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Livro_CN_Biologia

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C
BIOLOGIA
N
2
CIÊNCIAS DA NATUREZA
e suas tecnologias
Joaquim Matheus Santiago Coelho e Larissa Beatriz Torres Ferreira
Biologia para
vestibular medicina
5ª edição • São Paulo
2019 
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados
Autores
Joaquim Matheus Santiago Coelho 
Larissa Beatriz Torres Ferreira
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Claudio Guilherme da Silva Souza
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
ISBN: 978-85-9542-145-5
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
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CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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CARO ALUNO
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações 
nos principais vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu 
conteúdo enriquecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019. 
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno 
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo comple-
mentar. Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais 
abordados nos principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões 
propostas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam 
as explicações dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de 
informações para o estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses 
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais aces-
sível e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar 
o repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do 
aluno. Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até 
sugestões de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado 
com finos critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares 
de hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e 
química, história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações 
que relacionam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante 
consegue entender que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando 
o contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” 
de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção “Aplicação no Cotidiano”. Como o próprio 
nome já aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm 
contato em seu dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve 
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas 
dessas habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expo-
sitiva, descrevendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a 
apurá-las na sua prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um 
deles é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas 
mentais e fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos 
principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para 
o seu sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
BIOLOGIA
ECOLOGIA
ZOOLOGIA
CITOLOGIA
Aulas 11 e 12: Pirâmides e eficiência ecológicas 7
Aulas 13 e 14: Relações ecológicas 17
Aulas 15 e 16: Dinâmica populacional e sucessão ecológica 29
Aulas 17 e 18: Biomas 41
Aulas 11 e 12: Poríferos e cnidários 71
Aulas 13 e 14: Platelmintos93
Aulas 15 e 16: Nematelmintos 105
Aulas 17 e 18: Moluscos 117
Aulas 11 e 12: Citoplasma 137
Aulas 13 e 14: Núcleo 155
Aulas 15 e 16: Divisão celular: mitose 165
Aulas 17 e 18: Meiose e variabilidade genética 181
FUVEST
A ecologia é o tema mais abordado nessa prova, quando comparada a outras áreas da Biologia. 
Cadeias e teias alimentares aparecem com certa frequência; saiba interpretar graficamente esses tipos 
de relação. Diferente de outras provas, os biomas são temas com alta incidência na Fuvest, principal-
mente biomas brasileiros; assim, é fundamental saber quais são eles e suas principais características.
UNESP
Prova muito bem preparada, questões inteligentes e bem escritas. Ecologia é o tema central den-
tro da Biologia e aparece em questões de cadeia e teia alimentares e de biomas. Compreender 
quais são os biomas brasileiros e mundiais, assim como suas características, é essencial para 
resolver essas questões.
UNICAMP
Uma prova muito bem elaborada, fluida e que traz muitos gráficos interdisciplinares. Temas como 
interações ecológicas e pirâmide de número, massa e energia são conteúdos muito presentes nessa 
prova. Assim, o conteúdo abordado neste livro é de extrema importância para realizar o vestibular da 
Unicamp, o qual aborda muitas questões sobre ecologia.
UNIFESP
Mais uma prova na qual o tema mais citado dentro de Biologia é a ecologia. As questões abordam as-
suntos desde cadeias e teias alimentares até impactos ambientais. É muito importante a compreensão 
de termos como nicho ecológico e habitat, e entender como as espécies interagem com o meio e entre 
elas, já que impactos ambientais modificam esses processos dos ecossistemas.
ENEM/UFMG/UFRJ
Abrange questões de impactos ambientais e poluição. Nesse contexto, fique atento com cadeia e teia 
alimentares, como ocorre a interação dos indivíduos nas pirâmides e compreenda os ciclos biogeoquí-
micos, principalmente os ciclos do carbono e do nitrogênio.
UERJ
Uma prova que exige mais do aluno, em questão de aprofundamento de conteúdo. São corriqueiras 
questões relacionadas a impactos ambientais e suas consequências. Para responder a esse tipo de 
questão, deve-se entender a estrutura dos ecossistemas, quais são os tipos de interação existentes e 
como os seres vivos podem ser classificados com relação à pirâmide alimentar.
FA
CU
LD
ADE DE MEDICINA
BOTUCATU
1963
Abordagem de ECOLOGIA nos principais vestibulares.
W
ik
iIm
ag
es
/P
ixa
ba
y
11 12
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BIOLOGIA
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Pirâmides e eficiência
ecológicas
Competência
3
Habilidades
8 e 9
W
ik
iIm
ag
es
/P
ixa
ba
y
11 12
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BIOLOGIA
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Pirâmides e eficiência
ecológicas
Competência
3
Habilidades
8 e 9
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos 
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. 
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
H4
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável 
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
H7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do 
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
H8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando 
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H9
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar altera-
ções nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H11
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando 
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
H14
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, 
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto 
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
H19
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica 
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.
H22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas 
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
H23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou 
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
H25
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou 
produção.
H26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações 
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos,observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H28
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em 
ambientes brasileiros.
H29
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas 
ou produtos industriais.
H30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do 
ambiente.
9
O fluxO de energia
A energia acumulada pelos produtores através da fotossíntese, é chamada de produtividade primária bru-
ta (PPB). A PPB não está totalmente disponível para os herbívoros, pois os produtores “gastam” uma parcela - corres-
pondente a processos metabólicos como a respiração celular (RC) para se manterem vivos, o mesmo acontece com 
os primeiros carnívoros em relação aos próximos carnívoros. Esse “saldo” é chamado de produtividade líquida (PL) 
e é efetivamente a energia que está disponível para ser “ingerida” pelo próximo organismo sob a forma de matéria 
orgânica. Na figura, a seguir, um balanço da energia nos ecossistemas.
Respiração
Fotossíntese
Cons. primários
 (herbívoros)
De
co
m
po
sit
or
es
Cons. secundários Cons. terciários
Calor não utilizável
pelos organismos
do ecossistema
Fotossíntese
Digestão, assimilação e crescimento
Excreção e morte
Respiração
Fluxo de energia nos níveis tróficos
Isso quer dizer que a energia disponível ao longo da cadeia alimentar diminui e as perdas não podem ser 
reaproveitadas, ou seja, o fluxo de energia é unidirecional e decrescente. Veja, a seguir, o fluxo de energia, em 
uma cadeia simplificada.
A fonte primária de energia da biosfera é o Sol.
10
Percursos da matéria e 
energia no ecossistema
Como se observa na figura a seguir, a matéria 
cicla pelos compartimentos da biosfera, representa-
dos pela atmosfera, hidrosfera e litosfera. O principal 
processo responsável pela ciclagem dos nutrientes é a 
remineralização dos ambientes através da decompo-
sição biológica. Enquanto isso, a energia flui pelos 
compartimentos da biosfera, sempre tendo como prin-
cipal fonte primária o Sol. A luz solar é utilizada pelas 
plantas durante o processo fotossintético, para conver-
ter matéria inorgânica em orgânica e, assim, permitir 
um aporte nutricional e energético aos demais níveis 
tróficos. Assim, é fundamental compreender que sem 
esse insumo energético contínuo do Sol, não haveria o 
aporte para matéria orgânica e calor para os ecossiste-
mas. Outro ponto a destacar é a eliminação de calor nas 
transformações metabólicas nos seres vivos, que ajuda 
a explicar a constante e contínua ingestão de alimentos.
Ecossistema Fluxo de energia
Ciclo de Nutrientes
Fluxo de matéria e energia nos ecossistemas
as pirâmides ecOlógicas
São representações gráficas das relações exis-
tentes entre os organismos nas cadeias e teias alimen-
tares. Mostram as quantidades de indivíduos, massas e 
energia incorporadas nas relações entre os seres vivos 
envolvidos. Os “retângulos” ou níveis nas pirâmides são 
construídos segundo proporções matemáticas. E, cada 
um representa um nível trófico, assim os produtores 
ocupam nível trófico 1 ou primário, os consumidores pri-
mários ocupam nível trófico 2 ou secundário, os consu-
midores secundários ocupam nível trófico 3 ou terciário 
e assim por diante. O nível da base da pirâmide sempre 
corresponderá aos produtores; sobre este temos o que 
representa os herbívoros, sobre o qual está o que repre-
senta os carnívoros e assim por diante. Os decomposi-
tores não estão representados em nenhuma pirâmide.
