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Contestação consumidor Unochapeco direito

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Excelentíssimo(a). Sr.(a) Juiz(a) de Direito da 7ª Vara Cível da Comarca de Chapecó,
Santa Catarina.
Processo n°. 000018-18-2018.8.24.0018
TH SACADAS, pessoa jurídica de direito privado, com endereço na cidade de Chapecó,
Santa Catarina, representada por seus advogados Edson Junior dos Santos OAB: XXXX-SC e
Gabriel Santos, OAB XXXX-SC, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência
apresentar a presente contestação aos termos da ação indenizatória proposta por Maria Salete,
pelas razões de fato e de direito a seguir aduzidas:
1. PRELIMINARMENTE
1. Da inépcia da inicial: A presente ação deve ser julgada extinta, sem resolução do
mérito, por inépcia da inicial, uma vez que a autora não apresentou os fatos e
fundamentos jurídicos que embasam seus pedidos, e também não especificou o valor
atribuído a cada um deles, o que contraria o disposto no art. 319, inciso II, e art. 336,
inciso III, ambos do CPC.
2. Da ausência de interesse de agir: A autora não apresentou quaisquer documentos que
comprovem a alegação de danos morais, bem como não comprovou a incapacidade
para o trabalho. Ademais, a mesma não apresentou nenhuma prova que indique que a
empresa TH SACADAS é responsável pelo acidente. Assim, a autora carece de
interesse de agir, pois não existe nenhuma controvérsia entre as partes que necessite ser
resolvida pelo Poder Judiciário.
2. DA VERDADE DOS FATOS
A requerente contratou os serviços da requerida para que esta instalasse em seu
apartamento guarda corpo de vidro, em razão de ter uma criança de cinco anos de idade.
O funcionário da ré orientou a consumidora que não deveria apoiar-se no guarda
corpo, sendo necessário um ínterim de 48 horas para fixação do material. Ademais, o local foi
isolado na tentativa de evitar um acidente.
Ocorre que, infelizmente, a Autora não observou as recomendações, ou seja,
apoiou-se no guarda corpo e, por conseguinte, caiu do 2º andar.
Exercendo seu direito constitucional de ação, propôs a presente demanda sem
fundamento jurídico, tumultuando o poder judiciário.
3. DO MÉRITO
3.1 Excludente da responsabilidade civil
3.1.1 Na seara da relação de consumo: culpa exclusiva do consumidor
Defende-se não se tratar, na hipótese, de relação de consumo.
De todo modo, ainda que fosse a situação abordada pela legislação consumerista, o
mesmíssimo destino tomaria o resultado da querela, ou seja, a improcedência do pedido
indenizatório.
Com respeito à responsabilidade civil do prestador de serviços, vale conferir a dicção
contida no Código de Defesa do Consumidor:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da
existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores
por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações
insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
[ ... ]
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
Dito isso, nada mais lógico afirmar-se que inexiste culpa àquele que, nada obstante
participe da cadeia de consumo como fornecedor de produto ou serviços, não tenha
minimamente dado azo ao resultado danoso do evento. Em outras palavras, não compõe o
nexo de causalidade.
Como afirmado alhures, a própria parte Autora, ao não tomar os cuidados
expostos em contrato de prestação de serviço e também explanação realizada pelo
técnico, trouxe para si a responsabilidade das consequências que esse ato traria (no caso
da queda). Portanto, é nítida a culpa exclusiva do consumidor.
Saltaram aos olhos a negligência do Promovente, quando, segundo sua narrativa,
apoiou-se ao guarda corpo instalado pela reclamada logo após a sua instalação, contrariando
assim todas as orientações ora repassadas previamente.
De mais a mais, não se descure que entre as partes, sequer implicitamente, fora
formalizado qualquer acerto contratual de responsabilidade, afastando assim o aplicado no
artigo 12 do CDC.
Com a sensibilidade de sempre, considerando-se uma existente relação de consumo,
Sérgio Cavalieri vaticina que:
A culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro é, igualmente, causa de
exclusão do nexo causal. Lamenta-se que o Código, que tão técnico foi ao
falar em fato do produto e fato do serviço, tivesse, aqui, falado em culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiro, em lugar de fato exclusivo dos
mesmos. Em sede de responsabilidade objetiva, como a estabelecida no
Código do Consumidor, tudo é resolvido no plano do nexo de causalidade,
não se chegando a cuidar da culpa.
