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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ ADAN WILLIAM NAVARRO AMANDA GÓES ANA LUÍSA COSTA ANA PAULA VIANA CLAIRE MARQUES ANTIPROTOZOÁRIOS ILHÉUS - BAHIA 2019 ADAN WILLIAM NAVARRO AMANDA GÓES ANA LUÍSA COSTA ANA PAULA VIANA CLAIRE MARQUES ANTIPROTOZOÁRIOS ILHÉUS - BAHIA 2019 Trabalho apresentado à matéria doenças parasitárias dos animais como exigência de obtenção de crédito apresentada. Orientador: Prof. Dr. Dunezeu Alves Campos Junior. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 2 ACRIFLAVINA .................................................................................................. 11 2.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 11 2.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 11 2.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 11 2.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 12 2.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 12 2.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 12 2.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 12 2.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 12 3 ALBENDAZOL .................................................................................................. 13 3.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 13 3.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 13 3.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 13 3.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 14 3.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 14 3.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 14 3.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 14 3.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 14 4 ALOPURINOL ................................................................................................... 14 4.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 14 4.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 15 4.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 15 4.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 15 4.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 15 4.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 16 4.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 17 4.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 17 5 AMPRÓLIO ........................................................................................................ 18 5.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 18 5.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 18 5.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 18 5.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 18 5.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 18 5.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 19 5.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 19 5.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 19 6 BACTRIM: SULFAMETOXAZOL ................................................................. 20 6.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 20 6.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 20 6.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 20 6.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 21 6.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 21 6.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 21 6.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 21 6.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 21 7 BROMETO E CLORETO DE HOMÍDEO (ETÍDEO) .................................. 22 7.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 22 7.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 22 7.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 22 7.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 22 7.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 22 7.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 23 7.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 23 7.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 23 8 CLINDAMICINA ............................................................................................... 23 8.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 23 8.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 23 8.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 23 8.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 24 8.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 24 8.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 24 8.7 EFEITOS TÓXICOS ..............................................................................................24 8.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 24 9 DARAPRIM: PIRIMETAMINA ...................................................................... 25 9.1 HISTÓRICO ......................................................................................................... 25 9.2 ESPECTRO DE AÇÃO .......................................................................................... 25 9.3 FÓRMULA ESTRUTURAL .................................................................................... 25 9.4 MECANISMO DE AÇÃO ....................................................................................... 25 9.5 FARMACOCINÉTICA ........................................................................................... 26 9.6 ASSOCIAÇÕES .................................................................................................... 26 9.7 EFEITOS TÓXICOS .............................................................................................. 26 9.8 POSOLOGIA ........................................................................................................ 26 10 DECOQUINATO................................................................................................ 27 10.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 27 10.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 27 10.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 27 10.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 27 10.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 28 10.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 28 10.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 28 10.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 28 11 DIACETURATO DE DIMENAZENE ............................................................. 28 11.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 28 11.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 29 11.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 29 11.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 29 11.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 29 11.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 29 11.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 29 11.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 30 12 DICLOTRIL: CLORIDRATO DE ENROFLOXACINA .............................. 30 12.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 30 12.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 30 12.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 31 12.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 31 12.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 31 12.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 31 12.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 32 12.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 32 13 GENTAMICINA ................................................................................................ 32 13.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 32 13.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 32 13.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 33 13.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 33 13.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 33 13.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 33 13.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 34 13.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 34 14 HALOFUGINONA ............................................................................................. 34 14.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 34 14.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 34 14.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 34 14.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 35 14.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 35 14.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 35 14.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 35 14.