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1 
 
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO DE PUBALGIA EM JOGADOR 
DE FUTEBOL PROFISSIONAL: ESTUDO DE CASO 
 
PHYSIOTERAPEUTIC TREATMENT OF PUBALGY IN A PROFESSIONAL 
SOCCER PLAYER: CASE STUDY 
 
Newton da Silva Pereira Júnior¹, Renata Peixoto Ferreira Cunha², Rodrigo Peçanha Brito Garcia³, 
Andressa Pitanga Serafim da Silva4 
 
1 - Acadêmico do 8° período do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. 
Governador Valadares - MG. E-mail: ft.jr@hotmail.com 
2 - Acadêmica do 8° período do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. 
Governador Valadares - MG. E-mail: renata.fisio@hotmail.com 
3 - Acadêmico do 8° período do curso de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. 
Governador Valadares - MG. E-mail: rodrigo_pecanha2@hotmail.com 
4 - Orientadora Professora Mestre da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. Governador 
Valadares - MG. E-mail: andressapitanga@gmail.com 
 
Resumo 
A pubalgia ou osteíte púbica caracteriza-se por uma síndrome inflamatória dolorosa envolvendo 
ossos do púbis, sínfise e estruturas musculares de etiologia variada. Representa de 4 a 7% de todas 
as lesões esportivas, sendo que nos jogadores de futebol encontra-se o maior índice de casos (50%). 
O objetivo deste estudo foi analisar o impacto da intervenção fisioterapêutica em um jogador de 
futebol profissional apresentando sintomatologia de pubalgia crônica. Foi realizado um estudo de 
caso com um jogador de 22 anos atuante na posição de meia atacante. O atleta foi avaliado e tratado 
durante 10 sessões no Centro de Fisioterapia da Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. As 
sessões, compostas de exercícios de alongamentos, fortalecimento muscular, analgesia e 
mobilização articular da pelve, foram realizadas duas vezes por semana. O jogador apresentou ganho 
de flexibilidade nos músculos isquiotibiais, abdominais, adutores de quadril, íliopsoas, quadríceps, 
paravertebrais e músculos da cadeia posterior no final das dez sessões. Houve também ganho de 
força muscular em abdominais superiores e inferiores, aumento da mobilidade articular na região 
pélvica e diminuição do quadro álgico. Concluiu-se que o tratamento proposto para esse indivíduo foi 
capaz de aumentar a flexibilidade, força muscular e a mobilidade da região pélvica, além de diminuir 
a dor na região do púbis, o que possibilitou seu retorno à sua função profissional. 
 
Palavras-chave: pubalgia. fisioterapia. futebol. 
 
Abstract 
The pubalgy or pubic osteitis is a painful inflammatory syndrome involving pubic bones, symphysis 
and muscle structures of assorted etiology. It represents 4% to 7% of all sports injuries, this pathology 
has the largest index of cases among soccer players (50%). This study objectives was analyze the 
impact of physiotherapeutic intervention in a professional soccer player abducing symptomatology of 
chronic pubalgy. A study of case was conducted with a 22 years old player in the midfielder position. 
The athlete was evaluated and treated during 10 sessions in the Physiotherapy Center of the 
Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE. The sessions were held twice a week and consisted of 
stretching exercises, muscle strengthening, analgesia and joint mobilization of haunch. The player 
presented gain of flexibility of muscles ischiotibial, abdominal, adductors of haunch, iliopsoas, 
quadriceps femoris, paravertebral and muscles of posterior chain. There were also gain in muscle 
strength in upper and lower abdominals, increase of joint mobility in haunch region and pain decrease. 
It is concluded that the treatment made for this athlete was able to increase flexibility, muscle strength, 
haunch region mobility and decrease the pain in pubis region, which made possible the return of the 
athlete to his professional function. 
 
Keywords: pubalgy. physiotherapy. soccer. 
 
