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Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001

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Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e 
massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001
Sílvio Ferreira Júnior*
Marília Fernandes Maciel Gomes**
Resumo: Este trabalho objetivou avaliar os ajustamentos ocorridos nos 
segmentos de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, no período de 
1995 a 2001, utilizando-se o modelo Estrutura-Conduta-Desempenho, da 
teoria da Organização Industrial. Os resultados mostram que o novo am-
biente competitivo, defl agrado pela desregulamentação setorial e pela 
abertura comercial, permitiu a intensifi cação da concorrência e restringiu 
o poder de mercado das maiores empresas. Os dois segmentos foram 
obrigados a seguir o processo de adequação às exigências do consumi-
dor, como a melhoria da qualidade, o aumento da variedade e a redução 
nos preços dos produtos. Todo esse processo foi liderado pelas maiores 
empresas, que realizaram investimentos em tecnologia e em capacidade 
produtiva e aumentaram, gradualmente, suas participações no mercado. 
O resultado desses ajustamentos traduziu-se, portanto, em melhor de-
sempenho econômico e em maior benefício para a sociedade.
Palavras-chave: Agroindústria, trigo, organização industrial, abertura 
de mercado.
Classifi cação JEL: L11, L6.
Abstract: The present work aimed to evaluate the adjustments occurred 
in the food sector of biscuit and pastry in Brazil, from 1995 to 2001, using 
*Economista, Mestre em Economia Aplicada e Doutorando em Economia Aplicada 
(bolsista do CNPq). Departamento de Economia Rural, Universidade Federal de Viçosa. 
36571-000 – Viçosa – MG. silviofj@hotmail.com
**Professora doutora do Departamento de Economia Rural, Universidade Federal de 
Viçosa, bolsista do CNPq, mfmgomes@ufv.br
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
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the Structure-Conduct-Performance model of the Industrial Organization 
theory. The results demonstrated that the new competitive environment, 
started by the non-regulation in the sector and by the commercial openness, 
allowed tougher competition and restrained the market power of the major 
industries. Both segments had to adjust themselves to the demands of 
the consumer in the market by improving the quality of their products, 
furnishing a wider variety and reducing their costs. The whole process was 
led by the major industries, which invested in technology and productive 
capacity and, continually, increased their participation in the market. 
Therefore, as a result of these adjustments, there has been an improvement 
in the economic performance and a greater benefi t for society. 
Key-word: Agribusiness, wheat, industrial organization, market openness.
JEL Classifi cation: L11, L6
1. Introdução
Na década de 1990, o Brasil passou por signifi cativas mudanças em 
sua economia, as quais contribuíram para modifi cação do ambiente com-
petitivo da agroindústria de segundo processamento do trigo1 no país, aqui 
representada pelas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias. As 
regras de livre mercado, o acirramento da concorrência em nível global e a 
estabilização econômica caracterizam, desde então, esse novo ambiente.
De acordo com Ferreira Júnior (2003), os investimentos para capa-
citação tecnológica e produtiva, a melhoria da qualidade e o processo 
de segmentação de mercado (maior variedade de produtos) são as prin-
cipais estratégias adotadas pelos segmentos em análise, em resposta às 
mudanças ocorridas no ambiente competitivo, principalmente no que 
se refere à queda das barreiras à entrada neste mercado após abertura 
comercial. Essas tendências defi nem o padrão de concorrência e os 
novos parâmetros de competitividade, além de evidenciar o empenho 
destes segmentos para aumentarem a competitividade futura.
Nesse contexto, outra estratégia comum, observada nos segmentos 
1 A agroindústria do trigo inclui os segmentos de primeiro processamento (indústria 
de moagem do trigo) e segundo processamento (indústrias de massas alimentícias, de 
biscoitos e de panifi cação).
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de biscoitos e de massas alimentícias, tem sido a ocorrência de fusões 
e/ou aquisições, que sugerem processo de concentração de mercado. 
Segundo Food Ingredients (2002), por constituírem grande número de 
empresas, com grande heterogeneidade entre si, esses segmentos são, 
atualmente, os maiores alvos de fusões e aquisições, como alternativa 
para ampliação de mercado.
Se, por um lado, o processo de concentração possibilita a obten-
ção de economias de escala e/ou escopo, bem como agilidade no 
processo de distribuição, por outro, pode criar condições estruturais 
para que essas grandes empresas exerçam ações prejudiciais à or-
dem econômica.
No Brasil, a agroindústria de segundo processamento de trigo está 
inserida num sistema caracterizado como um dos mais tradicionais e 
estratégicos sistemas agroalimentares do país, atualmente responsável 
pela produção de parte relevante do consumo de alimentos. O Brasil é 
o segundo maior produtor mundial de biscoitos, com uma produção de 
1.012 mil toneladas e um faturamento de R$ 2.837 milhões em 2000, 
fi cando atrás dos Estados Unidos, e é o terceiro maior produtor mundial 
de massas alimentícias, com uma produção de 1.029 mil toneladas e 
um faturamento de R$ 1.899 milhão em 2001. Nas primeira e segunda 
posições estão a Itália e os Estados Unidos, com respectivas produções 
de 2.900 e 1.160 mil toneladas de massas (SIMABESP, 2002; ABIMA, 
2002; Pinazza e Alimandro, 2001).