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 35 15 IMIZOL ............................................................................................................... 36 15.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 36 15.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 36 15.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 36 15.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 36 15.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 36 15.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 37 15.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 37 15.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 37 16 NAFTOQUINONA ............................................................................................. 37 16.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 37 16.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 38 16.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 38 16.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 38 16.5 FARMACOCINÉTICA .......................................................................................39 16.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 39 16.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 39 16.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 39 17 NITROIMIDAZÓIS ........................................................................................... 40 17.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 40 17.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 40 17.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 40 17.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 41 17.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 41 17.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 42 17.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 43 17.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 43 18 MELARSOMINA ............................................................................................... 43 18.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 43 18.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 43 18.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 44 18.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 44 18.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 44 18.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 44 18.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 44 18.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 45 19 SULFADIAZINA ................................................................................................ 45 19.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 45 19.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 45 19.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 45 19.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 46 19.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 46 19.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 46 19.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 46 19.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 47 20 SULFATO/CLORETO DE QUINAPIRAMINA ............................................ 47 20.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 47 20.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 47 20.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 47 20.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 47 20.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 48 20.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 48 20.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 48 20.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 48 21 SURAMINA ........................................................................................................ 48 21.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 48 21.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 49 21.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 49 21.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 49 21.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 49 21.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 50 21.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 50 21.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 50 22 TETRACICLINAS ............................................................................................. 50 22.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 50 22.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 51 22.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 51 22.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 52 22.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 52 22.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 53 22.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 53 22.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 54 23 TOLTRAZURIL ................................................................................................. 55 23.1 HISTÓRICO ..................................................................................................... 55 23.2 ESPECTRO DE AÇÃO ...................................................................................... 55 23.3 FÓRMULA ESTRUTURAL ................................................................................ 55 23.4 MECANISMO DE AÇÃO ................................................................................... 55 23.5 FARMACOCINÉTICA ....................................................................................... 56 23.6 ASSOCIAÇÕES ................................................................................................ 56 23.7 EFEITOS TÓXICOS .......................................................................................... 56 23.8 POSOLOGIA .................................................................................................... 57 24 REFERÊNCIAS.................................................................................................. 58 10 1 INTRODUÇÃO Os protozoários estão inclusos no reino Protista tendo reprodução geralmente assexuada. Além disso, eles se caracterizam por ter núcleo celular dentro de uma carioteca, sendo, portanto, eucarioto, (ADL, et al,2005) sabe-se, que a maioria deles vivem na água de forma livre, seja a água doce, salobra ou água salgada. No entanto, além do ambiente citado, podem ser encontrados também em matéria orgânica em decomposição e até mesmo no solo. A maioria dos protozoários são heterótrofos, ou seja, não produzem seu próprio alimento, porém alguns são autótrofos e produzem seu alimento através da fotossíntese. (FINLAY & ESTEBAN, 1998) Os protozoários são importantes parasitas uma vez que, conseguem ocasionar doenças graves nos animais e no homem, como, por exemplo: Leishmaniose, Doença de Chagas, Toxoplasmose e Malária; tendo algumas que são capazes de debilitar o indivíduo causado a morte do mesmo (RUAS, et al, 2000; FORTES, E, 2004). A infecção por protozoários é comum em regiões com condições higiênico- sanitárias precárias devido as características do organismo já citadas (DE CARLI, 2004). Nesse cenário, os medicamentos que agem contra protozoários patogênicos funcionam como um instrumento da saúde fundamental, uma vez que um tratamento adequado e precoce poderá favorecer melhores resultados dos pacientes, e melhorar a qualidade de vida, visando sempre diminuir o sofrimento e otimizar a recuperação do indivíduo. (GADELHA, A. M. J, et al, 2002). Por essas razões, há muitos medicamentos desenvolvidos a fim de minimizar os riscos, gerando variações no nível de toxidade desses fármacos, e que geralmente não são recomendados em pacientes gestantes. (HARVEY & CHAMPE, 2009). Em relação a algumas doenças causadas por esses agentes, como a leishmaniose, há medicamentos, que serão citados ao longo do trabalho, porém é importante salientar, que seu uso é restrito, uma vez que, geralmente há aparecimento de resistência e grande toxicidade. (BOECHAT, et al., 2012). Logo, diante das condições citadas, é interessante mencionar que o uso contínuo de antiparasitários condiciona a resistência desses parasitas em relação ao tratamento determinado. Por isso, não se recomenda o uso, sem uma orientação e diagnostico de médico veterinário (ELY, et al, 2011). 