, enquanto o asilo é apresentado quando uma pessoa busca amparo internacional para sua proteção o refúgio é de apresentar um movimento migratório de massa, sendo assim podemos entender o refúgio como sendo uma proteção contra perseguição que é elencado para casos de grandes massa como acontece com os casos de campos de refugiados sírios na Jordânia, enquanto que o asilo acontece para casos de pequenos grupos e/ou individuais. (BARRETO, 2010) Em interesse jurídico Brasileiro o “Asilo” e o “Refugio” tem grandes semelhanças e também diferenças, podemos citar como semelhança as questões humanitárias que são elencadas e grande parte dos direitos cedidos tanto ao refugiado quanto ao asilado. Apesar das semelhanças o “Asilo” e o “Refugio” são institutos jurídicos brasileiros de certa distinção, podemos perceber em início a questão da gravidade sobre as duas questões. O refúgio é dado e mantido em questão de “Fundado temor”, ou seja, o refúgio acontece quando o indivíduo sente grande chance de violabilidade de sua integridade física de modo que possa ameaçar de modo real sua vida, sendo assim é comum em grandes massas que migram na fuga por grande guerra, grande perseguição política ou racial. O “Asilo” é normalmente considerado para casos políticos, normalmente pedido no estrangeiro em embaixadas e não tem grande apresenta grande temor a vida por questão racial ou religiosa, normalmente s trata de perseguição política advinda de revoluções fracassadas e/ou de perseguição política para com ideias contrarias a um estado. Sobre as diferenças vale salientar os ensinamentos de Luiz Paulo Telles FBarreto, vejamos: A principal diferença entre os institutos jurídicos do asilo e do refúgio reside no fato de que o primeiro constitui exercício de um ato soberano do Estado, sendo decisão política cujo cumprimento não se sujeita a nenhum organismo internacional. Já o segundo, sendo uma instituição convencional de caráter universal, aplica-se de maneira apolítica, visando a proteção de pessoas com fundado temor de perseguição. Uma diferença prática que se pode perceber é que o asilo normalmente é empregado em casos de perseguição política individualizada. Já o refúgio vem sendo aplicado a casos em que a necessidade de proteção atinge a um número elevado de pessoas, onde a perseguição tem aspecto mais generalizado. – (Luiz Paulo Telles F Barreto, pg. 47 2006) É importante citar que os processos jurídicos são separados, visto que o CONARE (Comitê Nacional para Refugiados) regula em grande forma as questões dos refugiados e bem como toma toda e qualquer decisão, em primeira instancia, sobre concessão, cessação ou perda do status de refugiado. Enquanto que o Asilo é concedido em exclusividade pelo presidente da república. 4. DAS POSSIBILIDADES DE EXTRADIÇÃO O rol que elenca a possibilidade de extradição é amplo e de menção taxativa, mas respeitando o que se entende nos princípios da extradição e do âmbito jurídico brasileiro, sendo assim podemos entender que são diversas as possibilidades de extradição respeitando os limites impostos pela legislação. De modo geral podemos entender que a LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017 (Novo Estatuto do estrangeiro) disciplina as possibilidades de extradição em seu capitulo VIII, seção I. Tal legislação em seu Art. 83 expõe: Art. 83. São condições para concessão da extradição: I - ter sido o crime cometido no território do Estado requerente ou serem aplicáveis ao extraditando as leis penais desse Estado; e II - estar o extraditando respondendo a processo investigatório ou a processo penal ou ter sido condenado pelas autoridades judiciárias do Estado requerente a pena privativa de liberdade Deste modo, em análise superficial, o processo de refúgio só necessitaria do inicio do processo penal pelo estado requerente. Vale ressaltar aqui que em relação ao antigo estatuto do refugiado era necessária a cooperação internacional reciproca ou tratado prévio para que a extradição fosse possivel, este novo estatuto do refugiado que começou em 2017 não mais expõe esta necessidade. De modo geral sendo respeitados os princípios que regem as bases do mecanismo de extradição e sendo respeitados também o disposto nas normas legais, sobre tudo aos tratados, a extradição é totalmente possivel e necessária. 