 
 
2 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A pubalgia ou osteíte púbica caracteriza-
se por uma síndrome inflamatória dolorosa 
evolvendo ossos do púbis, sínfise e estruturas 
musculares de etiologia variada (MOUSSALLE et 
al., 2007). Normalmente é uma patologia 
limitante que pode irradiar-se para o púbis, 
abdômen, face anterior interna da coxa, os 
testículos e até mesmo o períneo. Em um 
estágio mais avançado, tais dores poderão ser 
sentidas também na articulação do púbis, em 
abdominais inferiores, causando dificuldade para 
caminhar, subir uma escada, agachar e correr 
(DUREY, BOIDA, 1989; SOUSA et al., 2005). 
No cenário mundial a pubalgia 
representa de 4 a 7% de todas as lesões 
esportivas, sendo que nos jogadores de futebol 
encontra-se o maior índice de casos (50%) 
(COHEN et al., 1997; RENSTRÖM, 2000; 
PEREIRA, 2007). É uma síndrome que 
representa uma causa importante de 
afastamento dos atletas profissionais de suas 
atividades físicas nas diversas modalidades 
esportivas, acarretando danos financeiros e 
desfalque ao elenco do clube responsável 
(SOUSA et al., 2005). 
 O tratamento recomendado para 
pubalgia inclui o repouso da atividade física, uso 
de medicamentos anti-inflamatórios e exercícios 
de alongamentos e fortalecimento (HOLT et al., 
1995). A terapêutica nas lesões do púbis pode 
ser dividida em três fases gerais: A fase aguda 
ou fase inicial, a fase de reabilitação e fase de 
retorno ao esporte (BUSQUET, 2001). A 
hidroterapia tem um importante trabalho durante 
a fase inicial, pois sem ação da carga da 
gravidade, pode-se trabalhar diversas técnicas 
para atingir os objetivos como a flexibilidade e o 
fortalecimento muscular (SILVA, 2005). 
Sendo assim, o fisioterapeuta assume 
um papel importante na equipe multiprofissional 
na melhor preparação do atleta e prevenção de 
lesões. Por meio de uma avaliação 
pormenorizada das alterações biomecânicas, ele 
identifica qualquer perturbação prejudicial à 
prática do esporte, podendo estabelecer 
intervenções adequadas ao quadro atual do 
atleta (PEREIRA, 2007). Portanto, o que justifica 
a realização desse trabalho é a avaliação dos 
resultados proporcionados pela aplicação do 
procedimento fisioterapêutico, em sua 
capacidade de aliviar os sintomas da pubalgia. 
Essa investigação contribui para o entendimento 
e enfrentamento do problema da pubalgia, já que 
poderá dar subsídios para nortear novas 
investigações acerca do assunto. 
Baseado no exposto, a questão cerne 
desse estudo problematiza-se da seguinte forma: 
qual é o impacto de uma intervenção 
fisioterapêutica em um jogador de futebol 
profissional que apresente quadro clínico de 
pubalgia crônica? Visando encontrar resultados 
que contribuam para a resolução dessa 
problemática, realizou-se um estudo de caso 
com um jogador de futebol profissional que 
apresentava sintomas de pubalgia crônica com o 
objetivo de analisar o impacto da intervenção 
fisioterapêutica no mesmo. 
 
2. METODOLOGIA 
 
A pesquisa constou do estudo de caso 
de um jogador de futebol profissional com 22 
anos, atuante na posição de meia atacante que 
apresentava sintomatologia de pubalgia crônica. 
O estudo foi realizado nas dependências do 
Centro de Fisioterapia da Universidade Vale do 
Rio Doce (UNIVALE) em Governador Valadares 
– MG e apresentou como variáveis: a mobilidade 
articular da coluna vertebral e quadril; a força 
3 
 