Fala-se em culpa exclusiva da vítima quando a sua conduta se erige em
causa direta e determinante do evento, de modo a não ser possível apontar
qualquer defeito no produto ou no serviço como fato ensejador da sua
ocorrência. Se o comportamento do consumidor é a única causa do acidente
de consumo, não há como responsabilizar o produtor ou fornecedor por
ausência de nexo de causalidade entre a sua atividade e o dano. É o caso do
motorista que provocou acidente automobilístico por sua exclusiva
imprudência ou negligência, do consumidor que faz uso do medicamento em
doses inadequadas e contrariando prescrição médica e assim por diante. Não
há como responsabilizar o fabricante de automóvel, nem o fornecedor do
medicamento porque o dano não foi causado por defeito do produto.
Inexiste nesses casos relação de causalidade entre o prejuízo sofrido pelo
consumidor e a atividade do produtor ou fornecedor. [ ... ]
Disso não se afastam Flávio Tartuce e Daniel Amorim Assumpção Neves:
A excludente da culpa ou fato exclusivo do próprio consumidor
A culpa exclusiva do próprio consumidor representa a culpa exclusiva
da vítima, outro fator obstativo do nexo causal, a excluir a
responsabilidade civil, seja ela objetiva ou subjetiva. Tem-se, na
espécie, a auto exposição da própria vítima ao risco ou ao dano, por
ter ela, por conta própria, assumindo as consequências de sua
conduta, de forma consciente ou inconsciente. Mais uma vez, por
razões óbvias de ampliação, prefere-se o termo fato exclusivo do
consumidor, a englobar a culpa e o risco, o que também é
acompanhado pela melhor jurisprudência (veja-se: TJPR – Apelação
Cível 0640090-8, Curitiba – Décima Câmara Cível – Rel. Juiz
Convocado Albino Jacomel Guerios – DJPR 16.04.2010, p. 270;
TJRJ – Apelação 2009.001.16031 – Oitava Câmara Cível – Rel. Des.
Gabriel Zéfiro – DORJ 15.06.2009, p. 151; e TJMG – Apelação Cível
1.0701.03.039127-3/001, Uberaba – Décima Primeira Câmara Cível –
Rel. Designado Des. Maurício Barros – j. 22.05.2006 – DJMG
21.07.2006).
Há também e inicialmente a culpa ou o fato exclusivo do consumidor
quando ele desrespeita as normas regulares de utilização do produto
constantes do seu manual de instruções, muitas vezes por sequer ter
lido o seu conteúdo. [ ... ]
A orientação da jurisprudência já está firmada nesse mesmo diapasão:
COMPRA E VENDA. VEÍCULO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO
POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. NEGOCIAÇÃO PELA
INTERNET. FRAUDE COMETIDA POR ESTELIONATÁRIOS.
INEXISTÊNCIA DE RESPONSABILIDADE DO SITE DE
ANÚNCIOS MERCADO LIVRE, BEM COMO DA CORRÉ
MORAES & MORAES, QUE TAMBÉM FOI VÍTIMA DE
FRAUDE. INEXISTÊNCIA DE DANOS MORAIS. CULPA
EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INCIDÊNCIA DO ART. 14, § 3º, II
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. SENTENÇA
DE IMPROCEDÊNCIA CONFIRMADA POR SEUS
FUNDAMENTOS. ART. 252 DO RITJSP. PRECEDENTES
DESTA COLENDA CORTE EM CASOS SEMELHANTES.
RECURSO NÃO PROVIDO.
Não trazendo o apelante fundamentos suficientes a modificar a
sentença de primeiro grau, que afastou a responsabilidade das rés por
culpa exclusiva do autor diante da ausência de cautela na
formalização do negócio, de rigor a manutenção integral da sentença,
cujos fundamentos se adotam como razão de decidir na forma do art.
252 do Regimento Interno deste Tribunal. [ ... ]
CONTRARRAZÕES. TELEFONIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. TELEFONE
MÓVEL. QUESTÃO PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE
PASSIVA SUSCITADA EM CONTRARRAZÕES. PEDIDO
INDEFERIDO.
Legitimidade passivado Facebook Brasil. Isso porque o Facebook e o
Whatsapp Inc pertencem ao mesmo grupo econômico, de modo que
responde pelos serviços prestados pelo aplicativo WhatsApp. Sem
embargo, ainda assim, eventual exigência ao consumidor de
demandar no exterior para solução de seus problemas,
considerando-se que as obrigações são constituídas no Brasil, seria
desproporcional e violaria princípios básicos da proteção da norma
consumerista, além da regra insculpida no art. 21 e seus incisos de I a
III, bem como, seu parágrafo único, do Código de Processo Civil
(CPC). APELAÇÃO. TELEFONIA. AÇÃO INDENIZATÓRIA.