Em virtude da importância da agroindústria de segundo processa-
mento de trigo no Brasil e das mudanças ocorridas no seu ambiente 
competitivo, este trabalho teve o objetivo geral de avaliar os ajustamen-
tos ocorridos nos segmentos de massas alimentícias e de biscoitos e 
bolachas, no período de 1995 a 2001.
2. Metodologia
2.1. Modelo teórico
Neste trabalho utiliza-se o modelo Estrutura-Conduta-Desempenho 
(MECD) da teoria da Organização Industrial (OI), proposto por Mason 
(1939), que admite a hipótese de uma linha de casualidade a partir da 
estrutura de mercado, passando pela conduta, até o desempenho, for-
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necendo arcabouço de análise mais realista para a maioria dos estudos 
de organização industrial2.
Devem-se considerar, no entanto, os efeitos de feed-back, conforme 
ilustrado na Figura 1, extraída de Martin (1994).
Figura 1 - interações no modelo estrutura-conduta-desempenho
Fonte: Martin (1994).
A Figura 1 mostra, de forma simples e clara, as relações interativas 
do modelo, a partir das quais o autor denomina de modelo não-linear, no 
qual estrutura e conduta são determinadas, parcialmente, por condições 
de demanda e tecnologia. Esforços de venda – um elemento da conduta 
– afetam, por feedback, a demanda; feedbacks do desempenho impactam 
a tecnologia e o próprio desempenho; a efi ciência dinâmica ou a taxa de 
progresso tecnológico exerce infl uência sobre a tecnologia disponível; e a 
lucratividade, que determina o quanto é atrativo entrar no mercado, tem 
efeito dinâmico intertemporal sobre a estrutura do mercado.
A análise da estrutura e do desempenho tem sido de grande utilidade 
à política pública, tendo em vista que o próprio desempenho é defi nido, 
no modelo, por alguma idéia de bem-estar econômico, conceituação que 
instilou na teoria da Organização Industrial uma forte orientação política. 
Com base na hipótese de concentração-coalizão, caso se verifi quem de-
sempenhos não-satisfatórios, as autoridades governamentais, mediante 
regulamentação da estrutura e/ou da conduta de mercado, podem alterar 
o desempenho, com vistas em assegurar um graumínimo de competição, 
como, por exemplo, medidas que visam impedir fusões.
2 Maiores detalhamentos sobre a teoria da OI podem ser encontrados em: Ferreira Júnior 
(2003), Sherer e Ross (1990), Brumer (1981) e Bain (1968).
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2.2. Modelo analítico
Este estudo se concentra na relação estrutura-desempenho, admi-
tindo uma causalidade do primeiro para o último. Apesar de a conduta 
não ter recebido tratamento explícito, considerações sobre esta estão 
presentes.
A concentração industrial é a dimensão da estrutura de mercado que, 
na literatura, tem recebido tratamento mais amplo e detalhado. Teoria e 
prática sugerem que o caráter, a intensidade e a efetividade da competi-
ção entre as empresas são, signifi cativamente, afetados pelo grau de con-
centração do mercado em que elas atuam (Sherer e Ross, 1990). Assim, 
utiliza-se neste trabalho o seguinte índice de concentração:
�
�
�
m
1i
im pCR ,
em que m = número de fi rmas; e Pi = participação da i-ésima fi r-
ma no faturamento total do segmento em que ela se insere.
Essa medida considera o mesmo grau de importância para todas as fi r-
mas e não é afetada pela mudança no número de fi rmas em uma indústria 
(Scherer e Ross, 1990). Neste estudo, foram consideradas as participações 
das quatro e das oito maiores fi rmas (CR4 e CR8, respectivamente) no fa-
turamento total de cada segmento, nos anos de 1995 a 20013.
A análise do desempenho de mercado, por sua vez, requer a utiliza-
ção de indicadores que levam em conta as características dos segmentos 
selecionados e as limitações de dados e informações. Desse modo, na 
análise do desempenho da agroindústria de segundo processamento de 
trigo no Brasil, foram utilizadas duas categorias de indicadores. A pri-
meira refere-se aos indicadores que refl etem o desempenho competitivo 
de cada segmento como um todo, quais sejam: a) evolução da produção; 
b) evolução das exportações; c) evolução das importações; d) evolução 
do faturamento; e e) evolução dos índices reais de preços.
3 Nos cálculos consideram-se as fi rmas individuais identifi cadas por sua razão social, e 
não os grupos empresariais como um todo. Assim, os resultados obtidos podem subes-
timar a concentração econômica dos segmentos.