11 2 ACRIFLAVINA 2.1 Histórico A acriflavina, corante obtido do alcatrão de hulha , introduzido como anti-séptico em 1912 pelo pesquisador alemão Paul Ehrlich e usado extensivamente na Primeira Guerra Mundial para matar os parasitas que causam a doença do sono . O cloridrato e a base menos irritante, acriflavina neutra, são pós inodoro, marrom-avermelhado, usados em soluções aquosas diluídas principalmente como anti-sépticos tópicos ou administrados por via oral como anti-sépticos urinários. Uma vez usada no tratamento da gonorréia, a acriflavina foi substituída pelos antibióticos. 2.2 Espectro de Ação A acriflavina é um derivado de acridina, o que lhe confere propriedades antissépticas e bacteriostáticas contra muitas bactérias Gram-positivas e, com menor efetividade, contra Gram- negativas. São empregados na desinfecção da pele, no tratamento de feridas e queimaduras com infecção, tratamento local de infecções nos ouvidos, orofaringe e genitourinárias e Trichomona sp. 2.3 Fórmula Estrutural Figura 1: Fórmula estrutural da acriflavina. Fonte: Merck, 2010. 12 2.4 Mecanismo de Ação Seu mecanismo de ação na célula hospedeira envolve a inibição de um lipopolissacarídeo (LSP)-indutor da atividade do fator de transcrição nuclear conhecido como NF-kB, associados com a resposta inflamatória. A acriflavina como inibidor do LSP-indutor age como um agente anti-inflamatório, assim intercala-se nos ácidos nucleicos, inibindo a replicação bacteriana e viral. 2.5 Farmacocinética É excretado na urina e nas fezes, produzindo uma coloração azulada ou esverdeada. 2.6 Associações Não encontrado. 2.7 Efeitos Tóxicos O medicamento pode causar diminuição da micção e distúrbios gastrintestinais, tais como náuseas, vômitos e diarreia. 2.8 Posologia Acriflavina em solução a 1%, aquecida a 40°c , com massagens vigorosas do pênis desembainhado e na mucosa prepucial por dez minutos. Seguida de aplicação tópica de acriflavina em veículo oleoso a 0,5% e uma aplicação de 20 ml de tripaflavina a 1% no canal da uretra. Por sua vez, Hidalgo et al. (1970) indicam o uso da tripaflavina em pomada a 0,5%, por via uretral e tópica, utilizando duas aplicações (intervaladas de oito dias) ou três aplicações (com três, oito e dez dias de intervalo , respectivamente) (MARTINS et al. 1997). 13 3 ALBENDAZOL 3.1 Histórico Grande parte do trabalho inicial sobre os benzimidazóis como classe foi realizado pela Janssen Pharmaceutical na Bélgica sob a direção do Dr. Paul Janssen, foram originalmente desenvolvidos como fungicidas vegetais e posteriormente como anti-helmínticos veterinários. Vários anti-helmínticos veterinários foram desenvolvidos e comercializados, incluindo parbendazol, fenbendazol, oxfendazol e cambendazol. O primeiro carbamato de benzimidazol a transformá-lo em humanos foi o mebendazol, A Smith Kline & French Animal Health trabalhava no albendazol, que foi comercializado pela primeira vez como Valbazen, um animal anti-helmíntico, no Reino Unido em novembro de 1977. O albendazol foi considerado consideravelmente mais ativo do que outros benzimidazóis. Isso ocorreu porque foi metabolizado no sulfóxido de albendazol, que também era um anti-helmíntico ativo, enquanto quase todos os outros BZs foram metabolizados em compostos inativos (DAYAN, 2013). 3.2 Espectro de Ação Possui atividade anti-helmíntica e antiprotozoária tendo como característica ser um carbamato benzimidazólico. (NEOQUÍMICA, 2019). 3.3 Fórmula Estrutural Figura 2: Fórmula estrutural do albendazol. Fonte: Neoquímica, 2019. 14 3.4 Mecanismo de Ação Sua ação anti-helmíntica acontece devido sua capacidade de inibir a polimerização tubulínica, resultando num déficit de energia do helminto, imobilizando-os e, posteriormente, os matando. (NEOQUÍMICA, 2019). 3.5 Farmacocinética Para uma melhor absorção é necessário que ele seja administrado por via oral após uma refeição rica em gorduras, fazendo assim com que ela seja aumentada em cerca de 5 vezes. Ele irá ser metabolizado e dará origem a um metabólico ativo, o sulfóxido de albendazole, sendo este o agente contra as infecções sistêmicas. Sua meia vida no plasma é de cerca de 8 horas, e é eliminado principalmente na bile, com uma taxa pequena excretada por via renal. (NEOQUÍMICA, 2019). 3.6 Associações Associações com outros medicamentos podem interferir nos níveis metabólicos ativos do albendazol. Podem ser aumentados, por meio do uso concomitante de cimetidina, praziquantel e dexametasona, bem como podem ser diminuídos, caso seja utilizado junto com o ritonavir, fenitoína, carbamazepina e o fenobarbital (NEOQUÍMICA, 2019). 3.7 Efeitos Tóxicos Possíveis efeitos indesejados só serão vistos se a dose for acima das doses terapêutica, como distúrbio gastrointestinais ou hepáticos, uma vez que possui uma boa tolerabilidade e uma alta margem de segurança. (NEOQUÍMICA, 2019). 3.8 Posologia Cães\felinos: recomenda-se 25 mg\kg, em um tratamento de 3 a 5 dias numa frequência de 12 em 12 horas. (AMEIDA, 2006). 4 ALOPURINOL 4.1 Histórico O alopurinol (zilórico) foi usado pela primeira vez em 1963 no EUA e em 1964 na Inglaterra por Scott e seu colegas . Em 2012 Cientistas da UFMG desenvolvem tratamento para 15 a forma canina da doença, aliando o remédio usado em humanos com a substância alopurinol. Nos primeiros testes, o índice de cura das cobaias chegou a 50%, mas os pesquisadores esperam melhorar os resultados (BRAZILIENSE, 2012). 4.2 Espectro de Ação Tem sua eficiência comprovada na redução da formação de urato/ácido úrico nas principais manifestações de depósito dessas duas substâncias. (SANDOZ, 2015) Contudo, estudos recentestêm mostrado uma eficiência no tratamento contra a leishmaniose. 4.3 Fórmula Estrutural Figura 3: Fórmula estrutural do alopurinol. Fonte: Gómez-puerta, 2011. 4.4 Mecanismo de Ação É substrato para várias enzimas da via purina e incorpora-se no ácido nucléico do parasito. Na Leishmaniose visceral e Leishmaniose cutânea foi ineficaz quando usado isolado. Inibe a xantina oxidase e a produção de reativos do oxigênio úteis na eliminação dos parasitos. (LIMA, 2007) Consiste na incorporação ao RNA do parasita, alterando sua síntese protéica, inibindo sua multiplicação e, posteriormente, levando-o à morte. (SCHIMMING, 2012). 4.5 Farmacocinética O alopurinol é ativo quando administrado por via oral e é rapidamente absorvido no trato gastrintestinal superior. Estudos realizados detectaram o alopurinol no sangue 30 a 60 minutos após a administração. Estimativas da biodisponibilidade variam de 67% a 90%. Os picos plasmáticos do alopurinol geralmente ocorrem aproximadamente 1,5 hora após a administração oral de alopurinol, mas caem rapidamente e quase não são detectados após 6 horas. Os picos plasmáticos do oxipurinol geralmente ocorrem 3 a 5 horas após a administração oral de 16 alopurinol e são muito mais sustentáveis. O tempo médio estimado para início da ação farmacológica do medicamento é de uma a duas semanas (efeito máximo). Distribuição: A ligação do alopurinol às proteínas plasmáticas é desprezível, e por isso não se espera que variações nessa ligação alterem significativamente o clearence. O volume de distribuição aparente do alopurinol é de aproximadamente 1,6L/kg, o que sugere captação relativamente alta pelos tecidos. As concentrações tissulares do alopurinol não foram relatadas em humanos, mas é provável que o alopurinol e o oxipurinol estejam presentes em concentrações mais altas no fígado e na mucosa intestinal, onde a atividade da xantina oxidase é alta. Metabolismo: O metabólito principal do alopurinol é o oxipurinol. Outros metabólitos do alopurinol são o alopurinol-ribosídeo e o oxipurinol-7-ribosídeo. Eliminação: Aproximadamente 20% do alopurinol ingerido é excretado nas fezes. Sua eliminação é feita principalmente pela conversão metabólica em oxipurinol pelas xantina e aldeído oxidase, com menos de 10% da droga inalterada excretada na urina. O alopurinol tem meia-vida plasmática de cerca de 0,5 a 1,5 hora. (ALOPURINOL. Sandoz, 2015). 