muscular dos abdutores, adutores de quadril, 
quadríceps, íliopsoas, glúteo máximo, 
paravertebrais lombares, abdominais inferiores e 
superiores; a flexibilidade dos paravertebrais 
lombares, íliopsoas, reto femural, isquiotibiais, 
adutores de quadril e abdominais e a 
sintomatologia de dor na região pélvica. 
Para esse estudo de caso foi realizada 
uma avaliação por um examinador calibrado. A 
avaliação era composta de anamnese, para 
obtenção de informações referentes ao quadro 
clínico, análise postural, mensuração dos 
membros inferiores, análise da flexibilidade, força 
muscular, perimetria e palpação. Os 
procedimentos terapêuticos foram realizados por 
outro examinador devidamentetreinado. A 
análise dos dados foi realizada por um terceiro 
examinador. 
A avaliação postural foi realizada através 
do protocolo baseado nas técnicas e pontos 
referenciais determinados por Kendall, McCreary 
e Provance (1995). O jogador foi observado na 
posição ortostática em vista anterior, vista 
posterior e perfil com auxílio do quadro postural 
simetrógrafo. Foram analisadas as seguintes 
estruturas: cabeça, cintura escapular, membros 
superiores, coluna vertebral, caixa torácica, 
abdômem, cintura pélvica, joelho e pés. 
A mensuração dos membros inferiores 
foi realizada através da técnica de Alves e 
Camargo (2000), com o indivíduo em decúbito 
dorsal mantendo a posição anatômica. Foi 
utilizada uma fita métrica para a realização das 
medidas real e aparente. 
A avaliação da flexibilidade foi realizada 
através da técnica de goniometria seguindo os 
critérios apontados por Marques (2003), exceto 
para análise de flexão de coluna lombar quando 
foi utilizado o teste de Schober (MAGEE, 2005). 
Os movimentos articulares analisados foram 
flexão de quadril com os joelhos em extensão, 
abdução de quadril, extensão de tronco. Foram 
realizados alguns testes específicos para 
detectar encurtamentos musculares, são eles: 
Teste dos Isquiotibiais, Teste de Thomas 
(Íliopsoas), Teste do Reto Femural, Teste do 
quadrado lombar e Teste de flexibilidade dedo-
solo (ALVES, CAMARGO, 2000). Foi realizado o 
teste de encurtamento de fáscia da região 
lombar, o qual não apresentou alteração 
(PRENTICE, 2002). 
A força muscular foi avaliada segundo a 
escala de força descrita por Kendall, McCreary e 
Provance (1995). 
A palpação do púbis foi realizada para 
observar desníveis da sínfise púbica ou aumento 
da dor. Além disso, foi avaliada através da 
palpação a mobilidade articular da coluna lombar 
e pelve (ALVES, CAMARGO, 2000). 
A conduta fisioterapêutica foi norteada 
pela avaliação. Foram realizadas duas sessões 
semanais com duas horas de duração cada, 
durante cinco semanas consecutivas, totalizando 
10 sessões. Ao final de todas as semanas foi 
realizada uma reavaliação com o indivíduo para 
acompanhar o impacto do tratamento no mesmo. 
Os critérios para a reavaliação foram os mesmos 
utilizados na avaliação. 
Foram alongados os músculos 
detectados encurtados na avaliação. Para os 
isquiotibiais e tríceps sural, o alongamento foi 
realizado com o indivíduo deitado em decúbito 
dorsal, o quadril fletido a 90º, encostado na 
parede. Com o auxílio de uma corda na face 
plantar do pé e mantendo os joelhos em 
extensão, o jogador puxou a corda com as 
próprias mãos promovendo a dorsiflexão dos 
pés. Para os músculos paravertebrais lombares, 
o indivíduo em decúbito dorsal, realizava flexão 
de quadril e joelho, puxando o joelho em direção 
4 
 
