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André Oliva Teixeira Mendes Aula 13: A Belle Époque Texto X: JONES, Colin. Paris. Biografia de uma cidade. Porto Alegre, L&PM, 2009, pp. 323- 408. História da Arte Contexto Histórico ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Durante o séc. XIX centros urbanos tornaram-se pólos de atração populacional, especialmente por conta do crescimento industrial -É durante a noite que “os demônios despertam e preenchem o espaço urbano” (Maria S. Bresciani) Tempo de 24h tira o homem do tempo da natureza (variável, de acordo com as atividades a serem cumpridas) e coloca-o no tempo do patrão, abstrato e reprodutivo (capaz de produzir riqueza em sociedades disciplinadas) Atividade e barulho podiam ser percebidos tanto durante o dia (trabalho), como a noite (prostituição, jogo, teatro, ladrões...) Cidade torna-se o palco de grande contraste entre a opulência material nela gerada e a degradação humana de seus habitantes Vista do alto da R. Champlain. Paris, 20°Arrondissement. Charles Marville. Musée Carnavalet/Roger-Viollet (1877). Contrastes da cidade “O inferno é uma cidade semelhante a Londres, uma cidade esfumaçada e populosa. Existe aí todo o tipo de pessoas arruinadas e pouca diversão, ou melhor, nenhuma, e muito pouca justiça e menos ainda compaixão” Percy Shelley (Peter Bell III, 1819) Widnes, Inglaterra (séc. XIX). André Oliva Teixeira Mendes Aumento da população urbana gerou pressão por moradia a preços acessíveis, ampliando o volume de habitações populares e favelas Cortiço londrino (Londres, 1880). Nesses antigos casarões pessoas viviam amontoadas, sem água corrente, saneamento básico ou aquecimento (única forma de calefação era por meio de fogueiras) Dosshouse. Alojamentos coletivos. Londres (ca. 1860). Dosshouse. Alojamentos coletivos. Londres (ca. 1860). -Sanitaristas alegavam que custos em saneamento seriam menores que custos ocasionados por doenças (perda de salário e falta no emprego); -Trabalho urbano preteria o imigrante por este ser considerado um degenerado (darwinismo social). Bairros operários apresentavam condições tão ruins de vida que seriam necessários os responsáveis por causar, em 2 ou 3 gerações, verdadeira degeneração biológica em seus habitantes Fortalecimento de teorias como a da degeneração humana promovida pela pobreza Na Inglaterra a manutenção da massa de desempregados existente mobilizava, no início do séc. XIX, £ 4 milhões por parte dos cofres públicos -Para alguns observadores, degeneração seria extensiva a toda a cidade -Em 1871 esses valores subiam para £ 7 milhões André Oliva Teixeira Mendes “Havia covis de ópio onde se podia comprar o esquecimento, covis de horror onde a memória dos antigos pecados podia ser destruída pela loucura dos pecados que eram novos” (Oscar Wilde, O retrato de Dorian Gray) A New Vice: Opium Dens in France. Le Petit Journal (05/ 07/ 1903). Workhouses Projeto de uma workhouse em Sampson Kempthorne. André Oliva Teixeira Mendes Em formato cruciforme, abrigava cerca de 300 desempregados //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Sampson_Kempthorne_workhouse_design_for_300_paupers.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5d/Sampson_Kempthorne_workhouse_design_for_300_paupers.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/Sampson_Kempthorne_workhouse_design_for_300_paupers,_plan_view.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/fe/Sampson_Kempthorne_workhouse_design_for_300_paupers,_plan_view.jpg Jantar na ala feminina da St. Pancras Workhouse, (Londres, ca. 1870). //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Women_mealtime_st_pancras_workhouse.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/85/Women_mealtime_st_pancras_workhouse.jpg Crianças em Crumpsall workhouse (ca. 1895). -Responsabilização pelos pobres remete à Peste Negra (Lei dos Pobres, 1388); -Leis de 1834 desencorajavam a prestação de ajuda a quem se recusasse a entrar num local de trabalho; -Recolhidos recebiam alojamento e emprego; -Assistência médica gratuita e educação para crianças; -Entre 1840 e 1870 foram construídas cerca de 150 casas de trabalho. André Oliva Teixeira Mendes //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/97/Children_at_crumpsall_workhouse_circa_1895.