4.6 Associações 6-mercaptopurina e azatioprina: A azatioprina é metabolizada para 6-mercaptopurina, a qual é inativada pela ação da xantina- oxidase. Quando a 6- mercaptopurina ou a azatioprina são administradas concomitantemente com alopurinol, deve ser utilizado apenas 1/4 da dose usual desses citostáticos, porque a inibição da xantina-oxidase prolongará a atividade dos mesmos. Vidarabina: (adenina arabinosídeo) Evidências sugerem que a meia-vida plasmática da vidarabina é aumentada na presença do alopurinol. Quando os dois produtos são usados concomitantemente é necessário redobrar a vigilância, a fim de identificar o aumento de efeitos tóxicos. Salicilatos e agentes uricosúricos: O oxipurinol, principal metabólito do alopurinol, é por si só, terapeuticamente ativo, sendo excretado pelos rins de modo semelhante ao urato. Por isso, as drogas com atividade uricosúrica, como a probenecida e o salicilato (este em altas doses), podem acelerar a excreção do oxipurinol. Dessa forma pode-se diminuir a atividade terapêutica de alopurinol, mas o significado disso deve ser avaliado em cada caso. Clorpropamida: Quando alopurinol for administrado em associação com a clorpropamida e a função renal for reduzida, pode haver um aumento do risco de prolongamento da atividade hipoglicêmica, pois o alopurinol e a clorpropamida podem competir pela excreção 17 no túbulo renal. Anticoagulantes cumarínicos. Há raros casos de aumento do efeito da varfarina ou de outro anticoagulante cumarínico quando esses medicamentos foram administrados concomitantemente com o alopurinol; portanto, todos os pacientes que tomem anticoagulantes devem ser cuidadosamente controlados. Fenitoína: O alopurinol pode inibir a oxidação hepática da fenitoína, mas a importância clínica dessa possibilidade ainda não foi demonstrada. Teofilina: Foi relatada inibição do metabolismo da teofilina. O mecanismo de interação pode ser explicado pelo envolvimento da xantina oxidase na biotransformação da teofilina no homem. Os níveis de teofilina devem ser controlados no início da terapia com alopurinol e quando suas doses são aumentadas. Ampicilina/amoxicilina: Foi relatado um aumento da frequência de rash cutâneo entre os pacientes que usavam ampicilina ou amoxicilina concomitantemente com o alopurinol, em comparação aos que não recebiam as duas primeiras drogas. Não foi estabelecida a causa da associação. No entanto, recomenda-se que seja utilizada, sempre que possível, uma alternativa à ampicilina ou à amoxicilina em pacientes em tratamento com alopurinol. Ciclofosfamida, doxorrubicina, bleomicina, procarbazina, mecloroetamina: Foi relatado aumento da supressão da medula óssea por ciclofosfamida e outros agentes citotóxicos entre pacientes com doença neoplásica (outras que não a leucemia) que tomavam o alopurinol. Contudo, em um estudo bem Alopurinol 100 mg e 300 mg comprimidos - VPS02 controlado de pacientes tratados com ciclofosfamida, doxorrubicina, bleomicina, procarbazina e/ou mecloroetamina (cloridrato de mustina), o alopurinol não pareceu aumentar a reação tóxica desses agentes citotóxicos. Ciclosporina: Relatos sugerem que a concentração plasmática da ciclosporina pode ser aumentada durante o tratamento concomitante com alopurinol. A possibilidade de aumento da toxicidade da ciclosporina deve ser considerada se as drogas forem administradas simultaneamente. (ALOPURINOL. Sandoz, 2015). 4.7 Efeitos Tóxicos O tratamento com alopurinol pode causar náusea, vômito, diarréia e tontura. (ALOPURINOL. Sandoz, 2015). 4.8 Posologia Por via oral : 15 mg / kg em Cães e 9 mg / kg em gatos (VIANA, 2014). 18 5 AMPRÓLIO 5.1 Histórico O amprolium é um agente anticoccidiano da série antitiamina relatado em 1960 por Rogers et al. principalmente eficaz na coccidiose cecal. Este agente é um pó branco a amarelo claro, sem cheiro ou cheiro semelhante a picolina, e livremente solúvel em água, solúvel em metanol, muito pouco solúvel em etanol e praticamente insolúvel em éter ou clorofórmio. (FAMIC, 2010). 5.2 Espectro de Ação Antiprotozoário: Agente contra coccidioses. 5.3 Fórmula Estrutural Figura 4: Fórmula estrutural do amprólio. Fonte: National, 2019. 5.4 Mecanismo de Ação O amprólio é um análogo da tiamina (vitamina B1), logo, seu efeito farmacológico se baseia na captação competitiva de tiamina inibindo competitivamente o transporte ativo da tiamina para o parasita. Dessa forma, o mesmo morre por deficiência de tiamina visto que a mesma é essencial para a vida do parasita (KEPRO, 2019). 5.5 Farmacocinética Após administração oral as concentrações plasmáticas máximas (Cmáx) foram de 107,8 ± 1,49 microgramas / ml; 42,9 ± 1,11 microgramas / ml e ocorreu 5,56 ± 0,1 h, 3,67 ± 0,05 h, 19 respectivamente. Os parâmetros farmacocinéticos após administrações diárias orais repetidas revelaram que a Cmax era de 184 ± 1,02 microgramas / ml e de 55,19 ± 0,35 microgramas / ml às 7,36 ± 0,18 he 5,17 ± 0,15 he , as meias-vidas biológicas foram de 1,67 ± 0,057 e 1,11 ± 0,14 h, respectivamente. Seu metabólito desapareceu de todos os tecidos do corpo após as 120 horas. (SAYED, 1995). 5.6 Associações Não associar a outros medicamentos como antibióticos e aditivos alimentares. Etopabato ou sulfaquinoxalina, que também são coccidiostáticos e atuam na inibição da via metabólica do ácido fólico e ácido para-aminobenzóico (PABA).Não é recomendada a associação para aves de postura, mas não consta nada sobre animais de companhia. (KEPRO, 2019). 5.7 Efeitos Tóxicos Em altas doses, pode determinar polioencefalomalácia e anemia em ovinos e sinais neurológicos, depressão, anorexia e diarreia em cães (VIANA, 2019). O tratamento prolongado com doses elevadas pode resultar em atrasos no crescimento ou em polineurite (causada por deficiência em tiamina reversível). O desenvolvimento da imunidade natural contra os diferentes protozoários pode ser retardado. A utilização em galinhas poedeiras pode causar diminuição da postura ( KEPRO, 2019). 5.8 Posologia Aves domésticas, Perus: Casos graves: 50 ml por 100 litros de água de bebida durante 5 dias. Casos moderados: 25 ml por 100 litros de água de bebida durante 5 dias. Durante o tratamento, a água de bebida medicados devem ser a única fonte de água de bebida. Vitelos, cordeiros, cabritos: 1 ml por cada 12,5 kg de peso vivo, como administração forçada, durante 5 – 7 dias. Suínos: 1 ml por cada 12,5 kg de peso vivo, como administração forçada, durante 5 – 7 dias. Misturado na ração, o produto deve ser utilizado imediatamente. A água de bebida medicada deve ser utilizada dentro de 24 horas. Devem utilizar-se no prazo de 12 horas um substituto do leite com medicamento. Se não houver melhoria no prazo de 7 dias ou em casos em que não haja certeza de que a causa dos sintomas é a coccidiose, recomenda-se uma análise das fezes. Seguir as instruções do veterinário ou do patologista aviário (KEPRO, 2019). 20 Ruminantes: 10 mg/kg 24 h/ via oral por cinco dias (curativo) ou 5mg/kg 24 h/ via oral por 21 dias (profilático). Caninos: 600mg/litro de água de bebida, durante um máximo de 10 dias. Para filhotes, usar 100mg/animal (menores que 10kg) ou 200mg/animal (maiores que 10kg) 24 h/via oral, no alimento ou água, durante sete a 14 dias. Felinos: 60-100mg/animal 24 h/ via oral, durante sete dias. 6 BACTRIM: sulfametoxazol 6.1 Histórico Possui como princípio ativo a sulfametoxazol, que é um bacteriostático derivado da sulfanilamida, que têm estrutura similar à do ácido para-aminobenzóico, cuja ação irá se somar a trimetoprima (ROCHE, 2016). 6.2 Espectro de Ação A ação do fármaco consegue atingir um amplo espectro de microrganismos patogênicos como neospora, apesar de que possa haver uma variação da sensibilidade de acordo da área geográfica em que é utilizado (ROCHE, 2016). 6.3 Fórmula Estrutural Figura 5: Fórmula estrutural do sulfametoxazol e trimetoprima. Fonte: Roche, 2016. 21 6.4 Mecanismo de Ação O medicamento possui dois componentes ativos, o sulfametoxazol e trimetoprima, que atuam sinergicamente bloqueando competitivamente, de forma sequencial, duas enzimas que possibilitam a formação do ácido folínico no microrganismo (ROCHE, 2016). 6.5 Farmacocinética As características farmacocinéticas de ambos princípios ativos são muito semelhantes. Sabe-se que, após a administração por via oral, são absorvidos de forma rápida no trato gastrintestinal e administrada, demonstrando uma alta biodisponibilidade que se aproxima de 100%. Distribuem-se amplamente por todos os tecidos do organismo, atravessam a barreira hematoencefálica e placentária. São biotransformadas no fígado e sua meia vida é em torno de 10 horas, sendo prolongada em casos de insuficiência renal. São eliminadas através do filtrado glomerular no rim (ROCHE, 2016). 6.6 Associações Evitar o uso simultâneo com diuréticos, pois há o risco de aumentar a trombocitopenia com púrpura; ter cautela com o uso junto a varfarina, uma vez que foi relatado que o medicamento pode prolongar o tempo de protrombina em pacientes que utilizam esse anticoagulante. Além disso, pode inibir o metabolismo hepático da fenitoína, aumentando a meia vida desse medicamento e podendo acarretar num efeito excessivo da droga (ROCHE, 2016). 6.7 Efeitos Tóxicos Pacientes que fazem uso do medicamento hipersensíveis pode ter algumas reações como febre e poliartrite. Em gatos, pode acontecer também vômito, diarreia, ceratoconjuntivite seca e insuficiência renal (GORNIAK, 2006; VIEIRA & PINHEIRO, 2004). 