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Esses indicadores mostram o dinamismo de cada segmento, se está 
aumentando ou não sua participação na economia, sua competitivi-
dade e, indiretamente, sua capacidade de gerar empregos. Adicional-
mente, tais indicadores dão sinais que ajudam na avaliação do grau de 
bem-estar econômico ou da efi ciência econômica.
A segunda categoria de indicadores procura refl etir o desempenho econô-
mico-fi nanceiro (Assaf Neto, 1998) dos grupos representados pelas oito maio-
res empresas dos segmentos de massas alimentícias e de biscoitos e bolachas, 
respectivamente, quais sejam: a) evolução da taxa de lucro sobre o faturamen-
to (L/F); b) evolução da taxa de lucro sobre o ativo total (L/A); c) evolução do 
faturamento sobre o ativo total (F/A); d) evolução do ativo permanente so-
bre o ativo total (P/A); e) evolução do endividamento geral (EG); f) evolução 
da liquidez geral (L); g) evolução do custo de produção sobre o faturamento 
(C/F); h) evolução das despesas operacionais gerais sobre o faturamento 
(D/F).
Vale lembrar que, por se referirem apenas às maiores empresas, es-
ses indicadores não refl etem, necessariamente, o desempenho de cada 
segmento como um todo. No entanto, certamente eles refl etem o de-
sempenho das empresas que compõem grupos estratégicos mais dinâ-
micos, que investem em diferenciação e segmentação de mercado.
2.3. Fonte de dados
Os dados anuais utilizados no cálculo dos índices de concentração 
e dos indicadores econômico-fi nanceiros abrangem os anos de 1995 a 
2001 e foram obtidos do Balanço Anual da GAZETA MERCANTIL, no site 
http//:www.gazetamercantil.com.br4.
Os dados anuais de importação e exportação foram obtidos na Se-
cretaria de Comércio Exterior (SECEX), nos anos de 1990 a 2001, e estão 
disponíveis no site http//:aliceweb.mdic.gov.br.
Os dados anuais referentes à produção, ao faturamento e aos índices 
de preços foram obtidos nas associações de cada indústria ou segmento 
– Sindicato das Indústrias de Massas e Biscoitos no Estado de São Paulo 
(Simabesp) e Associação Brasileira da Indústria de Massas (ABIMA).
4 No que se refere aos segmentos da agroindústria do trigo, este site disponibiliza ape-
nas os dados das oito maiores empresas de cada segmento.
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3. Resultados e discussão
Verifi cou-se, no período estudado, conforme mostrado na Tabela 1, 
aumento quase constante no grau de concentração, tanto no segmen-
to de massas alimentícias quanto no de biscoitos. No que se refere ao 
segmento de massas, as quatro e as oito maiores empresas detinham, 
respectivamente, 21,56% e 32,64% do faturamento do segmento em 
1995. Já em 2001, as quatro e as oito maiores empresas passaram a 
controlar, respectivamente, 35,69% e 48,52%, do faturamento total. 
No período, as taxas geométricas de crescimento da concentração, 
nas quatro e oito maiores empresas, foram de 7,27% e 5,16% ao ano, 
respectivamente.
No segmento de biscoitos, por sua vez, 27,33% e 33,58% do fatura-
mento total eram dominados, respectivamente, pelas quatro e pelas oito 
maiores empresas, em 1995. Já em 2001, as quatro e oito maiores empresas 
passaram a controlar, respectivamente, 36,77% e 45,54% do faturamento 
total. No período 1995-2001, as taxas geométricas de crescimento dos 
índices CR4 e CR8 foram de 7,02% e 6,64% ao ano, respectivamente.
Tabela 1 - Índices de concentração no segmento de massas 
alimentícias e de biscoitos
Massas alimentícias Biscoitos e bolachas
CR4 CR8 CR4 CR8
1995 0,2156 0,3264 0,2733 0,3358
1996 0,2201 0,3465 0,2366 0,3009
1997 0,2062 0,3316 0,2351 0,2925
1998 0,2243 0,3314 0,2370 0,3029
1999 0,2249 0,3314 0,3246 0,3898
2000 0,2643 0,3868 0,3334 0,4062
2001 0,3569 0,4852 0,3677 0,4554
TGC1 7,27%** 5,16%** 7,02%** 6,64%**
Fonte: Dados da pesquisa.
1 taxa geométrica de crescimento.
** signifi cativo a 5%.
 Tanto o segmento de massas alimentícias quanto o de biscoitos e 
bolachas são constituídos de grande número de empresas, pulverizadas 
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e regionalizadas, que apresentam grande heterogeneidade entre si, seja 
pelo tamanho, seja pelo grau de capacitação tecnológica. O segmento 
de massas no Brasil era constituído, em 2001, por 802 empresas, grande 
parte localizada na região Sudeste, 61% das quais eram de pequeno por-
te; 22%, médio; e apenas 17%, de grande porte (Pinazza e Alimandro, 
2001). O segmento de biscoitos e bolachas, por sua vez, era constituído, 
naquele ano, por 533 empresas, 40% das quais estavam localizadas no 
Estado de São Paulo (SIMABESP, 2002).
