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FISIOLOGIA HUMANA
Prof. Ddo. Julio Agante
2015
CONCEITO
A fisiologia é uma área das ciências biológicas que estuda as
funções (físicas, orgânicas, bioquímicas) dos seres vivos. A palavra é
de origem grega, onde physis significa natureza e logos significa
estudo ou conhecimento.
A fisiologia reúne importantes princípios da física, química e
matemática, dando sentido as interações dos elementos básicos de
um ser vivo com o meio ambiente.
OBJETIVOS
O principal objetivo da fisiologia é explicar os fatores físicos e
químicos que são responsáveis pela origem, pelo desenvolvimento e
pela progressão da vida.
Cada tipo de vida, desde um vírus simples ao complicado ser
humano.
Tenta explicar as características e os mecanismos específicos do
corpo humano, que fazem dele um ser vivo.
AS CÉLULAS COMO UNIDADES BÁSICAS
 A unidade básica do organismo é a célula. Cada órgão é o agregado de muitas células diferentes,
mantidas unidas por estruturas de suporte intercelular.
 Cada tipo de célula é especialmente adaptado para realizar uma ou algumas funções
determinadas.
 Por exemplo, as hemácias que totalizam 25 trilhões em cada ser humano transportam oxigênio
dos pulmões para os tecidos. Os neurônios, são especializados em gerar e transmitir potencial
de ação. Os osteoblastos são especializados em produzir matriz óssea.
 No total, existem aproximadamente 100 trilhões de células dentre os variados tipos, realizando as
mais diferentes funções.
Embora as diversas células do corpo sejam acentuadamente diferentes umas das
outras, todas têm certas características básicas comum.
Por exemplo, em todas as células o oxigênio reage com carboidratos, gorduras e
proteínas para liberar energia necessária para seu funcionamento.
Os mecanismos químicos gerais de transformação de nutrientes em energia são,
basicamente, os mesmos em todas as células, e todas as células liberam produtos
finais de suas reações químicas nos líquidos que as banham.
Quase todas as células também têm a capacidade de reproduzir células adicionais
de seu próprio tipo.
HOMEOSTASIA
É o termo utilizado pelos fisiologistas para definir a
“manutenção de condições quase constantes no meio
interno”.
É o que se conhece como o estado de equilíbrio de todas
as atividades orgânicas.
MECANISMOS HOMEOSTÁTICOS
Todos os órgãos e tecidos do corpo humano contribuem
para manter as condições orgânicas relativamente
constantes.
Por exemplo, os pulmões proveem oxigênio ao líquido
extracelular, através do sistema circulatório, para ser
utilizado pelas células, os rins mantêm constantes as
concentrações de íons e o sistema gastrointestinal fornece
os nutrientes.
SISTEMA CIRCULATÓRIO DO SANGUE
O líquido extracelular é transportado para todas as partes do corpo
em dois estágios.
O primeiro é a movimentação do sangue pelo corpo, nos vasos
sanguíneos.
O segundo é a movimentação de líquidos entre os capilares
sanguíneos e os espaços intercelulares entre as células dos tecidos.
ORIGEM DOS NUTRIENTES DO FLUÍDO 
EXTRACELULAR
Sistema Respiratório
 Fornece O2 ao sangue, através da hematose que ocorre nos pulmões.
Trato Gastrointestinal
 Grande parte do sangue bombeado pelo coração também flui através das paredes do trato gastrointestinal,
onde absorve nutrientes dissolvidos, incluindo carboidratos, ácidos graxos e aminoácidos, levando estes
nutrientes aos líquidos extracelulares dos diferentes tecidos corporais.
Fígado
 Altera quimicamente muitas dessas substâncias, para formas mais utilizáveis, sendo que, outros tecidos
corporais (células adiposas, mucosa gastrointestinal, rins e glândulas endócrinas), as armazenam até que
sejam necessárias.
 O fígado também elimina alguns resíduos produzidos no organismo e substâncias tóxicas que são ingeridas.
Sistema Musculoesquelético
 O sistema musculoesquelético contribui para a homeostasia, proporcionando mobilidade ao organismo,
permitindo a movimentação necessária para a aquisição dos alimentos, bem como o deslocamento do corpo
na busca de um local de proteção contra ambientes adversos.