5. DAS IMPOSSIBILIDADES DE EXTRADIÇÃO As impossibilidades a extradição são tamanhas que nem mesmo o titulo em especifico que elenca o que se trata de extradição na LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017 demonstra todas as impossibilidades da extradição em seu artigo 82. Vejamos agora algumas impossibilidades de extradição. De modo a entender este rol que elenca as impossibilidades de extradição vejamos na integra: Art. 82. Não se concederá a extradição quando: I - o indivíduo cuja extradição é solicitada ao Brasil for brasileiro nato II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; III - o Brasil for competente, segundo suas leis, para julgar o crime imputado ao extraditando; IV - a lei brasileira impuser ao crime pena de prisão inferior a 2 (dois) anos; V - o extraditando estiver respondendo a processo ou já houver sido condenado ou absolvido no Brasil pelo mesmo fato em que se fundar o pedido; VI - a punibilidade estiver extinta pela prescrição, segundo a lei brasileira ou a do Estado requerente VII - o fato constituir crime político ou de opinião; VIII - o extraditando tiver de responder, no Estado requerente, perante tribunal ou juízo de exceção; ou IX - o extraditando for beneficiário de refúgio, nos termos da Lei no 9.474, de 22 de julho de 1997, ou de asilo territorial. § 1º A previsão constante do inciso VII do caput não impedirá a extradição quando o fato constituir, principalmente, infração à lei penal comum ou quando o crime comum, conexo ao delito político, constituir o fato principal. § 2º Caberá à autoridade judiciária competente a apreciação do caráter da infração. § 3º Para determinação da incidência do disposto no inciso I, será observada, nos casos de aquisição de outra nacionalidade por naturalização, a anterioridade do fato gerador da extradição. § 4º O Supremo Tribunal Federal poderá deixar de considerar crime político o atentado contra chefe de Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de genocídio e terrorismo. § 5º Admite-se a extradição de brasileiro naturalizado, nas hipóteses previstas na Constituição Federal. (Brasil, 2017) Grifo Nosso Em primeiro não há o que se falar sobre extradição de um brasileiro nato, visto o que dispõe no Art. 82, I da aludida Lei Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017, é impossível a extradição de brasileiro, salvo se o naturalizado praticou ação antes de receber sua qualidade de brasileiro. Nos casos onde o brasileiro pratica crime no exterior e volta para o brasil ele é processado e cumpre pena no território brasileiro. Segundo esta mesma Lei Neste Art. 82, II não existirá extradição quando o Brasil não considerar crime o fato que motiva a extradição, sendo assim podemos entender que não sendo um crime aqui no brasil também não há o que se falar em motivação para extradição. É certo e jurisprudencial que não há extradição em caso o fato que motiva a extradição constitua apenas contravenção penal no ordenamento brasileiro, isto se entende segundo interpretação do que vem a ser o item IV deste art. 82 que exime de extradição qualquer questão a qual não constitua crime com pena de prisão de ao menos 2 ano. Cabe ressaltar que a antiga legislação de extradição tratava destas possibilidades levando em conta crime inferior a um ano e não 2 anos como na nova, tal questão fez reacender se o titulo das contravenções penais pode ser usado para motivar extradição ou não; por se tratar de legislação nova tal questão ainda tem como jurisprudência o antigo que se dizia que o art. 82 IV é categórico ao falar de crime que considera prisão, sendo assim a contravenção não há de ser possibilidade de extradição. Podemos perceber que é certo e extenso este rol do Art. 82, mas no antigo estatuto do refugiado a maior parte destas questões eram dadas apenas como exemplificativas devido aos novos acontecimentos de refugio e da falta de consideração sobre o asilo no brasil, deste modo não existia na legislação antiga sobre extradição as questões de impossibilidade de extradição do refugiado e do asilado. Vale elencar aqui que mesmo o pedido de extradição sendo já processado e concedido existem certas questões que impedem a entrega do extraditando, estas condições são elencadas no Art. 96 do Estatuto do Estrangeiro; Vejamos: Art. 96. Não será efetivada a entrega do extraditando sem que o Estado requerente assuma o compromisso de: I - não submeter o extraditando a prisão ou processo por fato anterior ao pedido de