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Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-Book 1 - A Formação da Sociedade de Dados 
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
PROTEÇÃO DE DADOS:
VOCÊ ESTÁ PREPARADO?
Essa é uma Coleção de E-books para deixar você informado sobre a 
importância da coleta, análise e tratamento de todo o tipo de dados, 
para todos os setores do negócio, além de deixar você preparado 
para a Lei Geral de Proteção de Dados n.º 13.709 - a LGPD - que se 
aplica a todas as empresas do Brasil.
E-Book 1 - A Formação da 
Sociedade de Dados
E-Book 2 - Conhecendo a Lei n.º 
13.709 - LGPD e a Dinâmica das 
Novas Regulamentações
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Agora que você já acessou o E-Book 1 - A Formação da Sociedade 
de Dados e já sabe como a coleta, análise e tratamento de dados é 
relevante para todos os setores do negócio, é importante conhecer 
a Lei Geral de Proteção de Dados n.º 13.709, a LGPD, bem como 
a dinâmica das novas regulamentações, quais questões estão em 
aberto e quais os desafios dos pequenos negócios para a adequação.
A lei nº 13.709, ou LGPD, foi 
aprovada em agosto de 2018, 
para entrar em vigor a partir de 
31 de dezembro de 2020, cujas 
sanções, para quem desrespeitar 
as regras, serão aplicadas a partir 
de 1º de agosto de 2021. Como 
vimos, a Lei Geral de Proteção de 
Dados Pessoais foi criada para 
buscar garantir a privacidade dos 
titulares de dados no Brasil, com 
uma melhor segurança no uso e 
tratamento de dados. 
Apesar de inovadora, a LGPD 
não é a primeira lei que trata 
do assunto: o Código de Defesa 
do Consumidor, a Lei de Acesso 
à Informação, o Marco Civil da 
Internet e, até mesmo, a própria 
Constituição Federal possuem 
pequenos textos sobre o 
assunto. O diferencial da nova lei 
é que ela trata especificamente 
da segurança, esclarecendo as 
informações contidas nas leis 
anteriores.
Essa lei tem por objetivo 
padronizar as normas e práticas 
do tratamento das informações e 
promover a proteção aos dados 
pessoais para todos os cidadãos 
que residam no Brasil. Ao fazer 
essa padronização, a LGPD busca 
fornecer uma maior segurança 
tanto para as empresas quanto 
para os consumidores, que 
podem saber com precisão 
quais são as leis aplicáveis, seus 
direitos e deveres.
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Logo de início, a lei define dois conceitos muito importantes, o de 
dados pessoais e o de dados pessoais sensíveis. Independentemente 
do tipo de dado, a LGPD estabelece que todos os dados estão 
sujeitos às mesmas leis, estando eles em meio físico ou digital. 
Além disso, segundo a LGPD, o local onde o tratamento dos dados 
acontece não importa. Se as pessoas afetadas estão em território 
brasileiro, a lei se aplica.
De olho nos conceitos: tipos de 
dados
Um dado pessoal é, basicamente, 
qualquer informação de uma pessoa 
que permita sua identificação, como, 
por exemplo, seu nome, foto ou 
mesmo data e local de nascimento. 
Já os dados pessoais sensíveis são 
informações relativas à origem 
racial ou étnica, convicção religiosa, 
opinião política, filiação a sindicato 
ou organização, saúde, vida sexual 
ou dado genético ou biométrico. 
A lei ainda dispõe sobre o dado 
anonimizado, que é o dado que já 
foi pessoal, mas que foi tratado de 
alguma forma que tornou impossível 
descobrir de qual pessoa ele é, ou 
seja, quem é o seu titular.
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Um dos principais elementos defendidos pela LGPD é o 
consentimento, ou seja, a manifestação livre pela qual o titular 
permite o uso dos dados. Isso quer dizer que, se a pessoa não 
consentir, os seus dados não podem ser usados de forma alguma 
pela empresa. Existem, porém, algumas exceções a essa regra.
A lei permite tratar dados sem o consentimento se isso for 
indispensável para, por exemplo, cumprir uma obrigação legal, 
preservar a vida e a integridade física de uma pessoa ou prevenir 
fraudes contra o titular.