REMOÇÃO DOS PRODUTOS FINAIS DO 
METABOLISMO
Sistema Respiratório
 Realiza a retirada do CO2 do sangue, que é o mais abundante de todos os produtos finais do metabolismo.
Rins
 A passagem do sangue pelos rins remove do plasma a maior parte das outras substâncias, além do dióxido de
carbono que não são necessários às células.
 Essas substâncias incluem diferentes produtos finais do metabolismo celular, tais como a ureia e o ácido
úrico; também incluem o excesso de íons e de água dos alimentos que podem ter se acumulado no líquido
extracelular.
Trato Gastrointestinal
 O material não digerido que entra no trato gastrointestinal e parte dos resíduos não aproveitáveis do
metabolismo são eliminados nas fezes.
Fígado
 Entre as funções do fígado está a desintoxicação ou remoção de muitas drogas e químicas que são ingeridas.
 O fígado secreta várias dessas perdas em bile para ser, por fim, eliminadas nas fezes.
Regulação das Funções Corporais
Sistema Nervoso
 Seus receptores sensoriais detectam o estado do corpo ou o estado do meio ambiente.
 O Sistema Nervoso Central armazena informações e elabora e determina as reações do organismo em
resposta aos estímulos sensoriais.
 O componente motor do SNC leva o estímulo para a execução das respostas motoras.
 O Sistema Nervoso Autônomo opera num nível subconsciente e controla muitas funções dos órgãos
internos, entre eles, frequência cardíaca, frequência respiratória e secreção de muitas glândulas do
corpo.
Sistema Hormonal
 Existem no corpo 8 principais glândulas endócrinas que secretam substâncias químicas chamadas de
hormônio.
 Os hormônios são transportados no sangue para todas as partes do corpo, para participar da regulação
da função celular.
 Ex: o hormônio da tireóide aumenta a velocidade da maioria das reações químicas em todas as células,
contribuindo assim, para estabelecer o ritmo da atividade celular (controle do metabolismo); a insulina
controla o metabolismo da glicose; etc.
 Os hormônios formam um sistema para a regulação, que complementa o sistema nervoso,
principalmente nas funções metabólicas.
PROTEÇÃO DO CORPO
Sistema Imune
 É composto pelos glóbulos brancos, pelas células derivadas dos glóbulos brancos, pelo timo, pelos
linfonodos e pelos vasos linfáticos que protegem o corpo contra patógenos, como as bactérias, os
fungos, os vírus e os parasitas.
 O sistema imune supre o corpo com mecanismo que lhe permite (1) distinguir suas próprias células das
células e substâncias estranhas e (2) destruir os invasores por fagocitose ou pela produção de
leucócitos sensibilizados, ou por proteínas especializadas (anticorpos) que destroem ou neutralizam os
invasores.
Sistema Integumentar
 A pele e seus diversos apêndices, incluindo os pelos, as unhas, as glândulas e várias outras estruturas,
cobrem, acolchoam e protegem os tecidos e os órgãos do corpo e, em geral, formam o limite entre o
meio interno do corpo e o mundo externo.
 É importante também na regulação da temperatura corporal e na excreção de escórias, criando a
interface sensorial entre o corpo e seu ambiente externo.
REPRODUÇÃO
Muitos não consideração a reprodução uma função homeostática, mas ela
realmente contribui para a homeostasia, através da geração de novos seres em
substituição aos que estão morrendo.
Este conceito ilustra, que essencialmente todas as estruturas do corpo são
organizadas para manter a automaticidade e a continuidade da vida.
Compartimentos dos Líquidos Corporais
A manutenção de volume relativamente constante e de composição estável dos
líquidos corporais é essencial para a homeostasia.
A regulação geral dos volumes hídricos é realizada pelos rins, entretanto, há
condicionantes importantes, como por exemplo, os mecanismos de ingesta e
perdas diárias de líquidos corporal.
A entrada de líquidos no corpo é muito variável e deve ser cuidadosamente
combinada com a saída de água para evitar que o volumede líquido do corpo
aumente ou diminua.