extradição; II - computar o tempo da prisão que, no Brasil, foi imposta por força da extradição; III - comutar a pena corporal, perpétua ou de morte em pena privativa de liberdade, respeitado o limite máximo de cumprimento de 30 (trinta) anos; IV - não entregar o extraditando, sem consentimento do Brasil, a outro Estado que o reclame; V - não considerar qualquer motivo político para agravar a pena; e VI - não submeter o extraditando a tortura ou a outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes. Estas questões que impedem a extradição são coerentes com os princípios da mesma e sãoelencados para o Estado soberano que requer o pedido, estas questões impeditivas são para garantias de uma clara justiça e também são consentâneas com os direitos humanos universais. 6. PRINCÍPIOS DA EXTRADIÇÃO A extradição detém, assim como toda matéria jurídica, principio que regem suas bases de modo a tornar o meio homogêneo e previsível, são os princípios que tratam de trazer as melhores interpretações gerais sobre o que vem a ser o tema, deste modo o mecanismo da extradição detém certos princípios que devem ser levados em conta na aplicação do processo. 6.1 Princípio da não extradição de nacionais Segundo este princípio nenhum brasileiro poderá ser extraditado, salvo o brasileiro naturalizado em caso de crime comum praticado antes da naturalização ou de crime por tráfico ilícito de drogas (Art. 5º, LI, CF) 6.2 Princípio da identidade ou dupla incriminação Segundo este princípio o indivíduo só poderá ser extraditado em caso de crime comum, de modo que o crime que seja o motivo da extradição deve também ser crime no brasil; se trata este princípio da identidade aplicável apenas para a extradição passiva do brasil. (Art. 82, II, Lei Nº 13.445/2017) 6.3 Princípio do processo legal Este principio elenca que o extraditando não poderá ser levado a um julgamento de tribunal de exceção, se trata este de um principio de segurança para com a legalidade e o estado democrático de direito. (Art. 82, VIII, Lei Nº 13.445/2017) 6.4 Princípio do non bis in idem Este é um importante principio que impede que o extraditando tenha o processo em continuado caso o crime que motiva o pedido já tiver sido transitado e jugado na sentença cumprida, sendo assim o agente não poderá ser extraditado por um crime pelo qual já pagou de modo que esta é uma vedação da dupla punição. (Rossini, 2015) 6.5 Princípio da simetria Se trata este um principio que deseja arguir sobre a semelhança das legislações, deste modo o extraditando não poderá sofrer o processo de extradição caso os tipos penais não sejam semelhantes entre os dois estados soberanos. (Capez, 2014) 6.6 Princípio da reciprocidade Este princípio bem se aplicava pelo entendimento acerca do ultimo estatuto do estrangeiro e consequentemente da ultima parte que tratava de extradição, no entendimento passado acerca da extradição era pré-requisito que a reciprocidade de extradição existisse, tal questão não é mais necessária o que torna este principio não muito usado na atual legislação brasileira de 2017. 6.7 Princípio da não extradição de crimes comuns Segundo o que é elencado no texto constitucional o extraditando não sofrerá a extradição por crime o qual seja politico ou de opinião (Art. 5º, LII, CF.) Este caso poderá ser revisto no caso de avaliação do STF sobre o qual o crime tenha sido cometido contra “chefe de Estado ou quaisquer autoridades, bem como crime contra a humanidade, crime de guerra, crime de genocídio e terrorismo.” Mesmo que sejam superficialmente considerados crimes políticos ou de opinião (Art. 82, §4º, Lei Nº 13.445/2017) 6.8 Princípio da definitiva extradição Princípio novo em decorrência do art. 98 do novo estatuto do estrangeiro que elenca a não necessidade de nova extradição caso o extraditando se evada da justiça após ser entregue ao estado que requer a extradição, deste modo caso o extraditando volte ao brasil tendo escapado novamente da justiça de estado requerente de extradição ulterior este extraditando será novamente entregue ao estado requerente de extradição sem qualquer necessidade de formalidade. (Art. 98 e 99 Lei Nº 13.445/2017) 7. DO PROCESSO DE EXTRADIÇÃO 7.1 NA EXTRADIÇÃO PASSIVA O processo de extradição se inicia com uma nota verbal feita pelo Estado que figura como ativo no processo, esta nota é dada pela embaixada de tal Estado ativo e entregue ao Ministério