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/97/Children_at_crumpsall_workhouse_circa_1895.jpg Desenvolvimento urbano de Londres 1900 1880 Tornaram-se comuns as comparações entre os cortiços e seus moradores e os habitantes da África e ilhas do sul, inclusive pelo desconhecimento que se tinha desses homens e mulheres. https://lh6.googleusercontent.com/-uJ6XXLJtf6o/TW1NmSlHxnI/AAAAAAAAAlE/NhC-Kcx7gk0/s1600/Londres_1880.jpg https://lh6.googleusercontent.com/-uJ6XXLJtf6o/TW1NmSlHxnI/AAAAAAAAAlE/NhC-Kcx7gk0/s1600/Londres_1880.jpg André Oliva Teixeira Mendes Preocupação com a sazonalidade obrigou algumas empresas a conter e reter parte de seus funcionários, ocupando-os em trabalhos diversos, mantendo-os sóbrios e responsáveis (preocupação patrimonial) Inauguração da vila Maria Zélia. São Paulo (1917). No caso francês, quando Luiz Bonaparte assumiu a presidência da República (1848) já planejava a revitalização da capital francesa, pondo em prática um dos mais ambiciosos planos de revitalização urbana, tornando-se a “cidade da modernidade” André Oliva Teixeira Mendes Reurbanização de Paris ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ Proposta de Napoleão III era transformar Paris de “uma cidade enferma na capital do mundo, a luz esplendorosa da era moderna” -Expropriações para o bem público eram permitidas desde 1852, visando permitir o desenvolvimento ferroviário; -Cidade ganhou ruas retilíneas, demolindo-se o velho e construindo o novo (especulação imobiliária, quando empreendedores adquiriram prédios a preços baixos na região central da cidade, reconstruiam e vendiam como espaços comerciais e residenciais). Crescimento da área da cidade (de 3.500 para 8.000 hectares em 1860) foi acompanhada por crescimento populacional (1 milhão de habitantes em 1851 para 1,9 milhões em 1872 e 3 milhões em 1914) Mais que embelezar a cidade, ações visavam ampliar a circulação, segurança, e salubridade da cidade Paris, tempo de chuva. Gustave Caillobotte. Art Institute of Chicago, óleo, 2,12 X 2,76m (1877). Pintou a Paris de Haussmann Realista e monumental //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d4/Gustave_Caillebotte_-_Jour_de_pluie_%C3%A0_Paris.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/d4/Gustave_Caillebotte_-_Jour_de_pluie_%C3%A0_Paris.jpg -Mecanismos como ampliação de boulevares e ruas, assim como o próprio crescimento da cidade, não eram propostas novas, mas ganharam outra perspectiva Em boa medida a responsabilidade por administrar a “nova” Paris foi dada ao barão Georges-Eugène Haussmann (1809- 91), o “artista demolidor” Foram projetadas grandes artérias, bolsões verdes e destinação para refugos (ampliação dos esgotos) -Haussmann criou uma estrela de 12 avenidas amplas em volta do Arco do Triunfo; -Nessa região, entre 1860- 68 grande mansões foram erguidas sobre os escombros da antiga cidade. Plano criado para o centro da cidade, previa a reformulação da área em um dos extremos dos Campos Elíseos A Île de la Cité, até então densamente ocupada, foi transformada em centro administrativo, com a construção de novos prédios e deslocamento da população (de 15.000 habitantes caiu para 5.000 ) Eixo Monumental La Dèfance Praça da Concórdia Arco do Triunfo André Oliva Teixeira Mendes Paris transforma-se em um só monumento,com seus 20 distritos interligados por avenidas e praças André Oliva Teixeira Mendes Vista aérea do Arco do Triunfo. André Oliva Teixeira Mendes André Oliva Teixeira Mendes André Oliva Teixeira Mendes Apesar da euforia burguesa, população pobre e trabalhadora vivia situação precária Avenida Saint-Marcel. Charles Marville. Avenida Saint-Marcel. Charles Marville. Eixo monumental da Ópera (Paris, 1880). http://www.flickr.com/photos/photohistorytimeline/3077039137/ http://www.flickr.com/photos/photohistorytimeline/3077039137/ Ópera (Paris, 1880). Para os envolvidos no crescimento da cidade “Haussmann parecia ter inventado uma espécie de círculo virtuoso que conjugava as energias privadas e públicas de modo a construir novas casas, fornecer emprego em massa (...), realizar marcante contribuição à saúde pública, embelezar a cidade e, por fim, suprir a burguesia financeira com lucros polpudos” Rua Mouffetard (Paris, c.a. 1850). Antro de prostituição, cortiços, açougues, região foi totalmente reformulada por Haussmann, tornando- se num nos endereços mais cobiçados da cidade André Oliva Teixeira Mendes Haussmann responsabilizou-se por retirar toda a estrutura produtiva e popular do centro da cidade, deslocando-as para a periferia Retificação do rio Sena. Ponte Neuf e praça da Concórdia (Paris, 1880). Rua de Presbourg (Paris, 1880). Exibida na Exposição Internacional de Melborne. André Oliva Teixeira Mendes Apesar das mudanças, teriam surgido dentro da Paris antiga (região central) projetos que foram estendidos até os limites da cidade, dedicando-se especial atenção às estações ferroviárias Gare Dorsay Estações ganharam vias de acesso amplas que garantiam o seu destaque na paisagem Muitas dessas vias retilíneas foram construídas mediante a destruição de igrejas medievais Gare de Lyon Antiga estação de trem, a Gare d’Orsay foi transformada em museu em 1973. Gares tornaram-se as novas portas da cidade Intenção era retirar do Louvre a coleção de impressionistas, concentrando-a toda em um único lugar Uso de ferro e vidro, tão comum nas construções dessa época. Uma das 7 pinturas da estação feitas pelo autor para a 3ª Exposição Impressionista Apesar das máquinas e estrutura metálica, preocupação é com luz e cor Gare Saint-Lazare. Claude Monet. Museu d’Orsay, óleo, 060 X 0,80m (1877). Outro de seus projetos de reurbanização da cidade pautava-se na criação de espaços verdes como pulmões da cidade, cuidados sob a ótica do paisagismo André Oliva Teixeira Mendes Bois de Boulogne (Paris, 1852). Foram entregues à cidade os parques Bois de Boulogne e Vincennes (1852 e 1860, respectivamente), até então espaços pertencentes ao Estado Juntamente com as praças, também investiu-se em feiras, rede de esgoto e cemitérios, mantendo a perspectiva de saúde pública André Oliva Teixeira Mendes Esgotos do boulevard Sebastopol. Rede, existente desde 1370, foi reformulada por Eugène Belgrand, atingindo uma extensão de 600km em 1878 Maior parte das novas casas passaram a ser dotadas de abastecimento de água (cerca de 2/3 delas) e gás (20%) André Oliva Teixeira Mendes Desde o início do séc. XIX foram construídos diversos cemitérios fora dos limites da cidade, entre eles Montmartre (norte), o cemitério do Père-Lachaise (leste), o de Montparnasse (sul) e, no coração da capital, o cemitério de Passy Cemitério do Père-Lachaise é o maior de Paris, pasando por diversas ampliações (originalmente com 17 hectares). Hoje ocupa uma área de 43 hectares André Oliva Teixeira Mendes Ossadas dos cemitérios desativados foram acomodadas para grandes catacumbas no subterrâneo da cidade, aproveitando-se antigas galerias cavadas pelos romanos (pedreiras) Belle Époque ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ -Caracterizou-se por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo crescimento dos meios de comunicação e transporte, aproximando ainda mais as principais cidades do planeta; -Inovações tecnológicas como o telefone, o telégrafo sem fio, o cinema, a bicicleta, o automóvel, o avião, permitiram novas percepções da realidade; -Paris (Cidade Luz), era considerada o centro produtor e exportador da cultura mundia; -Teatros, exposições, cinemas, entraram no cotidiano da burguesia; -Estilo chamado art nouveau foi típico da Belle Époque. André Oliva Teixeira Mendes Rua deixou de ser apenas via de passagem para transformar-se em um espaço mais democrático dedicado ao passeio, comunicação, ostentação e exibição, com seus bares, vitrines, cafés, confeitarias, boulevares... O baile no Moulin de la Galette. Auguste Renoir. Óleo. Museu d’Orsay, Paris, 1,31 X 1,75m (1876). Cafe de la paix. Paris (s/d). 