A Tabela 2 permite visualizar a evolução de alguns indicadores do 
desempenho de mercado do segmento de massas alimentícias. No que se 
refere à produção, percebe-se que houve nítido e contínuo crescimento 
na quantidade produzida até o ano de 1999, quando se atingiu seu va-
lor máximo de 948 mil toneladas produzidas. A produção naquele ano, 
quando comparada à de 1994, revela crescimento da ordem de 24,7%. A 
taxa geométrica de crescimento, no período 1994-2001, indicou tendência 
positiva da ordem de 2,70% ao ano. O período encerrou com 935 mil to-
neladas produzidas em 2001, com queda de 1,37%, em relação a 1999.
Tabela 2 - Indicadores de desempenhode mercado 
no segmento de massas alimentícias
ANO Produção 
(toneladas)
Exportação 
(toneladas)
Importação 
(toneladas)
Faturamento 
(R$ milhões)1
1994 760.000,00 790,78 12.255,37 2.140,67
1995 850.000,00 866,33 21.715,46 2.254,59
1996 860.000,00 1.692,45 22.502,98 2.503,13
1997 920.000,00 1.440,01 25.839,69 2.340,38
1998 929.000,00 1.430,90 28.465,34 2.326,09
1999 948.000,00 1.338,03 20.498,54 2.105,22
2000 936.000,00 1.546,22 16.306,14 1.859,97
2001 935.000,00 1.788,76 14.521,70 1.899,15
TGC2 2,70%*** 9,72%** -0,51%ns -2,73%*
Fonte: ABIMA (2002), DECEX (2002).
1 valores reais (2001=100).
2 Taxa geométrica de crescimento.
*** signifi cativo a 1%; ** signifi cativo a 5%; * signifi cativo a 10%; ns = não-
signifi cativo.
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No que se refere às importações, verifi ca-se contínuo crescimento 
na quantidade importada, que atingiu seu valor máximo em 1998, com, 
aproximadamente, 28,5 mil toneladas importadas, e revelou crescimen-
to de 132,3% em comparação ao ano de 1994. O período encerrou com 
cerca de 14,5 mil toneladas importadas, em 2001, que corresponde a 
uma queda de, aproximadamente, 49% em relação ao ano de 1998. 
Contribuíram para a queda na quantidade importada a perda de poder 
aquisitivo da população e a desvalorização cambial. As oscilações ve-
rifi cadas nas importações não permitiram, portanto, verifi car tendên-
cia signifi cativa de crescimento no período 1994-2001, optando-se pela 
aceitação da taxa geométrica de crescimento igual a zero.
Quanto à quantidade exportada, observa-se que esta apresentou, a 
partir de 1996, contínuos decréscimos até o ano de 1999, quando então 
voltou a crescer, atingindo a maior quantidade exportada do período, 
cerca de 1.788 toneladas, em 2001. Apesar das oscilações verifi cadas, as 
exportações apresentaram tendência positiva de crescimento, da ordem 
de 9,72% ao ano, no período de 1994 a 2001.
Apesar de pouco signifi cativo diante do consumo e da produção 
nacionais, observou-se aumento das importações e das exportações de 
massas alimentícias, decorrente da maior inserção do Brasil no mer-
cado internacional. De fato, é comum a ocorrência de alianças estra-
tégicas entre empresas brasileiras e argentinas, como alternativa para 
empresas não-transnacionais explorarem os benefícios da expansão de 
mercado, proporcionados pelo Mercosul (Azevedo et al., 1998). A as-
sociação ocorre entre uma empresa de biscoitos, de um país, e uma de 
massas, de outro, com o objetivo de utilizar uma rede de distribuição 
já montada no país importador, permitindo explorar economias de es-
cala técnicas, obtidas da concentração da produção em um só país, e 
economias de escopo na atividade de distribuição, obtidas pela venda 
conjunta de massas e biscoitos das duas empresas.
A Tabela 2 permite ainda visualizar a evolução do faturamento no 
segmento de massas alimentícias, defl acionado pelo IGP-DI no ano de 
2001. Percebe-se que o aumento do poder aquisitivo e o aquecimento 
na demanda no início do Plano Real permitiram que houvesse, no pri-
meiro triênio do período, contínuo aumento no faturamento, que atin-
giu seu maior valor, da ordem de R$ 2,5 bilhões, em 1996. No entanto, a 
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partir daquele ano, houve queda contínua no faturamento até o ano de 
2000, já que seu valor atingiu o mínimo do período, aproximadamen-
te, R$1,86 bilhão. A despeito das oscilações verifi cadas, o faturamento 
apresentou tendência signifi cativa e negativa de crescimento, da ordem 
de 2,73% ao ano, no período 1994-2001.