 § Número – mostra a quantidade de organismos 
em cada nível trófico. A seguir, exemplos de pirâmi-
des de número:
 § Biomassa – mostra a quantidade de biomassa 
(kg ou g) em cada nível trófico, ou seja, a massa 
total de todos os organismos vivos em qualquer 
área dada, ou seu equivalente em energia. É 
um termo amplo que na ecologia animal ou das 
plantas se refere ao número de organismos mul-
tiplicado pelo seu peso unitário, normalmente 
biomassa fixa ou permanente. Em Planejamento 
Ambiental pode se referir à geração de produtos, 
tais como o álcool, lenha, comida ou lixo (lixo 
produz biogás); em outras palavras, a parte da 
produção da planta que pode ser reaproveitada 
para produzir energia. A seguir, exemplos de pi-
râmides de biomassa:
Cadeia terrestre de biomassa de predadores Cadeia aquática de biomassa de predadores
 § Energia – mostra a energia acumulada em cada 
nível trófico (cal/ g/ área)
Os produtores produzem energia e uma parte 
dessa energia será consumida para manutenção 
do seu próprio metabolismo (15-20% da energia 
produzida), o restante da energia estará disponí-
vel para o próximo nível trófico, mais ou menos 
80-85%. O próximo nível trófico, os herbívoros, 
possui uma eficiência trófica baixa, pois não con-
segue assimilar uma alta quantidade de energia. 
Como a digestão de celulose e lignina (presentes 
nos vegetais) é complexa, grande parte da energia 
11
proveniente dos produtores é perdida nesse processo. Já os carnívoros possuem uma eficiência trófica alta, 
conseguindo assimilar boa parte da energia existente. Na pirâmide de energia, sempre há perda de energia de 
um nível trófico para outro. Abaixo, uma ilustração desse contexto:
Consumidores de
Terceira Ordem
Consumidores de
Segunda Ordem
Consumidores de
Primeira Ordem
Produtores
Energia captada pelo produtor Energia retida
no sistema vivo
Energia perdida
pelo sistema vivo
Pirâmide de energia nos níveis tróficos
As pirâmides ecológicas devem ser consultadas juntas para fornecer dados passíveis de uma boa análise, visto 
que individualmente apresentam “furos”; por exemplo, nenhuma delas ressalta o papel dos decompositores, tão 
fundamental na manutenção do ecossistema.
prOdutividade de um ecOssistema
A produtividade de um ecossistema indica a sua capacidade de crescimento e de manutenção de espécies. 
Um ecossistema florestal apresenta altas taxas de PPB, uma vez que o número de indivíduos vegetais é muito 
grande, porém apresenta altas taxas de RC também, já que o número e porte das espécies é muito grande. Isso 
quer dizer que a PPL tende a zero. 
Esse valor significa que dificilmente esse ecossistema apresentaria altas taxas de crescimento, uma vez 
que praticamente não sobra quase nada “em volume”. Está certo dizer isso, mas não devemos esquecer que esse 
ecossistema se sustenta e mantém-se equilibrado.
Um manguezal recebe uma quantidade de matéria orgânica enorme do continente e do oceano. Entenda isso como se o 
ecossistema todo estivesse recebendo uma “dose extra” de alimento, o que Ihe confere altas taxas de PPL. Então o manguezal é 
um ecossistema com “superavit” de alimento, o que Ihe permite ser o local preferido para muitas espécies de peixes e crustáceos 
se reproduzirem ou crescerem. Devido a esse aspecto, os manguezais são chamados de berçários.
PPL = PPB – RC
Onde PPB é a produtividade primária bruta, representada pela taxa fotossintética total do ecossistema; RC 
é a taxa respiratória total dos seres autótrofos e heterótrofos; e PPL é a produtividade primária líquida, ou seja, é o 
saldo entre a produção e o consumo energético do ecossistema. Altos valores de PPL permitem grande crescimento da 
comunidade biológica, seja em número ou no tamanho dos indivíduos, enquanto que valores pequenos representam 
apenas capacidade de sustentabilidade, ou seja, autossuficiência do ecossistema.
12
A produtividade primária de um ecossistema depende, essencialmente, do alto desempenho fotossintético 
de seus produtores e, portanto, dos fatores limitantes da fotossíntese, como luminosidade, altitude nos terrestres, 
profundidade nos aquáticos,tipo do comprimento de onda luminosa, temperatura, água líquida disponível, dispo-
nibilidade de nutrientes e pluviosidade. 
A eficiência na transferência de energia de um nível trófico para outro é fundamental, pois as taxas das 
perdas são enormes, o que impede o acúmulo de biomassa e o crescimento das populações. Quanto maiores as 
populações, mais numerosas e interligadas as cadeias alimentares de um ecossistema, maior, também, será a sua 
produtividade primária. 
Desse modo, observa-se no gráfico a seguir que as florestas tropicais, os litorais e as áreas úmidas, como 
pântanos e manguezais, estão entre os ecossistemas mais produtivos.
Oceano aberto -
Plat. continental -
Estuário -
Macroalgas e recifes -
Ressurgência -
Ambientes extremos -
Desertos -
Flor. trop. chuvosa -
Savana -
Cultivos -
Floresta boreal -
Campo -
Arbustos -
Tundra -
Flor. trop. sazonal -
F. temp. decídua -
Flor. temp. perene -
Pântanos -
Rios e lagos -
0 10 20 30 40 50 60
 65,0
 5,2
 0,3
 0,1
 0,1
 4,7
 3,5
 3,3
 2,9
 2,7
 2,4
 1,8
 1,7
 1,6
 1,5
 1,3
 1,0
 0,4
 0,4
70,8% 29,2% 0,8%
Porcentagem de área no planeta
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0
50
0
1,0
00
1,5
00
2,0
00
2,5
00
 125
 360
 1,500
 2,500
 500
 3,0
 90
 2,200
 900
 600
 800
 600
 700
 140
 1,600
 1,200
 1,300
 2,000
 250
4985 10133 2250
PPL média (g/m²/ano)
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
0 5 10 15 20 25
 24,4
 5,6
 1,2
 0,9
 0,1
 0,04
 0,9
 22
 7,9
 9,1
 9,6
 5,4
 3,5
 0,6
 7,1
 4,9
 3,8
 2,3
 0,3
32,2% 74,8% 2,6%
Porcentagem de PPL no planeta
13
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Muitos ecólogos utilizam os conhecimentos sobre pirâmides ecológicas e fluxo de energia para prever a ex-
tinção de uma espécie e as consequências desse processo no ecossistema. Atualmente, existem mais de 5 mil espé-
cies de animais em risco de extinção, segundo a União Internacional para Conservação da Natureza. Por exemplo, o 
elefante-africano teve sua população diminuída em 63% desde 2002, devido, principalmente, à caça por busca de 
marfim. Esses animais possuem relações importantes com outros seres vivos, como a simbiose com as acácias, onde 
os elefantes comem os frutos dessa planta e dispersam as sementes pelas fezes. Assim, a extinção de uma espécie 
não é apenas um dano local, mas um acontecimento que modifica várias pirâmides ecológicas.
INTERDISCIPLINARIDADE
A quantidade de energia que passa do nível trófico dos produtores para o nível trófico superior pode ser cal-
culada por meio da fórmula matemática PPL = PPB – RC, onde PPL é a produtividade primária líquida, PPB é a pro-
dutividade primária bruta e RC é a respiração. O valor fornecido por essa fórmula matemática é fundamental para 
análise de biodiversidade de um local, já que a produtividade primária líquida alta expressa uma grande taxa de 
fotossíntese e, consequentemente, uma capacidade de suportar um ecossistema rico em variedades de seres vivos.