FRAUDE. TRANSFERÊNCIA SOLICITADA POR PESSOA SE
PASSANDO PELA CUNHADA DA AUTORA.
TRANSFERÊNCIA EFETUADA PELA PRÓPRIA
DEMANDANTE. FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO
NÃO EVIDENCIADA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA
CONFIGURADA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE.
INTELIGÊNCIA DO ART. 14, § 3º, II, DO Código de Defesa do
Consumidor (CDC). SENTENÇA MANTIDA. RECURSO
IMPROVIDO. Embora lamentável o fato descrito pela autora, ainda
que se aplique o CDC no caso, não se pode concluir pela
responsabilidade objetiva da ré, uma vez que o art. 14, § 3º, II, do
CDC, dispõe que o fornecedor de serviços não será responsabilizado
quando a culpa for exclusiva do consumidor ou de terceiro. Assim, se
a própria autora descreve circunstância que dá ensejo à excludente da
responsabilidade objetiva da ré, tem-se por plausível a sentença de
improcedência. [ ... ]
Postas essas premissas, a única conclusão que o fato, mencionado como causa de
pedir, não revela, nem de longe, qualquer enlace da Ré ao nexo de causalidade do episódio
ilícito narrado pela parte autora. Daí, o pedido indenizatório deve ser rechaçado, por ser,
ademais, o único resultado lógico da análise.
3.2 AUSÊNCIA DE DANOMORAL
Sabe-se que a indenização, decorrente de experiência danosa extrapatrimonial, encontra
suporte no art. 5º, X, da Constituição Federal. Além disso, igualmente à luz dos ditames dos
arts. 186 e 927, combinados, um e outro do Código Civil Brasileiro, bem assim sob a égide
do art. 6º, VI, do Código de Defesa do Consumidor.
Nesse sentido, necessário se faz mencionar o magistério de Sérgio Cavalieri Filho, que
preconiza, in verbis:
Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade,
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar.
Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade
exacerbada estão fora da órbita do dano moral, por- quanto, além de
fazerem parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no
trânsito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações não
são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio psicológico
do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por banalizar o
dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos
mais triviais aborrecimentos.
Dor, vexame, sofrimento e humilhação são consequência, e não causa.
Assim como a febre é o efeito de uma agressão orgânica, dor, vexame
e sofrimento só poderão ser considerados dano moral quando tiverem
por causa uma agressão à dignidade de alguém.
Como julgador, por quase 40 anos, sempre utilizei como critério
aferidor do dano moral se, no caso concreto, houve alguma agressão à
dignidade daquele que se diz ofendido (dano moral em sentido estrito
e, por isso, o mais grave) ou, pelo menos, se houve alguma agressão,
mínima que seja, a um bem integrante da sua personalidade (nome,
honra, imagem, reputação etc.). Sem que isso tenha ocorrido, não
haverá que se falar em dano moral, por mais triste e aborrecido que
alega estar aquele que pleiteia a indenização. [ ... ]
Não seria despiciendo, a título ilustrativo, igualmente lembrar Sílvio de Salvo Venosa:
Dano moral é o prejuízo que afeta o ânimo psíquico, moral e
intelectual da vítima. Sua atuação é dentro dos direitos da
personalidade. Nesse campo o prejuízo transita pelo imponderável,
daí porque aumentam dificuldades de se estabelecer a justa
recompensa pelo dano. Em muitas situações, cuida-se de indenizar o
inefável. Não é também qualquer dissabor comezinho da vida que
pode acarretar indenização. [ ... ]
Com efeito, a situação fática, descrita na inicial, nem de longe representa qualquer forma
de dano ao Autor. A queda, sem a observação das orientações, sem qualquer valor de estima e
afeição, é incapaz de considerar ato ilícito capaz de ensejar um dano à moral desse.
O instituto da indenização por dano moral não pode ser banalizado ao ponto de levar
qualquer inconveniente da vida social aos Tribunais, sob pena de ser judicializada toda a vida
social e até a tornar inviável.
Acrescente-se que não há qualquer prova mínima de ofensa efetiva à honra, à moral ou
imagem da parte prejudicada, como in casu. Os danos ventilados pela Autora não passam de
conjecturas.