ao tronco com auxílio do pesquisador. Todos os 
alongamentos foram realizados em 4 séries de 
40 segundos cada, sendo realizados 
bilateralmente. 
Foi realizado um trabalho de 
fortalecimento muscular dos abdominais através 
de exercícios ativo-resistidos com auxílio de 
Estimulação Elétrica Funcional (FES) com os 
seguintes parâmetros: frequência 80 Hz; largura 
do pulso 250 us; tempo on 4 segundos; tempo off 
8 segundos e intensidade 50 mA (LOW; REED, 
2001). Os eletrodos foram posicionados no 
músculo abdominal inferior do indivíduo em 
decúbito dorsal. Realizou-se a flexão de quadril 
com os joelhos estendidos durante 2 segundos e 
retornou a posição inicial nos 2 segundos 
restantes do tempo de ativação (Tempo On). 
Uma caneleira de 1 kg foi colocada em cada 
tornozelo para a realização desse exercício. 
Foram realizadas 3 séries com 10 repetições. 
Para alívio da dor e ação antinflamatória 
foi utilizada a Laserterapia com os parâmetros: 
intensidade 3 J/cm²; tempo 12 segundos; modo 
contínuo e foi aplicado na região da sínfise 
púbica (LOW; REED, 2001). 
Foram realizados exercícios no banco de 
mobilidade pélvica. O indivíduo sentado no 
banco realizou o movimento de anteversão e 
retroversão pélvica durante 3 minutos e 
movimentos látero-laterais da cintura pélvica por 
3 minutos (VIEIRA, 1996). 
O tratamento fisioterapêutico foi 
complementado com a hidroterapia. A série foi 
composta de alongamentos ativos dos músculos 
adutores de quadril, reto femural, íliopsoas e 
abdominais visando a flexibilidade e ganho de 
amplitude de movimento. Os adutores de quadril 
foram alongados com o indivíduo realizando a 
abdução do quadril com os joelhos estendidos e 
apoiando lateralmente na borda da piscina. O 
reto femural e o íliopsoas foram alongados 
simultaneamente com o indivíduo de frente para 
a borda da piscina realizando a extensão do 
quadril com os joelhos semifletidos. Todos os 
alongamentos foram realizados com o auxílio de 
um isopor aquático espaguete posicionado no pé 
do indivíduo. Os abdominais foram alongados 
com o indivíduo em pé realizando extensão da 
coluna lombar com as mãos apoiadas na cintura. 
Os alongamentos foram compostos de 4 séries 
de 40 segundos cada, bilateralmente. 
Foi realizado exercício de fortalecimento 
muscular isométrico para abdominais. O 
indivíduo flutuando com uma bóia e o auxílio do 
pesquisador realizava flexão de tronco e 
mantinha durante 10 segundos por 10 
repetições. 
Foram realizadas técnicas de 
mobilização articular e técnicas de relaxamento 
muscular, para promover alívio do quadro álgico 
e ganho de mobilidade articular, com o 
pesquisador movimentando a pelve do indivíduo 
flutuando sobre a água durante 5 minutos. 
 Este estudo foi aprovado pelo Comitê de 
Ética da Universidade Vale do Rio Doce – 
UNIVALE protocolado sob o nº TCC 017/10-08 e 
o jogador assinou o Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido (TCLE) antes da execução 
do trabalho. 
 
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
As alterações posturais podem contribuir 
para o aparecimento da pubalgia crônica. A 
hiperlordose lombar que aumenta as tensões da 
sínfise púbica e a dismetria dos membros 
inferiores, alteram as características 
biomecânicas da pelve, por isso, são 
considerados como fatores de risco na pubalgia 
crônica (CUGAT, 1997; MORELLI, SMITH, 2001; 
MONTES, 2002; SILVA, 2005). 
5 
 