Fundamentos da LGPD
O artigo 2º da lei 13.709 decreta os fundamentos gerais da proteção 
de dados. São eles:
I – O respeito à privacidade;
II – A autodeterminação informativa, que é o direito do 
cidadão ao controle e à proteção de seus dados pessoais;
III – A liberdade de expressão, de informação, de 
comunicação e de opinião, que são direitos previstos na 
Constituição brasileira;
IV – A inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;
V – O desenvolvimento econômico e tecnológico e a 
inovação, a partir da criação de um cenário de segurança 
jurídica em todo o país;
VI – A livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do 
consumidor, por meio de regras claras e válidas para todo o 
setor privado;
VII – Os direitos humanos, o livre desenvolvimento da 
personalidade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas 
pessoas;
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Como o foco da lei é garantir 
os direitos do cidadão à 
privacidade, liberdade e ao 
controle de seus dados, esses 
são pontos recorrentes em 
seu texto. Toda pessoa pode, 
por exemplo, solicitar que 
seus dados sejam deletados, 
revogar um consentimento 
dado anteriormente e transferir 
dados para um fornecedor de 
serviços diferente daquele para 
quem consentiu o seu uso num 
primeiro momento.
Além disso, o tratamento dos dados 
deve ser feito levandose em conta alguns 
quesitos que precisam ser previamente 
definidos e informados ao cidadão. Ele 
deve ser informado, por exemplo, sobre 
o porquê de estarem usando os seus 
dados, como será feito esse uso e qual 
será a finalidade da organização ao tratar 
as suas informações pessoais. O cidadão 
também deve ser informado sobre quais 
são os seus poderes nesse processo e 
como ele poderá intervir na maneira 
como os seus dados estão sendo 
utilizados, caso ache necessário.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Fiscalização e conscientização
Para garantir que a lei seja cumprida, o governo 
propôs a criação da chamada Autoridade Nacional 
de Proteção de Dados Pessoais (ANPD). Dentre 
outras coisas, a ANPD é responsável por fiscalizar a 
aplicação da LGPD e, caso haja infração, penalizar os 
seus infratores. E não se engane: as penas aplicáveis 
podem ser graves, dependendo do tipo de crime 
cometido. Falhas de segurança, por exemplo, estão 
sujeitas à multas de até 2% do faturamento anual da 
organização, o que pode resultar em um pagamento 
de até R$ 50 milhões por infração! Outras possíveis 
medidas são advertências, publicação da infração 
e eliminação ou bloqueio dos dados pessoais. 
Cabe a ANPD julgar a gravidade da falha e aplicar 
a penalidade de acordo, além de enviar alertas e 
orientações antes da aplicação de tais sanções. Por 
fim, dentre as obrigações da ANPD, está ainda a 
tarefa de orientar preventivamente sobre as normas 
previstas na lei 13.709.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Para reduzir a carga sobre a ANPD relacionada à conscientização 
sobre o trabalho com dados pessoais, a LGPD também estipula que 
as organizações deverão ter seus próprios agentes de tratamento de 
dados. Esses agentes podem assumir três funções distintas:
Controlador
Pessoa responsável pelas decisões 
referentes ao tratamento de dados. O 
controlador também é o responsável 
por redigir os chamados “relatórios de 
impacto à proteção de dados pessoais”, 
que compilam todos os processos de 
tratamentos de dados que podem gerar 
riscos.
Operador
Pessoa responsável pela execução das 
atividades definidas pelo controlador.
EncarregadoPessoa encarregada de gerenciar a 
comunicação entre a empresa, o titular 
e a ANPD.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Além da designação dos agentes, 
as organizações ainda possuem 
mais uma responsabilidade 
importante: administrar os 
riscos e falhas. Isso significa 
que os agentes responsáveis 
devem tomar várias medidas 
de controle e segurança, como: 
redigir normas de governança 
para sua empresa, replicar 
boas práticas e certificações 
existentes no mercado, fazer 
auditorias e resolver incidentes 
com agilidade.