14
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos, ou do fluxo de energia 
para a vida, ou da ação de agentes, ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
Existe uma preocupação com as questões ambientais das provas do Enem. A contami-
nação do ambiente com metais pesados, como o ocorrido, por exemplo, no desastre de 
Mariana, em 2015, pode gerar o acúmulo de substâncias tóxicas no ambiente, fenômeno 
identificado como magnificação trófica.
mOdelO 
 (Enem 2017) Os botos-cinza (Sotalia guianensis), mamíferos da família dos golfinhos, são exce-
lentes indicadores da poluição das áreas em que vivem, pois, passam toda a sua vida – cerca de 30 
anos – na mesma região. Além disso, a espécie acumula mais contaminantes em seu organismo, 
como mercúrio, do que outros animais da sua cadeia alimentar.
MARCOLINO, B. Sentinelas do mar. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br>. 
Acesso em: 01 ago. 2012 (adaptado).
Os botos-cinza acumulam maior concentração dessas substâncias porque:
a) são animais herbívoros.
b) são animais detritívoros.
c) são animais de grande porte.
d) digerem o alimento lentamente.
e) estão no topo da cadeia alimentar.
análise expOsitiva
Habilidade 9
A magnificação trófica, ou bioacumulação, ocorre quando uma substância tóxica contamina o 
meio ambiente. O poluente migrará de um nível trófico a outro ao longo da cadeia alimentar 
e acaba se acumulando em maior concentração nas espécies que ocupam os níveis tróficos 
mais elevados. Esse é um bom exemplo de como atividades antrópicas podem alterar proces-
sos naturais dos ecossistemas, gerando um impacto muitas vezes irreversível.
Alternativa E
15
estrutura cOnceitual
Produtividade de 
um ecossistema PPL = PPB - RC
Pirâmides 
ecológicas
Eficiência 
ecológica
Numérica (N)
Biomassa 
(kg ou g)
Energia 
(cal/g/área)
Fluxo 
energético 
(unidirecional)
Cadeia de 
predadores com 
produtor de porte 
pequeno e numeroso
Cadeia de predadores 
com produtor de 
grande porte e 
pouco numeroso
Cadeia de detritos ou de 
parasitas com “produtor” 
representado por 
cadáveres ou hospedeiro
Produtor 
(PPB - RC = PPL)
Consumidor 
primário 
(PSB - RC = PSL)
Consumidor 
secundário 
(PTB - RC = PTL)
Consumidor 
terciário 
(PQB - RC = PQL)
PPB > PPL > PSL > PTL > PQL
Cadeia terrestre de 
predadores
Qualquer 
cadeia
Cadeia aquática de 
predadores
©
 Al
ta
 O
os
th
uiz
en
/S
hu
tte
rs
to
ck
13 14
C
BIOLOGIA
N
Relações ecológicas
Competência
3
Habilidades
8 e 9
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos 
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. 
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
H4
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável 
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
H7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critérios para a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do 
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
H8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando 
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H9
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar altera-
ções nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H11
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando 
conhecimentos científicos, aspectos culturais e característicasindividuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
H14
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, 
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto 
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
H19
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica 
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.
H22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas 
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
H23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou 
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
H25
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou 
produção.
H26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações 
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H28
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em 
ambientes brasileiros.
H29
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas 
ou produtos industriais.
H30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do 
ambiente.
19
Relações ecológicas
Nos grupos de seres vivos existem diversas interações entre eles e/ou com o ambiente. Tais relações, em 
alguns casos, são necessárias à sobrevivência de alguns organismos, como veremos a seguir. 
Existem dois critérios básicos que estão envolvidos na classificação das relações ecológicas. Primeiro é se 
a interação ocorre entre organismos da mesma espécie ou não, e segundo é se esta relação traz algum tipo de 
prejuízo ou benefício a um dos envolvidos ou até mesmo os dois. São divididas em:
 § Interespecíficas ou heterotípicas – relação entre dois ou mais organismos de espécies diferentes; 
 § Intraespecíficas ou homotípicas, quando dois ou mais organismos da mesma espécie estão em interação.
As interações ainda podem ser classificadas como: 
 § Harmônicas, quando nenhum dos organismos envolvidos sofre algum tipo de prejuízo;
 § Desarmônicas, quando um dos organismos envolvidos sofre algum tipo de prejuízo ou mesmo a morte.
Relações harmônicas
Nas relações harmônicas não existe desvantagem para nenhuma das espécies consideradas e há benefício 
para, pelo menos, uma delas.
Relações harmônicas intraespecíficas ou homotípicas
Colônias
As colônias são formadas por organismos da mesma espécie, que ficam unidos anatomicamente 
entre si. A formação das colônias ocorre por reprodução assexuada (brotamento). Elas podem ser classificadas 
em homomorfas ou heteromorfas. As colônias homomorfas são constituídas por organismos idênticos entre si 
e que exercem as mesmas funções, ou seja, não existe uma divisão de trabalho. As cracas (crustáceos), os corais 
e as esponjas são exemplos de organismos formadores de colônias homomorfas. Já as heteromorfas são formadas 
por organismos de morfologia diferente uns dos outros e com divisão de trabalho fisiológico. Dimórficas são as 
colônias formadas por dois tipos de organismos, como por exemplo a Obelia sp., uma colônia de pólipos (cnidá-
rios) em que aparecem dois tipos de indivíduos: gastrozoides que são responsáveis pela nutrição, e gonozoides, 
responsáveis pela reprodução. As polimórficas são colônias estruturadas por vários tipos de indivíduos onde cada 
um está adaptado para uma função distinta. Um clássico exemplo desta forma de colônia são as caravelas, com-
plexas colônias de cnidários. Uma caravela apresenta um pneumatóforo, vesícula cheia de gás responsável pela 
flutuação. Dele partem indivíduos especializados pela reprodução (gonozoides), para a nutrição (gastrozoides), a 
natação (nectozoides) e a defesa (dactilozoides).
Caravela Coral
20
pássaro-palito e os crocodilos das margens do 
rio Nilo. O pássaro obtêm seu alimento através 
dos restos alimentares e de vermes existentes na 
boca do réptil (palitando os dentes do crocodilo), 
enquanto o crocodilo se livra dos parasitas;
 § o anu e o gado: A ave anu captura os carrapa-
tos presentes no corpo do gado, alimentando-se. 
Já o gado se livra dos parasitas indesejados;
 § o paguro-eremita e a anêmona: também 
chamado de caranguejo-bernardo-eremita, 
este caranguejo é um crustáceo marinho que 
apresenta o abdômen mole e desprotegido de 
exoesqueleto. A fim de proteger seu abdômen, 
ele vive no interior de uma concha vazia de 
molusco gastrópode. Sobre a concha, fixam-se 
larvas de anêmonas providas de tentáculos ur-
ticantes (como os tentáculos das águas-vivas), e 
lá se desenvolvem. A vantagem da anêmona é 
ser transportada pelo paguro, facilitando a cap-
tura do alimento. E o caranguejo, aumenta sua 
proteção contra a ação de predadores.
A relação de benefícios mútuos entre gado e anu.
Mutualismo
Esta interação, assim como a protocooperação, é 
o tipo onde os dois organismos envolvidos saem benefi-
ciados. No entanto, diferentemente da protocooperação, o 
mutualismo é uma relação necessária à sobrevivência 
das espécies, que não conseguem viver separadas umas 
das outras. São exemplos de mutualismo:
 § Bactérias do gênero Rhizobium e as raízes de 
leguminosas: Essas bactérias fazem parte do ciclo 
do nitrogênio, e produzem compostos nitrogenados 
que são aproveitados pela planta, em troca recebem 
das leguminosas a matéria orgânica produzida pela 
fotossíntese. Nas micorrizas, ocorre a associação 
entre fungos e raízes de árvores florestais. O fungo, 
organismo da classe dos decompositores, fornece 
Sociedades
São associações de organismos da mesma es-
pécie que não vivem ligados anatomicamente e 
possuem uma organização social cooperativista. Entre os 
insetos existemsociedades complexas e extremamente 
desenvolvidas, como as formigas, cupins abelhas e vespas.
