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CIRURGIA VASCULAR Carolina Ferreira TROMBOSE VENOSA PROFUNDA -A maioria dos trombos venosos ocorre nas veias superficiais ou profundas da perna -Os trombos venosos superficiais ocorrem, normalmente, nas veias safenas -A trombose venosa profunda (TVP) ocorre nas grandes veias da perna (poplíteas, femorais e ilíacas) -É grave, pois esses trombos, c/ > frequência, embolizam-se nos pulmões e ocasionam infarto pulmonar -As TVP são assintomáticas em aproximadamente 50% dos indivíduos afetados e são reconhecidas, retrospectivamente, após embolização. - As TVP estão associadas a estado de hipercoagulabilidade -A trombose venosa profunda (TVP) caracteriza-se pela formação de trombos dentro de veias profundas c/ obstrução parcial ou oclusão, sendo + comum nos membros inferiores – em 80 a 95% dos casos -As principais complicações decorrentes dessa doença são: insuficiência venosa crônica/síndrome pós-trombótica (edema e/ou dor em membros inferiores, mudança na pigmentação, ulcerações na pele) e embolia pulmonar FATORES DE RISCO -Os principais fatores diretamente ligados à gênese dos trombos são: *Estase sanguínea *Lesão endotelial *Estados de hipercoagulabilidade -São também principais fatores: • Idade avançada • Câncer • Procedimentos cirúrgicos • Imobilização • Gravidez • Uso de estrogênia • Distúrbios de hipercoagulabilidade hereditários ou adquiridos -A incidência ↑ proporcionalmente c/ a idade, sugerindo que esta seja o fator de risco + determinante p/ um primeiro evento de trombose -Os fatores de risco podem ser classificados como: o Hereditários/Idiopáticos: resistência à proteína C ativada (principalmente fator V de Leiden); mutação do gene da protrombina G20210A; deficiência de antitrombina; deficiência de proteína C; deficiência de proteína S; hiperhomocisteinemia; ↑ do fator VIII; ↑do fibrinogênio CIRURGIA VASCULAR Carolina Ferreira o Adquiridos/Provocados: síndrome do anticorpo antifosfolipídio; câncer; hemoglobinúria paroxística noturna; idade > 65 anos; obesidade; gravidez e puerpério; doenças mieloproliferativas (policitemia vera; trombocitemia essencial etc.); síndrome nefrótica; hiperviscosidade (macroglobulinemia de Waldenström; mieloma múltiplo); doença de Behçet; trauma; cirurgias; imobilização; terapia estrogênica CLASSIFICAÇÃO -A TVP nos membros inferiores é dividida segundo sua localização: Proximal - quando acomete veia ilíaca e/ou femoral e/ou poplítea Distal - quando acomete as veias localizadas abaixo da poplítea LOCALIZAÇÃO DOS TROMBOS -Os trombos são compostos por fibrina e elementos figurados do sangue e podem se formar no sistema arterial, venoso, coração e na microcirculação -Os arteriais formam-se num sistema de alta pressão e fluxo e compõem-se, principalmente, de plaquetas e fibrina -Os venosos formam-se em áreas de estase, são ricos em hemácias, fibrina e pobres em plaquetas -A análise do trombo demonstra linhas claras (camadas de plaquetas e fibrina), interpostas c/ linhas escuras (camadas de eritrócitos), denominadas de estrias de Zahn -A ativação da cascata da coagulação é o mecanismo principal da patogênese da TVP -A ativação plaquetária - importante, justificando a ação + benéfica dos anticoagulantes, tanto na profilaxia quanto no tratamento, mais do que os antiagregantes plaquetários -O plano valvar do sistema venoso profundo dos membros inferiores é o local onde geralmente inicia a sua formação -A maioria dos trombos dos membros inferiores localiza-se nos vasos distais (abaixo da veia poplítea), porém, podem se propagar p/ os segmentos proximais (veia poplítea, femoral, ilíaca, cava) -Os principais sinais e sintomas da TVP são: 1) os inflamatórios da parede do vaso (dor à palpação e dorsiflexão do pé - sinal de Homans, dor à compressão da panturrilha pelo esfigmomanômetro - sinal de Lowenberg 2) edema pela estase venosa 3) os embólicos pela fragmentação do trombo CIRURGIA VASCULAR Carolina Ferreira -O termo flegmasia alba dolens refere-se a palidez e edema do membro causada pela associação da trombose venosa ileofemoral e espasmo arterial - O edema pode aumentar de intensidade e placas azuladas surgem na pele HISTÓRIA NATURAL -As 2 principais complicações da TVP são a EP e a síndrome pós-TVP, cuja maior sequela é a hipertensão venosa, secundária à obstrução venosa residual e insuficiência valvar que decorre da lise ou recanalização incompleta do trombo e se desenvolve ao longo de vários meses - Outra complicação da TVP é o TEP, responsável por elevado número de óbitos .Se a restauração da circulação pulmonar for parcial, haverá risco de evolução p/ hipertensão pulmonar (HP) crônica, cuja sobrevida será reservada em 10 anos QUADRO CLÍNICO -A sintomatologia clínica pode ser atípica sem sinais evidentes, porém algumas vezes o paciente se queixa de dores intensas na região comprometida, que pioram com a deambulação, com edema difuso (aumento ≥ 2 cm da circunferência em relação ao membro contra-lateral), cianose local e impotência funcional, dilatação das veias superficiais (não varicosa) - Apenas 20% das TVP apresentam essa sintomatologia -Na maioria das vezes os sintomas podem ser provocados por testes clínicos indicativos como: 1) Dor à pressão na face interna da coxa (m. sartório e grácil) 2) Dor à pressão na face posterior do tornozelo 3) Dor à pressão na musculatura plantar 4) Sinal da “bandeira”: empastamento da panturrilha 5) Sinal de Bancroft: dor à compressão da musculatura da panturrilha 6) Sinal de Homans: dor à flexão dorsal do péNenhum sinal ou sintoma é patognomônico, necessitando de conirmação diagnóstica objetiva. DIAGNÓSTICOS Exame Físico -O quadro clínico pode consistir de: *dor *edema *eritema *cianose *dilatação do sistema venoso superficial CIRURGIA VASCULAR Carolina Ferreira *↑ de temperatura *empastamento muscular *dor à palpação Escore de Wells -É um modelo de predição clínica, baseado em sinais e sintomas, fatores de risco e diagnósticos alternativos, estimando a probabilidade pré-teste p/ TVP EXAME LABORATORIAL Teste D-dímero (DD) -D-dímero, um dos produtos da degradação da fibrina, está presente em qualquer situação na qual haja formação e degradação de um trombo, não sendo, portanto, um marcador específico de TVP -Apresenta alta sensibilidade, mas pouca especificidade para o diagnóstico da TVP DIAGNÓSTICO POR IMAGEM Eco Doppler colorido (EDC) -O EDC venoso é o método diagnóstico + frequentemente utilizado p/ o diagnóstico de TVP em pacientes sintomáticos - Apresenta < acurácia em veias distais, em veias de membros superiores, e em pacientes assintomáticos -É o exame de escolha p/ o diagnóstico de TVP com sensibilidade de 96% e especificidade de 98% -A acurácia do EDC para diagnosticar TVP assintomática é menor em relação à TVP sintomática7(A) Venografia / Flebografia -Venografia c/ contraste é o exame considerado padrão-ouro p/ o diagnóstico de TVP, reservado, atualmente, apenas quando os outros testes são incapazes de definir o diagnóstico Ressonância magnética (RM) -RM pode ser utilizada para o diagnóstico de TVP em casos onde o ECD oferece resultados inconclusivos - Apresenta acurácia similar ao ECD no diagnóstico da TVP do segmento ilíaco-caval