INGESTA E PERDA DIÁRIA DE ÁGUA
COMPOSIÇÕES IÔNICAS DOS LÍQUIDOS CORPORAIS
HEMÁCIAS
Hemácias são unidades morfológicas da série vermelha do sangue, também designadas por
eritrócitos ou glóbulos vermelhos, que estão presentes no sangue em número de cerca de
4,5 a 6,0 x 106/mm³.
 São constituídas basicamente por globulina e hemoglobina (composta de 4 moléculas
proteicas de estrutura terciária e 4 grupamentos heme que contém o ferro, cada íon ferro é
capaz de se ligar frouxamente a dois átomos de oxigênio, um para cada molécula de
hemoglobina), e a sua função é transportar o oxigênio (principalmente) e o gás carbônico
(em menor quantidade) aos tecidos.
Os eritrócitos vivem por aproximadamente 120 dias.
 Estas células não possuem núcleo e o seu citoplasma é rico em hemoglobina, que é
responsável pela cor vermelha do sangue.
FISIOLOGIA DA FUNÇÃO RENAL
 Os rins realizam suas funções mais importantes pela filtração do plasma e pela posterior remoção de
substâncias do filtrado em intensidades variáveis, dependendo das necessidades do corpo.
 Portanto, os rins limpam as substâncias indesejáveis do filtrado (e, portanto, do sangue) para excretá-
las na urina, enquanto devolve as substâncias que são necessárias à corrente sanguínea.
 Este tópico vai se concentrar principalmente no controle da excreção de água, dos eletrólitos e dos
resíduos metabólicos, entretanto, os rins desempenham muitas funções homeostáticas importantes,
incluindo:
1. Excreção de produtos indesejáveis do metabolismo e de substâncias químicas estranhas;
2. Regulação do balanço de água e dos eletrólitos;
3. Regulação da osmolalidade dos líquidos corporais e da concentração de eletrólitos;
4. Regulação da pressão arterial;
5. Regulação do balanço ácido básico;
6. Secreção, metabolismo e excreção de hormônios;
7. Gliconeogênese (lactato, piruvato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose. Durante o
jejum, toda a glicose deve ser sintetizada a partir desses precursores não-glucídicos).
Excreção de produtos indesejáveis do metabolismo e de 
substâncias químicas estranhas, fármacos e dos 
metabólitos hormonais
Os rins são os meios primários para a eliminação de produtos indesejáveis do metabolismo
que não são mais necessários ao corpo.
 Esses produtos incluem uréia (do metabolismo dos aminoácidos), creatinina (da creatina
muscular), ácido úrico (dos ácidos nucleicos), produtos finais da degradação da
hemoglobina (tais como a bilirrubina) e metabólitos de vários hormônios.
 Esses produtos indesejáveis devem ser eliminados do corpo tão rapidamente quanto são
produzidos.
Os rins também eliminam a maioria das toxinas e de outras substâncias estranhas que são
produzidas pelo corpo e ingeridas, tais como pesticidas, fármacos e aditivos alimentícios.
Regulação do balanço de água e dos eletrólitos
Para a manutenção da homeostasia, a excreção de água deve ser cuidadosamente
combinada com os respectivos ganhos.
Caso o ganho exceda a excreção, a quantidade de água e de eletrólitos no corpo
aumentará.
Caso o ganho seja menor que a excreção, a quantidade de água no corpo
diminuirá.
A entrada de água e de eletrólitos é controlada principalmente pelos hábitos da
ingestão de sólidos e de líquidos da pessoa, requerendo que os rins ajustem suas
intensidades de excreção para coincidir com a ingestão de várias substâncias.
Regulação da pressão arterial
Os rins têm papel dominante na regulação da pressão arterial a
longo prazo, pela excreção de quantidades variáveis de sódio e água.
Os rins também contribuem para a regulação a curto prazo da
pressão arterial, pela secreção de hormônios e fatores ou
substâncias vasoativas (p. ex., renina) que levam à formação de
produtos vasoativos (p. ex., angiotensina II).
Regulação do balanço ácido básico
Os rins contribuem para a regulação do balanço ácido
básico junto com os pulmões e os tampões dos líquidos
corporais, pela excreção de ácidos e pela regulação dos
estoques de tampões dos líquidos corporais.