Na sociedade das abelhas podemos observar 
três castas: a rainha, o zangão e as operárias. Só existe 
uma rainha por sociedade de abelhas e ela é a única fê-
mea fértil de toda a colmeia. Os zangões são os machos 
férteis e as operárias são fêmeas estéreis. As operárias 
possuem funções como as de obter alimento (pólen e 
néctar), produzir a cera e o mel. A cera é usada para 
confeccionar os locais onde serão postos os ovos; o mel 
é fabricado através da transformação do néctar, e tem 
como base principalmente a glicose e frutose. A ativi-
dade dos zangões é a de fecundação da rainha. Uma 
vez feito isso, são expulsos e morrem após entrar em 
debilidade extrema (inanição).
Sociedade das abelhas
Relações harmônicas interespecíficas 
ou heterotípicas
Protocooperação
A protocooperação, podendo também ser cha-
mada de cooperação, é uma associação entre duas 
espécies diferentes, onde as duas são beneficiadas. No 
entanto, este tipo de associação não é obrigatória à 
sobrevivência. Ou seja, mesmo estes organismos não 
estando associados, eles conseguem sobreviver. Como 
exemplo deste tipo de interação, citaremos:
 § o pássaro-palito e o crocodilo: Este 
exemplo de protocooperação ocorre entre o 
21
nitrogênio e outros nutrientes minerais para a árvo-
re; em contrapartida, recebe matéria orgânica prove-
niente da fotossíntese da árvore;
 § Cupins e certos protozoários: os cupins inge-
rem a madeira, mas não conseguem realizar a 
digestão da celulose existente nela, pois não pos-
suem celulase, enzima responsável pela quebra 
da celulose. No tubo digestório do cupim, existem 
alguns protozoários flagelados que possuem esta 
enzima, sendo capazes de realizar tal digestão;
 § Líquens: O líquen é uma associação entre fungo 
e alga. Eles ficam firmemente aderidos às rochas 
ou às cascas de árvores, formando uma crosta 
verde-acinzentada. A alga (organismo autótrofo 
fotossintetizante), produz a matéria orgânica que 
é utilizada pelo fungo (organismo heterótrofo). Já 
a alga permanece protegida contra a desidrata-
ção, pois fica envolvida pelas estruturas do fungo. 
Separados, estes organismos não sobreviveriam.
Liquens sobre tronco de árvore.
Comensalismo
Comensalismo, é quando uma espécie sai benefi-
ciada (a comensal), enquanto a outra não leva vantagem 
nem prejuízo nessa associação (hospedeira). Exemplo:
 § Rêmora ou peixe-piolho, e o tubarão: No alto 
da cabeça, a rêmora apresenta uma ventosa, por 
meio da qual se fixa no tubarão. O efeito disso 
sobre o tubarão é nulo, mas a rêmora se beneficia, 
porque engole as sobras alimentares do tubarão, 
além de deslocar-se sem gasto de energia. Sendo 
assim, o tubarão é o organismo hospedeiro da rê-
mora, que por sua vez é o organismo comensal.
Inquilinismo
Esta é uma associação muito semelhante ao co-
mensalismo. No entanto, não envolve alimento e sim 
um local para a proteção e desenvolvimento do orga-
nismo inquilino. Ocorre quando uma espécie (inquilino) 
procura abrigo ou suporte no corpo de outra espécie 
(hospedeiro), sem que haja malefício ao hospedeiro. 
Percebam nos dois exemplos a seguir:
 § o peixe-agulha e o pepino-do-mar: O peixe-agu-
lha (que possui um corpo fino e alongado), consegue 
se abrigar no interior das holotúrias (pepino-do-mar), 
protegendo-se contra as ações dos predadores e não 
prejudicando em nada o pepino-do-mar;
 § epifitismo: é representado pelas epífitas, 
plantas que crescem sobre os troncos e ga-
lhos de plantas maiores, sem causar prejuízo 
as mesmas. São exemplos as orquídeas e as bro-
mélias, que vivem sobre árvores, para obter uma 
maior quantidade de luz solar.
As epífitas se dispõem sobre árvores para captar mais luz solar.
Relações desarmônicas
Relações desarmônicas 
intraespecíficas ou homotípicas
São as que ocorrem entre indivíduos da mesma 
espécie, como é o caso da competição intraespecífica e 
do canibalismo.
Competição intraespecífica
É a relação que se estabelece entre os indivíduos 
da mesma espécie, quando concorrem pelos mesmos 
fatores ambientais, principalmente espaço e alimento. 
Costuma instalar-se em função de aumento da densida-
de populacional ou da seleção natural, atuando sobre a 
variabilidade intraespecífica de certa população. Exem-
plo de competição intraespecífica: territorialidade.
22
Canibalismo
As fêmeas de louva-a-deus podem consumir a cabeça 
do macho após a cópula.
Canibal é o indivíduo que mata e come outro da mes-
ma espécie. O canibalismo pode ocorrer para favorecer adul-
tos em detrimento de filhotes, quando há falta de alimento.
Relações desarmônicas 
interespecíficas ou heterotípicas
Acontecem entre indivíduos de espécies dife-
rentes e compreendem competição interespecífica, 
predatismo, amensalismo e parasitismo.
Competição interespecífica
A competição entre espécies diferentes se estabelece 
quando tais espécies possuem o mesmo habitat e o mesmo 
nicho ecológico. É o caso de cobras, corujas e gaviões, que 
vivem na mesma região e atacam pequenos roedores.
A figura, a seguir, mostra um exemplo de competi-
ção intraespecífica entre duas espécies de cracas, um crus-
táceo. Observa-se, que disputam espaço no costão rochoso 
e que a sua distribuição dependerá do quanto estão adap-
tadas à exposição, ou seja, a emersão. O ritmo das ondas e 
da maré é o fator abiótico preponderante neste caso.
Chthamalus
Balanus
Maré
 alta
Nichos
realizados
Nichos
básicos
Oceano
Maré
baixa
Distribuição de cracas pelo costão rochoso.
Amensalismo
Amensalismo é um tipo de interação na qual uma 
espécie, chamada amensal, é impedida de crescer ou repro-
duzir. Isso ocorre devida as substâncias secretadas por outra 
espécie, denominada inibidora. É importante ressaltar que a 
espécie inibidora irá liberar suas substâncias na presença da 
espécie amensal ou não. Um exemplo desta relação ocorre 
nos mares quando há uma acentuada proliferação dos pro-
tistas flagelados (Gonyaulax), causadores das marés verme-
lhas. Eles acabam eliminando toxinas que provocam a morte 
da fauna marinha. Outro caso é representado pelos fungos 
que produzem antibióticos (como no caso da Penicilina), 
impedindo o desenvolvimento de bactérias em seu entorno.
Predatismo
Predador é aquele que ataca e devora a presa, 
que pertencente a outra espécie. Geralmente os preda-
dores estão em menor número e são maiores do que as 
presas. Os animais carnívoros, como os leões, são ótimos 
exemplos de predadores. Vale a pena ressaltar que tanto 
os predadores quanto as presas apresentam adaptações 
para ataque e defesa, como por exemplo a camuflagem. 
Através da camuflagem os animais se assemelham ao 
meio ambiente, tanto pela cor quanto pela forma, ficando 
mais escondidos do que outros. Tanto os predadores como 
as presas procuram se esconder: os primeiros para não se-
rem descobertos e os segundos para não serem seguidos. 
Devido a isso, numerosos insetos que habitam as vegeta-
ções possuem coloração verde. Outro ótimo exemplo de 
camuflagem é a do camaleão, um réptil que possui croma-
tóforos, células que possuem pigmentos permitindo uma 
variação na coloração do próprio corpo. Assim, ele é capaz 
de mudar sua cor de acordo com o ambiente em que é 
colocado. Este fenômeno é conhecido como homocromia.
1845 1855 1865 1875 1885 1895 1905 1915 1925 1935
Anos
Lebres
Linces
0
20
40
60
80
100
120
140
160
N
úm
er
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de
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rg
an
is
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ilh
ar
es
)
Note que, na relação presa–predador, a variação 
da quantidade nos dois grupos está relacionada: quan-
to menor o número de predadores, a quantidade de 
presas aumenta; e vice-versa. Observação: camuflagem 
animal–meio e mimetismo animal–animal.
