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PLANO DE AULA HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA I

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Universidade Estadual da Paraíba – UEPB; campus I – Campina 
Grande-PB-Centro de Humanidades – CH; Departamento de 
História - DH 
História Contemporânea I - Noturno 2023.1; 
Docente: José do Egito Negreiros Pereira 
 
 GRUPO 01 
Discentes: 
 
Arthur Franklin Ferreira Lopes 
Bruno Gonçalves da Silva 
Danielson Jovencio de Souza 
Emily Caroline Pereira da Silva 
João Batista Mariano Pereira 
Jose Tony Vidal Santos Júnior 
Marcos Jerônimo dos Santos 
Tamires Luiz da Silva 
 
 
 
 
PLANO DE AULA 
 
As mulheres na França do século XIX. 
 
 2. Eixo Problemático 
Abordar a mulher na França do século XIX, para pensarmos dentro da linha feminista dos estudos históricos, 
a importância do papel feminino. 
 
As mulheres em todos os setores da sociedade são indispensáveis. Elas tiveram papéis de destaque apagados por 
muitos séculos. Mas, foi através de lutas que consolidaram suas conquistas perante a sociedade. Destacando-se nas 
indústrias, na vida doméstica e na sua participação dinâmica na sociedade. 
Por conseguinte, é importante o estudo desse tema, para que se possa ressaltar o quanto a mulher passou por 
silenciamentos durante a história. Para que se possa evidenciar que foi através de lutas que conseguiram soberania e 
conquistar espaços jamais adentrados antes, por conta de uma sociedade excludente, machista e patriarcal, que ainda 
se repetia no século XIX. Os feitos históricos dessas agentes da história deixou heranças importantes não só para o 
seu gênero, nas sociedades posteriores. Como o forte desejo de se manterem emancipadas, e a constante busca por 
igualdade e respeito sempre. 
1. Conteúdo 
3. Justificativa 
 
 
4. Objetivos 
GERAL: Compreender as lutas e conquistas das mulheres no século XIX na indústria têxtil, sua dedicação 
quase exclusiva aos “trabalhos domésticos” e, a sua participação ativa na sociedade. 
ESPECÍFICOS: 
 
● Abordar a exclusão das mulheres da História, os discursos e as imagens construídas sob o corpo 
feminino; 
● Entender os poderes das mulheres: o bom uso do salário e o direito do povo ao pão de cada dia; 
● Analisar o papel da mulher no espaço doméstico, assim como, a mudança comportamental 
feminino na cidade de Paris, durante o século XIX; 
● Evidenciar alguns acerca da resistência das mulheres, as tentivas de silenciar elas e sobre a 
pratica feminista e sindicalista; 
● Expor a mulher no ambiente urbano do século XIX; 
● Discorrer os espaços femininos no ambiente urbano do século XIX; 
 
 
 
5. Metodologia 
3.1. Estratégias de Ensino 
● Aula expositiva 
 
3.2. Recursos Técnico-Pedagógicos 
● Utilização do notebook, Power Point, projetor, marcador e lousa. 
 
 
1. A MULHER POPULAR REBELDE 
 
1.1 Introdução/ As mulheres, águas paradas (Marcos Jerônimo) 
▪ Escrita da História, ofício dos historiadores (homens que escrevem no masculino); exclusão da mulher nas diversas 
vertentes da História; arquivos usados; Europa do século XIX. 
▪ História das Mulheres (As mulheres têm História?); discursos sobre as mulheres no século XIX; construções 
imagéticas: mulher fogo, água, terra; policia da família. 
 
1.2 A dona de casa e seus poderes/A dona de casa, tição do subúrbio (Danielson) 
▪ Diferente da “caseira” (rural) e da “senhora de casa” (burguesa), a dona de casa é, na cidade do século XIX, uma 
mulher importante e relativamente nova. Na sociedade dita tradicional, a família é uma empresa e todos os seus 
membros concorrem juntos, à medida de cada um, para a sua prosperidade; 
▪ Os trabalhos domésticos não são apanágio exclusivo das mulheres, e os homens podem ajudar; por exemplo, a 
preparação de certos alimentos fica a cargo deles. A indústria têxtil em domicílio teria aumentado essa fluidez: 
testemunhos e imagens mostram-nos trocas de papel, o homem a cozinhar ou varrer, a mulher a acabar a sua peça, o 
chefe da casa é o homem. O “dono de casa” – termo aparece no século XVI – designa o chefe dessa empresa que é o 
espaço doméstico; 
▪ As mulheres não têm acesso ao dinheiro, a não ser pelos serviços miúdos que sempre se esforça em fazer caber 
dentro dos interstícios de tempo que lhe deixa a família: atividades comerciais – venda em bancas ou cestos, à moda 
6. Roteiro da aula 
 
