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Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida 4. PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO 4.1. PLANEJANDO A PRODUÇÃO 4.1.1. Conceito de Planejamento O planejamento começa pela análise do processo. Várias atividades são realizadas para fazermos uma análise eficaz: Levantamento de fatos Levantamento de dados Elaboração do fluxo do processo Identificação dos itens de controle Elaboração de uma análise de causa e efeito Colocação dos dados sobre os itens de controle Análise dos dados Estabelecimento dos objetivos A partir daí, é possível iniciar a elaboração de procedimentos que garantirão a execução dos processos de forma eficiente e eficaz. Figura 1 - Planejamento é essencial. 4.1.2. O Ciclo PDCA O Ciclo PDCA é uma ferramenta de qualidade que facilita a tomada de decisões visando garantir o alcance das metas necessárias à sobrevivência dos sobrevivência dos estabelecimentos e, embora simples, representa um a estabelecimentos e, embora simples, representa um avanço sem limite, embora simples, representa um avanço sem limite avanço sem limites para o s para o planejamento eficaz. A sigla é formada pelas iniciais: Plan – Planejar – estabelecer os objetivos e processos necessários para fornecer resultados de acordo com os requisitos e políticas pré-determinados. Do – Fazer, executar – implementar as ações necessárias. Check – Checar, verificar – monitorar e medir os processos e produtos em relação às políticas, aos Objetivos Estratégias Metas Ações 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 L u c ra ti v id a d e Produtividade Como alinhar diretrizes da empresa, sistema produtivo, processos, capacidade entre outros fatores a fim de otimizar a produção? Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida objetivos e aos requisitos estabelecidos e relatar os resultados. Act – Agir – executar ações para promover continuamente a melhoria dos processos. Figura 2 - O Ciclo PDCA Observação: O Ciclo PDCA também é conhecido como Ciclo de Deming, devido a Edwards Deming. Porém, o grande idealizador foi Walter Shewhart. 4.2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO INDUSTRIAL É um processo gerencial que diz respeito à formulação de objetivos para a seleção de programas de ação e para a sua execução, levando em contato os aspectos internos e externos da empresa e sua evolução esperada. O PPCP deve caminhar para atingir tais objetivos estipulados pela diretoria. O Planejamento Estratégico Industrial (PEI) é um Sistema Evolutivo. “ É um sistema capaz de aprender com a própria experiência. A tomada de decisão em relação as diferentes configurações será de acordo com a experiência.” Define bem o negócio/empresa no que se refere a: O que produzir? Como produzir? Quando produzir? Quanto produzir? Perspectivas futuras; Posicionamento no mercado; Desempenho do negócio/empresa: Produtividade Receita Imagem 4.2.1. Variáveis do Planejamento Estratégico Industrial Negócio A definição do negócio normalmente possui dois tipos de visão: O que a empresa faz? Se centrada no produto (VISÃO MÍOPE) Em que mercado a organização atua ou pretende atuar? (VISÃO ESTRATÉGICA) Com esta definição é possível começar a enxergar a empresa de maneira holística, ou seja, abrangente. Dessa forma, é possível enxergar o potencial do negócio e até mesmo oportunidades futuras. Cenário/Ambiente SWOT é a sigla dos termos ingleses Strengths (Forças), Weaknesses (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças) que consiste em uma metodologia bastante popular no âmbito empresarial. Em Administração de Empresas, a Análise SWOT é um importante instrumento utilizado para planejamento estratégico que consiste em recolher dados importantes que caracterizam o ambiente interno (forças e fraquezas) e externo (oportunidades e ameaças) da empresa. A Análise SWOT é uma ferramenta utilizada para fazer análise ambiental, sendo a base da gestão e do planejamento estratégico numa