1ª sessão de cinema com público, promovida pelos irmãos Lumière e mais 09 filmes. Chegada de um comboio à estação da Ciotat (1897). Grand Café (Paris, 28/ 12/ 1895) Nouvelle Athènes. Place Pigalle, Paris (início séc. XX). Gran Cafe Parisien. Paris (séc. XIX). Exposições Universais Criadas em 1851 (Londres), existiram com sistematicidade até 1915 (guerra tornou-se uma nova forma de exibição) Em 1878 o nº de visitantes atingira a cifra de 16 milhões, sendo o dobro em 1889, quando da inauguração da Torre Eiffel Proposta universal não apenas por seu caráter internacional, mas por ambicionar “abraçar” o universo na extensão enciclopédica do séc. XVIII (abordagem de diversos temas) Se Julio Verne era capaz de dar a volta ao mundo em 80 dias, a Exposição de 1889 prometia deixar os espectadores fazê-lo em apenas 6 horas Tratava-se de uma época onde tudo era feito para ver e ser visto -Fenômeno com função de instruir e industriar as massas com relação a novos padrões de uma sociedade industrial André Oliva Teixeira Mendes Vista da Exposição Universal de 1867. Édouard Manet. National Museum of Art, Architecture and Design (Oslo). Óleo, 1,08 X 1,96m (1867). Trata-se da 1ª pintura sobre a “nova” Paris Com seus 300m de altura, foi duramente criticada, com direito a abaixo-assinados contra ela “A Torre Eiffel, que nem mesmo a gananciosa América, temos certeza, não queria, é a desonra de Paris. Todo mundo sabe disso, todo mundo fala nisso e todo mundo esta profundamente aborrecido com isso- e somos apenas o débil eco da opinião pública universal, que, com todo o direito, esta alarmada. Basta imaginar uma torre vertiginosamente ridícula dominando Paris como uma gigantesca e negra chaminé de fábrica, esmagando com maciça barbárie a catedral de Notre-Dame, a Saint-Chapelle, a torre Saint- Jaques, o Louvre, o domo do Hotel dos Inválidos, o Arco do Triunfo etc.” Pavilhão de exposições da Exposição Universal de 1889. Arco aos pés da Torre servia de pórtico de entrada. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/Paris-LOC_cph_3b40741.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/92/Paris-LOC_cph_3b40741.jpg Galeria das Máquinas (1889). André Oliva Teixeira Mendes Exposições serviram para divulgar modelos burgueses, considerados indiscutíveis Apesar do avanço da fotografia, mostrou-se preponderante o uso de gravuras sobre a Exposição, difundidas em diferentes veículos de imprensa http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5c/Vue_g%C3%A9n%C3%A9rale_de_l%27Exposition_universelle_de_1889.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/5c/Vue_g%C3%A9n%C3%A9rale_de_l%27Exposition_universelle_de_1889.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/17/Paris_1889_plakat.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/17/Paris_1889_plakat.jpg André Oliva Teixeira Mendes Exposição responsabilizou-se também por divulgar a lógicada civilização André Oliva Teixeira Mendes Expressão material das Exposições foram as lojas de magazine, pautadas em giro alto e pequenas margens de lucro (mantinham estoques grandes e variados, ampliando suas vendas com catálogos postais Loja de departamentos Bom Marché (Paris, final do séc. XIX). Boulevard Haussmann (Paris, 1880). http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Blv-haussmann-lafayette.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f8/Blv-haussmann-lafayette.jpg Cúpula da Galeria Laffayete (Paris, 1893). Considerada uma das maiores lojas de departamento de toda a Europa, sua principal loja fica no boulevard Haussmann, com 10 andares André Oliva Teixeira Mendes Centro da cidade tornou-se uma grande vitrine para consumo, enquanto a periferia crescia aceleradamente em termos populacionais, incentivada pela (i)migração e crescimento industrial André Oliva Teixeira Mendes Desenvolvimento dos cartazes como forma de comunicação com consumidores em potencial (propaganda) Pôsteres de Henri Tolouse-Lautrec (1891 e 1892). http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/17/Lautrec_moulin_rouge%2C_la_goulue_%28poster%29_1891.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/17/Lautrec_moulin_rouge%2C_la_goulue_%28poster%29_1891.jpg Rótulo de loção Edista. Cartão postal. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/Lotion_edista.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/Lotion_edista.jpg Alphonse Mucha Lei de 1881 liberou colar cartazes nas ruas http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Mucha-Maud_Adams_as_Joan_of_Arc-1909.