No fim das contas, o que a lei 
mais espera das empresas é a 
boa-fé no tratamento dos dados 
pessoais coletados. Elas devem 
ter plena consciência de seus 
objetivos ao coletar e analisar 
essas informações pessoais, 
garantindo que o uso delas é 
necessário, consentido e não tem 
o potencial de prejudicar o seu 
titular. Em outras palavras, as 
organizações precisam seguir os 
dez princípios estabelecidos pela 
LGPD, que sintetizam claramente 
a conduta esperada.
USO DE DADOS, 
SEGURANÇA E PRIVACIDADE
1. Finalidade: especificar 
e informar explicitamente a 
finalidade ao titular.
2. Adequação: uma vez 
acordada a finalidade, ter 
um tratamento adequado de 
acordo com ela.
3. Necessidade: limitar 
o uso de dados pessoais, 
trabalhando apenas com 
aqueles realmente necessários 
para alcançar a finalidade 
inicial.
4. Livre acesso: garantir que 
as pessoas possam acessar de 
forma fácil e gratuita a forma 
como os seus dados estão 
sendo tratados.
5. Qualidade dos dados: 
manter os dados atualizados, 
exatos, claros, e relevantes 
às necessidades e finalidades 
originais.
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
6. Transparência: garantir 
que as informações dadas aos 
clientes sobre como os seus 
dados estão sendo usadas 
sejam claras e acessíveis.
7. Segurança: usar medidas 
técnicas e administrativas 
para proteger os dados 
pessoais de acidentes ou atos 
ilícitos, como a destruição ou 
a alteração deles.
8. Prevenção: adotar 
medidas para prevenir danos 
ao titular ou outros.
9. Não discriminação: 
não permitir o tratamento 
de dados de forma 
discriminatória, ilícita ou 
abusiva.
10. Responsabilização: o 
agente deve mostrar que 
está tomando as medidas de 
segurança necessárias e que 
elas são efetivas.
Veja Mais
Se tiver interesse ou 
curiosidade, a LGPD está 
disponível integralmente na 
Internet e pode ser acessada 
por qualquer pessoa por meio 
do endereço: http://www.
planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2015-
2018/2018/lei/L13709.htm.
Proteção de Dados: Você está preparado? 
E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Agora que você conhece mais sobre a Lei n.º 13.709 - LGPD, é 
importante que você saiba que essa Lei é válida para todas as 
empresas do Brasil, que devem dar atenção especial à coleta e 
tratamento de dados de seus clientes. Mas, para uma empresa que 
está começando ou que ainda não se adaptou à realidade da lei nº 
13.709, o que exatamente isso significa? Como as empresas podem 
se adaptar para estar em concordância com a LGPD?
Dinâmica das Novas 
Regulamentações: questões 
em aberto e desafios
Adequando sua empresa à LGPD
O processo de adaptação da 
sua empresa não precisa ser 
complicado, mas é necessário 
estar atento a alguns pontos 
importantes.
Para começar, é importante 
mapear quais são os dados 
pessoais tratados em seu 
negócio, analisando onde eles 
estão, como são armazenados 
e quem possui acesso a eles. 
Uma vez que você conheça bem 
os dados que coleta, é hora de 
responder à pergunta: esses 
dados são realmente necessários 
para o funcionamento da minha 
empresa?
Dados pessoais sensíveis exigem 
tratamento diferenciado e, 
por isso, é muito importante 
que você investigue se a sua 
organização coleta dados desse 
tipo.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Após a organização inicial 
dos dados, a empresa deve 
considerar a adoção de ações e 
posturas que contribuam para 
a criação de uma cultura de 
segurança de dados na empresa. 
A seguir, listamos algumas ações 
que a sua empresa deve adotar 
para favorecer a segurança dos 
dados pessoais coletados por ela:
 » Informe ao titular quais 
dados serão coletados, com 
quais objetivos, onde serão 
armazenados e quais direitos 
ele possui;
 » Divulgue, de forma clara e 
atualizada, em algum meio 
acessível, as situações em que 
sua empresa utilizará dados 
pessoais e como esse uso 
acontecerá;
 » Informe e conscientize os 
colaboradores associados 
à sua organização sobre a 
importância de se ter cuidado 
no manejo dos dados;
 » Se for necessário, contrate 
profissionais e tenha um setor 
específico para cuidar dessa 
segurança;
 » Faça bom uso da tecnologia: 
adapte procedimentos e 
formulários impressos e 
mantenha uma base de dados 
simplificada. Com isso, você 
terá uma noção clara da 
quantidade e qualidade dos 
seus dados e pode responder 
às demandas dos clientes com 
agilidade;
 » Esteja preparado para 
eventuais problemas. Crie 
protocolos para saber 
o que fazer em caso de 
vazamento ou tratamento 
indevido dos dados pessoais. 