No que se refere aos preços, na Figura 2 pode-se observar que, entre 
julho de 1994 e janeiro de 1998, as massas alimentícias apresentaram 
tendência de queda nos preços, chegando à redução acumulada de 30%, 
em termos reais. O comportamento do índice de preços das massas não foi 
decorrente de queda no preço do trigo em grão; ao contrário, houve, no 
primeiro semestre de 1996, forte elevação dos preços do trigo, a qual não 
se traduziu em elevação do preço das massas. Apesar de a Figura 3 não 
contemplar a evolução dos preços para os anos de 2000 e 2001, é pouco 
provável que os preços reais tenham aumentado, uma vez que estes anos 
apresentaram retração no consumo das massas (Ferreira Júnior, 2003).
Figura 2 - Índices reais de preços: trigo e massas alimentícias (IPC-FIPE)
Fonte: Azevedo et al. (1998).
É interessante notar que os preços continuaram em queda mesmo 
após a implementação do Plano Real, que permitiu incrementos signi-
fi cativos no consumo. Esse fato evidencia a existência de capacidade 
ociosa neste segmento e a intensifi cação da concorrência após a aber-
tura comercial. De fato, este segmento trabalha com capacidade ociosa 
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em torno de 35%, decorrente do seu processo de reestruturação e de in-
vestimentos que procuram antecipar o crescimento da demanda (Aze-
vedo et al., 1998). Ademais, a estabilização econômica benefi ciou as 
empresas deste segmento, na medida em que permitiu melhor controle 
dos seus custos e melhor planejamento dos seus negócios, podendo 
refl etir no comportamento dos preços reais. 
Na Tabela 3 visualiza-se a evolução de alguns indicadores médios 
do desempenho das oito maiores empresas do segmento de massas ali-
mentícias. A despeito de ter havido aumento no faturamento das maio-
res empresas, percebe-se tendência de queda contínua e acentuada nos 
indicadores de rentabilidade das vendas (L/F) e do capital investido 
(L/A). As taxas geométricas de crescimento desses indicadores revelam 
quedas expressivas de 29,86% e 19,76% ao ano, respectivamente.
A tendência de queda na lucratividade, observada por meio desses 
dois indicadores, poderia levar a conclusões equivocadas, caso eles não 
fossem analisados paralelamente a outros indicadores. Assim, é feita, a 
seguir, a análise dos demais indicadores, que, juntamente com os men-
cionados anteriormente, permitirão tirar uma conclusão mais precisa 
acerca do desempenho econômico-fi nanceiro deste segmento.
Quanto ao indicador faturamento líquido sobre o ativo total (F/A), 
percebe-se que houve queda contínua em todo o período, com exceção 
de 2001, que apresentou crescimento signifi cativo no seu valor. A taxa 
geométrica de crescimento desse indicador foi de queda de 1,67% ao 
ano, no período. Tal tendência resulta do aumento mais que proporcional 
dos recursos aplicados (ativo), comparativamente ao aumento do fatu-
ramento, o que sugere que há tendência de essas empresas continuarem 
seguindo a estratégia de crescimento e concentração de mercado.
O comportamento do indicador de capacidade instalada, ou seja, 
da relação entre o ativo permanente e o ativo total (P/A), não revelou 
tendência de crescimento, apresentando taxa geométrica de crescimen-
to estatisticamente igual a zero no período. Por conseguinte, pode-se 
dizer que a capacidade instalada tem crescido na mesma proporção que 
o crescimento dos recursos totais aplicados na atividade, o que eviden-
cia a tendência dessas empresas em continuarem com a estratégia de 
crescimento.
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90 Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001
Tabela 3 - Indicadores médios do desempenho das oito maiores empresas 
no segmento de massas alimentícias
ANO L/F L/A F/A P/A E.G. L C/F D/F
1995 4,95 8,18 189,04 54,39 47,83 117,73 72,15 22,74
1996 3,23 5,63 183,51 51,93 45,54 126,55 71,46 21,69
1997 2,73 1,68 174,65 52,31 43,43 101,08 73,03 24,59
19981,51 4,21 173,61 51,56 46,38 106,37 72,20 22,48
1999 1,77 2,96 169,99 53,30 50,50 111,10 72,22 21,56
2000 0,68 2,38 159,64 58,10 49,11 197,18 72,11 22,61
2001 0,59 1,54 178,92 51,08 56,99 202,44 72,81 20,71
TGC1 -29,86*** -19,76** -1,67* 0,20ns 3,00* 9,76* 0,12ns -1,17ns
Fonte: Dados da pesquisa.
1 taxa geométrica de crescimento.
*** signifi cativo a 1%; ** signifi cativo a 5%; * signifi cativo a 10%; ns = não-signifi cativo.
Quanto à evolução do indicador de endividamento geral (E.G.), ape-
sar das oscilações verifi cadas no período, seu valor apresentou tendência 
de crescimento à taxa geométrica de 3,00% ao ano. Esse fato sugere que 
o contínuo aumento verifi cado nos investimentos tem sido fi nanciado, 
preferencialmente, pelo aumento da participação do capital de terceiros.
