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Ao longo dos séculos a filosofia possuiu um conjunto de interesses, preocupações e indagações que estão inerentes a sua gênese ocorrida durante a Grécia clássica, nos séculos V e IV a.C. A Filosofia Grega sofreu grandes transformações e enriquecimento ao longo do tempo, tendo esta quatro grandes períodos, o período pré-socrático, período socrático, período sistemático e o período helenístico. Os dois primeiros são referenciados no filósofo Sócrates de Atenas. O Período pré-socrático possui como característica principal a ocupação em explicar de forma racional e sistemática questões sobre a Natureza, como a sua origem, ordem e transformações. Neste período afirma-se que o mundo não foi criado do nada, mas que tudo que há nele se transforma sem jamais desaparecer, a sua matéria muda de qualidade e quantidade, sendo esta mudança denominada de movimento. Alguns dos principais filósofos deste período foram Tales de Mileto, Pitágoras de Samos, Zenão de Eléia e Demócrito de Abdera. Já o Período socrático, do final do século V e IV a.C., tem seu foco na investigação das questões humanas, sendo elas a ética, a política e as técnicas. Neste período ocorreu o florescimento da democracia, tendo duas importantes características, a igualdade dos homens adultos perante a lei e o direito de participação direta no governo da cidade (polis), e a democracia tendo aspecto direto, e não eleições de representantes. Quem participava do governo tinha o direito de discutir, exprimir e defender em público as suas ideias, opiniões e decisões às quais a cidade deveria tomar. Algumas das características do período são a preocupação com questões morais e políticas, estabelecimento de procedimentos que garantam o encontro da verdade por meio de caminhos, critérios e meios próprios. No tocante a história, a filosofia evidencia e expressa questões problemáticas que o homem apresenta, em meio a situações que fogem de sua compreensão, em dado momento da cronologia humana. Em vias gerais, ela visa oportunizar respostas, caminhos e novos questionamentos para manter um permanente diálogo com a cultura e a sociedade do período que pertence. Este processo é importante, pois os saberes adquiridos se renovam, oportunizando o surgimento de novas disciplinas filosóficas, assim como a diminuição de outras, para que possam desligar-se da filosofia e formar uma nova disciplina, como ocorreu com a biologia, a química, a física, a psicologia, e outras. Após o período da Filosofia antiga, inicia-se a Filosofia patrística por meio das Epístolas de São Paulo e do Evangelho de São João, terminando este período no século VIII. Esta abraça a ideia religiosa de evangelização e defesa do cristianismo contra os ataques recebidos por antigos. A patrística divide-se em grega e latina, a primeira está ligada a Igreja de Bizânicio e a segunda à Igreja de Roma. Alguns dos nomes mais importantes para este período foram Justino, Clemente, Isidoro de Sevilha e Santo Agostinho. A filosofia medieval, por sua vez, além de discutir os mesmos problemas que a patrística, acrescentou outros, sendo um deles chamado de universais. Neste período nasce a filosofia cristã, conhecida como teologia, que visa provar a existência de Deus e do espírito humano imortal, a diferença entre corpo e alma, a razão e a fé, o finito e o infinito. Uma característica importante do período é o método elaborado pela Filosofia medieval chamado de disputa, que consistia na apresentação de teses, tendo esta que ser defendida ou refutada com base em argumentos retirados da Bíblia, de Platão, Aristóteles e outros padres. Do século XIV a XVI, nasce a Filosofia da Renascença que é marcada pelo descobrimento das obras de Platão que até então eram desconhecidas na Idade Média, novas obras de Aristóteles e pela recuperação de obras de grandes autores e artistas romanos e gregos. Na Renascença predominavam três importantes linhas de pensamento, sendo elas a proveniente de Platão, que destacava o pensamento da Natureza como um grande ser vivo, a dos pensadores florentinos, que valorizavam a vida ativa, e a que propunha o ideal do homem como artífice do seu próprio destino. Do século XVII ao XVIII, a Filosofia moderna é marcada por três importantes mudanças intelectuais, a primeira em que inicialmente indaga qual a capacidade intelectual do homem para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos, a segunda em que modifica o objeto do conhecimento e a terceira que envolve a concepção da realidade. Após o período da Filosofia moderna, surge o Iluminismo em meados do século XVIII ao começo do século XIX. Assim como a moderna, o iluminismo crê nos poderes da razão, o homem tem o poder de conquistar a liberdade e a felicidade social e política. Durante esse período, há um grande interesse nas ciências relacionadas a ideia da evolução, logo, a biologia terá posição de destaque no pensamento iluminista. Por fim, em meados do século XIX até os dias atuais nasce a Filosofia contemporânea, que não possui definição estabelecida pelo fato desta estar em curso, logo, a mesma tende a parecer ser complexa e de difícil definição.