Na avaliação do jogador, observou-se 
anteversão pélvica na vista lateral direita e 
esquerda e escoliose dorso-lombar convexa a 
direita, segundo o teste de Adams. Não foi 
notada diferença de medidas entre os membros 
inferiores. 
A pubalgia crônica é caracterizada por 
sinais e sintomas ao nível do púbis. Esse quadro 
é resultante dos efeitos provocados pelos 
encurtamentos musculares das cadeias 
miotensivas do tronco e dos membros inferiores, 
que diminuem ou bloqueiam os movimentos do 
púbis. O encurtamento da musculatura posterior 
da coxa, comumente encontrada em jogadores 
de futebol, origina um processo inflamatório de 
difícil regeneração que pode levar à cronicidade 
(TRIBASTONE, 2001; GAL, 2001; IDE, 
CAROMANO, 2002). Segundo Busquet (2001), 
Canavan (2001) e Vercesi (2001) é necessário o 
alongamento de isquiotibiais, reto e oblíquo 
abdominal e adutores visando uma boa 
flexibilidade para as arrancadas e os chutes. 
Na avaliação inicial observou-se que no 
Teste dos Isquiotibiais, o atleta alcançou 88º 
através da goniometria à direita e esquerda. Na 
primeira e segunda reavaliações manteve-se 
esse valor. Na terceira reavaliação, o jogador 
apresentou 89º bilateralmente. E na quarta e 
quinta reavaliações, o sujeito apresentou 92º 
para o lado direito e 90º para o lado esquerdo 
(Tabela 1A). Para os músculos abdominais, 
foram analisados os dados da goniometria de 
extensão de tronco, que permite analisar a 
flexibilidade dos abdominais. Na avaliação, o 
atleta apresentou 28º de extensão de tronco. 
Este valor permaneceu na primeira reavaliação. 
Na segunda reavaliação o atleta apresentou 30º. 
Da terceira à quinta semana, o atleta apresentou 
31º para omovimento de extensão de tronco 
(Tabela 1A). Para os músculos adutores de 
quadril, foram analisados os dados da 
goniometria da abdução de quadril que na 
avaliação apresentou 37º à direita e 32º à 
esquerda. Na primeira reavaliação, os dados 
permaneceram os mesmos. Na segunda 
reavaliação, o indivíduo apresentou 39º à direita 
e 38º à esquerda. Na terceira reavaliação, o 
atleta apresentou 40º à direita e 38º à esquerda. 
Na quarta e quinta reavaliações, o jogador 
apresentou 40º bilateralmente (Tabela 1A). 
 Aval. 1ª 
reav. 
2ª 
reav. 
3ª 
reav. 
4ª 
reav. 
5ª 
reav. 
Teste 
dos I.T. 
D 88º 88º 88º 89º 92º 92º 
E 88º 88º 88º 89º 90º 90º 
Abdomi-
nais 
28º 28º 30º 31º 31º 31º 
 
Aduto- 
res 
D 37º 37º 39º 40º 40º 40º 
E 32º 32º 38º 38º 40º 40º 
Tabela 1A - Impacto dos exercícios de alongamentos em 
isquiotibiais, abdominais e adutores de quadril. 
 Observou-se, portanto, através desses 
dados que o tratamento proposto foi capaz de 
aumentar a flexibilidade dos músculos 
isquiotibiais, abdominais e adutores de quadril. 
Para Azevedo, Pires e Carneiro (1999); 
Verderi (2005) e Silva (2005) uma boa 
flexibilidade dos músculos abdutores de quadril, 
quadríceps, íliopsoas, glúteo máximo e médio, 
tensor da fáscia lata, sartório e pectíneo que 
relacionam-se com o osso púbico, mobilização 
da articulação sacro-ilíaca, correção de 
desbalanceamento de força dos calçados e 
campos de treinamento adequados são os 
princípios básicos da prevenção da pubalgia, 
pois eliminam os fatores predisponentes. O ideal, 
portanto, é que o atleta tenha um adequado 
equilíbrio dinâmico da pelve, pois esse é 
essencial para o bom desenvolvimento do 
tratamento. 
Na avaliação do atleta, nota-se que no 
teste específico de Thomas, que avalia o 
músculo Íliopsoas com o indivíduo em decúbito 
dorsal realizando a flexão de quadril e joelho de 
6 
 