Essa situação não se revela arriscada, uma vez que a capacidade 
média de pagamento das dívidas, tanto no curto como no longo prazo, 
tem apresentado tendência de crescimento desde 1997, conforme Tabe-
la 3. Essa tendência é verifi cada pelo aumento no valor do indicador de 
liquidez geral (L), à taxa geométrica de crescimento de 9,76% ao ano. O 
ano de 2001 apresentou o valor mais alto na liquidez média das maiores 
empresas, da ordem de 202,44%, o que indica que, para cada unidade 
monetária de débito total, havia, em média, 2,02 unidades monetárias 
de ativos circulante e realizável a longo prazo. Pode-se dizer que, dada 
a estabilização do consumo a partir de 1998, visto que a rentabilida-
de das vendas e do ativo total se aproximou de zero nos dois últimos 
anos do período analisado, as maiores empresas optaram por reduzir 
o crescimento da capacidade produtiva, aumentando a participação do 
capital de giro nos ativos totais, que, concomitantemente ao aumento 
mais que proporcional no faturamento, permitiu que houvesse aumen-
to substancial na liquidez.
No que se refere à evolução dos indicadores de custo e despesa, res-
Sílvio Ferreira Júnior e Marília Fernandes Maciel Gomes 91
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
pectivamente representados pelas relações de custo de produção sobre 
faturamento líquido (C/F) e despesas operacionais sobre faturamento 
líquido (D/F), percebe-se que eles permaneceram estáveis no período, 
com ambas as taxas geométricas de crescimento estatisticamente iguais 
a zero. Por conseguinte, os custos de produção e as despesas operacio-
nais gerais têm crescido na mesma proporção das vendas.
A estabilidade dos índices C/F e D/F revela-se como fato curioso. 
A despeito dos ganhos potenciais na produtividade advindos do cres-
cimento das empresas, o processo de melhoria na qualidade, de agre-
gação de valor e de diferenciação dos produtos, conforme verifi cado 
por Ferreira Júnior (2003), implica mudança na estrutura de custos das 
empresas, com aumentos nos custos médios. Esta pode ser uma expli-
cação plausível para a estabilidade do índice C/F, ou seja, o aumento 
nos custos provenientes de melhoria na qualidade, agregação de va-
lor e diferenciação dos produtos implicou aumento do custo médio na 
mesma proporção do aumento no faturamento. Considerando-se que a 
diferença entre o número um (1) absoluto e o índice C/F representa o 
lucro bruto, verifi ca-se que as maiores empresas têm mantido estável a 
margem bruta das vendas.
A estabilidade do indicador D/F revela que as despesas oriundas 
da promoção, da distribuição e da venda dos produtos, bem como as 
despesas de administração dos negócios, têm crescido na mesma pro-
porção do aumento das vendas. De fato, o aumento no tamanho das 
empresas e o esforço para colocar seus produtos no mercado requerem 
aumentos nas despesas operacionais. No entanto, verifi cou-se que estas 
se mantiveram equilibradas no período.
No que se refere ao segmento de biscoitos e bolachas, o Quadro 4 
permite visualizar a evolução de alguns indicadores de desempenho no 
mercado desse segmento. No tocante à produção, percebe-se que o seg-
mento tem reagido ao aumento verifi cado na quantidade demandada, 
visto que houve nítido e contínuo crescimento na quantidade produzi-
da até o ano de 1999, em que atingiu seu valor máximo de 1.089 mil 
toneladas produzidas. A produção naquele ano, quando comparada à 
de 1994, revela crescimento da ordem de 44,2%. Entretanto, a partir 
daquele ano, a produção sofreu leve retração, encerrando o período 
com 1,001 mil toneladas produzidas, em 2001. A taxa geométrica de 
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
92 Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001
crescimento, no período de 1994 a 2001, indicou tendência positiva da 
produção, da ordem de 3,97% ao ano.
Quanto às importações, estas chegaram ao patamar mais alto em 
1996, com 16 mil toneladas importadas. A quantidade importada na-
quele ano representou cerca de 5,5 vezes a quantidade importada em 
1994. A partir de 1997, no entanto, a quantidade importada sofreu re-
duções contínuas, com queda acentuada no seu valor após a desvalo-
rização cambial, em 1998, encerrando o período com cerca de 2,2 mil 
toneladas importadas, em 2001. As oscilações observadas nas importa-
ções implicaram uma taxa geométrica de crescimento estatisticamente 
igual a zero, no período de 1994 a 2001.
Em relação à quantidade exportada, observa-se que, mesmo após 
a valorização cambial ocorrida em meados de 1994 e fi nal de 1998, as 
exportações mantiveram-se em crescimento contínuo, o que revela a 
aceitabilidade do produto nacional pelo mercado externo. Em se tratan-
do do período 1994-2001, as exportações cresceram à taxa geométrica 
de 26,33% ao ano.