23
Como dito anteriormente, de modo geral as populações das presas são maiores e seus tamanhos corporais 
menores, quando comparados as populações dos predadores. Os predadores possuem um ciclo de vida maior que 
o das presas, assimcomo as ninhadas e o tempo de gestação dos filhotes. As presas apresentam uma quantidade 
bem maior de ciclos reprodutivos ao longo da vida. E como visto no gráfico acima existem uma oscilação na popu-
lação de presa e predador, porém a variação na amplitude das populações sempre ocorrem uma seguida a outra.
Parasitismo
Nesse caso, uma das espécies, chamada parasita, vive na superfície ou no interior de outra, que é o hospedeiro. 
O parasita alimenta-se a partir do hospedeiro, podendo até matá-lo. Os exemplos são numerosos e estudados na eco-
logia. Podemos classificar os parasitas em dois tipos: ectoparasitas (que vivem exteriormente ao corpo do hospedeiro, 
como as sanguessugas e carrapatos) e endoparasitas (que vivem dentro do corpo do hospedeiro, como as tênias e as 
lombrigas). Com relação aos vegetais podemos, ainda, subdividir os ectoparasitas em holoparasitas (parasitas totais) 
e hemiparasitas (parasitas parciais). O cipó-chumbo é um tipo de holoparasita, pois suas raízes penetram na seiva 
elaborada da planta hospedeira, retirando a matéria orgânica diretamente. Já a erva-de-passarinho é um tipo de 
hemiparasita, pois suas raízes atingem a seiva bruta do hospedeiro, assim ela utiliza a água e sais minerais para 
realizar fotossíntese e produzir sua própria matéria orgânica.
Esclavagismo ou sinfilia
Relação ecológica entre indivíduos que se beneficiam da exploração das atividades, do trabalho ou dos 
produtos de outros organismos.
 § Formigas e pulgões ou afídeos são insetos sugadores de seiva dos vasos liberianos das plantas. Rica em 
açúcar, a seiva contém poucas quantidades de aminoácidos. Para formar suas próprias proteínas, os pulgões 
precisam de grandes quantidades dessa seiva, cujo excesso é secretado. As formigas, por sua vez, lambem o 
açúcar eliminado pelos pulgões que limpos, são mantidos cativos dentro do formigueiro. 
Formigas e pulgões, representantes do esclavagismo.
 § Chupim e outros pássaros – ave que se aproveita do ninho de outras para pôr os próprios ovos. Espécies 
como o tico-tico preservam os ovos do chupim até que venham à eclosão.
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INTERATIVIAA DADE
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24
Resumo das relações ecológicas
simbioses harmônicas interespecíficas
mutualismo (+ / +) vínculo obrigatório liquens, micorriza e rizóbio
cooperação (+ / +) sem vínculo obrigatório paguru e anêmona; ruminantes e aves
comensalismo (+ / 0) indiferença epífitas; tubarão e rêmora
simbioses harmônicas intraespecíficas
sociedade divisão de trabalho (+ / +) insetos sociais: abelha, cupins
colônia vínculo físico (+ / +) água-viva, corais, bactérias
simbioses desarmônicas interespecíficas
predatismo (+ / –) com morte onça e capivara
parasitismo (+ / –) com exploração sem morte pulga, tênia, esquistossomo...
competição (– / –) sobreposição de nichos introdução de espécies
esclavagismo (+ / –) exploração trabalho pulgões e formigas
amensalismo (0 / −) substâncias inibidoras fungos que produzem "penicilina"
simbioses desarmônicas intraespecíficas
canibalismo sobrevivência do adulto jacaré e algumas aves
competição variabilidade genética seleção natural
Exemplos de relações ecológicas
A - (Leão/Zebra) Predatismo B - (Hiena/Leão) Competição C - (Izabel/Aves) SaprovorismoA- (Leão/Zebra) Predatismo B - (Hiena/Leão) Competição C - (Abutres) Saprovorismo 
A - Protocooperação B - Predatismo C - Camuflagem D/E - Mutualismo
A- Protocooperação B - Predatismo C - Camuflagem D/E - Mutualismo
Vídeo
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INTERATIVIAA DADE
Vídeo
Fonte: Youtube
Relações Harmonicas e Desarmonicas...
RELAÇÕES ECOLÓGICAS
Fonte: Youtube
25
26
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
A consultoria ambiental é um ramo com alto crescimento nos últimos tempos, sendo cada vez mais procurada 
por instituições, empresas e até mesmo pelo governo. O objetivo central é avaliar e analisar danos e as consequências 
biológicas e ambientais de um projeto específico. Dessa forma, compreender as relações entre os seres vivos e o meio é 
fundamental dentro desse mercado. Biólogos atuantes nessa área convivem diariamente com conceitos de interações 
ecológicas, já que estes os auxiliam na avaliação de liberação de uma possível área para construção de um projeto.
INTERDISCIPLINARIDADE
Para analisar a interação presa–predador, utiliza-se princípios da Matemática, como gráficos de tempo × 
número de indivíduos, o qual auxilia na compreensão do crescimento populacional de ambas as espécies envolvi-
das nessa interação ecológica. Além de aspectos matemáticos, também pode-se utilizar princípios estatísticos para 
prever como determinadas populações de presa–predador irão se comportar ao longo do tempo.
27
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 9 – Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos, ou do fluxo de energia 
para a vida, ou da ação de agentes, ou fenômenos que podem causar alterações nesses processos.
O tema relações ecológicas é comum nas provas do Enem. Há uma preocupação em 
conhecer como as espécies se relacionam entre si, como isso estabiliza o ecossistema e 
ainda como uma interferência nessas relações pode causar danos ao meio ambiente.
Modelo
(Enem 2017) A mata Atlântica caracteriza-se por uma grande diversidade de epífitas, como as 
bromélias. Essas plantas estão adaptadas a esse ecossistema e conseguem captar luz, água e nu-
trientes mesmo vivendo sobre as árvores.
Disponível em: <www.ib.usp.br>. Acesso em: 23 fev. 2013 (adaptado).
Essas espécies captam água do(a):
a) organismo das plantas vizinhas.
b) solo, através das suas longas raízes.
c) chuva acumulada entre suas folhas.
d) seiva bruta das plantas hospedeiras.
e) comunidade que vive em seu interior.
análise expositiva
Habilidade 9
A relação ecológica estabelecida entre as bromélias e as árvores é denominada inquilinismo, 
no qual uma espécie é beneficiada através da relação e a outra espécie é indiferente (+0). 
Nesse caso, a espécie beneficiada é a bromélia, que, ao ficar no topo das árvores, consegue 
captar luz, água e nutrientes com mais facilidade e sem prejudicar as árvores. Para captar 
água, as bromélias utilizam as suas folhas, que se apresentam em um formato que possibilita 
a acumulação de água.
Alternativa C
28
estRutuRa conceitual
Harmônicas Desarmônicas
RELAÇÕES 
ECOLÓGICAS
Interespecíficas
 § Predação (+-)
 § Parasitismo (+-)
 § Esclavagismo (+-)
 § Competição (--)
 § Amensalismo (ø-)
Intraespecíficas
 § Canibalismo (+-)
 § Competição (--)
Intraespecíficas
 § Sociedade (++)
Não unidos anatomicamente
 § Colônia (++)
Unidos anatomicamente
Interespecíficas
 § Protocooperação (++)
Não obrigatória
 § Mutualismo(++)
Obrigatória
 § Comensalismo (+ø)
 § Inquilinismo (+ø)
©
 Ar
th
im
ed
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tte
rs
to
ck
15 16
C
BIOLOGIA
N
Dinâmica populacional e 
sucessão ecológica
Competência
1
Habilidade
4
Competência 1 – Compreender as ciências naturais e as tecnologias a elas associadas como construções humanas, percebendo seus papéis nos 
processos de produção e no desenvolvimento econômico e social da humanidade.
H1 Reconhecer características ou propriedades de fenômenos ondulatórios ou oscilatórios, relacionando-os a seus usos em diferentes contextos.
H2 Associar a solução de problemas de comunicação, transporte, saúde ou outro, com o correspondente desenvolvimento científico e tecnológico. 
H3 Confrontar interpretações científicas com interpretações baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em diferentes culturas.