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/7c/Mucha-Maud_Adams_as_Joan_of_Arc-1909.jpg Art Noveau -Não foi dominada pela pintura, sendo um estilo essencialmente ligado ao designe e arquitetura; -Vínculos com a 2ª fase da Revolução Industrial (novos materiais como o ferro e o vidro); -Representou momento de grandes avanços técnicos nas artes gráficas (litografia e cartazes); -Influência do estilo oriental, valorizando o espaço em branco e a composição precisa dos elementos figurativos; -Na arquitetura, destaca-se um estilo floreado, com formas orgânicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, labaredas. André Oliva Teixeira Mendes Rua da Galeria de Paris, nºs 26 a 34 (Porto). Rua Cândido dos Reis, nºs 75 a 79 (Porto). //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Edificio_Arte_Nova_Portugal_Henrique_Matos.jpg //upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ae/Edificio_Arte_Nova_Portugal_Henrique_Matos.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Casa_Arte_Nova_Rua_Candido_Reis_%28Porto%29.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ef/Casa_Arte_Nova_Rua_Candido_Reis_%28Porto%29.JPG Com as curvas e formas orgânicas inspiradas na flora, cisnes, labaredas, a Art Nouveau colocava-se quase como uma ironia à geometria de Haussmann André Oliva Teixeira Mendes Paris foi reconstruída seguindo-se as mesmas premissas estabelecidas por Haussmann e, na opinião de Jules Simon, terminou-se na liberdade o que fora iniciado no despotismo Prédio na rua Réaumur. Philippe Jouannin e Édouard Singery (1900). Construção Art Nouveau com forte “influência” gótica http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Rue_Reaumur%2C_61.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Rue_Reaumur%2C_61.jpg Térreo e mezanino com uso comercial Sótão como morada de empregados 2 ou 3 andares usados como morada (aluguel) http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Rue_Reaumur%2C_61.jpg http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/ac/Rue_Reaumur%2C_61.jpg Prédio da rua Reaumur. Ernest Pergod (1898). Fachada caracteriza vocação comercial e residencial da construção, tão comum à época, além da influência no uso do metal http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e8/Rue_Reaumur_69.JPG.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e8/Rue_Reaumur_69.JPG.JPG Rua Reaumur. Philippe Jolwald e Charles. Devillard (1900). -Surgimento da figura do porteiro para proteger o patrimônio; -Invenção do elevador (Ottis- 1880) tornou os andares superiores mais cobiçados, além de adotarem uma entrada separada para empregados e patrões; -Cômodos funcionais tinham acesso ao corredor, as melhores salas e quartos de dormir tinham vistas melhores, e uso de gás e água encanada, além do aquecimento central e banheiro; -Comodidade e conforto tornaram- se necessários para os inquilinos http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/Rue_Reaumur_97.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/7/77/Rue_Reaumur_97.JPG Educação (parte). Louis Comfort Tiffany. Linsly-Chittenden Hall da Universidade de Yale (1890). Moda ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ -Forte influência do Art Noveau, especialmente nas formas curvilíneas; -Cinturas extremamente afuniladas; -Golas altas e decotes fechados; -Saias sem anquinhas, porém volumosas, muito ajustadas e em formato de sino; -Chapéus com flores sobre coques; -Botas de cano curto; -Banhos de mar com malhas de lã, meias, sapatos e capa. André Oliva Teixeira Mendes Petersons magazine. Tarde de verão (1886). Petersons magazine. Chá das 17h00 (1886). http://www.flickr.com/photos/odisea2008/3076696543/in/photostream/ http://www.flickr.com/photos/odisea2008/3076696543/in/photostream/ http://www.flickr.com/photos/odisea2008/3076700963/in/photostream/ http://www.flickr.com/photos/odisea2008/3076700963/in/photostream/ André Oliva Teixeira Mendes Se por um lado o período que se estende do último quartel do séc. XIX até a Grande Guerra presenciou a euforia da Belle Époque, por outro também viu florescer o decadentismo do Fin- du-siècle André Oliva Teixeira Mendes