Tabela 4 - Indicadores de desempenho de mercado 
no segmento de biscoitos e bolachas
Ano
Produção 
(toneladas)
Exportação 
(toneladas)
Importação 
(toneladas)
Faturamento 
(R$milhões)1
1994 760.000,00 5.340,61 2.893,21 2.459,85
1995 850.000,00 7.249,64 8.975,02 3.175,89 
1996 952.000,00 9.286,03 16.010,05 3.405,49
1997 1.003.000,00 9.782,88 10.370,89 3.486,48
1998 1.068.000,00 10.136,47 10.358,13 3.990,95
1999 1.089.000,00 15.036,80 3.165,13 3.394,25
2000 1.012.000,00 23.585,92 2.135,77 3.131,96 
2001 1.001.000,00 30.733,95 2.239,06 3.393,00 
TGC2 3,97%* 26,33%*** -15,19%ns 2,78%ns
Fonte: SIMABESP (2002), DECEX (2002).
1 valores reais (2001=100).
2 taxa geométrica de crescimento.
*** signifi cativo a 1%; * signifi cativo a 10%; ns = não-signifi cativo.
Sílvio Ferreira Júnior e Marília Fernandes Maciel Gomes 93
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
 A Tabela 4 evidencia ainda que o aumento contínuo da quantida-
de exportada e a queda na quantidade importada, iniciada antes mesmo 
da desvalorização cambial, concomitantemente ao aumento verifi cado na 
produção, sugerem que o segmento de biscoitos e bolachas tenha se adap-
tado às novas condições de mercado, revelando-se capaz de atender aos 
novos padrões de consumo e colocando o Brasil na condição de exportador 
líquido. As alianças estratégicas entre empresas brasileiras de biscoitos e 
empresas argentinas de massas explicam, em parte, este resultado5.
A Tabela 4 permite visualizar a evolução do faturamento no segmento 
de biscoitos e bolachas, defl acionados pelo IGP-DI no ano de 2001. Pode-
se dizer que o aumento do poder aquisitivo e o aquecimento na demanda 
permitiram que houvesse contínuo aumento no faturamento até o ano 
de 1998, em que se atingiu seu maior valor, aproximadamente, R$ 3.991 
milhões. A partir daquele ano, houve queda contínua no faturamento até 
o ano de 2000, quando seu valor fi cou em torno de R$ 3.132 milhões.
No que se refere aos preços, pode-se observar na Figura 3 que, de 
julho de 1994 a janeiro de 1998, os biscoitos mais populares (água e 
sal/maisena) e os recheados apresentaram redução da ordem de 43,0% 
e 34,6% nos preços, respectivamente,enquanto os biscoitos ao leite 
(mais sofi sticados) tiveram queda de 16,0% nos preços.
Figura 3 - Índices reais de preços: biscoitos (IPC-FIPE)
Fonte: AZEVEDO et al. (1998).
5 Maiores informações, ver Ferreira Júnior (2003). 
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
94 Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001
É interessante notar que os preços dos biscoitos tiveram queda mesmo 
após a implementação do Plano Real, pelos mesmos motivos verificados 
no segmento de massas, quais sejam, existência de capacidade ociosa e 
intensificação da concorrência.
A Figura 3 permite visualizar que, a partir de 1996, enquanto os 
preços dos biscoitos água & sal e recheados continuaram apresentando 
tendência de queda, os preços dos biscoitos ao leite se estabilizaram, o 
que evidencia a diferenciação destes, aos olhos do consumidor. De modo 
semelhante ao verificado no segmento de massas, é pouco provável que 
os preços reais dos biscoitos tenham aumentado, uma vez que o consumo 
destes ficou estagnado a partir de 1999 (Ferreira Júnior, 2003).
A Tabela 5 permite visualizar a evolução de alguns indicadores médios 
do desempenho das oito maiores empresas do segmento de biscoitos e 
bolachas. A despeito de ter havido aumento no faturamento das maiores 
empresas, percebe-se tendência de queda nos indicadores de rentabilida-
de das vendas (L/F) e do capital investido (L/A). As taxas geométricas de 
crescimento desses indicadores revelam quedas de 16,03% e 23,48% ao 
ano, respectivamente, comportamento que é melhor compreendido após 
a análise dos demais indicadores, conforme visto a seguir.
Quanto ao indicador faturamento líquido sobre o ativo total (F/A), 
percebe-se que, apesar das oscilações ocorridas no início do período, 
houve, a partir de 1998, queda contínua e acentuada no seu valor, apre-
sentando o menor valor do período em 2001, da ordem de 115,68%. A 
taxa geométrica de crescimento desse indicador foi de queda de 4,71% 
ao ano, no período. De modo semelhante ao verifi cado no segmento 
de massas alimentícias, essa tendência resulta no aumento mais que 
proporcional dos recursos aplicados, comparativamente ao aumento do 
faturamento, o que sugere que haja tendência de essas empresas conti-
nuarem seguindo a estratégia de crescimento.