Não fosse isso o suficiente, afirma-se que a dor moral, decorrente da ofensa aos
direitos da personalidade, conquanto subjetiva, deve ser diferenciada do mero aborrecimento.
Isso qualquer um está sujeito a suportar. Nesse compasso, o dever de indenizar por dano
moral reclama um ato ilícito capaz de imputar um sofrimento físico ou espiritual, impingindo
tristezas, preocupações, angústias ou humilhações. É dizer, o abalo moral há de ser de tal
monta que adentre na proteção jurídica e, por isso, necessária cabal prova de acontecimentos
específicos e de sua intensidade.
Dessarte, os transtornos, levantados pela Autora, não passam de meros
aborrecimentos. E esses, bem como quaisquer chateações do dia a dia, desavenças ou
inadimplemento negocial, são fatos corriqueiros e não podem ensejar indenização por danos
morais. Afinal, faz parte da vida cotidiana, com seus incômodos normais.
Com efeito, para que se possa falar em dano moral, é preciso que a pessoa seja
atingida em sua honra, sua reputação, sua personalidade, seu sentimento de dignidade, passe
por dor, humilhação, constrangimentos, tenha os seus sentimentos violados. Em nada disso se
apoia a peça vestibular.
Nesse trilhar, é altamente ilustrativo transcrever os seguintes arestos:
RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR.
ESTACIONAMENTO. FURTO EM ESTACIONAMENTO DE
SUPERMERCADO. DANOMATERIAL. DANOMORAL.
No caso, os elementos de prova fundamentam o acolhimento do
pedido. O dano material deve estar comprovado nos autos. A solução
da sentença deve ser mantida. Dano moral não configurado. Sem
violação da intimidade e da vida privada, o dano moral não está
caracterizado. Dano à propriedade, por si só, não gera dever de
indenizar. Precedentes. Apelação não provida. [ ... ]
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO EM AÇÃO
INDENIZATÓRIA. FURTO DE VEÍCULO EM
ESTACIONAMENTO PRIVATIVO DE SUPERMERCADO.
BEM PERTENCENTE AO EMPREGADO. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DA SÚMULA Nº 130 DO STJ.
RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTABELECIMENTO.
DEVER DE GUARDA E CONSERVAÇÃO DOS VEÍCULOS
ASSUMIDO PELA EMPRESA. NECESSÁRIA
COMPROVAÇÃO DO DANO MORAL. APELAÇÃO
CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA.
1. Cuida-se de apelação interposta em face de sentença, exarada em
sede de Ação Indenizatória, que julgou parcialmente procedente a
pretensão autoral, condenando o supermercado promovido a pagar
indenização por dano material e por dano moral em virtude do furto
do veículo da autora nas dependências do estacionamento privativo
do estabelecimento. 2. A jurisprudência pátria majoritária reconhece a
responsabilidade do supermercado pelo furto de veículo ocorrido em
seu estacionamento, independentemente se o proprietário do
automóvel é cliente do estabelecimento ou não, aplicando a Súmula nº
130 do STJ por analogia para firmar a responsabilidade do
estabelecimento inclusive em relação ao furto de veículo de
empregado. 2. Não se trata de caso fortuito ou força maior, visto que a
empresa, ao disponibilizar o estacionamento privativo, assumiu o
dever de guarda e conservação dos veículos ali estacionados,
consoante entendimento jurisprudencial uníssono. 3. Nessas
situações, o danomoral não é presumido ou in re ipsa, visto que
depende de efetiva comprovação de ofensa à personalidade, à
liberdade, à honra, à saúde (mental ou física) e/ou à imagem daquele
que pleiteia-o. Não demonstrada a ofensa à esfera íntima da autora,
reputam-se improcedentes os danos morais outrora arbitrados pelo
magistrado de primeiro grau. 4. Recurso conhecido e parcialmente
provido para, reformando a sentença, julgar improcedente o pedido de
indenização por danos morais formulado pela autora, mantendo os
demais termos da sentença inalterados. [ ... ]
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. DIREITO DO CONSUMIDOR E
PROCESSUAL CIVIL. PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE
ATIVA REJEITADA. FURTO DE VEÍCULO (MOTOCICLETA) EM
ESTACIONAMENTO PÚBLICO LIGADO AO SUPERMERCADO.
LEGÍTIMA EXPECTATIVA DE SEGURANÇA DO LOCAL.
DEVER DE INDENIZAR. DANO MORAL NÃO CONFIGURADO.
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO EM PARTE.