camponesa, que persiste apesar de todas as regulamentações, que exigem cada vez mais alvarás e autorizações –, mas 
ainda mais horas de faxina para fora, lavagem de roupas, trabalhos de costura, tomar conta de crianças, recados e 
entregas domésticas; a entregadora de pão, figura familiar, é quase sempre uma mulher casada. A administração do 
salário é, sem dúvida, uma difícil conquista das mulheres, resultado de uma luta cheia de ciladas, onde o patronato, 
cioso em favorecer um “bom” uso do salário; 
▪ Em caso de preços excessivos, elas se revoltam. Os motins por alimentos, grande forma de motim popular ainda no 
século XIX. Sua vigilância se exerce nos mercados, grande local das mulheres. Aí fiscalizam permanentemente as 
qualidades e quantidades, a regularidade dos abastecimentos e o nível dos preços. 
▪ Durante os sérios motins de 1817, várias dezenas de famílias foram condenadas, à prisão, aos trabalhos forçados e 
até à morte. Nesses motins, as mulheres intervêm coletivamente. Nunca armadas, é com o corpo que elas lutam, rosto 
descoberto, mãos à frente, procurando rasgar as roupas, suprema destruição para essas costureiras, aferrando-se às 
insígnias da autoridade. Mas usam principalmente a voz: suas “vociferações” levantam multidões famintas. Quando 
lançam projéteis, são artigos do mercado ou pedras com que enchem os aventais, caso extremo. Normalmente, não 
destroem nem saqueiam, preferindo a venda a preço taxado. Evitando roubar, reclamam apenas o “justo preço”, elas 
encarnam o direito do povo ao pão de cada dia. 
 
1.3 Contra o Senhor Abutre/As mulheres contra as máquinas (Arthur) 
 
1.4 A dona de casa no espaço da cidade/A dona de casa, guardiã do subúrbio (Tamires) 
▪ Ainda no final do século XIX, o novo espaço que a mulher irá ocupar não é “o interior” da casa, que para 
elas ainda não existe, mas o exterior, ou seja, as ruas; 
▪ É longa a lista dos lugares onde uma mulher “honesta” não poderia se mostrar sem manchar a sua reputação, 
ela será escrava mesmo dentro da sua própria casa; 
▪ Ao longo dos anos com o maior peso dos deveres maternos, o tempo das donas de casa nas ruas vai 
diminuindo e assim essas ocasiões vão se convertendo em itinerários mais rígidos, que vão ser direcionados 
a ida às lojas, pelos horários da escola e da fábrica. Sob essa perspectiva, surge um novo local de grande 
importância para o espaço ocupado pela mulher, o lavadouro. Nesse sentido, eles serão muito mais do que 
um lugar funcional onde se lava a roupa, mas serão também uma sociedade aberta de assistência mútua. 
Então, depois de 1880, cria-se uma verdadeira indústria de lavanderias, com grandes instalações modernas 
para a lavagem a vapor, onde o trabalho é concentrado, dividido, ordenado, hierarquizado, com um pessoal 
reduzido e masculinizado. A partir desse momento os homens controlam as máquinas e as mulheres 
conservam os serviços manuais subordinados; 
▪ Outra coisa interessante é que para escrever a história popular da Revolução Francesa, Michelet interrogava as 
mulheres. Nesse sentido, o texto explica que as lembranças da escravidão, abolida apenas em 1888, persistem entre o 
povo brasileiro através das velhas avós. 
Resistência do imaginário/Calar as mulheres/ Práticas femininas e sindicalismo (José Tony) 
▪ A apresentação aborda a resistência do imaginário feminino e como a sociedade enfrentou isso ao longo do tempo. 
▪ Desde os primórdios da civilização, houve tentativas de calar as mulheres e civilizá-las, ensinando-as a ler e 
adaptando-as à ciência e à razão para colonizar seu imaginário. 
▪ A resistência do imaginário feminino se mostrou forte e as mulheres se recusaram a se deixar dominar, mesmo com 
tentativas de colonização bem-sucedidascomo o Petit Journal. 
▪ A resistência feminina foi vista como perigosa e levou à separação dos sexos na cidade, redução de espaços mistos, 
exclusão das mulheres em pubs e trade-unions e exigência de solicitação por escrito para as mulheres falarem em 
reuniões sindicais. 
▪ O papel das mulheres operárias no sindicalismo no início do século XX. 
▪ Organização das "Ligas de Donas de Casa" para obter melhores condições de vida. 
▪ Desconfiança e medo da maioria do sindicalismo em relação à atuação das mulheres. 
 
