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ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) SÃO PAULO 2022 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA (APS) Lorena de Oliveira Serpa R.A: 3870423 Trabalho apresentado à Faculdades Metropolitanas Unidas para aquisição de média sob orientação do professor FABIO ROMEU CANTON FILHO. SÃO PAULO 2022 ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA- APS (RITOS ESPECIAIS CÍVEIS) Atividade 01. Antonio e Henrique celebraram contrato locação de imóvel em Belém, ficando ajustado o preço de R$ 2.000,00 a ser reajustado anualmente e definido o foro da comarca da capital do Pará para dirimir quaisquer conflitos. De forma abrupta após seis meses do contrato Henrique o locatário recebeu comunicação do locador que o aluguel seria majorado para R$ 2500,00 já no sétimo mês de vigência do contrato, em razão do aumento dos valores locatícios na cidade. Como estava na vigência do contrato Henrique notificou Antonio, manifestando a sua expressa discordância. Na data aprazada para pagamento do aluguel Henrique se dirigiu a residência de Antonio para o pagamento e este recusou o recebimento, argumentando que somente receberia e daria quitação se o pagamento fosse de R$ 2.500,00. Antonio procura você como advogado para buscar solução acerca da questão. (Fonte: FGV Projetos Exame XVII OAB - adaptada) RESPOSTA APS: Conforme o caso em tela, observa-se duas problemáticas, sendo a alteração do valor do contrato de locação de forma indevida e a recusa do recebimento de quitação do pagamento do aluguel pelo locador. No que se refere a forma indevida da alteração do contrato de locação, cabe ressaltar que conforme o contrato celebrado entre ambos, ficou ajustado a locação pelo valor de R$2.000,00 ( dois mil reais), e o reajuste seria realizado anualmente, não obstante, o locador realizou alteração do 6° para o 7° mês, alegando aumento dos valores locatícios na cidade, todavia, comunicou o locatário, relatando o acréscimo do valor em R$500,00 ( quinhentos reais), totalizando R$ 2.500,00 ( dois mil e quinhentos reais), momento em que o locatário manifestou sua discordância, mediante notificação. Ademais, salienta-se que os contratos locatícios são regidos pelos Princípios da Autonomia da vontade das partes e do Pacta Sunt Servanda, ou seja, em outras palavras, pactos devem ser respeitados” ou “acordos devem ser cumpridos. Logo, alterar cláusulas que disciplinam sobre o que foi livremente pactuado no documento locatício, representa uma afronta direta aos referidos princípios O locatário, fica desobrigado ao pagamento de qualquer taxa extra por fator externo ou não acordado em contrato, diante disso, o locador ao cobrar valor extra não justificável, se caracteriza em um contravenção penal, conforme preceitua o art 43, I da LINQ - Lei nº 8.245: Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes. Art. 43. Constitui contravenção penal, punível com prisão simples de cinco dias a seis meses ou multa de três a doze meses do valor do último aluguel atualizado, revertida em favor do locatário: I - exigir, por motivo de locação ou sublocação, quantia ou valor além do aluguel e encargos permitidos; Outrossim, a luz da Lei do In quilino n° 8.241/91, o reajuste do contrato só poderá ocorrer a cada 12 meses. Para que o reajuste seja antecipado faz -se necessário a anuência do locatário, caso não haja esta anuência o reajuste não será valido, no entanto, mediante a narrativa exposta, não houve anuência por parte do locatário. Quanto a segunda contrariedade, onde o locador se recusa a não receber o pagamento, deverá ser arguido Ação de Consignação em Pagamento, diante da recusa do credor, haja vista ser um meio extraordinário de adimplemento da obrigação, podendo ser utilizada quando há recusa do credor https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109755/LINQ-Lei-n-8.245-de-18-de-Outubro-de-1991#art-43 em receber o pagamento, nos termos do art 335, l do Código Civil, conforme os fatos acima aduzidos. Art. 335. A consignação tem lugar: I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; Isto posto, observado os requisitos legais na inicial, bem como a citação do réu e no prazo de 24 (vinte e quatro) horas o autor deverá realizar o depósito judicial, sob pena de extinção. Conforme art 67, l, ll, da Lei do Inquilinato. Desta maneira, após a realização do pagamento da quantia ou coisa devida feita em juízo, deverá ser requerido do juiz a declaração da extinção da obrigação.