1. A parte autora afirma ter se dirigido ao mercado para fazer compras
e quando retornou, verificou a subtração da sua motocicleta HONDA
CG 160 Start, placa QTS5825, cor preta, do estacionamento do
supermercado. Alega não se tratar de área pública, mas do
estacionamento privativo do estabelecimento comercial 2. Preliminar
de ilegitimidade ativa: A parte ré defende a ilegitimidade ativa da
parte autora por se tratar de devedor fiduciário. Conforme bem
delineado pelo juízo sentenciante, a autora é possuidora direta do bem
furtado e, por isso, suportou o prejuízo da perda. Preliminar rejeitada.
3. Em situação de furto de veículo em estacionamento de
estabelecimento comercial, deve ser feita análise casuística segundo a
teoria do risco-proveito. Segundo a teoria, o caso concreto deve
indicar que o risco de dano ou subtração se transferiu ao mantenedor
do estacionamento, risco este que a princípio é do proprietário do
bem. Contudo, se for observada situação concreta que evidencie
expectativa de segurança pelo consumidor, a responsabilidade do
estabelecimento ou instituição restará configurada. Cito precedente do
STJ: RESP 1606360/SC, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 19/10/2017, DJe 30/10/2017,
Partes: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ vs
BRUNO Luiz JUNCKES. 4. No caso dos autos, as fotos juntadas (IDs
80555211 e 84504756) mostram o estabelecimento comercial e
indicam a existência de uma área de estacionamento coberto,
iluminado, e sinalizado para indicar a parte reservada para as
motocicletas. A área está com tintura de demarcação das vagas e
conta com bastões de segurança que separam a área de motos da
passagem de pedestres, localizada perto da parede do estabelecimento
comercial. Além disso, há câmeras de segurança nas imediações,
voltadas para a frente das janelas de vidro do supermercado. 5. Há
fotos com visão geral do estacionamento, que não possui cercas ou
alambrados, nem controle de entrada e saída, mas indicam área de
utilização exclusiva, sem estabelecimentos de igual porte ou núcleos
comerciais nas redondezas, conforme a foto de satélite ID 84504745,
p. 5. A partir da visão do extremo do estacionamento, é possível
averiguar, inclusive, a destinação coberta e iluminada da parte
reservada às motocicletas (ID 84504756). 6. Trata-se de área de
utilização exclusiva do estabelecimento e há divulgação do
estacionamento como atrativo no sítio eletrônico da empresa
(https://ultraboxatacado. Com. BR/historia/. Acesso em 02/06/2021).
Por isso, a comodidade de estacionamento oferecida aos
consumidores, que acabam sendo atraídos para o supermercado, vem
acompanhada do encargo de garantia de segurança do local. 7. O furto
de veículo em estacionamento demonstra falha na prestação do
serviço, já que o estabelecimento deveria primar pela segurança e
conforto de seus clientes, frustrando a confiança depositada na
segurança ofertada. Portanto, incide ao caso o enunciado da Súmula
nº 130 do STJ, impondo ao supermercado o dever de reparação
material dos prejuízos sofridos pelo furto da motocicleta. 8. Quanto
ao valor devido a título de reparação de danos materiais, considero a
justeza da remuneração da tabela FIPE, conforme tabela colacionada
na petição inicial ID 80555198, que totaliza R $9.345,00 (nove mil,
trezentos e quarenta e cinco reais). 9. Quanto ao dano moral, no caso
dos autos, percebo que o supermercado também foi vítima do fato,
pois a prática do ato ilícito em suas dependências pôs em xeque sua
credibilidade perante seus clientes. Em verdade, a simples
inobservância do dever de guarda não fundamenta a ocorrência de
dano moral, pois se trata de um dos percalços da vida em sociedade.
Ademais, também não há prova nos autos de lesão à integridade
psíquica da recorrente, de modo a impactar direito da personalidade.
Precedente: Acórdão 1166656, 07385264820188070016, Relator:
Arnaldo Corrêa Silva, Segunda Turma Recursal, data de julgamento:
24/4/2019, publicado no DJE: 30/4/2019. Partes: ARLINDO LEITE
DOS Santos vs B2M ATACAREJOS DO Brasil Ltda. 10. Recurso
CONHECIDO e PROVIDO EM PARTE. Preliminar de ilegitimidade
passiva rejeitada. Sentença reformada para condenar a parte recorrida
ao pagamento de R $9.345,00 (nove mil, trezentos e quarenta e cinco
reais), a título de danos materiais. Diante da sucumbência recíproca,
deixo de fixar honorários advocatícios. A Súmula de julgamento
servirá de acórdão, nos termos do art. 46 da Lei nº 9.099/95. [ ... ]
De toda conveniência também demonstrar que o tema já restou debatido e definido na
III Jornada de Direito Civil, do Conselho da Justiça Federal:
Enunciado 159
Art. 186: O dano moral, assim compreendido todo dano
extrapatrimonial, não se caracteriza quando há mero aborrecimento
inerente a prejuízo material.