6.8 Posologia Cães: 15 a 20 mg\kg de 12 a 12 horas em torno de 4 a 8 semanas e, caso a frequência mude para de 8 a 8 horas, diminuir a dose para de 10 a 15 mg\kg, ambos por via oral (DUBEY e LAPPIN, 2006). 22 7 BROMETO E CLORETO DE HOMÍDEO (ETÍDEO) 7.1 Histórico O homideo pertence à classe dos compostos da fenantridina e é fabricado tanto na forma de sal brometo como de sal cloreto os quais são igualmente ativos. Ambos os sais são recomendados como agentes terapêuticos para as infeções por T.vivax e T.congolense. 7.2 Espectro de Ação Tripanocida: T.vivax e T.congolense. 7.3 Fórmula Estrutural Figura 6: Fórmula estrutural dos sais de Homídeo. Fonte: Chemical book, 2008. 7.4 Mecanismo de Ação Este é um mecanismo de ação possível sendo ainda proposto que a interação destas moléculas com o metabolismo da tripanotiona e com as funções dos glicossomas seja importante para a sobrevivência dos parasitas. Os mecanismos de resistência dos parasitas aos sais de homídeo estão pouco esclarecidos, e pensa-se serem semelhantes aos do isometamídeo (SILVA et al., 2002; HOLMES et al., 2004). 7.5 Farmacocinética A elevada ligação com as proteínas plasmáticas confere uma ação profilática de 2 a 19 semanas após administração. A causa possível para estas variações não é conhecida, o que torna os sais de homídeo profiláticos imprevisíveis, e, portanto, menos desejáveis. 23 7.6 Associações Não encontrado. 7.7 Efeitos Tóxicos Não encontrado. 7.8 Posologia Na dosagem de 1,0 mg/kg. Contudo, a mesma dosagem em bovinos tem demonstrado atividade profilática, variando o período de proteção de 2 à 19 semanas a campo (STEVENSON et al., 1995). 8 CLINDAMICINA 8.1 Histórico É um antibiótico utilizado no tratamento de muitas infecções, sendo uma alternativa ao uso de penicilinas quando o paciente possui hipersensibilidade a ela. Além disso, pode ser usado em cães em casos de infeções profundas de tecidos moles que envolvam bactérias gram positivas, além de também auxiliar no tratamento da toxoplasmose e Neospora caninum. (ANDRADE &GIUFFRIDA, 2008). 8.2 Espectro de Ação Amplo espectro de ação para Toxoplasma sp., e Neospora sp. (FRAGON, 2019). 8.3 Fórmula Estrutural Figura 7: Fórmula estrutural da Clindamicina. Fonte: Fragon, 2019. 24 8.4 Mecanismo de Ação A substância se liga à subunidade 50S dos ribossomos microbiano e age suprimindo sua síntese de proteína que participam de seu crescimento e reprodução, impossibilitando-o de crescer e se reproduzir. (FRAGON, 2019). 8.5 Farmacocinética O medicamento é administrado por via oral e há um aproveitamento bom de absorção, de maneira que, por meio de sua ampla distribuição, consegue alcançar e penetrar ossos e tecidos moles. Mais de 80% de sua concentração é metabolizado pelo fígado, e em relação a sua excreção e de seus metabólicos, será pela urina, pela bile e pelas fezes (FRAGON, 2019). 8.6 Associações Há um antagonismo entre a clindamicina e a eritromicina, logo, não devem ser administradas juntas. Além disso, devido as suas propriedades de bloqueio neuromuscular, é possível que, se usada concomitantemente com um agente neuromuscular, é possível que seus efeitos sejam intensificados (FRAGON, 2019). 8.7 Efeitos Tóxicos Reações incomuns incluem eritema multiforme exsudativo relacionado a síndrome de Stevens-Johnson, elevação reversível dos níveis de aspartato aminotransferase e alanina aminotransferase granulocitopenia, trombocitopenia e reações anafiláticas. Caso seja administrado por via intravenosa, esta pode ser seguida de tromboflebite local. A substânciaativa desse fármaco pode impedir a transmissão neuromuscular e, além disso, pode aumentar o efeito de um agente bloqueador neuromuscular caso for administrado simultaneamente (FRAGON, 2019). 8.8 Posologia Para neospora recomenda-se em cães a duração do tratamento em torno de 4 a 8 semanas. Caso a frequência por dia do medicamento seja de 8 em 8 horas, recomenda-se a dose em torno de 7,5 a 15 mg\kg, por via oral ou subcutânea. Se a frequência for de 12 em 12 horas, recomenda-se a dose entre 15 a 22 mg\kg por via oral ou subcutânea. (DUBEY e LAPPIN, 2006). 25 Em tratamento de toxoplasma em cães e felinos: recomenda-se a dose de 40 mg\kg, em um intervalo de 12 horas, durante 10 a 14 dias, por via oral. (GREENE, 1990; LAPPIN, 2004). 9 DARAPRIM: pirimetamina 9.1 Histórico A pirimetamina foi descoberta em 1952 e entrou em uso médico em 1953, vendida sob o nome comercial Daraprim , é um medicamento usado com leucovorina no tratamento das doenças parasitárias, toxoplasmose e cistoisoporíase . É também usado com dapsona como uma opção de tratamento de segunda linha para evitar Pneumocystis jiroveci pneumonia em pessoas com HIV / SIDA . Foi usado anteriormente para malária, mas não é mais recomendado devido à resistência (PYRIMETHAMINE, 2016). 9.2 Espectro de Ação Pirimetamina, que é a substância ativa desse fármaco, em combinação com outros medicamentos, é indicado na prevenção e tratamento da toxoplasmose congênita ou adquirida, causada pelo Toxoplasma gondii (FARMOQUÍMICA, 2014). 9.3 Fórmula Estrutural Figura 8: Fórmula estrutural do daraprim. Fonte: Farmoquímica, 2014. 9.4 Mecanismo de Ação Ela age reduzindo a síntese de ácidos nucléicos por competir com o diidrofolato e inibir a diidrofolatoredutase, que possibilita a transformação de diidrofolato em tretadrofolato, que, por sua vez, é precursor de ARN e ADN. (FARMOQUÍMICA, 2014). 26 9.5 Farmacocinética É expressamente metabolizada no fígado, com menos de 3% do fármaco sendo eliminado inalterado na urina. Após sua administração por via oral, ela é bem absorvida, podendo alcançar os níveis plasmáticos máximos em 4 a 6 horas, ligando-se em cerca de 87% às proteínas plasmática e se acumulando, principalmente, nos rins, pulmões, fígado e baço. Além da urina, pode ser eliminada pelo leite (FARMOQUÍMICA, 2014). 9.6 Associações Deve ser utilizava com precaução junto a fenitoína, uma vez que há aumento do risco de haver uma queda significativa de ácido fólico no sangue. Além disso, se usada junto a metotrexato ou zidovudina, pode aumentar o risco de supressão da medula óssea gerando consequências na hematopoese normal. Pode também haver efeitos tóxicos sobre os hepatócitos caso a pirimetamina seja usada concomitantemente ao lorazepam (FARMOQUÍMICA, 2014). 9.7 Efeitos Tóxicos É raro, porém pode ocorrer efeitos colaterais sérios, com risco à vida, com o uso desse medicamento. Alguns dos sintomas são: edema na cavidade oral, aperto no peito, além de dificuldade para falar e até mesmo respirar. 9.8 Posologia Gatos: Recomenda-se 0,5 mg\kg, no intervalo de 24 horas, em um período de 7 a 10 dias, por via oral. Nesse caso, essa dosagem é a utilizada para quando há a associação com a sulfadiazina. (LAPPIN, 2004). Cães: Utiliza-se 1 mg\kg de dose, num intervalo de 24 horas, durante 7 a 10 dias, por via oral. Essa dosagem também está formulada de acordo com a associação com a sulfadiazina. (LAPPIN, 2004); 27 10 DECOQUINATO 10.1 Histórico O decoquinato é um derivado da quinolona desenvolvido inicialmente como anticoccidiano para aves. Tem sido utilizado para o controle da coccidiose em ruminantes domésticos por mais de 20 anos. É registrado e comercializado para uso em ruminantes em vários países do mundo, incluindo os Estados Unidos, alguns países latino americanos, países da Europa e Oriente Médio (TAYLOR & BARTRAM, 2012). 10.2 Espectro de Ação Medicamento indicado no tratamento de coccidia, Eimeria em aves domésticas e bovinos e ovinos de forma preventiva. 10.3 Fórmula Estrutural Figura 9: Fórmula estrutura do decoquinato. Fonte: National, 2019. 10.4 Mecanismo de Ação O decoquinato é uma 4-hidroxiquinolona e que atua como coccidiostático, eliminando os sistemas de transporte iónico da mitocôndria da coccidia (esporozoito), não permitindo a sua evolução nas células intestinais do hospedeiro ( AMARANTE et al., 2014 ). 28 10.5 Farmacocinética É rapidamente eliminado pelo que tem uma reduzida toxicidade, e um elevado fator de segurança ( AMARANTE et al., 2014 ). 10.6 Associações Não é indicado administrar com outros coccidiostáticos (AMARANTE et al., 2014). 10.7 Efeitos Tóxicos Não foram observados efeitos adversos. 