H4
Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável 
da biodiversidade.
Competência 2 – Identificar a presença e aplicar as tecnologias associadas às ciências naturais em diferentes contextos.
H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos elétricos de uso cotidiano.
H6 Relacionar informações para compreender manuais de instalação ou utilização de aparelhos, ou sistemas tecnológicos de uso comum.
H7
Selecionar testes de controle, parâmetros ou critériospara a comparação de materiais e produtos, tendo em vista a defesa do consumidor, a saúde do 
trabalhador ou a qualidade de vida.
Competência 3 – Associar intervenções que resultam em degradação ou conservação ambiental a processos produtivos e sociais e a instrumen-
tos ou ações científico-tecnológicos.
H8
Identificar etapas em processos de obtenção, transformação, utilização ou reciclagem de recursos naturais, energéticos ou matérias-primas, considerando 
processos biológicos, químicos ou físicos neles envolvidos.
H9
Compreender a importância dos ciclos biogeoquímicos ou do fluxo de energia para a vida, ou da ação de agentes ou fenômenos que podem causar altera-
ções nesses processos.
H10 Analisar perturbações ambientais, identificando fontes, transporte e(ou) destino dos poluentes ou prevendo efeitos em sistemas naturais, produtivos ou sociais.
H11
Reconhecer benefícios, limitações e aspectos éticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biológicos envolvidos em produtos biotecnoló-
gicos.
H12 Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econômicas, considerando interesses contraditórios.
Competência 4 – Compreender interações entre organismos e ambiente, em particular aquelas relacionadas à saúde humana, relacionando 
conhecimentos científicos, aspectos culturais e características individuais.
H13 Reconhecer mecanismos de transmissão da vida, prevendo ou explicando a manifestação de características dos seres vivos.
H14
Identificar padrões em fenômenos e processos vitais dos organismos, como manutenção do equilíbrio interno, defesa, relações com o ambiente, sexualidade, 
entre outros.
H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenômenos ou processos biológicos em qualquer nível de organização dos sistemas biológicos.
H16 Compreender o papel da evolução na produção de padrões, processos biológicos ou na organização taxonômica dos seres vivos.
Competência 5 – Entender métodos e procedimentos próprios das ciências naturais e aplicá-los em diferentes contextos.
H17
Relacionar informações apresentadas em diferentes formas de linguagem e representação usadas nas ciências físicas, químicas ou biológicas, como texto 
discursivo, gráficos, tabelas, relações matemáticas ou linguagem simbólica.
H18 Relacionar propriedades físicas, químicas ou biológicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnológicos às finalidades a que se destinam.
H19
Avaliar métodos, processos ou procedimentos das ciências naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionar problemas de ordem social, econômica 
ou ambiental.
Competência 6 – Apropriar-se de conhecimentos da física para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H20 Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partículas, substâncias, objetos ou corpos celestes.
H21 Utilizar leis físicas e (ou) químicas para interpretar processos naturais ou tecnológicos inseridos no contexto da termodinâmica e (ou) do eletromagnetismo.
H22
Compreender fenômenos decorrentes da interação entre a radiação e a matéria em suas manifestações em processos naturais ou tecnológicos, ou em suas 
implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais.
H23
Avaliar possibilidades de geração, uso ou transformação de energia em ambientes específicos, considerando implicações éticas, ambientais, sociais e/ou 
econômicas.
Competência 7 – Apropriar-se de conhecimentos da química para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H24 Utilizar códigos e nomenclatura da química para caracterizar materiais, substâncias ou transformações químicas.
H25
Caracterizar materiais ou substâncias, identificando etapas, rendimentos ou implicações biológicas, sociais, econômicas ou ambientais de sua obtenção ou 
produção.
H26
Avaliar implicações sociais, ambientais e/ou econômicas na produção ou no consumo de recursos energéticos ou minerais, identificando transformações 
químicas ou de energia envolvidas nesses processos.
H27 Avaliar propostas de intervenção no meio ambiente aplicando conhecimentos químicos, observando riscos ou benefícios.
Competência 8 – Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situações-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenções científico-
-tecnológicas.
H28
Associar características adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuição em diferentes ambientes, em especial em 
ambientes brasileiros.
H29
Interpretar experimentos ou técnicas que utilizam seres vivos, analisando implicações para o ambiente, a saúde, a produção de alimentos, matérias-primas 
ou produtos industriais.
H30
Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva ou do 
ambiente.
31
Dinâmica populacional
Populações são conjuntos de organismos da mesma espécie que ocupam uma certa área durante algum 
tempo. Portanto, são grupamentos intraespecíficos que podem ser estudados por meio de parâmetros e taxas.
Curvas de crescimento populacional
A: capacidade suporte do meio
B: potencial biótico
C: crescimento real
D: resistência do meio
Curva de crescimento “J“ é uma curva ideal, pois mostra um crescimento contínuo sem interferências 
do ambiente, portanto não representa a realidade. A curva B, no gráfico abaixo, representa o padrão “J” ou expo-
nencial de crescimento. A curva em “J“ representa o potencial biótico (PB) de uma espécie e mostra que, se as 
condições forem ideais, a taxa de crescimento é acelerada e otimizada, fazendo com que o contingente populacio-
nal aumente muito rápido. A resistência do meio ou ambiental altera a inclinação daquela curva, diminuindo-a 
e conferindo-Ihe uma forma bem mais real – “S“ (sigmoide). A curva C, no mesmo gráfico, representa o padrão real 
de crescimento populacional “S“. Observe, ainda, que a área representada por D é a resistência que o ambiente 
impõe ao crescimento populacional ideal. 
A capacidade de suporte, ou o número máximo total de indivíduos de uma população que um ambiente 
consegue tolerar, é determinada por variáveis como as condições climáticas, a disponibilidade de espaço e alimento 
e as relações ecológicas com as demais espécies presentes, o que nos leva à curva em “S”, na qual a taxa de cres-
cimento é mostrada com uma aceleração menor, além de se estabilizar, após algum tempo, em torno de um dado 
valor que pode sofrer pequenas alterações, como visto no gráfico abaixo.
 Explosão
populacional
Morte por falta de alimento
 A população é mantida
em equilíbrio pelos predadores
naturais
Curva em S
e
d
g
c
f
b
a Curva em J
Gerações
Po
pu
la
çã
o
Comparação entre curvas de crescimento J e S, onde crescimento real = potencial biótico – resistência do meio.
No gráfico acima, observa-se a dinâmica das duas curvas representativas do crescimento das populações: 
“S” e “J”. Os habitats fornecem recursos de diversos tipos: água, refúgio, área mínima comportamental e alimento. 
Todos esses recursos podem ser compartilhados dentro de alguns limites que o próprio ambiente determina. A essa 
característica “limitada” do ambiente chamamos de capacidade de suporte: o número de espécies, de indivídu-
os em cada população, os tipos de interações entre os organismos também determinam e caracterizam essa pro-
priedade do ambiente. Quando a capacidade de suporte de um meio é atingida, passamos a falar em resistência 
ambiental, que nada mais é do que a incapacidade de sofrer mais alterações.
32
Resistência do meio (RM)
Resistência do meio se traduz no conjunto de fa-
tores que limitam o crescimento exponencial de uma po-
pulação. Um ambiente, com uma grande capacidade de 
suporte, apresenta limites mais flexíveis e, portanto, uma 
resistência a alterações menor (exemplo: mata tropical); 
enquanto que um ambiente com uma pequena capacida-
de de suporte apresenta limites mais estreitos e, portan-
to,uma resistência a alterações maior (exemplo: deserto). 
Logo, analisando-se um determinado ambiente, podere-
mos dizer, matematicamente, que a resistência do meio é 
inversamente proporcional à capacidade de suporte.
Capacidade de suporte (CS)
A capacidade de suporte de um ambiente pode 
ser entendida como o número máximo de indivíduos a 
que um meio pode manter, considerando fatores como a 
disponibilidade de espaço e alimento. Os ambientes não 
possuem taxas de decomposição ilimitadas, logo, pode ha-
ver matéria orgânica que não está sendo degradada e que, 
portanto, será acumulada, caracterizando um tipo de po-
luição; os ambientes não sustentam quantidades ilimitadas 
de organismos e espécies, logo, estimular superpopulações 
ou introduzir organismos onde estes não ocorrem, desesta-
bilizará as interações locais, podendo causar competições, 
mortes e extinções. Esses foram dois exemplos que mos-
tram que os ambientes apresentam limites que devem ser 
levados em conta, cujo conjunto caracteriza sua capacida-
de de suporte.