Os rins são a única forma de eliminar certos tipos de
ácidos do corpo, como ácidos sulfúrico e fosfórico,
gerados pelo metabolismo das proteínas.
REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE ERITRÓCITOS
Os rins secretam a eritropoietina que estimula a produção de hemácias pelas células-tronco
hematopoéticas na medula óssea.
 Estímulo importante para a secreção de eritropoietina pelos rins é a hipóxia.
Os rins normalmente produzem e secretam quase toda a eritropoetina da circulação.
 Em função disto, pessoas com doença renal grave ou que tiveram seus rins removidos e
fazem hemodiálise, desenvolvem anemia grave, como resultado da diminuição da produção
de eritropoietina. (↓ hemácias, hemoglobina e glóbulos vermelhos).
REGULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE 1,25-Di-
hidroxivitamina D³
Os rins produzem a forma ativa de vitamina D, 1,25-di-hiroxivitamina
D³ (calcitrol), pela hidroxilação dessa vitamina.
O calcitrol é essencial para a absorção de cálcio pelo trato
gastrointestinal e pela deposição normal de cálcio nos ossos.
SÍNTESE DE GLICOSE
Durante o jejum prolongado, os rins sintetizam glicose a partir de aminoácidos e outros
precursores, processo conhecido como gliconeogênese.
A capacidade dos rins de adicionar glicose ao sangue, durante períodos prolongados de
jejum, equivale à do fígado.
Na doença renal crônica ou na insuficiência renal aguda, essas funções de manutenção da
homeostasia são interrompidas e rapidamente ocorrem anormalidades graves dos volumes
e da composição dos líquidos corporais.
Com a insuficiência renal total, potássio, ácidos, líquidos e outras substâncias se acumulam
no corpo, causando a morte em poucos dias, a não ser que intervenções clínicas, tais como
a hemodiálise, sejam iniciadas para restaurar, ao menos parcialmente, o balanço corporal de
líquidos e eletrólitos.
ANATOMIA FISIOLÓGICA DOS RINS
SUPRIMENTO SANGUÍNEO RENAL
 O fluxo sanguíneo para os rins corresponde normalmente à 22% do débito cardíaco ou 1.100 mL/min.
 A artéria renal entra no rim pelo hilo renal e então se divide progressivamente para formar artérias interlobares,
artérias arqueadas, artérias interlobulares (também chamadas de artérias radiais) e arteríolas aferentes, que
terminam nos capilares glomerulares, onde grande quantidade do líquido e de solutos (exceto proteínas
plasmáticas) são filtradas para iniciar a formação da urina.
 As extremidades distais dos capilares, de cada glomérulo, coalescem para formar a arteríola eferente, que
forma segunda rede de capilares, os capilares peritubulares, que circundam os túbulos renais.
 A circulação renal é única, visto ter dois leitos capilares, o glomerular e o peritubular, organizados em série e
separados pelas arteríolas eferentes, que auxiliam na regulação da pressão hidrostática nas duas redes
capilares.
 A alta pressão hidrostática nos capilares glomerulares (cerca de 60 mmHg) resulta na filtração rápida de
líquidos e eletrólitos, enquanto pressão hidrostática mais baixa, nos capilares peritubulares (cerca de 13
mmHg), permite sua rápida reabsorção.
O NÉFRON
NÉFRON – UNIDADE FUNCIONAL DOS RINS
Cada rim contém cerca de 800.000 a 1 milhão de néfrons, cada um capaz de formar urina.
O rim não pode regenerar novos néfrons, portanto, com a lesão renal, doença ou
envelhecimento, ocorre declínio gradual do número de néfrons.
Após os 40 anos de idade, o número de néfrons funcionais geralmente diminui por cerca de
10% a cada 10 anos; assim, com 80 anos, muitas pessoas têm 40% a menos de néfrons
funcionais em comparação com a idade de 40 anos.
 Esta perda não põe risco à vida, porque alterações adaptativas nos néfrons remanescentes
os permitem excretar a quantidade apropriada de água, eletrólitos e produtos residuais.