10.8 Posologia No animal para prevenção deve-se administrar 2,5 mg/kg por via venosa e 1 mg/kg por via vensona em dose terapeutica. Pode ser administrado na ração como prevenção tendo 5kg/tonelada. O período mínimo de administração são 28 dias. 11 DIACETURATO DE DIMENAZENE 11.1 Histórico Dimenazene é uma diamidina aromática, comercializada em combinação com antipirina, que é um estabilizador que prolonga a atividade do composto em solução. Desquesnes et al. (1995) relatou a ocorrência na Guiana Francesa de uma cepa de T. vivax resistente ao dimenazene. Inicialmente, os experimentos com dimenazene demonstraram uma atividade alta contra ambos Trypanosoma spp. e Babesia spp. O dimenazene subsequentemente se tornou o composto mais comumente usado nas tripanosomoses dos animais domésticos devido a: apresentar o índice terapêutico mais alto do que as outras drogas na maioria das espécies domésticas; possuir atividade contra tripanosomas que são resistentes a outros tripanocidas usados em bovinos e apresentar uma baixa incidência de resistência (PEREGRINE e MAMMAN,1993). 29 11.2 Espectro de Ação É indicado para bovinos, ovinos e caprinos para o tratamento de infecções por babesias (piroplasmose) e tripanossomas, causadas pelos seguintes agentes: Babesia bovis, Babesia bigemina, Babesia argentina, Tripanosoma rhodesiense, Tripanosoma congolense, Tripanosoma spp. 11.3 Fórmula Estrutural Figura 10: Fórmula estrutural da dimenazene Fonte: Barrett et al., 2007 11.4 Mecanismo de Ação Acredita-se que o diminazeno, assim como outras diamidinas, atuam na glicólise aeróbica além de interferir na síntese de DNA, ocasionando a degeneração do parasita. 11.5 Farmacocinética As diamidinas podem se acumular no sistema nervoso central, fígado e rins dos animais vertebrados, porém são bem toleradas em dose única. 11.6 Associações Não encontrado. 11.7 Efeitos Tóxicos Estudos indicam que houve um aumento dos níveis séricos na corrente sanguínea de creatinina, confirmando a toxidade do fármaco. Os animais podem apresentar anorexia, e apatia depois de tratados com o medicamento. 30 11.8 Posologia Para Tripanossomas a dosagem recomendada é de 7,0 mg/kg de Diminazeno, ou seja, 1 mL da solução para cada 10 kg de peso corporal, em dose única. Para babesiose aplica-se via intramuscular profunda, dosagem de 1 mL para cada 20 kg de peso corporal (0,05 mL/kg), o que corresponde a 3,5 mg de Diminazeno .Doses superiores a 10 mL devem ser divididas em dois ou mais pontos de aplicação. 12 DICLOTRIL: Cloridrato de Enrofloxacina 12.1 Histórico É um fármaco utilizado no tratamento de enfermidades causadas por bactérias causadas por bactérias Gram-positivas, Gram-negativas e micoplasmas. È especialmente indicado nas infecções entéricas, respiratórias, em mastites, podo dermatites, onfaloflebiltes, anaplasmose, septicemia, dentre outros. (DICLOTRIL, J.a saúde animal, 2019) 12.2 Espectro de Ação Antimicrobiano de amplo espectro de ação. Bovinos: Mastite (Streptococcusspp. e Staphylococcus spp.), metrite (Escherichia coli), anaplasmose (Anaplasma spp.), actinobacilose (Actinobacillus spp.), síndrome e febre dos transportes (associação da Pasteurella spp. e de Haemophilus spp.), onfaloflebite e feridas infectadas causadas por Staphylococcus spp., Streptococcus spp. e Corynebacterium spp. Suínos: Pneumonia (Pasteurella spp., Haemophillus spp. e Mycoplasma spp.), leptospirose (Leptospira spp.), erisipela (Erysipelothrix spp.), enterite, artrite, Mastite- MetriteAgalaxia (complexo MMA) e feridas infectadas causadas por Streptococcus spp., Staphylococcus spp., Escherichia coli e Corynebacterium spp. (DICLOTRIL, J.a saúde animal, 2019) 31 12.3 Fórmula Estrutural Figura 11: Fórmula estrutural do diclotril. Fonte: FRADE, 2013. 12.4 Mecanismo de Ação Todas as fluorquinolonas são bactericidas e atuam inibindo a DNA-girase bacteriana (topoisomerase tipo II) (VANCUTSEM et al., 1990; SÁRKÖZY, 2001). 12.5 Farmacocinética É bem distribuída por todo o organismo. O pico plasmático é alcançado 1 hora após a administração. A ligação às proteínas plasmáticas é de aproximadamente 27%, e a vida média é de aproximadamente 3 horas. A excreção é parcialmente biotransformada, e de seus metabólitos, ocorre pela via renal e pela bile (GIRIO, 2014). 12.6 Associações Aplicações simultâneas de diclotril com outros anti-inflamatórios não hormonais levam a uma interação sinérgica, potencializando os efeitos de ambos, podendo acarretar uma superdosagem anti-inflamatória, aumentando a possibilidade de distúrbio gastrintestinal, como por exemplo, a ulceração gástrica. O Cloridrato de Enrofloxacina se antagoniza com macrolídeos e tetraciclinas frente a Streptococcus e Enterococcus e em geral antagonizam também com o Cloranfenicol. Não administrar diclotril concomitantemente com outros anti- inflamatórios, Metotrexato e Trianterene, podendo ocorrer toxicidade severa ou fatal (DICLOTRIL, 2019). 32 12.7 Efeitos Tóxicos Em bezerros, doses superiores a 30 mg/kg por 14 dias origina lesões articulares e a 60 mg/kg podem ser observadas lesões a nível renal. Não usar em equinos, pois pode haver erosão na cartilagem dos ossos largos (DICLOTRIL, 2019). 12.8 Posologia Deve ser administrado pelas vias intravenosa ou intramuscular, na dosagem de 1 mL para cada 40 kg de peso corpóreo, o que corresponde a 2,5 mg de Cloridrato de Enrofloxacina e 0,9375 mg de Diclofenaco de Sódio para bovinos e suínos. Nos casos de infecções graves e anaplasmose, aplicar 1 mL para cada 20 kg de peso corpóreo, a cada 24 horas, durante 3 a 5 dias, se necessário prolongar o tratamento por mais 2 dias. Recomendamos a continuidade do tratamento por até 48 horas após o desaparecimento do quadro clínico (DICLOTRIL, 2019). 13 GENTAMICINA 13.1 Histórico É um antibiótico da classe dos aminoglicosídeos, produzido por um actinomiceto, a Micromonospora purpurea. Foi estudado inicialmente por Welstein em 1963 e purificado por Rosselot em 1964 (SALAYANDIA et al., 1995). 13.2 Espectro de Ação É ativa contra ampla variedade de bactérias patogênicas, Gram-negativas e Gram- positivas, incluindo: Escherichia coli, Proteus sp. (indolpositivo e indol-negativo), incluindo Proteus mirabilis, P. morganii e P. vulgaris, Pseudomonas aeruginosa, espécies do grupo Klebsiella-Enterobacter-Serratia sp., Citrobacter sp., Providencia sp., incluindo Providencia rettger, Staphylococcus sp. (gonorrhoeae, Salmonella e Shigella coagulase-positivo e coagulase-negativo), Neisseria. A gentamicina pode ser ativa contra isolados clínicos de bactérias resistentes a outros aminoglicosídeos (BRAINFARMA , 2015). 33 13.3 Fórmula Estrutural Figura 13: Fórmula química do sulfato de gentamicina. Fonte: Coutinho et al., 2015. 13.4 Mecanismo de Ação Estes antibióticos interferem na síntese proteica bacteriana, promovendo a formação de proteínas defeituosas. Os aminoglicosídeos ligam-se à subunidade 30 S do ribossoma, provocando a leitura incorreta do código genético e, consequentemente, permitem a incorporação de aminoácidos incorretos na cadeia polipeptidica que está sendo formada no ribossoma. a proteína defeituosa é fundamental para o metabolismo da bactéria, levando à morte celular (Brainfarma, 2015). 13.5 Farmacocinética A absorção dos aminoglicosídeos no trato digestivo é desprezível, porém são ativos na luz intestinal, quando administrados via oral. Para o tratamento de infecções sistêmicas recomenda-se o uso da via parenteral. Em geral, estes antibióticos ligam-se pouco às proteínas plasmáticas e não são biotransformados de maneira significante no organismo do animal. A eliminação renal do agente na sua forma ativa ocorre por filtração glomerular; a ocorrência de nefropatia pode provocar níveis altos de aminoglicosídeos na circulação, favorecendo o aparecimento de efeitos tóxicos (BRAINFARMA,2015). 13.6 Associações Como com outros aminoglicosídeos, o uso concomitante e/ou sequencial, tópico ou sistêmico de outros antibióticos potencialmente nefrotóxicos e/ou neurotóxicos deve ser evitado (BRAINFARMA, 2015). 34 13.7 Efeitos Tóxicos Não encntrado. 13.8 Posologia Aplicação poderá ser por via Intravenosa, intramuscular ou subcutâneo: Cães e Gatos 6 - 8mg / kg (VIANA, 2014). 14 HALOFUGINONA 14.1 Histórico A halofuginona é derivada do extrato de plantas da família das hidrângeas. Este medicamento foi inicialmente desenvolvido para o tratamento da malária e, posteriormente, introduzido com grande eficácia no controle da coccidiose; atua na fase esquizogônica do parasito. A dose terapêutica e o limiar de oxicidade são relativamente próximos, exigindo maior cuidado (SPINOSA, 2017). 14.2 Espectro de Ação O coccidiostático halofuginona tem indicação é para Cryptosporidium parvum, T. parva e T. annulata. Porém é um fármaco controverso, uma vez que existem estudos que demonstram uma eficácia, in vitro, contra as espécies T. parva e T. annulata e noutros estudos mostram que não é a melhor escolha por ter doses terapêuticas muito próximas das doses tóxicas (FERNANDES, 2010). 