▪ Proposta de educação da dona de casa para melhor utilização do orçamento e higiene alimentar defendida no 
congresso da CGT. 
▪ Visão patriarcal e machista do movimento operário sobre a atuação das mulheres na luta sindical. 
 
 
2. A DONA DE CASA NO ESPAÇO PARISIENSE NO SÉCULO XIX 
 
2.1 Introdução/A cidade: um espaço sexuado (Bruno) 
▪ A mulher como majoritária na classe urbana do século XIX, tendo funções não só domésticas, como também 
financeiras. 
▪ A importância do extenso trabalho não remunerado da Mulher “dona de casa”, onde vai cuidar dos filhos, e de todas 
as atividades da casa, como limpeza, alimentação, roupas, e tudo isso é de extrema importância no século XIX. 
▪ Marivaux diz em Le Paisan Parvenu, que com o misto de costumes advindos dos migrantes agora irá trazer uma 
indiferenciação do público e do privado no tocante aos costumes urbanos nos quais agora a mulher seria uma parte 
integrante. 
▪ Em 1830 o governo de Luís Felipe acaba não permitindo a participação de mulheres que seriam “destinados” aos 
homens, e com o decorrer do tempo vai gerar uma distinção do espaço público, onde agora seria destinado apenas aos 
homens. 
▪ Na segunda metade do século XIX as mulheres são definidas como sedentárias e os homens nômades, isso também 
acaba num conceito popular da época em que mulheres não faziam certas coisas “masculinas”. Diante dessa exclusão 
da mulher na sua influência social/política a deixando apenas o ambiente doméstico, aumentam os retratos femininos, 
criando um costume de apreciação da imagem feminina, sendo o espetáculo do homem. 
 
2.2 Espaços femininos (João Batista) 
 
 ▪ Descrição das moradias urbanas da classe popular e dos burgueses; 
 ▪ A cidade aos poucos se divide em espaços masculinos, femininos e mistos; 
 ▪ O baile como local de sociabilidade e aculturação; 
▪ Mulher popular: "uma ministra das finanças"; 
▪ A função comercial da mulher; 
▪ As instituições coletivas na vida da mulher. 
 
2.3 Mulheres no lavadouro/O lavadouro, escola de mulheres (Emily) 
▪ A roupa de casa ligada a revolução industrial; 
▪ Perfil das donas de casa e lavadeiras; 
▪ Lavanderias públicas; 
▪ Categorias das lavadeiras. 
▪ O lavadouro, escola de mulheres 
▪ Disciplina de mulheres; 
▪ Divisão sexual dos papéis 
▪ Mestre de lavagem 
▪ Lavadouro como espaço excludentes. 
 
 Participação dos alunos na aula. 
Referências Bibliográficas 
 
PERROT, Michelle, 1928- Os excluídos da história [recurso eletrônico]: operários, mulheres e prisioneiros / 
Michelle Perrot. in: A Mulher Popular Rebelde e A dona de casa no espaço parisiense no século XIX. Seleção de 
textos e introdução Maria Stella Martins Bresciani; tradução Denise Bottmann. - 1. ed. - Rio de Janeiro: Paz e Terra, 
7. Avaliação 
 
2017. 
 
O Guia da Boa Esposa de 1955 (interessante vem ler!). Fórum Antes do casamento, 2018. Disponível: 
https://comunidade.casamentos.com.br/forum/o-guia-da-boa-esposa-de-1955-interessante-vem-ler--t422060. 
Acesso: 07 de maio de 2023.

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