DIFERENÇAS REGIONAIS ENTRE OS NÉFRON
Há diferenças significativas entre os néfrons corticais e justamedulares, que não se limitam
ao quão profundos os néfrons se situam no parênquima renal.
Cerca de 20 a 30%dos néfrons têm glomérulos mais profundos no córtex renal, e são
chamados de justamedulares.
Os néfrons justamedulares têm longas alças de Henle que mergulham profundamente no
interior da medula, em direção às papilas renais.
As estruturas vasculares que suprem os néfrons justamedulares também diferem das que
suprem os néfrons corticais.
 Para os néfrons corticais, todo o sistema tubular é envolvido por extensa malha de capilares
peritubulares.
 Para os néfrons justamedulares, longas arteríolas eferentes se estendem dos glomérulos
para a região externa da medula e, então, se dividem em capilares peritubulares
especializados, chamados vasa recta, que se estendem para o interior da medula,
acompanhando paralelamente a alça de Henle.
MICÇÃO
É o processo pelo qual a bexiga se esvazia quando fica cheia.
 Isso envolve duas etapas principais:
1) Primeiro a bexiga se enche progressivamente até que a tensão na sua parede
atinja nível limiar;
2) Isso dá origem ao segundo passo, que é um reflexo nervoso chamado de reflexo
de micção, que esvazia a bexiga ou, se isso falha, ao menos causa um desejo
consciente de urinar.
Embora o reflexo de micção seja um reflexo autônomo da medula espinhal, ele
também pode ser inibido ou facilitado por centros no córtex ou tronco cerebrais
(voluntariamente).
ANATOMIA FISIOLÓGICA DA BEXIGA
A bexiga é uma câmara de músculo liso composta por duas partes principais:
1) O corpo que é a parte principal e onde a urina é armazenada e;
2) O colo, extensão afunilada do corpo, passando inferior e anteriormente ao triângulo urogenital e conectando-se à uretra.
A parte inferior do colo da bexiga (colo vesical) também é chamada de uretra posterior, por causa de sua relação com a uretra.
O músculo liso vesical é chamado músculo detrusor.
 Suas fibras musculares se estendem em todas as direções e, quando contraídas, podem
aumentar a pressão no interior da bexiga de até 40 a 60 mmHg.
Desta forma, a contração do músculo detrusor é a etapa principal do esvaziamento da
bexiga.
Na parte posterior da bexiga, situada imediatamente acima do colo vesical, existe pequena
área triangular, chamada trígono, sendo que no ápice do mesmo se abre a uretra posterior.
O colo vesical tem 2 a 3 centímetros de comprimento e sua parede é composta por músculo
detrusor, entrelaçado com grande quantidade de tecido elástico, sendo que nesta área o
músculo é chamado de esfíncter interno.
 Seu tônus normalmente mantém o colo vesical e a uretra posterior vazios e, portanto, evita
o esvaziamento da bexiga.
A uretra passa também pelo diafragma urogenital que contém camada muscular, chamada
esfíncter externo da bexiga, sendo que este músculo é do tipo esquelético voluntário, em
contraste com o músculo liso do corpo vesical e do colo.
INERVAÇÃO DA BEXIGA
 O principal suprimento nervoso da bexiga é feito pelos nervos pélvicos que se conectam à medula
espinhal pelo plexo sacro, principalmente, se ligando aos segmentos medulares S2 e S3.
 Estes nervos contêm fibras sensoriais e motoras, sendo que as sensórias detectam o grau de distensão
da parede vesical e da uretra posterior, principais responsáveis pelo início dos reflexos que produzem o
esvaziamento da bexiga.
As fibras motoras do nervo pélvico são fibras parassimpáticas, que terminam em células ganglionares
localizadas na parede da bexiga, onde pequenos nervos pós ganglionares inervam o músculo detrusor.
Além dos nervos pélvicos, dois outros tipos de inervação são importantes na função vesical:
I. Fibras nervosas do nervo pudendo, que são fibras somáticas que inervam e controlam o músculo esquelético
voluntário do esfíncter externo.