Essas situações devem ser 
notificas ao titular e à ANPD 
imediatamente;
 » Analise os riscos desses 
acontecimentos e crie 
medidas que minimizem as 
suas consequências;
 » Não transfira dados pessoais 
à outras entidades privadas 
sem o consentimento do 
titular, mesmo que ele já 
tenha consentido ao seu uso 
pela sua organização.
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Se tiver dúvidas em relação a algum
procedimento que envolva o tratamento
de dados pessoais, consulte a legislação ou
autoridades especializadas no assunto!
DICAS E EXEMPLOS: O QUE VOCÊ 
PODE FAZER
Para saber quais medidas tomar para adaptar a sua empresa, você 
precisa avaliar qual o estado atual dela, ou seja, como ela está em 
relação aos princípios e às demandas da LGPD. De todos aqueles 
dez princípios que vimos acima, podemos nos orientar a partir 
de três para pensar nas adaptações: transparência, segurança e 
responsabilização.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Transparência
Os momentos em que se usam dados em pequenas e médias 
empresas nem sempre são claros. Basicamente, em qualquer 
situação em que você precisar de alguma informação dos seus 
clientes – seja nome, CPF, preferências ou hábitos –, precisa 
deixar claro o que é e para que está pedindo. O que a sua 
empresa fará com os dados?
Se a sua empresa tem um 
programa de fidelização que 
pede nome, idade e CPF para 
garantir descontos e ofertas, 
por exemplo, ela precisará 
explicar todas as formas em 
que ele poderá ser usado: ter 
controle da quantidade de 
clientes e identificar o que 
cada um está consumindo são 
alguns possíveis usos. Isso 
vale também para pesquisas 
de satisfação, cadastros em 
promoções, ou qualquer outra 
atividade em que sua empresa 
solicite dados pessoais. Para se 
garantir legalmente, é importante 
ter todos os esclarecimentos 
para o cliente, bem como 
o consentimento dele, por 
escrito. E é aqui que está talvez 
a parte mais complicada da 
transparência: elaborar um 
documento que seja ao mesmo 
tempo simples, curto, fácil de 
entender e completo. Por um 
lado, é importante que todas 
as informações necessárias 
estejam presentes. Por outro, 
de nada adianta ter um contrato 
de 20 páginas cheio de termos 
complicados que nenhum cliente 
vai ler ou entender.
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Transparência
Os momentos em que se usam dados em pequenas e médias
empresas nem sempresão claros. Basicamente, em qualquer 
situação em que você precisar de alguma informação dos seus 
clientes – seja nome, CPF, preferências ou hábitos –, precisa 
deixar claro o que é e para que está pedindo. O que a sua
empresa fará com os dados?
A sua responsabilidade com a 
transparência não termina com o 
consentimento à coleta de dados. 
Enquanto sua empresa ainda tiver 
os dados pessoais de um cliente, ele 
precisa saber que pode, a qualquer 
momento, conferir como estão sendo 
usados e pedir para que sejam retirados 
do seu banco. Tenha uma pessoa 
encarregada de fazer esse contato e 
estabeleça um canal voltado para isso: 
pode ser uma página na Internet, um 
telefone para ligações ou mensagens, 
um espaço físico ou todas essas opções.
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Segurança
Garantir a segurança dos dados de seus clientes significa 
mantê-los íntegros, claros e apenas ao alcance de quem 
tiver sido permitido por eles. Se você tem registros físicos, 
com contratos e termos em papel, a forma de fazer isso é 
guardandoos em locais adequados em que as folhas não 
serão danificadas ou perdidas, num espaço restrito para os 
colaboradores selecionados da sua empresa.
A segurança de dados virtuais 
segue a mesma ideia. É 
preciso armazená-los de forma 
organizada, em computadores 
que estejam em bom estado 
e protegidos por senhas 
conhecidas apenas pelas 
pessoas responsáveis por eles. 