14.3 Fórmula Estrutural Figura 13: Fórmula estrutural do halofuginona. Fonte: Hangzhou, 2011. 35 14.4 Mecanismo de Ação A halofuginona, uma quinazolina de modo de ação desconhecido, licenciada em países da Europa, é eficiente na prevenção e tratamento da criptosporidiose em bezerros recém nascidos, melhorando o estado clínico dos bezerros, diminuindo a excreção de oocistos fecais e a mortalidade (NACIRI et al., 1993; KLEIN, 2008; SILVERLAS et al., 2009; MEGANCK et al., 2015). 14.5 Farmacocinética A biodisponibilidade do medicamento veterinário, em vitelos, após uma administração oral única é cerca de 80%. O tempo necessário para obtenção da concentração máxima Tmax. é de 11 horas. A concentração máxima no plasma Cmáx. é 4 ng/ml. O volume de distribuição aparente é de 10 1/kg. As concentrações plasmáticas de halofuginona após administrações orais repetidas são comparáveis à farmacocinético padrão após tratamento com uma dose oral única. A halofuginona inalterada é o maior componente nos tecidos. Os valores mais elevados foram encontrados no fígado e nos rins. O medicamento veterinário é excretado principalmente através da urina. A semi-vida de eliminação final é 11,7 horas após administração endovenosa e 30,84 horas após a administração de uma dose oral única. 14.6 Associações Não encontrado. 14.7 Efeitos Tóxicos Os sintomas de toxicidade incluem diarreia, sangue visível nas fezes, diminuição no consumo de leite, desidratação, apatia e prostração. 14.8 Posologia 100 μg de halofuginona base/kg / Via Oral uma vez por dia durante 7 dias consecutivos ou 2 ml / 10 kg / via oral uma vez por dia durante 7 dias consecutivos. 3615 IMIZOL 15.1 Histórico É um fármaco utilizado no tratamento da tristeza parasitária bovina (anaplasmose e babesiose) e possui como principios ativos o dipropionato de imidocarb e a fenamidina (DALFOVO, 2019). 15.2 Espectro de Ação É de amplo espectro, sendo eficaz contra todos os agentes causadores da Tristeza Parasitária Bovina, também sendo eficaz na prevenção da mesma, quando usado em esquemas preventivos (DALFOVO, 2019). 15.3 Fórmula Estrutural Figura 14: Fórmula química do Imidazol. Fonte: Biblioteca dos EUA, 2019. 15.4 Mecanismo de Ação Atua no núcleo do parasito, promovendo alterações no seu número e tamanho através da interferência na glicólise aeróbica e na síntese de DNA levando a degeneração do parasito, além de atuar no citoplasma (DALFOVO, 2019). 15.5 Farmacocinética Tem ação prolongada tendo em vista que possui alta taxa de ligação com as proteínas plasmáticas. Tal substância é pouco absorvido pela via rola e possui afinidade com o rim e o fígado, sendo órgãos alvos (DALFOVO, 2019). 37 15.6 Associações Animais tratados com inseticidas ou anti-helminticos organofosforados não devem ser tratados simultaneamente com Imizol (DALFOVO, 2019). 15.7 Efeitos Tóxicos Os animais tratados com imidocarb podem apresentar brandos sintomas colinérgicos, como salivação, lacrimejamento e cólica passageira – tais efeitos podem ser evitados com uma aplicação prévia de atropina, que é um agente anticolinérgico. Dor e irritação no local de aplicação (DALFOVO, 2019). 15.8 Posologia Bovinos: Nas infecções aonde o agente causador é desconhecido, nas infecções mistas (Anaplasma + Babesia) ou Anaplasmose: 1 mL para cada 40 kg de peso corporal, via subcutânea.Nas infecções por Babesia – confirmada por exame de sangue: 1 mL para cada 100 kg de peso corporal, via subcutânea. Equinos: 1 ml para cada 50 kg de peso corporal, via intramuscular. Cães: Tratamento: 0,5 mL para cada 10 kg de peso corporal. Quimioprofilaxia: 0,2 ml para cada 10kg de peso corporal. Administração pela via subcutânea. Atenção: Não repetir o tratamento antes do prazo de 7 dias. (DALFOVO, 2019). 16 NAFTOQUINONA 16.1 Histórico As naftoquinonas pertencem a família das Quinonas sendo caracterizadas pela presença do anel naftalênico em sua estrutura e podem apresentar propriedades microbicidas, tripanossomicidas, anti-virais ou antitumorais. Históricamente, os primeiros relatos de utilização das naftoquinonas pelo homem datam do antigo Egito, a cerca de 4000 anos. Nessa época, o extrato da folha de Lawsonia , que contém lausona, uma naftoquinona de estrutura simples, era utilizada para tingir cabelos, peles e unhas. Posteriormente, o extrato também passou a ser aproveitado no tratamento de micoses e feridas (SIMÕES, 2004). 38 16.2 Espectro de Ação Antimaláricos, anticoccidianos, antibacterianos, outros antiprotozoários, antimetabólitos, anti-inflamatórios, antivirais agentes e outros compostos para atividade contra T. parva e T. annulata in vitro. 16.3 Fórmula Estrutural Figura 15: Estrutura molecular buparvaquona, parvaquona e menoctona. Fonte: Kinabo,2019. 16.4 Mecanismo de Ação O mecanismo de ação da parvaquona e a buparvaquona não foi esclarecido, mas existem indicações de que bloqueia a cadeia respiratória do parasita (MÜLLER et al., 2016), da mesma forma a atovaquona e outras 1,4-naftoquinonas, a ação mais provável é a inibição de Complexo III (complexo b-c1) (MÜLLER et al., 2015). O complexo citocromo III é um grupo catalisadores responsáveis pela transferência de elétrons para manter a mitocôndria potencial de membrana. O efeito sobre a biossíntese de menoctona também foi descrito que é um componente crítico da cadeia respiratória mitocondrial. O bloqueio dessas reações prejudica seriamente a síntese do ATP do parasita (SCHUCK et al. al., 2013). A menoctona foi a primeira droga com alta eficácia na infecção causada por theileria, provocando degeneração marcante da morfologia dos macroesquizontes e supressão da parasitemia nas infecções já instaladas menoctona 39 causadas por theileria parva em bovinos, porém atualmente seu uso foi descontinuado. (TAYLOR, 2007). 16.5 Farmacocinética Informações sobre a farmacocinética destes compostos é limitado (MORGAN, 1985) e tais estudos seriam valioso na seleção de regimes posológicos adequados. 16.6 Associações Quando associado a outras drogas, como a oxitetraciclina, pode ter um efeito potenciado e vantajoso em casos de infecções mistas, por espécies dos géneros Anaplasma e Babesia (MUHAMMAD et al. 1999). 16.7 Efeitos Tóxicos Não encontrado. 16.8 Posologia Quadro 1: Naftquinonas: posologia e especialidades farmacêuticas. Naftquinonas: posologia e especialidades farmacêuticas. Naftquinonas Espécie Posologia Especialidades farmacêuticas Buparvaquona Bovino 2,5 mg/kg , 48 h, IM Butalex® Parvaquona Bovino 20 mg/kg, 48 h, IM Parvexon® Menoctone Bovino 10 mg /kg , 24h, IM Menoctone IM: via intramuscular. Fonte: Mohammed, 2009. 40 17 NITROIMIDAZÓIS 17.1 Histórico A classe dos nitroimidazóis foi descoberta em 1955 após cientistas franceses do grupo Rhône-Poulenc descreverem a atividade de um extrato de Streptomyces 6670 contra Trichomonasvaginalis. Esse extrato já havia sido analisado em 1953 por Maeda e colaboradores e identificado como 2- nitroimidazol, também chamado de azomicina. Desde então, vários nitroimidazóis foram sintetizados e avaliados frente a microrganismos anaeróbicos, apresentando atividade também contra tumores hipóxicos e como imunossupressores. 17.2 Espectro de Ação É um antibiótico que abrange principalmente bactéricas anaeróbicas e protozoários como Entamoebahistolytica, Trichomonasvaginalis, Giardiaintestinalis, Giardia lamblia, Bacteroides fragilis, Bacteroides melaninogenicus, Bacteroides spp., Clostridium spp., Eubacterium spp., Fusobacterium spp., Peptococcus spp., Peptostreptococcus spp. e Veillonella spp. (PRATI, 2016). 17.3 Fórmula Estrutural Figura 16: Fórmulas estruturais dos nitroimidazóis. Fonte:Moreth, M. et al. 2010. 41 17.4 Mecanismo de Ação Quando os nitroimidazóis penetram no organismo parasita, as enzimas redutoras geram nitroderivados que possuem toxicidade seletiva para microrganismos anaeróbios. Essa toxicidade se deve pelos metabólitos formarem complexos com o DNA e provocarem rupturas na estrutura helicoidal, se decompondo em compostos inativos posteriormente (LINDSAY e BLAGBURN, 2013; OLIVEIRA e DI STASI, 2012). 