II. Fibras nervosas das cadeias simpáticas conectadas com o segmento L2 da medula espinhal, que estimulam
principalmente os vasos sanguíneos e tem pouca relação com a contração vesical.
Enchimento da Bexiga X Tônus da Parede Vesical
 A figura mostra as variações aproximadas da pressão intravesical com o enchimento da bexiga com
urina.
 Quando não há urina no interior da bexiga, a pressão intravesical é de cerca de 0, mas, após o
enchimento com 30 a 50 milímetros de urina, a pressão se eleva de 5 a 8 cmH²O.
 Urina adicional – 200 a 300 mililitros – pode se acumular, originando apenas pequena elevação da
pressão.
 Além de 300 a 400 mililitros, o acúmulo de mais urina na bexiga causa maior elevação na pressão.
REFLEXO DA MICÇÃO
De acordo com a figura, observa-se que, conforme a bexiga se enche, muitas contrações de
micção se sobrepõem ao tônus basal. (picos pontilhados)
 Elas são resultado do reflexo de estiramento iniciado pelos receptores sensoriais de
estiramento na parede vesical..
 Estes receptores estão presentes principalmente na uretra posterior, quando esta área
começa a ser preenchida com urina nas pressões vesicais mais altas.
FORMAÇÃO DA URINA
 É resultado da filtração glomerular, reabsorção tubular e secreção tubular.
 A formação de urina começa quando grande quantidade de líquido praticamente sem proteína é filtrada dos
capilares glomerulares para o interior da cápsula de Bowman.
 A maior parte de substâncias do plasma, exceto as proteínas, é livremente filtrada, de forma que a
concentração dessas substâncias no filtrado glomerular da cápsula de Bowman é a mesma do plasma.
 Conforme o líquido filtrado sai da cápsula de Bowman e flui pelos túbulos, é modificado pela reabsorção da
água e solutos específicos, de volta para os capilares peritubulares ou pela secreção de outras substâncias
dos capilares peritubulares para os túbulos.
 Desta forma, a equação da excreção se expressa da seguinte forma:
EXCREÇÃO URINÁRIA = Filtração Glomerular – Reabsorção Tubular + Secreção Tubular
Onde:
 Filtração Glomerular corresponde ao líquido e substâncias que penetraram na cápsula de Bowman;
 Reabsorção Tubular corresponde ao líquido e substancias que foram reabsorvidos dos túbulos renais de volta
para os capilares peritubulares;
 Secreção Tubular corresponde ao líquido e substâncias que foram secretados dos capilares peritubulares para
dentro dos túbulos renais.
Diferente da Filtração Glomerular, que é relativamente não seletiva (isto é, praticamente todos os solutos do plasma são
filtrados, exceto as proteínas plasmáticas ou substâncias ligadas a elas), a reabsorção tubular é muito seletiva.
Algumas substâncias, como a glicose e os aminoácidos, são quase que completamente reabsorvidas pelos túbulos, de
forma que a intensidade de excreção é, em termos práticos, igual a zero.
Muitos dos íons do plasma, como sódio, cloreto e bicarbonato, também são muito reabsorvidos, mas suas intensidades
de reabsorção e de excreção urinárias são variáveis, dependendo das necessidades do organismo.
Para que a substância seja reabsorvida, ela deve primeiro ser transportada (1) através das membranas epiteliais tubulares 
para o líquido intersticial renal e, posteriormente, (2) através da membrana dos capilares peritubulares, retornar ao 
sangue.
A reabsorção, através do epitélio tubular, para o líquido intersticial, inclui transporte ativo ou passivo pelos mesmos 
mecanismos básicos já visto.
Assim, água ou solutos podem ser transportados, tanto através das próprias membranas celulares (via transcelular)
quanto através dos espaços juncionais entre as junções celulares (via paracelular).