Pode ser interessante restringir 
o acesso dos funcionários 
apenas às informações que 
forem necessárias para que eles 
cumpram suas funções. Como 
regra, quanto menos pessoas 
têm acesso a um banco de dados, 
menor é a chance de ocorrer 
algum vazamento.
Como você pode imaginar, 
quando se trata de dados 
virtuais, existem várias propostas 
da tecnologia da informação (TI) 
que podem ajudá-lo a manter os 
dados protegidos. Conexões de 
Internet seguras e privadas à sua 
organização, por exemplo, são 
fundamentais para evitar que 
qualquer pessoa tenha acesso 
aos dados que ela guarda.
Além disso, também pode ser 
importante estar equipado com 
programas de segurança em seus 
computadores, como antivírus 
e antispywares. Há muitas 
empresas que fornecem esses 
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programas por assinatura a baixo custo, e eles são a melhor forma 
de se proteger contra ataques de hackers e vírus que podem roubar, 
danificar ou eliminar os seus dados.
Existem ainda níveis maiores de proteção que você pode alcançar, 
como usando dados criptografados ou desenvolvendo sistemas 
originais para a sua organização, mas que podem não ser necessários 
dependendo de como for o seu negócio. Se for o caso, consulte 
profissionais da área de TI para saber o que é mais adequado para 
você.
É importante lembrar que 
segurança de dados não é 
só proteção contra possíveis 
ataques virtuais. Evitar a perda ou 
o uso indevido das informações
também faz parte do trabalho. 
Assim, é interessante ter 
uma política de segurança da 
informação na sua organização, 
ou seja, um conjunto de normas e
procedimentos corretos para 
ser compartilhado com seus 
colaboradores. Algumas normas 
básicas podem ser, por exemplo, 
não compartilhar as informações 
com outras pessoas, não usar 
computadores pessoais para
armazenar os dados usados 
pela empresa e sempre garantir 
que os computadores estejam 
propriamente bloqueados após o 
uso.
Além disso, é sempre importante 
criar o hábito de fazer backups 
periódicos dos dados atualizados, 
isto é, fazer uma cópia deles e 
guardá-los em mais de um local,
para que não haja problemas 
caso o computador pare de 
funcionar, por exemplo. Você 
pode armazenar os dados em 
vários computadores e no 
sistema de nuvem, on-line, que 
é tido hoje como a forma mais 
segura de armazenamento.
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Responsabilização
No fim das contas, tudo o que você precisa para se adequar 
à LGPD é ter responsabilidade com os dados pessoais 
que estiver usando. Isso inclui adotar as medidas que 
promovem transparência e segurança que acabamos de 
ver. Também envolve designar responsáveis para lidar com 
cada função diferente, como a comunicação com o público 
ou o desenvolvimento de sistemas de segurança. No geral, 
com organização e planejamento você conseguirá reduzir ao 
mínimo o risco de acontecer qualquer problema.
Mesmo assim, esse risco sempre vai existir. Por isso, é importante 
estar preparado caso algo aconteça, sendo um vazamento, a perda 
ou o mau uso de dados por algum funcionário. O que fazer, então, 
nessas situações? Existem alguns passos que você pode seguir para 
atenuar o impacto de um problema no tratamento de dados:
• Identificação
O primeiro passo é sempre identificar que o problema aconteceu e 
descobrir exatamente qual foi esse problema. Pode parecer óbvio, 
mas vazamentos de dados não costumam ser fáceis de perceber – 
podem levar meses até alguém perceber o ocorrido. Isso requer um
monitoramento constante das movimentações de dados na Internet 
e a opção mais segura para ter mais chances de identificar esse 
problema cedo é contratar uma empresa especializada.
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• Comunicação
A primeira ação a se fazer depois que se descobre um vazamento é 
comunicar a todos os envolvidos. Isso inclui os titulares dos dados, a 
equipe responsável pelo tratamento e as autoridades cabíveis, como 
a ANPD. As pessoas precisam saber qual problema aconteceu com 
seus dados pessoais e o que será feito a respeito.