É de se concluir, assim, que o fato narrado não
teve maiores consequências e não passou de precaução no cotidiano
de qualquer um, não sendo apto a causar constrangimento e dor ao
Autor. Por via de consequência, improcedente o pedido de
indenização sob o enfoque de dano moral.
3.3 A empresa TH SACADAS cumpriu com todas as obrigações contratuais e de
segurança necessárias para a realização do serviço de instalação do guarda corpo de vidro,
conforme previsto no Código Civil (art. 186 e 927) e no Código de Defesa do Consumidor
(art. 14 e 17).
3.4 A empresa TH SACADAS coletou a assinatura da autora no momento da instalação,
com as orientações sobre o processo de secagem do vidro, que deveria ser respeitado o prazo
de 48 horas. A autora, no entanto, não respeitou o prazo de secagem recomendado, utilizou o
guarda corpo antes do tempo adequado e, consequentemente, houve o rompimento do vidro,
acarretando sua queda.
3.5 O laudo médico atestou que a autora está apta para exercer as atividades laborativas
habituais, o que afasta o pedido de pensão mensal vitalícia e lucros cessantes.
3.6 A autora não efetuou o pagamento da última parcela do serviço, e, por essa razão, a
empresa TH SACADAS inseriu seu nome nos órgãos de proteção ao crédito de forma
correta, haja vista a ausência de pagamento.
3.7 Não há qualquer indício de que a empresa TH SACADAS tenha agido com
negligência ou imperícia na instalação do guarda corpo de vidro, sendo certo que a autora
assumiu os riscos ao não respeitar o prazo acordado em contrato, para a prevenção de
incidentes.
4. QUANTUM INDENIZATÓRIO
Além disso, o pedido indenizatório fere os princípios da razoabilidade e da
proporcionalidade. É dizer, ocorre o vedado enriquecimento sem causa, quando almeja
condenação no valor de R$20.000,00 (vinte mil reais) a título da inscrição de seu nome nos
órgão de proteção ao crédito e R$100.000,000 (Cem mil reais) a título de indenização pela
queda sofrida. (CC, art. 884).
Impende asseverar que o Código Civil estabeleceu regra clara: aquele que for condenado
a reparar um dano, deverá fazê-lo de sorte que a situação patrimonial e pessoal do lesado seja
recomposta ao estado anterior (CC, art. 944). Assim, o montante da indenização não pode ser
inferior ao prejuízo. Há de ser integral, portanto.
Não se pode olvidar, certamente, que o problema da quantificação do valor econômico, a
ser repostoao ofendido, tem motivado intermináveis polêmicas e debates. Até agora, não há
pacificação a respeito. De qualquer forma, doutrina e jurisprudência são pacíficas no sentido
de que a fixação deve suceder com prudente arbítrio.
.
5. DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:
1. A improcedência dos pedidos formulados pela parte autora, julgando-se totalmente
improcedente a demanda indenizatória por danos morais e materiais, uma vez que a
empresa TH SACADAS cumpriu com todas as obrigações decorrentes do contrato
firmado com a parte autora, sendo que a culpa exclusiva pelo ocorrido foi da própria
autora ao não respeitar o prazo de secagem recomendado pela empresa;
2. A condenação da parte autora ao pagamento dos valores devidos pelo serviço
contratado, referente à última parcela não paga, bem como a restituição das despesas
suportadas pela empresa em virtude da inscrição indevida do nome da empresa no
cadastro de proteção ao crédito;
3. A condenação da parte autora ao pagamento das custas e honorários advocatícios, nos
termos do art. 85, § 2º, do CPC.
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente
através da oitiva de testemunhas, perícias, juntada de documentos e demais provas que se
fizerem necessárias.
Dá-se à causa o valor de R$120.000,00 para fins de alçada.
Termos em que pede deferimento.
Chapecó, 10 de abril de 2023
EDSON JUNIOR DOS SANTOS
OAB. XXXX-SC
GABRIEL BORGES
OAB. XXX-SC

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