empresa ou instituição. Graças à sua simplicidade pode ser utilizada para qualquer tipo de análise de cenário, desde a criação de um blog à gestão de uma multinacional. Este é o exemplo de um sistema simples destinado a posicionar ou verificar a posição estratégica da empresa/instituição no ambiente em questão. A técnica de análise SWOT foi elaborada pelo norte- americano Albert Humphrey, durante o desenvolvimento de um projeto de pesquisa na Universidade de Stanford entre as décadas de 1960 e 1970, usando dados da Fortune 500, uma revista que compõe um ranking das maiores empresas americanas. As informações referidas abaixo devem ser enquadradas nas categorias SWOT para análise do cenário da empresa: Strengths (forças) - vantagens internas da empresa em relação às concorrentes. Ex.: qualidade do produto oferecido, bom serviço prestado ao cliente, solidez financeira, etc. Weaknesses (fraquezas) - desvantagens internas da empresa em relação às concorrentes. Ex.: altos custos de produção, má imagem, instalações desadequadas, marca fraca, etc.; Opportunities (oportunidades) – aspectos externos positivos que podem potenciar a vantagem PLAN DOCHECK ACT Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida competitiva da empresa. Ex.: mudanças nos gostos dos clientes, falência de empresa concorrente, etc.; Threats (ameaças) - aspectos externos negativos que podem por em risco a vantagem competitiva da empresa. Ex.: novos competidores, perda de trabalhadores fundamentais, etc. Missão Constitui o objetivo maior da organização traduzindo a sua razão de ser. A definição da missão estabelece referenciais para o planejamento estratégico. A declaração da missão canaliza os escassos recursos da organização, impedindo que sejam buscadas direções novas e tentadoras sem uma profunda reflexão. O planejamento estratégico prepara a organização para o que está por vir. A elaboração de um plano estratégico aumenta a probabilidade de que, no futuro, a empresa esteja no lugar certo, na hora certa (GRACIOSO, 1997, p.10). Para Gracioso (1991), o planejamento é indispensável num ambiente de turbulências como o atual momento em que vivemos. Exemplo: Tabela 1 - Missão da Coca-Cola REFRESCAR O MUNDO Em corpo, mente e espírito. INSPIRAR MOMENTOS DE OTIMISMO Por meio de nossas marcas e ações. CRIAR VALOR E FAZER A DIFERENÇA Onde estivermos e em tudo o que fizermos. Visão Modelo mental claro de um estado ou situação altamente desejável, de uma realidade futura, considerada possível, derivada da missão e com horizonte de tempo definido para ser alcançada, descrito de forma simples e objetiva, compartilhada por todos os dirigentes e colaboradores da organização. Exemplo: Atuar como base para nosso “Roteiro de Atividades” e orientar todos os aspectos de nosso negócio, descrevendo o que devemos conquistar para continuarmos com um crescimento sustentável e de qualidade. Princípios e Valores Princípios éticos, regulamentação, impactos sociais, ambientais e econômicos. Estão intimamente ligados a imagem da empresa. Sustentabilidade; Segurança; Responsabilidade Social; Qualidade; Objetivos São grandes marcos a serem alcançados para atingir a visão, missão e o negócio da organização, baseados na análise de cenário e nos princípios e valores. São estabelecidos de forma generalizada, sem prazo e responsável. Estratégias São formas cuidadosamente escolhidas para atingir os objetivos, dos quais são derivadas, preferencialmente deverá ser um diferencial, a fim de superar os concorrentes em termos de competitividade.Metas São marcos específicos a serem alcançados para atingir os objetivos baseados nas estratégias. São estabelecidas de forma específica, com prazo e responsável obrigatoriamente. Ações São um conjunto de atividades necessárias para alcançar o cumprimento das metas das quais são derivadas. Uma ferramenta muito usada para a elaboração de um plano de ações é o 5W2H. O 5W2H surgiu como uma ferramenta de gestão que visa facilitar este processo de elaboração de um projeto. Através de um sistema de checklist de fácil entendimento, a ferramenta explora as principais questões que envolvem o processo e garante uma visão controlada e planejada do projeto. Apesar de parecer complicado para quem não conhece, a expressão “5W2H” nada mais é do que uma referência as question words da língua inglesa. Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida Os “5W” referem-se a ”What” (o quê), “When” (quando), “Who” (quem), “Where” (onde) e “Why” (por quê), enquanto “2H” inclui “How” (como) e “How Much” (quanto custa) na expressão. Essas interrogações são as perguntas essenciais para a elaboração do projeto empresarial e, por isso, elas ganham destaque ao utilizar essa ferramenta de gestão. 4.2.2. Níveis de Decisão Figura 3 - Os Níveis de Decisão À medida que os conhecimentos técnicos aumentam, diminuem os conhecimentos gerenciais e vice-versa. Pirâmide Estratégica Figura 4 - Pirâmide do Planejamento conforme os Níveis de Decisão 4.3. PLANEJAMENTO DO PROCESSO 4.3.1. Mapeamento do Fluxo de um Processo Operação (Processamento) Qualquer transformação realizada sobre o material pode ser vista como um processamento ou operação. Normalmente ocorrem transformações físicas, químicas ou biológicas agregando valor ao produto. Figura 5 – Torneamento de uma peça de madeira em uma marcenaria Transporte Movimentação de materiais ou produtos, ou seja, mudança em suas posições. Manter os postos de trabalho próximos e uma sequência lógica adequada reduz transportes desnecessários, uma vez que tal atividade não agrega valor. Figura 6 – Empilhadeira organizando itens de forma palletizada Inspeção Verificação da qualidade ou do padrão de produção de um produto após um processo. Importante para o controle da produção/qualidade e pode ocorrer por meio de observação, instrumentos de medição, sensores e ensaios (destrutivos ou não- destrutivos). • Alta Gerência, Diretoria e Presidência (Global) Nível Estratégico • Coordenadores e Gerentes (Regional) Nível Tático • Operadores, Técnicos e Supervisores (Local) Nível Operacional Nível Estratégico Nível Tático Nível Operacional Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida Figura 7 – Aferição de perfil metálico. Inspeção da qualidade do produto. Espera Período de tempo que não ocorre processamento, transporte ou inspeção. É um tipo de tempo perdido devido a ineficiências do sistema ou casos excepcionais, sendo assim, problema mais sério relacionado a não agregação de valor ao produto. Figura 8 – Filas de espera, perda de tempo. Armazenagem Material é colocado em local previamente definido para a estocagem dos materiais. Pode ser o armazenamento de insumos de produção, estoques intermediários de produtos semiacabados e/ou estoques finais de produtos acabados. Figura 9 – Exemplo de estoque palletizado. Desta forma, pode-se analisar o fluxo de forma simples fazendo uso de diagramas utilizando a simbologia corretamente. Tabela 2 - Carta de Fluxo de Processos - Simples Ferramenta de Gestão Processo Operação Transporte Inspeção Espera Armaz 1 2 3 4 5 4.3.2. Mapeamento de Processos Para “mapear o processo”, é necessário responder as seguintes perguntas: 1. Quanto ao ciclo produtivo, a produção é Contínua ou Discreta? 2. Quanto ao planejamento, a produção é Puxada (pull) ou Empurrada (push)? 3. Quanto ao produto obtido no fim do processo, são Bens ou Serviços? 4. Quanto aos bens, estes são Padronizados, Customizados ou Personalizados? 5. Quanto aos serviços, estes são Profissionais, em Massa ou Loja de Serviços (customizado)? 6. Quanto ao processo produtivo em si, o mesmo é em Linha, em Lote ou é um Projeto? 7. Quais são os Processos/Etapas de Fabricação? 8. Qual é o Layout do arranjo físico do processo? Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida 4.4. PLANEJAMENTO AGREGADO O planejamento agregado visa compatibilizar os recursos produtivos da empresa com demanda agregada, no médio prazo, isto é, com um horizonte de 5 a 18 meses, aproximadamente. Nessa compatibilização, a empresa define uma estratégia de operações, que pode adequar os recursos necessários ao atendimento da demanda, ou atuar na demanda a fim de que recursos disponíveis possam atendê-la. A empresa pode optar também por uma estratégia de operações mista, isto é, atuar tanto nos recursos quanto na demanda. Para a análise usa-se a seguinte equação: DPEIEF (1) onde: EF – Estoque Final do referente mês EI – Estoque Inicial do referente mês P – Produção mensal D – Demanda (vendas) do referente mês 4.4.1. Planejamento Agregado por Estoques Absorventes Metodologia Para uma determinada demanda, faça: 1. Um plano agregado considerando o estoque inicial nulo; 2. Use o menor valor (mais negativo) obtido entre todos os valores de estoque final; 3. Refaça um novo plano agregado, adotando tal valor (positivo) como estoque inicial; 4. Tal valor será absorvido pelas variações de estoque Exemplo Considerações: Produção anual de 7776 unidades; 648 unidades/mês; Evitar níveis negativos de estoque (escassez); Tabela 3 - Análise Inicial para Estoques Absorventes MÊS EI P D EF JAN 0 648 750 -102 FEV -102 648 650 -104 MAR -104 648 640 -96 ABR -96 648 590 -38 MAI -38 648 540 70 JUN 70 648 450 268 JUL 268 648 420 496 AGO 496 648 530 614 SET 614 648 600 662 OUT 662 648 790 520 NOV 520 648 860 308 DEZ 308 648 956 0 7776 7776 O valor “mais negativo”, ou seja, a maior falta de estoque deve ser absorvida, por isso coloca-se o valor de 104 no estoque inicial em janeiro. Tabela 4 - Análise Final dos Estoques Absorventes MÊS EI P D EF EM JAN 104 648 750 2 53 FEV 2 648 650 0 1 MAR 0 648 640 8 4 ABR 8 648 590 66 37 MAI 66 648 540 174 120 JUN 174 648 450 372 273 JUL 372 648 420 600 486 AGO 600 648 530 718 659 SET 718 648 600 766 742 OUT 766 648 790 624 695 NOV 624 648 860 412 518 DEZ 412 648 956 104 258 P T 7776 EM T 320,5 Observação: Como pode ser observado, exatamente no mês em que se obteve a maior falta de estoque, apareceu o valor “0” no estoque, ilustrando assim o processo de absorção. 4.4.2. Planejamento Agregado com Subcontratações Metodologia 1. Considerar o estoque inicial nulo; 2. Deve-se subcontratar (terceirizar), exatamente o valor necessário para evitar o déficit no estoque. Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida Exemplo: Tabela 5 - Análise para Subcontratações MÊS EI P D SUB EF EM JAN 0 648 750 102 0 0 FEV 0 648 650 2 0 0 MAR 0 648 640 0 8 4 ABR 8 648 590 0 66 37 MAI 66 648 540 0 174 120 JUN 174 648 450 0 372 273 JUL 372 648 420 0 600 486 AGO 600 648 530 0 718 659 SET 718 648 600 0 766 742 OUT 766 648 790 0 624 695 NOV 624 648 860 0 412 518 DEZ 412 648 956 0 104 258 P T 7776 EM T 316 4.4.3. Planejamento Agregado para Estoques Pré- Determinados Metodologia 1. Conhecer o nível do estoque inicial para o primeiro mês e o nível do estoque final para o último mês; 2.Determinar a Necessidade de Produção (NP)n para o período n; 3. Determinar a Produção por Unidade de Tempo (P)n ; 4. Aplicar o estoque inicial conhecido. Determinação do Nível de Produção A princípio, é necessário determinar a necessidade de produção para o período em análise: nnnn EIEFDNP (2) onde: NPn – Necessidade de Produção Dn – Demanda Total do Período EFn – Estoque Final ao Término do Período EIn – Estoque Inicial Tendo em mãos a necessidade de produção, calcula- se a produção para cada subdivisão do período, com por exemplo, os meses de um ano. n NP P nn (3) onde: Pn – Produção para cada subdivisão do período n – Número de subdivisões do período. Exemplo Considerações: Para um ano; 100 unidades de estoque inicial no mês de janeiro; 148 unidades de estoque final no mês de dezembro; 7776 unidades/ano 7824NP1001487776NP nn A necessidade líquida de produção é de 7824 unidades. 