• Contenção
Trabalhe junto às autoridades e especialistas para evitar que mais 
dados sejam perdidos ou saiam da empresa. Faça varreduras 
na Internet, busque identificar se dados sensíveis estão sendo 
repassados ou vendidos e derrube eles de todos os sites em que 
encontrá-los.
• Educação
Aprenda com as falhas que ocorreram. Entenda quais foram os 
erros e como evitar que aconteçam novamente. É hora de um novo 
trabalho de prevenção.
Como você já deve ter percebido, adequar a sua empresa à LGPD 
o mais rápido possível é extremamente importante, e por vários 
motivos. O mais óbvio deles, talvez, é para evitar problemas com a 
lei e as multas da ANPD, que podem ser astronômicas. Além disso, a 
aplicação da lei permite à empresa criar uma cultura de segurança e 
respeito à privacidade dos dados das pessoas.
Mas, será que é só isso? É possível que você não tenha percebido 
ainda, mas a adequação à LGPD pode ser muito vantajosa para a sua 
organização.
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Ao ficar sabendo da lei, um empreendedor pode encarála
de duas formas. 
A primeira é pensar nela como algo negativo para a 
empresa, que veio para punir e trazer despesas extras ao 
seu orçamento. A segunda é entender que a lei defende 
um sentimento que toda empresa busca passar para o 
seu público: confiança. Assim, empreendedores que tem 
essa segunda perspectiva perceberão que a LGPD, na 
verdade, é uma grande oportunidade para estimular os 
seus negócios.
Com vários incidentes de quebra de privacidade, como o 
caso Facebook, acontecendo recentemente, as pessoas 
têm começado a se conscientizar mais sobre os perigos 
do mal tratamento dos dados. Essa conscientização é 
ainda mais forte quando consideramos a divulgação 
da LGPD, que coloca os titulares dos dados no foco 
principal.
Em resumo, os clientes estão se tornando cada vez mais 
exigentes e não se contentam mais em serem deixados 
no escuro em relação ao que estão fazendo com seus 
dados pessoais. Para as empresas, isso quer dizer que 
é cada vez mais difícil encontrar clientes dispostos a 
oferecer o seu consentimentoa termos e condições 
enormes que não conseguem ler.
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E-book 2 – Conhecendo a Lei n.º 13.709 - LGPD e a Dinâmica das Novas Regulamentações
Tendo em vista esse cenário, é seguro afirmar que as empresas que 
se atentarem para as normas dispostas na LGPD – por exemplo, 
dando aos clientes informações claras e objetivas sobre como seus 
dados serão utilizados – ganharão um destaque bastante positivo no 
mercado. Ao se mostrar comprometida com a privacidade e proteção 
de dados de seus clientes, a sua organização conquistará a confiança 
do público e terá uma importante vantagem competitiva. Uma boa 
reputação é a melhor propaganda para a sua empresa.
Nos Estados Unidos, a Apple não perdeu tempo
e já posicionou-se como uma empresa líder na
preocupação com a segurança dos dados dos
clientes, exigindo publicamente a criação de
uma legislação de proteção específica. Outra
empresa que soube aproveitar o momento
e ganhou notoriedade foi a Nubank. Essa
instituição bancária brasileira criou todo um
novo modelo de banco simplificado, on-line
e com termos de uso objetivos e fáceis de
entender, voltada para os consumidores.
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Tendo em vista esse cenário, é seguro afirmar que as empresas que 
se atentarem para as normas dispostas na LGPD – por exemplo, 
dando aos clientes informações claras e objetivas sobre como seus 
dados serão utilizados – ganharão um destaque bastante positivo no 
mercado. Ao se mostrar comprometida com a privacidade e proteção 
de dados de seus clientes, a sua organização conquistará a confiança 
do público e terá uma importante vantagem competitiva. Uma boa 
reputação é a melhor propaganda para a sua empresa.
Pois é, considerando tudo o que vimos 
ao longo deste capítulo, podemos tirar 
uma conclusão: estar de acordo com a 
lei pode trazer benefícios muito
importantes para a sua empresa. Na 
dúvida, opte pela consciência limpa. 
Afinal, a sua organização não quer 
acabar pagando uma multa por pura
desatenção aos dados, não é mesmo?