Curva de sobrevivência
A taxa de sobreviventes ao longo da vida para cada 
espécie determina a sua curva de sobrevivência, ou seja, em 
que momento do ciclo de vida há mais mortes e em que mo-
mentos há maior adaptação à vida. Existem, basicamente, 
três tipos de curvas, demonstradas no gráfico a seguir. 
CURVA DE SOBREVIVÊNCIA
1,000
100
10
1
0
III
50 100
II
I
Porcentagem de Longevidade
N
úm
er
o 
de
 s
ob
re
vi
ve
nt
es
Curva de sobrevivência
A curva I indica que a mortalidade aumenta 
conforme a idade avançada, típica da espécie huma-
na. A curva II indica que a mortalidade é, praticamente, 
constante ao longo da vida, ou seja, para o indivíduo 
jovem, adulto e idoso. Já a curva III mostra que há maior 
mortalidade no início do ciclo, o que mostra muita vul-
nerabilidade para os indivíduos jovens.
Taxas e parâmetros
O contingente populacional é variável e pode 
sofrer influência de movimentos migratórios. A imigra-
ção (I) consiste na chegada de indivíduos à população, 
enquanto que a emigração (E) consiste na saída de 
indivíduos da população.
O total de nascimentos, em um intervalo de tem-
po, caracteriza a taxa de natalidade (TN), enquanto 
que o total de mortes caracteriza a taxa de mortali-
dade (TM). As expressões, abaixo, mostram as intera-
ções e consequências:
I + TN > E + TM 
O contingente está aumentando; 
logo, há crescimento populacional.
I + TN < E + TM
O contingente está diminuindo; 
logo, a população está decrescendo.
I + TN = E + TM
O contingente tende a ficar constante; 
logo, a população parou de crescer.
Sobre os contingentes populacionais agem os fatores 
abióticos, representados pelo clima, espaço, água e alimen-
to, e os bióticos, representados pela predação, parasitismo e 
competição intraespecífica e interespecífica.
A distribuição populacional é um parâmetro es-
pecialmente importante para as ações de planejamento 
33
tomadas pelo poder público. Geralmente, é apresentada 
na forma de gráficos em pirâmides e envolve basica-
mente três aspectos populacionais: 
 § sexo – mostra os percentuais existentes de ho-
mens e mulheres;
 § etária – mostra os percentuais existentes em 
cada faixa ou grupo etário;
 § espacial – mostra os percentuais e o padrão 
(uniforme, aleatório, agregado) de ocupação.
Um exemplo de gráfico de distribuição popula-
cional encontra-se abaixo:
Exemplos de pirâmides populacionais (sexo–idade)
Porcentagem da população em cada faixa etária
É importante salientar que esses dados, isolada-
mente, fornecem pouca possibilidade de análise, porém, 
quando combinados, permitem grande possibilidade de 
discussão. Um exemplo: “cerca de 70% das mulheres 
urbanas de classe média alta, com mais de 45 anos 
de idade, apresentam osteoporose”, logo, as medidas 
curativas e preventivas, assim como a ação diretiva 
quanto ao planejamento nos anos posteriores, são mais 
fáceis e direcionadas.
Os padrões agregado e aleatório são bastante 
comuns na natureza. Já o padrão uniforme é típico de 
populações cultivadas pelo homem na agricultura. A se-
guir, podemos visualizar esses tipos de padrões:
Exemplos de distribuição espacial de populações.
a sucessão ecológica 
nos ecossistemas
As comunidades (biota ou biocenose) são con-
juntos de populações de espécies diferentes que ocu-
pam um dado local, durante certo intervalo de tempo. 
Portanto, as comunidades podem sofrer mudanças em 
sua composição ao longo do tempo, o que caracteriza a 
sucessão ecológica. Durante a sucessão, comunida-
des vão se sucedendo e alterando, significativamente, o 
ambiente físico. A comunidade que primeiro se estabe-
lece no ambiente é a ecese ou comunidade pionei-
ra; os estágios sucessionais seguintes são chamados de 
seres; e, finalmente, a comunidade que se estabelece 
ao final é chamada de comunidade clímax, sendo 
autossuficiente e homeostática. Ao longo do processo 
sucessional, aumentam o número de espécies, habitats, 
biomassa e interações.
Fases de uma sucessão ecológica
Ao analisarmos a produtividade, observaremos 
que a PPB e a taxa de respiração aumentam, mas a PPL 
tende a zero, visto que PPB – RC = PPL. Concluindo, 
uma comunidade clímax se mantém, porém, não tem 
altas taxas de crescimento, o que quer dizer que não 
sobra grandes quantidades, em volume, de matéria or-
gânica ou mesmo de oxigênio. 
São exemplos de comunidades climáxicas a 
Amazônia, a Mata Atlântica e os cerrados. Logo, ne-
nhum ecossistema climáxico e florestal, como a Amazô-
nia, pode ser o responsável pelo oxigênio atmosférico, 
o que é responsabilidade do fitoplâncton marinho, 
em pelo menos 70% do total. As grandes e extensas 
florestas são importantes na regularização das condi-
ções climáticas, e não na oxigenação do Planeta. Veja, a 
seguir, o esquema de uma comunidade climáxica.
34
Variação de produtividade, biomassa e biodiversidade nos diferentes estágios de sucessão ecológica
Estágio Produtividade Bruta Produtividade Líquida Biomassa Biodiversidade
ecese pequena alta pequena pequena 
seres aumenta diminui aumenta aumenta 
clímax alta pequena alta alta 
Mata primária em estágio clímaxMata primária em estágio clímax
As figuras, a seguir, ilustram o histórico de uma área 
originalmente ocupada por um ecossistema florestal que 
foi desmatada, dando origem a campos de cultura. Note 
que o solo superficial é todo alterado e impactado pelo uso 
de arados e outros implementos agrícolas. Essa situação 
destruirá quase que completamente o banco de sementes 
local, o que limita muito a regeneração da floresta.
Campos cultivados
Esse conjunto de acontecimentos, que pode ser se-
guido pelas figuras, expressa o processo de sucessão eco-
lógica, que começa a ocorrer a partir do momento em que 
os campos de cultura são abandonados. Com o solo exposto, 
teremos condições microclimáticas muito típicas, como alta 
incidência solar, ventos intensos e pouca retenção de umida-
de, devido a elevadas taxas de evapotranspiração.
Com essa pressão seletiva, apenas algumas pou-
cas espécies, que ainda têm sementes no local, são fa-
vorecidas, caracterizando a comunidade pioneira ou 
ecese, que é constituída de espécies resistentes a con-
dições ambientais estressantes. A partir desse momento, 
as condições microclimáticas vão sendo alteradas pela 
biota presente e a umidade aumenta, o sombreamento 
também e a intensidade dos ventos diminui.
Abandono dos campos de culturaAbandono dos campos de cultura: inicia-se uma sucessão ecológica 
secundária
Note que as condições ambientais mudaram por 
causa da ocupação pioneira e este “novo ambiente” fa-
vorecerá um novo conjunto de espécies, o que determi-
nará a mudança gradativa na composição de espécies do 
ambiente. Está ocorrendo a substituição das comunida-
des e estes estágios intermediários chamamos de seres.
 Estágio
 sucessional
 adiantado
Abaixo, segue um exemplo de sucessão ecológica 
em um lago que dá origem a umecossistema terrestre:
Fitoplâncton
Fitoplâncton mortos
+ microorganismo
protozoários e
larvas de díptera
Plantas aquáticas �utuantes
+ hidras, sapos e insetos
Charco ou pântano
Lagoa temporária
Plantas submersas sofrem sombreamentos
Vegetais enraizados + microcrustáceos e larvas de insetos
Colonização por espécies terrestres
Sucessão ecológica que transforma um ambiente 
aquático em um ambiente terrestre.