um dos membros e observando-se o joelho 
contralateral para detectar a elevação do mesmo 
da superfície, o jogador apresentava 4cm do lado 
direito e 3,5cm do lado esquerdo. Na primeira 
reavaliação, as medidas foram mantidas. Da 
segunda reavaliação a quinta reavaliação, o 
atleta apresentou 3,5cm a direita e 3cm a 
esquerda, indicando aumento bilateral da 
flexibilidade do músculo testado (Tabela 1B). No 
teste específico do Reto Femural, em que o 
indivíduo encontra-se em decúbito dorsal com os 
joelhos fora da superfície de apoio, é solicitado 
que realize flexão do quadril e joelho de um dos 
lados enquanto é observado o membro 
contralateral. É de se esperar que o membro 
contralateral se afaste da cama. O jogador 
apresentou bilateralmente na avaliação 3,5cm. 
Na primeira reavaliação esses valores não 
alteraram. Na segunda reavaliação, o indivíduo 
apresentou 4cm a direita e 3,5cm a esquerda. Na 
terceira reavaliação, o atleta apresentou 
bilateralmente 4cm. Nas quarta e quinta 
reavaliações, passou para 3cm em ambos os 
lados, demonstrando melhora da flexibilidade do 
reto femural (Tabela 1B). No teste específico de 
Schober, é delimitado no indivíduo na posição 
ortostática um ponto nas espinhas ilíacas póstero 
superiores, no nível de S2 da coluna vertebral. 
Com o auxílio de uma fita métrica é marcado 
10cm acima deste ponto. O indivíduo realiza 
flexão de tronco e o aumento de 5cm sobre o 
valor anterior é considerado como comprimento 
muscular normal. Neste teste, para os músculos 
paravertebrais lombares, o indivíduo apresentou 
na avaliação e primeira reavaliação 16cm. Da 
segunda a quinta reavaliações, o jogador 
apresentou 15 cm (Tabela 1B). Portanto, o 
indivíduo não apresentou encurtamento da 
musculatura paravertebral lombar, pois em todas 
as reavaliações, o jogador alcançou o valor 
considerado normal. O teste dedo-solo é 
realizado com o indivíduo em flexão máxima de 
tronco sem flexão de joelhos e com a cabeça 
relaxada, com uma fita mede-se a distância do 
terceiro dedo ao solo. Este teste também foi 
utilizado, sendo que na avaliação e primeira 
reavaliação o indivíduo apresentou 2cm de 
distância dedo-solo. Da segunda a quinta 
reavaliações o atleta encostava o dedo no solo 
(Tabela 1B). 
 Aval. 1ª 
reav. 
2ª 
reav. 
3ª 
reav. 
4ª 
reav. 
5ª 
rea
v. 
Teste de 
Thomas 
(Iliop.) 
D 4,0 4,0 3,5 3,5 3,5 3,5 
E 3,5 3,5 3,0 3,0 3,0 3,0 
Teste do 
Reto 
Femural 
D 3,5 3,5 4,0 4,0 3,0 3,0 
E 3,5 3,5 3,5 4,0 3,0 3,0 
Teste de 
Schober 
(Parav.) 
 
16 
 
16 
 
15 
 
15 
 
15 
 
15 
Teste 
dedo-
solo 
 
2,0 
 
2,0 
 
- 
 
- 
 
- 
 
- 
Tabela 1B – Impacto dos exercícios de alongamentos em 
Íliopsoas, Quadríceps e Paravertebrais (medida em cm). 
Portanto, percebe-se que também para 
os músculos íliopsoas, quadríceps, 
paravertebrais e músculos da cadeia posterior no 
atleta houve um ganho de flexibilidade após a 
intervenção fisioterapêutica. 
A pubalgia é uma patologia de origem 
mecânica na maioria das vezes causada por: 
falta de força muscular em abdominais, aumento 
da força e encurtamento dos retos inferiores ou 
por uma disparidade de força muscular dos 
músculos adutores. Todas essas causas irão 
gerar um desequilíbrio na região pélvica, fazendo 
com que haja um tracionamento maior de um 
lado, do que do outro, produzindo movimento 
anormal dos ossos do púbis, fazendo com que a 
sínfise púbica passe a apresentar o desnível 
(SILVA, 2005; LEITE, CALVACANTI NETO, 
2003). O trabalho de fortalecimento nos 
7 
 