das Relações Exteriores (MRE). Em sequencia o MRE entrega o pedido de extradição ao Ministério de Justiça que o repassa, por meio de oficio, para o tribunal competente que se entende hoje como sendo o Supremo Tribunal Federal (STF). Vale ressaltar que este pedido de extradição é feito em regra pelo MRE, mas pode ser em vias diversas. (Art. 102, I, g, CF) Com o pedido de extradição no Supremo tribunal federal este processo é colocado às guardas de um ministro que se coloca na posição de relator da questão, o stf analisara o caráter da questão e caso esteja de acordo com os princípios e a legislação sobre extradição o pedido é concedido. Com o pedido concedido o STF expedira notificação diplomática para o extraditando e para o estado requerente em no máximo 60 dias para que possa ser retirado de território nacional extraditando. Pode também o STF pedir prisão cautelar para garantir a extradição ou o extraditando poderá se entregar de livre vontade estando presente o seu advogado. O prazo do Art. 92 é de 60 dias contados a partir da notificação do estado requerente, sobre a pena de se ver em liberdade o extraditando, sendo assim no caso de completos os 60 dias e o extraditando não tiver sido retirado do país por problemas advindos do estado requerente da extradição será levado a liberdade o extraditando sem poder ser levado a novo processo de extradição. 7.2 NA EXTRADIÇÃO ATIVA O poder judiciário emite os documentos necessários para a extradição e os repassa ao ministério da justiça que o envia para analise do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça e Cidadania (DRCI/SNJC) que entenderá se cabe ou não admissibilidade da extradição observando os tratados existentes com o país passivo na extradição e o novo estatuto do estrangeiro na sua parte de extradição. Em caso de admissibilidade de extradição o pedido é enviado ao Ministério de Relações exteriores ou para a autoridade central estrangeira com o intuito de se efetivar o interesse no foragido em solo estrangeiro. Em geral não existem regras especificas do processo total para a extradição ativa, o processo se firmará em depender de tratado e legislação do pais que está em polo passivo e bem como da reciprocidade com o estado que está em polo passivo, deste modo não há muito que se elencar na extradição ativa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em caráter de finalidade podemos elencar a importância do novo estatuto do estrangeiro na nova Lei Nº 13.445/2017 que substituiu o antigo estatuto na antiga Lei Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTO DE 1980, esta mudança trouxe algumas consequências para a extradição e diversas consequências para os estrangeiros e seus direitos. Entendemos na presente pesquisa que a extradição se elenca como sendo de suma necessidade para evitar as escusas penais e bem como para fortalecer os laços jurídicos entre Estados soberanos, deste modo uma aliança internacional há de se formar para o combate especifico da impunidade penal e bem como detém a extradição o intuito de retirar do país indivíduos os quais podem ser nocivos para com a ordem pública. Podemos entender que a extradição é um mecanismo complexo que detém diversos princípios, uma lei especifica e um uso certo no ordenamento jurídico penal internacional, sendo assim é a extradição parte do âmbito penal. Em fim de garantir a investigação, o processo e a sentença justa penal a extradição vem como sendo mecanismo regulador da justiça em face das fronteiras, sendo assim a extradição é o complexo mecanismo que nasce das problemáticas de fronteiras e jurisdições penais diferenciadas. BIBLIOGRAFIA http://www.justica.gov.br/noticias/entenda-o-processo-de-extradicao acessado em 01/12/2017 LEI Nº 13.445, DE 24 DE MAIO DE 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13445.htm. D.O.U. DE 25/05/2017, P. 1 LEI Nº 6.815, DE 19 DE AGOSTODE 1980. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6815.htm. D.O.U. DE 21/08/1980, P. 16534 MARQUES, José Frederico, Tratado de Direito Penal, 2ª Ed., São Paulo, Saraiva, 1964. Artigo sobre os princípios da extradição, Talita de Pedro Rossini, disponível em: https://lithapedro.jusbrasil.com.br/artigos/328716431/extradicao-no-direito-brasileiro Direito penal: parte geral / Edilson Mougenot Bonfim, Fernando Capez. — São Paulo: Saraiva, 2014. 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