652P 12 7824 P nn A produção mensal é de 652 unidades. A partir daí, elabora-se o planejamento agregado. Tabela 6 - Análise para Estoques Pré-Determinados MÊS EI P D EF EM JAN 100 652 750 2 51 FEV 2 652 650 4 3 MAR 4 652 640 16 10 ABR 16 652 590 78 47 MAI 78 652 540 190 134 JUN 190 652 450 392 291 JUL 392 652 420 624 508 AGO 624 652 530 746 685 SET 746 652 600 798 772 OUT 798 652 790 660 729 NOV 660 652 860 452 556 DEZ 452 652 956 148 300 P T 7824 EM T 340,5 4.4.4. Comparação entre os Métodos A fim de comparar os métodos, basta calcular os custos. Para os exemplos anteriores, considere que: Custo de Estoque: R$ 4,00/unid.mês Custo de Subcontratação: R$ 21,00/unid.mês Planejamento Agregado para Estoques Absorventes Custo Total de Estoques = R$ 15.384,00 Planejamento Agregado para Subcontratações Custo Total de Estoques = R$ 15.168,00 Custo Total de Subcontratação = R$ 2.184,00 Custo Total = R$ 17.352,00 Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida Planejamento Agregado para Estoques Pré- Determinados Custo Total de Estoques = R$ 16.344,00 QUAL A MELHOR ESTRATÉGIA? 4.5. PLANO DE PRODUÇÃO 4.5.1. Entradas de um Plano de Produção Figura 10 – Processo de Planejamento da Produção Informações de Entrada de um PP Demanda Confirmada ou Programada: a demanda confirmada se refere a produtos que já foram encomendados e/ou já possuem destino certo, enquanto a demanda programada se refere a demanda prevista. Observação: Importante considerar sempre o maior valor para o período. Capacidade Produtiva: muito importante para a tomada de decisões, pois uma vez definida a capacidade efetiva em horas normais, pode-se avaliar quando se pode fazer horas extras, subcontratações para planejamentos de curto e médio prazo e até mesmo a admissão e demissão de funcionários para planejamentos a longo prazo. Níveis de Estoque: os níveis de estoque são importantíssimos pois está intimamente ligado a estratégia de produção (puxada ou empurrada). Em casos mais específicos, é possível considerar vários parâmetros de estoques como Estoque de Segurança (ES), Ponto de Ressuprimento (PR), Estoque Máximo (Emáx) entre outros. Custos de Produção: todo produto possui um custo de produção, porém quando se fabrica em turno extra, o custo aumenta devido a vários fatores como aumento no custo da mão de obra, da energia elétrica em horários de pico. A subcontratação, refere-se a “terceirização” de parte da produção, onde a empresa assume um custo relacionado a tal manobra. Custos de Estoque: como cada período possui um Estoque Inicial (EI) e um Estoque Final (EF). O custo de estoque deve ser calculado com base no Estoque Médio (Em). Os atrasos ocorrem quando não é possível entregar o produto no período marcado e isso acarreta em multa e compensação de produção posteriormente. O Plano de Produção (PP) antes do Plano-Mestre de Produção pode ser visto da seguinte forma: Tabela 7 – Modelo Base para Plano de Produção PERÍODO 1 2 3 TOTAL DEMANDA Demanda Prevista Demanda Confirmada PRODUÇÃO Turno Normal Turno Extra Subcontratação Admissão/Demissão Produção - Demanda ESTOQUES Inicial Final Médio Atraso CUSTOS Turno Normal Turno Extra Subcontratação Admissão/Demissão Estoques Atrasos TOTAL Cálculos dos Níveis de Produção e Estoque Produção = Turno Normal + Turno Extra + Subcontratação (4) Observação: Quando ocorre admissão ou demissão, há custos referentes a esta ação apenas no período em que ocorre. Como efeito, a capacidade produtiva em horas normais pode ser aumentada em caráter permanente (admissão) ou diminuída em caráter permanente (demissão). Estoque Inicial = Estoque Final do Período Anterior Estoque Final = Estoque Inicial + (Produção - Demanda) (5) Processo Outputs Plano Agregado de Produção Plano- Mestre de Produção Capacidade Estoque Demanda Ordens de Compra e Ordens de Produção Inputs Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida Estoque Inicial + Estoque Final Estoque Médio = 2 (6) Cálculo dos Custos Para o cálculo dos custos deve-se conhecer os custos unitários mensais ou semanais (por unidade produzida). São respectivamente: Custo de Produção Normal [R$/unidade.mês] Custo de Produção Extra [R$/unidade.mês] Custo de Subcontratação [R$/unidade.mês] Custo de Admissão [R$/homem.hora] Custo de Demissão [R$/homem.hora] Custo de Estoque (Armazenagem) [R$/unidade.mês] Custo de Atraso [R$/unidade.mês] Para mais de detalhes ... Exemplo de Plano de Produção (PP) Custos Unitários de Produção: Horas Normais – R$ 10,00/unid. Horas Extras – R$ 15,00/unid. Subcontratações – R$ 18,00/unid. Custos Unitários de Estoque: Custo Médio – R$ 5,00/unid. Atrasos – R$ 12,00/unid. Considerando um nível de produção fixo em 300 unidades. Tabela 8 – Exemplo de Plano de Produção (Proposta 1) PERÍODO JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL Demanda 200 200 300 300 400 400 1800 Produção Normal 300 300 300 300 300 300 1800 Hora Extra - - - - - - 0 Subcont. - - - - - - 0 Produção -Demanda 100 100 0 0 -100 -100 0 Estoques Inicial 0 100 200 200 200 100 800 Final 100 200 200 200 100 0 800 Médio 50 150 200 200 150 50 800 Atrasos - - - - - - 0 Custos de Produção Normal R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 18000 Hora Extra Subcontratações Estoques R$ 250 R$ 750 R$ 1000 R$ 1000 R$ 750 R$ 250 R$ 4000 Atrasos Total R$ 3250 R$ 3750 R$ 4000 R$ 4000 R$ 3750 R$ 3250 R$ 22000 Considerando uma estratégia com estoques nulos e lote máximo de 300 unidades em horas normais e 100 unidades em horas extras. Tabela 9 – Exemplo de Plano de Produção (Proposta 2) PERÍODO JAN FEV MAR ABR MAI JUN TOTAL Demanda 200 200 300 300 400 400 1800 Produção Normal 200 200 300 300 300 300 1600 Hora Extra - - - - 100 100 200 Subcont. - - - - - - 0 Produção -Demanda 0 0 0 0 0 0 0 Estoques Inicial 0 0 0 0 0 0 0 Final 0 0 0 0 0 0 0 Médio 0 0 0 0 0 0 0 Atrasos - - - - - - 0 Custos de Produção Normal R$ 2000 R$ 2000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 16000 Hora Extra R$ 1500 R$ 1500 R$ 3000 Subcontratações Estoques Atrasos Total R$ 2000 R$ 2000 R$ 3000 R$ 3000 R$ 4500 R$ 4500 R$ 19000 Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida 4.5.2. Estratégias para a Implementação de um Plano de Produção Figura 11 – Etapas do Planejamento da Produção 1. Compreender o Planejamento Estratégico (PE) da Empresa – objetivos, estratégias, metas e ações. 2. Conhecer a Capacidade do Processo Produtivo– capacidade instalada, disponível e efetiva e possíveis estratégias de gestão. 3. Elaborar o Planejamento Agregado (PA) – agregar informações relativas a estoque, demanda e capacidade produtiva. 4. Detalhar o Planejamento Agregado a Nível de Custos Plano de Produção (PP) – com a aplicação dos custos é possível escolher a melhor opção entre as propostas. 5. Elaborar o Plano-Mestre de Produção – transformar as informações em “Ordens de Produção (OP)” e “Ordens de Compra (OC)” para o Produto Final. 6. Elaborar o Planejamento dos Recursos de Manufatura – OP e OC para cada SSC (Sistema, Subsistema e Componente) do produto final. Funcionamento Bens X Serviços A fim de planejar a produção, faz-se necessário seguir o seguinte diagrama de blocos: Figura 12 - Funcionamento de um Plano de Produção Bens x Serviços 4.6. BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS [1] MARTINS, P.G. e LAUGENI, F.P. Administração da Produção. 2ª Edição. Editora Saraiva. 2005 [2] SLACK, N.; CHAMBERS, e JOHNSTON, . Administração da Produção. São Paulo. Atlas. 1997 [3] CAON, M. e CORRÊA, H.L. Gestão de Serviços: Lucratividade por Meio de Operações e de Satisfação de Clientes. 1ª Edição. Editora Atlas, 2002. [4] GAITHER, G.; FRAZIER, G.Administração da Produção e Operações. 8ª Edição. São Paulo: Editora Cengage Learning, 2002 [5] TUBINO, D.F. Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática. 2ª edição. São Paulo: Atlas: 2009. [6] GRACIOSO, F. Planejamento Estratégico Orientado para o Mercado. 6ª Edição. São Paulo: Atlas, 1997. [7] CRUZ, G.M. Planejamento Estratégico Industrial. Universidade Federal Fluminense. 2010. 45 slides. Planejamento Estratégico (PE) Planejamento da Capacidade (PC) Plano Agregado (PA) Plano de Produção (PP) Plano-Mestre de Produção (PMP) Manufacturing Resources Planning (MRP) Planejamento, Programação e Controle da Produção Profº Túlio de Almeida