17.5 Farmacocinética O nitroimidazol é bem absorvido no trato gastrointestinal e possui ampla distribuição nos tecidos, atingindo altas concentrações. Sofre extensa biotransformaçãohepática, gerando metabólitostóxicos, portanto deve-se realizar ajuste de dose para pacientes com disfunção hepática. Possui meia vida de aproximadamente oito horas e é excretado pelos rins e pequenas quantidades podem ser encontradas na saliva e no leite. (LINDSAY e BLAGBURN, 2013; OLIVEIRA e DI STASI, 2012). Absorção: é rápido e completamente absorvido após administração oral. A absorção sistêmica da forma farmacêutica vaginal é mínima em 10% quando comparado com a administração oral. Em estudos em voluntários sadios recebendo 2 g de tinidazol oral, foram alcançados níveis de pico plasmático de 40-51 mcg/mL dentro de 2 horas e diminuíram para 11-19 mcg/mL em 24 horas. Voluntários sadios que receberam 800 mg e 1600 mg de tinidazol intravenoso durante 10-15 minutos, alcançaram concentrações de picos plasmáticos entre 14 a 21 mcg/mL para a dose de 800 mg e uma média de 32 mcg/mL para a dose de 1600 mg. Após 24 horas da infusão, níveis plasmáticos de tinidazol diminuíram para 4 a 5 mcg/mL e 8,6 mcg/mL, respectivamente, justificandoa posologia de dose única diária. Os níveis plasmáticos diminuem lentamente e o tinidazol pode ser detectado no plasma em concentrações de 0,5 mcg/mL 72 horas após infusão e até 1 mcg/mL 72 horas após administração oral. A meia-vida de eliminação plasmática de tinidazol está entre 12-14 horas. Distribuição: é amplamente distribuído em todos os tecidos corporais e atravessa a barreira encefálica, obtendo concentrações clinicamente eficazes em todos os tecidos. O volume aparente de distribuição é de aproximadamente 50 litros. Cerca de 12% de tinidazol plasmático está ligado a proteínas plasmáticas. Eliminação: é excretado pelo fígado e rins. Estudos em voluntários sadios demonstraram que após 5 dias, 60 a 65% de uma dose administrada é excretada pelos rins, sendo 20 a 25% da dose excretada como fármaco inalterado. Até 5% da dose administrada é excretada nas fezes. 42 Estudos em pacientes com insuficiência renal (clearance de creatinina < 22 mL/min) indicam que não existe alteração estatisticamente significante nos parâmetros farmacocinéticos de tinidazol nestes pacientes. (FACYL, 2015). 17.6 Associações Dissulfiram: foram relatadas reações psicóticas em pacientes utilizando concomitantemente metronidazol e dissulfiram. Terapia com anticoagulante oral (tipo varfarina): potencialização do efeito anticoagulante e aumento do risco hemorrágico, causado pela diminuição do catabolismo hepático. Em caso de administração concomitante, deve-se monitorizar o tempo de protrombina com maior frequência e realizar ajuste posológico da terapia anticoagulante durante o tratamento com metronidazol.Lítio: os níveis plasmáticos de lítio podem ser aumentados pelo metronidazol. Deve-se, portanto, monitorizar as concentrações plasmáticas de lítio, creatinina e eletrólitos em pacientes recebendo tratamento com lítio, enquanto durar o tratamento com metronidazol. Ciclosporina: risco de aumento dos níveis plasmáticos de ciclosporina. Os níveis plasmáticos de ciclosporina e creatinina devem ser rigorosamente monitorizados quando a administração concomitante é necessária. Fenitoína ou fenobarbital: aumento da eliminação de metronidazol, resultando em níveis plasmáticos reduzidos. 5-fluorouracil: diminuição do clearance do 5-fluorouracil, resultando em aumento da toxicidade do mesmo. Bussulfano: os níveis plasmáticos de bussulfano podem ser aumentados pelo metronidazol, o que pode levar a uma severa toxicidade do bussulfano (PRATI, 2016). Associações desaconselháveis: dissulfiram: risco de surto delirante, estado confusional. Evitar a ingestão de medicamentos contendo álcool durante o tratamento com secnidazol. Associações que necessitam precaução de uso: - anticoagulantes orais (descrito com a varfarina): aumento do efeito anticoagulante e do risco de sangramento por diminuição do metabolismo do fígado. Recomendam-se controles frequentes da taxa de protrombina e adaptação posológica dos anticoagulantes orais durante o tratamento com secnidazol e até 8 dias após o seu término. 43 17.7 Efeitos Tóxicos Reações de hipersensibilidade (febre, eritema, urticária, angioedema e reação anafilática). Podem ocorrer raramente reações desagradáveis como: distúrbios digestivos: náuseas, gastralgia, alteração do paladar (gosto metálico), glossites e estomatites; erupções urticariformes; leucopenia moderada, reversível com a suspensão do tratamento. Podem ocorrer muito raramente: vertigens, fenômenos de incoordenação e ataxia, parestesias, polineurites sensitivomotoras (LINDSAY e BLAGBURN, 2013). 17.8 Posologia Quadro 2: Nitroimidazóis: posologias. Nitroimidazóis: Posologias Espécie Posologia Bovino 75 mg/kg , 12 h, IV Equino 15 - 25 mg / kg, 12 h, VO, IV Cães 12 a 15 mg /kg , 24h, VO Gatos 10 a 25 mg/kg, 24h, VO Aves 60mg/kg, 24h, VO IV: via intravenosa; VO: via oral. Fonte: Andrade, 2002. 18 MELARSOMINA 18.1 Histórico A melarsomina é um melaminiltioarsenito. O nome comercial Cymelarsan® é também conhecido como Mel Cy ou RM 110. O composto é ativo contra o subgênero Trypanozoon, particularmente o Trypanosoma evansi. 18.2 Espectro de Ação Arsenical orgânico antiparasitário, para tratamento da dirofilariose. 44 18.3 Fórmula Estrutural Figura 17:Fórmula estrutural melarsomina. Fonte: Tilley, 2008. 18.4 Mecanismo de Ação Os efeitos em vermes não foram completamente definidos, mas incluem alterações na captação e metabolismo de glicose, inibição glutationa redutase e alterações na estrutura e função do epitélio intestinal do parasita. 18.5 Farmacocinética Absorção: Absorvida rapidamente após administração intramuscular. Com administração intramuscular, a meia-vida de absorção é 2,6 minutos. Distribuição: Cães - Volume de distribuição: 0,73 ± 0,13 litro por kg. Meia-vida: Eliminação (terminal) - Cães: 3,01 ± 0,96 horas. Pico de concentração sérica: Cães - com uma dose intramuscular de 2,5 mg / kg, uma concentração sérica máxima de 0,59 ± 0,16 mcg / mL foi alcançado em 10,7 ± 3,8 minutos. Tempo médio de permanência: Cães -Administração intramuscular de 2,5 mg / kg - 2,56 ± 1,89 horas em plasma. Administração intravenosa de 2,5 mg / kg - 1 hora ; 6 horas (compartimento periférico). Eliminação: Cães - Depuração total: 2,68 ± 0,65 mL / min / kg. 18.6 Associações Não encontrado. 18.7 Efeitos Tóxicos Dor intensa e nódulos no local da injeção, tosse, depressão, tromboembolismo, anorexia, febre e, em doses elevadas, sialorreia, vômito, ataxia, cianose e morte. 45 18.8 Posologia O composto é ativo contra o subgênero Trypanozoon, particularmente o Trypanosoma evansi. Em camelos, a droga tem demonstrado efeito contra o T. evansi na dosagem de 0,2-1,25 mg/kg e, em búfalos, na dosagem de 0,25-3,0 mg/kg. A dosagem padrão para camelos infectados com T. evansi é 0,25 mg/kg e deve ser usada no tratamento da tripanosomose aguda, subaguda e crônica. O produto não é usado profilaticamente (BRUN et al., 1998). 19 SULFADIAZINA 19.1 Histórico A descoberta da atividade antibacteriana das sulfas foi oficializada em 1935 com a publicação do trabalho "Uma Contribuição à Quimioterapia das Infecções Bacterianas", no qual foi descrita a atividade biológica da p-sulfamidocrisoidina pelo patologista e bacteriologista alemão Gerhardt Domagk. Esta substância havia sido sintetizada em 1932 por Mietsch e Klarer (Bayer), com base na química clássica de corantes têxteis, especificamente para ser testada como antibacteriano. A partir desta época foram surgindo outras substâncias antimicrobianas, algumas obtidas sinteticamente e outras isoladas de microorganismos. (BORGES et al, 2005). 19.2 Espectro de Ação Participa de um grupo de composto químicos com amplo espectro de ação, tendo ação contra bactérias gram-positivas e algumas gram-negativas, além de parasitas como Toxoplasma sp, Coccidia sp e Giardia sp. (SOBRAL, 2018). 19.3 Fórmula Estrutural Figura 19: Fórmula estrutural da sulfadiazina. Fonte: Sobral, 2018. 46 19.4 Mecanismo de Ação Ela pertence ao grupo das sulfonamidas, que são basicamente um análogo estrutural do PABA (ácido p-aminobenzóico), caracterizado por ser importante para a síntese do ácido fólico, que, por sua vez, é fundamental para a síntese do DNA e RNA antimicrobiano. Agem como antagonista competitiva, sendo assim, a concentração entre as sulfas e o PABA interferem no mecanismo de ação. (GÓRNIAK, 2006). 19.5 Farmacocinética Elas são administradas por via oral e absorvidas, já distribuídas, conseguem atingir concentrações terapêuticas em quase todos os tecidos uma vez que são bastante lipossolúveis. (ANDRADE, 2008). Podem atravessar a barreira hematoencefálica e placentária. Além disso, são metabolizadas no fígado e sua excreção ocorre por filtração glomerular, podendo também ser encontrada na saliva,