O comportamento do indicador de capacidade instalada (P/A) reve-
lou tendência de crescimento no período, à taxa geométrica de 1,28% 
ao ano. Por conseguinte, evidencia-se que a capacidade instalada tem 
crescido mais que proporcionalmente ao crescimento dos recursos totais 
aplicados na atividade, o que corrobora a afi rmativa de que as maiores 
empresas do segmento de biscoitos e bolachas continuarão seguindo a 
estratégia de crescimento.
Sílvio Ferreira Júnior e Marília Fernandes Maciel Gomes 95
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
Tabela 5 - Indicadores médios do desempenho das oito maiores empresas 
no segmento de biscoitos e bolachas
ANO L/F L/A F/A P/A E.G. L C/F D/F
1995 13,94 11,13 146,71 48,72 37,53 250,15 68,79 24,45
1996 11,79 22,99 166,39 46,23 34,37 284,94 64,42 29,08
1997 9,75 8,50 144,93 50,09 32,93 232,92 60,10 27,33
1998 10,42 8,25 148,06 51,41 35,68 255,99 65,87 30,55
1999 5,65 4,14 132,61 49,31 41,47 185,21 64,39 28,92
2000 6,50 3,87 126,50 50,47 43,11 182,90 60,87 29,72
2001 4,86 2,61 115,68 52,01 44,69 189,47 69,26 28,51
TGC1 -16,03*** -23,48*** -4,71*** 1,28* 4,41** -6,73*** -0,09ns -2,02ns
Fonte: Dados da pesquisa.
1 taxa geométrica de crescimento.
***signifi cativo a 1%; **signifi cativo a 5%; *signifi cativo a 10%; ns = não-signifi cativo.
Quanto à evolução do indicador de endividamento geral (E.G.), ape-
sar de o seu valor ter caído no primeiro triênio do período, ele apre-
sentou tendência contínua de crescimento a partir de 1997, o que con-
tribuiu para o valor da taxa geométrica de crescimento de 3,00% ao 
ano, em todo o período. Esse fato evidencia que o contínuo aumento 
verifi cado nos investimentos tem sido fi nanciado, preferencialmente, 
pelo aumento da participação do capital de terceiros.
O aumento do endividamento tem sido acompanhado pela tendên-
cia de queda da capacidade média de pagamento das dívidas, tanto 
no curto como no longo prazo. Percebe-se na Tabela 5 que, apesar das 
oscilações verifi cadas, o valor do indicador de liquidez geral (L) caiu à 
taxa geométrica de crescimento de 6,73% ao ano.
Essa evidência pode ser explicada pelo fato de que este grupo apre-
sentou maiores taxas de rentabilidade e menores índices de endivida-
mento, quando comparado ao do segmento de massas alimentícias, ra-
zão por que esses números não revelam risco de insolvência. Em 2001, 
por exemplo, as rentabilidades das vendas e do ativo foram, respectiva-
mente, de 4,27 e 2,35 pontos percentuais acima das rentabilidades do 
grupo do segmento de massas alimentícias, enquanto o endividamento 
geral daquele grupo encerrou 2001 com valor de 12,30 pontos percentu-
ais abaixo do grupo do segmento de massas.
Quanto à evolução dos indicadores de custo e despesa (C/F e D/F), 
percebe-se que eles permaneceram estáveis, visto que ambas as taxas 
RER, Rio de Janeiro, vol. 44, nº 01, p. 079-098, jan/mar 2006 – Impressa em abril 2006
96 Ajustamentos nas agroindústrias de biscoitos e massas alimentícias no Brasil, 1995 a 2001
geométricas de crescimento foram estatisticamente iguais a zero, no pe-
ríodo. Por conseguinte, os custos de produção e as despesas operacionais 
gerais têm crescido na mesma proporção das vendas. A explicação prová-
vel para esse comportamento é a mesma observada no segmento de mas-
sas alimentícias, qual seja, mudança na estrutura de custos resultante do 
processo de melhoria na qualidade, de agregação de valor e de diferen-
ciação dos produtos, bem como aumento nas despesas de administração 
e de vendas inerentes à empresa que opta pelo crescimento.
4. Conclusões
O novo ambiente competitivo da agroindústria de segundo pro-
cessamento do trigo no Brasil, caracterizado pela abertura comercial, 
traduziu-se na queda das barreiras ao mercado doméstico de massas 
alimentícias e de biscoitos, o que permitiu a intensifi cação da concor-
rência e restringiu, signifi cativamente, o poder das grandes empresas 
em controlar os preços dos seus produtos. Os dois segmentos passam 
por rápido processo de concentração de mercado, já que as maiores 
empresas lideram os processos de investimentos em tecnologia e capa-
cidade produtiva – o que permite a obtenção de economias de escala e 
escopo – e de diversifi cação e qualidade dos produtos, caracterizando 
novos parâmetros de concorrência extra preço. Os resultados desses 
ajustamentos têm se traduzido, até o momento, em melhor desempe-
nho econômico e maior benefício para a sociedade.
5. Referências bibliográficas 
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Acesso: 01 ago 2002.
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