35
A sequência de seres que constituem a sucessão primária de uma área rochosa ou de um solo desnudo 
pode ser a seguinte:
liquens > bactérias > briófitas > gramíneas > samambaias > sequência de arbustos > arvoretas > árvores maiores
Ao longo da sucessão, teremos aumento do número de espécies, de simbioses, de biomassa, de habitats, de 
produtividade primária bruta e da taxa de respiração. Como consequência destes dois últimos aspectos, a produ-
tividade primária líquida vai diminuindo e tende a zero. A mata que surge, após a sucessão, será tão semelhante à 
original quanto menor o impacto sofrido, ou seja, uma área com poucos anos de cultivo permite uma regeneração 
muito melhor do que uma área com muitos anos de cultivo. Portanto, a sucessão nem sempre recupera a formação 
original, porém alcançará uma composição de espécies e uma estrutura máxima para as atuais condições.
Pioneira Sere(s) Climax
Variações nos parâmetros ambientais, durante uma sucessão ecológica.
Veja na figura a seguir, outro exemplo de sucessão. O amadurecimento de lagos de reservatórios em usinas 
hidroelétricas. Os lagos recém-formados recebem matéria orgânica, que favorece decompositores e fitoplâncton, 
que permitirão a manutenção de zooplâncton e de peixes que, agora, podem ser jogados no lago.
Ao se apresentarem condições favoráveis ao desenvolvimento da vida, 
lagos de reservatórios em usinas hidrelétricas se tornam palco 
da sucessão ecológica.
Sucessões primária e secundária
Fala-se que o processo sucessivo é primário quando ocorre em substratos (solo, rocha, água ou o corpo de 
um ser vivo) não previamente ocupados por organismos. Exemplos: afloramentos rochosos, exposição de camadas 
profundas de solo, depósitos de areia, lava vulcânica recém-solidificada.
O processo é considerado secundário quando os referidos substratos já foram anteriormente ocupados por 
uma comunidade e, consequentemente, contêm matéria orgânica viva ou morta (detritos, propágulos). Exemplos: 
clareiras, áreas desmatadas, fundos expostos de corpos de água.
Desse modo, qualquer regeneração ou recuperação de área degradada é exemplo de sucessão secundária, 
enquanto o estabelecimento de mata amazônica, na região Norte do Brasil, há cerca de 10 mil anos, num período 
de glaciação, que diminuiu o nível dos mares e oceanos rasos da localidade é um exemplo de sucessão primária.
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INTERATIVIAA DADE
36
Tendências ao longo do processo de sucessão primária
ATRIBUTOS DO ECOSSISTEMA EM DESENVOLVIMENTO CLÍMAX
Condições Ambientais variável e imprevisível constante ou previsivelmente variável
POPULAÇÕES
Mecanismos de determinação 
de tamanho populacional
abióticos, independentes de densidade bióticos, dependentes de densidade
Tamanho do indivíduo pequeno grande
Ciclo de vida curto/simples longo/complexo
Crescimento rápido, alta mortalidade lento, maior capacidade de so-brevivência competitiva
Produção quantidade qualidade
Flutuações + pronunciadas – pronunciadas
ESTRUTURA DA COMUNIDADE
Estratificação 
(heterogeneidade espacial)
pouca muita
Diversidade de espécies (riqueza) baixa alta
Diversidade de espécies 
(equitatividade)
baixa alta
Diversidade bioquímica baixa alta
Matéria orgânica total pouca muita
ATRIBUTOS DO ECOSSISTEMA EM DESENVOLVIMENTO CLÍMAX
ENERGÉTICA DA COMUNIDADE
PPB/R > 1 = 1
PPB/Biomassa alta baixa
PPL alta baixa
Cadeia alimentar linear (simples) em rede (complexa)
NUTRIENTES
Ciclo de minerais aberto fechado
Nutrientes inorgânicos extrabióticos intrabióticos
Troca de nutrientes entre 
organismos e ambiente
rápida lenta
Papel dos detritos na 
regeneração de nutrientes
não importante importante
POSSIBILIDADE DE 
EXPLORAÇÃO PELO HOMEM
Produção potencial alta baixa
Capacidade de resistir à exploração grande pequena
(Odum 1971; Margalef 1968)
Vídeo
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INTERATIVIAA DADE
Fonte: Youtube
Sucessão
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38
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos maiores desafios do homem na atualidade é usar de forma equilibrada os recursos naturais. A in-
teração do homem com o meio é complexa e, muitas vezes, leva à degradação ambiental e ao comprometimento 
da vida futura. A crescente conscientização dos indivíduos para a necessidade de conservação e restauração dos 
recursos naturais iniciou muitos projetos de restauração de ecossistemas devastados pela atividade antrópica. 
Utilizando dados fitossociológicos (estudo de comunidades vegetais) e o conceito de sucessão, pode-se restaurar 
processos ecológicos fundamentais na reconstrução de uma comunidade funcional com alta diversidade e recons-
truir um ecossistema, o mais próximo possível do degradado.
INTERDISCIPLINARIDADE
Por meio de fórmulas matemáticas, como a densidade populacional (número de indivíduos por área) ou 
a taxa de crescimento de uma população (variação do número de indivíduos por variação de tempo), pode-se 
identificar se a população cresce ou não e elucidar a dinâmica dentro dessa população, assim, estimando possíveis 
tendências de crescimento.
39
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Habilidade 4 – Avaliar propostas de intervenção no ambiente, considerando a qualidade da 
vida humana ou medidas de conservação, recuperação ou utilização sustentável da biodiversidade.
A questão trata da introdução de espécies exóticas nos ecossistemas. Essa é uma ativi-
dade antrópica comum, utilizada para fins alimentares, práticas de caça ou, às vezes, até 
sem intenção. Todas essas maneiras de introdução de espécies exóticas podem gerar 
danos ambientais graves.
moDelo
(Enem) Há quatro séculos alguns animais domésticos foram introduzidos na ilha da Trindade 
como “reserva de alimento”. Porcos e cabras soltos davam boa carne aos navegantes de passagem, 
cansados de tanto peixe no cardápio. Entretanto, as cabras consumiram toda a vegetação rasteira e 
ainda comeram a casca dos arbustos sobreviventes. Os porcos revolveram raízes e a terra na busca 
de semente. Depois de consumir todo o verde, de volta ao estado selvagem, os porcos passaram a 
devorar qualquer coisa: ovos de tartarugas, de aves marinhas, caranguejos e até cabritos pequenos.
Com base nos fatos acima, pode-se afirmar que:
a) a introdução desses animais domésticos trouxe, com o passar dos anos, o equilíbrio ecológico.
b) o ecossistema da ilha da Trindade foi alterado, pois não houve uma interação equilibrada entre os 
seres vivos.
c) a principal alteração do ecossistema foi a presença dos homens, pois animais nunca geram desequilí-
brios no ecossistema.
d) o desequilíbrio só apareceu quando os porcos começaram a comer os cabritos pequenos.
e) o aumento da biodiversidade, a longo prazo, foi favorecido pela introdução de mais dois tipos de ani-
mais na ilha.
40
análise expositiva
Habilidade 4
A introdução de uma espécie exótica é um fenômeno prejudicial ao meio ambiente. Geral-
mente, essa espécie utiliza os recursos do ecossistema em que foi inserido e aumenta a sua 
população de maneira exponencial, uma vez que não possuem predadores naturais que nos 
ecossistemas atuam em equilíbrio controlando o tamanho populacional. Portanto, as espé-
cies nativas possuem um equilíbrio ecológico já estabelecido entre si. Porém, quando uma 
espécie exótica, nesse caso porcos e cabras, é introduzida, o ecossistema é alterado gerando 
desequilíbrio ecológico.
Alternativa B
estrutura conceitual
(A) Capacidade de suporte (CS)
(B) Potencial biótico (PB)
(C) Crescimento real (CR)
(D) Resistência do meio (RM)
Primária 
Ocupação de 
ambientes 
estéreis
Secundária 
Ocupação de 
ambientes 
que sofreram 
alterações 
ambientais 
drásticas
Ecese Espécies pioneiras

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