músculos isquiotibiais, quadríceps, adutores e 
abdutores de coxa, íliopsoas, reto abdominal e 
oblíquo é fundamental na estabilização do tronco 
no momento do chute e durante os dribles 
(BUSQUET, 2001; CANAVAN, 2001; VERCESI, 
2001). 
Na avaliação de força muscular, para os 
músculos abdutores e adutores de quadril, 
paravertebrais, quadríceps, íliopsoas, glúteo 
máximo e isquiotibiais foi notado grau 5 de força 
muscular segundo a escala de Kendall, que se 
manteve até o final da intervenção 
fisioterapêutica. Para os abdominais superiores 
na avaliação inicial, o jogador apresentou grau 4, 
permanecendo com este valor até a quarta 
reavaliação. Na quinta reavaliação, o jogador 
apresentou grau 5. Para os músculos 
abdominais inferiores, na avaliação inicial e 
primeira reavaliação o jogador apresentou grau 
3. Da segunda até a quinta reavaliação, o 
indivíduo alcançou grau 4 (Tabela 2). 
 Aval. 1ª 
sem 
2ª 
sem 
3ª 
sem 
4ª 
sem 
5ª 
sem 
Abdutores 
quadril 
Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Adutores 
quadril 
Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Abdominais 
superiores 
 4 4 4 4 4 5 
Abdominais 
Inferiores 
 3 3 4 4 4 4 
Paravertebr
ais 
 5 5 5 5 5 5 
Quadriceps Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Iliopsoas Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Glúteo 
Máximo 
Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Isquiotibiais Dir 5 5 5 5 5 5 
Esq 5 5 5 5 5 5 
Tabela 2 – Impacto da intervenção dos exercícios de 
fortalecimento muscular. 
 
Portanto, percebe-se que segundo a 
escala utilizada para os músculos abdominais 
superiores e inferiores, houve um ganho de força 
muscular após a intervenção fisioterapêutica. 
Em um estágio mais avançado, dores 
poderão ser sentidas na articulação do púbis em 
abdominais inferiores, causando no atleta uma 
marcha antálgica ou bamboleante, dificuldade 
para subir uma escada, agachar e correr, em 
virtude de espasmos dos adutores. No jogador 
de futebol, estas dores podem levar a alteração 
funcional, ocasionando a diminuição da força 
muscular, perda de agilidade e redução na 
potência do chute (DUREY, BOIDA, 1989; 
CANAVAN, 2001; DEANGELIS, BUSCONI, 
2003). A escala visual analógica (EVA) é 
utilizada na quantificação da dor no paciente. É 
importante para a verificação do tratamento 
sendo efetivo ou não, dependendo da resposta 
do paciente quanto à escala. A EVA varia de 
zero a dez, e pode ser utilizada no início e no 
final de cada atendimento. Para o uso da EVAé 
questionado ao paciente quanto a seu grau de 
dor sendo que zero significa ausência de dor e 
dez o nível de dor máxima suportada pelo 
paciente (SOUSA, 2002). 
Na avaliação inicial, o indivíduo 
apresentou dor 3 segundo a escala de EVA, 
permanecendo este valor na primeira e segunda 
reavaliações. Na terceira e quarta reavaliações, 
o indivíduo apresentou grau 2. Na última 
reavaliação o jogador apresentou grau 1 
segundo a escala de EVA. 
Foi realizado teste de volante para 
analisar a mobilidade dos ossos Ilíacos. O teste 
é realizado com o paciente na posição ortostática 
e um membro inferior em adução e relaxado. O 
fisioterapeuta posiciona as duas mãos sobre o 
osso ilíaco deste membro inferior e mobiliza para 
frente e para trás. Na avaliação inicial foi 
observado diminuição de mobilidade em Ilíacos 
direito e esquerdo. Da primeira até a quinta 
8 
 
reavaliação foi observado ganho de mobilidade 
na articulação do jogador. 
 
4. CONCLUSÃO 
 
Diante dos resultados apresentados para 
o indivíduo em questão, o tratamento 
fisioterapêutico proposto ofereceu ganho de 
flexibilidade em isquiotibiais, abdominais, 
adutores de quadril, íliopsoas, quadríceps, 
paravertebrais e músculos da cadeia posterior. 
Houve ganho de força muscular de abdominais 
superiores e inferiores. Aumento da mobilidade 
articular em ilíacos direito e esquerdo e 
diminuição da sintomatologia de dor, trazendo-o 
de volta às suas atividades profissionais. 
 
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