REABSORÇÃO DE SÓDIO
A reabsorção de sódio do lúmen tubular de volta para o sangue envolve pelo
menos 3 etapas:
1) O sódio se difunde através da membrana luminal (também chamada de apical)
para dentro da célula a favor do gradiente eletroquímico estabelecido pela bomba
sódio-potássio ATPase, na porção basolateral da membrana;
2) O sódio é transportado através da membrana basolateral, contra o gradiente
eletroquímico pela bomba de sódio-potássio ATPase;
3) Sódio, água e outras substâncias são reabsorvidos do líquido intersticial para os
capilares peritubulares por ultrafiltração, processo passivo movido pelos
gradientes de pressão hidrostática e coloidosmótica. Uma vez que uma das substâncias (por ex., o sódio) se difunde por seu gradiente eletroquímico, a energia
liberada é utilizada para mover outra substância contra seu gradiente eletroquímico. (por ex., a glicose e os
aminoácidos).
 Nesta caso, o T. A. Secundário utilizado é o cotransporte.
 A célula abaixo mostra o contratransporte de íons Hidrogênio, que se utiliza da energia aumentado do Sódio
quando se difunde, para migrar em sentido contrário. SECREÇÃO ATIVA SECUNDÁRIA NOS TÚBULOS.
PINOCITOSE – MECANISMO DE 
TRANSPORTE ATIVO PARA 
REABSORÇÃO DE PROTEÍNAS
 Algumas porções do túbulo, especialmente o túbulo proximal, reabsorvem moléculas grandes, como
proteínas por pinocitose.
 Neste processo a proteína se adere à borda em escova da membrana luminal e, então, esta porção da
membrana se invagina para o interior da célula, até que esteja completamente envolvida e destacada e
seja formada vesícula contendo proteína.
 Uma vez dentro da célula, a proteína é digerida em seus aminoácidos constituintes, que são
reabsorvidos, através da membrana basolateral, para o líquido intersticial.
 Como a pinocitose requer energia, é considerada uma forma de transporte ativo.
FUNÇÃO GASTROINTESTINAL
O trato alimentar abastece o corpo com suprimento contínuo de água, eletrólitos,
vitaminas e nutrientes. Isto requer:
1) Movimentação do alimento pelo trato alimentar;
2) Secreção de soluções digestivas e digestão dos alimentos;
3) Absorção de água, diversos eletrólitos, vitaminas e produtos da digestão;
4) Circulação do sangue pelos órgãos gastrointestinais para transporte de
substâncias absorvidas;
5) Controle de todas essas funções pelos sistema nervoso e hormonal locais.
Anatomia Fisiológica da Parede Gastrointestinal
ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO LISO GASTROINTESTINAL
O músculo liso do trato gastrointestinal é excitado por atividade elétrica
intrínseca, contínua e lenta, nas membranas das fibras musculares.
Esta atividade consiste em dois tipos básicos de ondas elétricas:
1) Ondas Lentas
1) Potenciais em Ponta
ONDAS LENTAS
 A maioria das contrações gastrointestinais ocorre ritmicamente, e o ritmo é determinado em grande
parte, pela frequência das chamadas ondas lentas do potencial de membrana do músculo liso.
 Essas ondas não são potenciais de ação, e sim, variações lentas e ondulantes do potencial de repouso
da membrana.
 Sua intensidade normalmente varia de 5 a 15 mV, e sua frequência, nas diferentes partes do trato
gastrointestinal varia de 3 a 12 por minuto: cerca de 3 no corpo do estômago e até 12 no duodeno.
POTENCIAIS EM PONTA
 Os potenciais em ponta são verdadeiros potenciais de ação.
 Ocorrem automaticamente, quando o potencial de repouso da membrana do músculo liso fica mais
positivo do que cerca de -40 mV.
 Assim, observa-se que, toda vez que os picos de ondas lentas ficam, temporariamente mais positivos
do que -40 mV, surgem os potenciais em ponta, superpostos a esses picos.
Controle Neural da Função Gastrointestinal 
Sistema Nervoso Entérico
 O trato gastrointestinal tem um sistema nervoso próprio, denominado sistema nervoso
entérico, localizado inteiramente na sua parede, começando no esôfago e terminando no
ânus, e é responsável pelo controle dos movimentos e da secreção gastrointestinal.
O sistema nervoso entérico é composto, basicamente, por dois plexos:
1) Plexo externo, disposto entre as camadas musculares longitudinal e circular, denominado
plexo mioentérico ou plexo de Auerbach.
2) Plexo interno, denominado plexo submucoso ou plexo de Meissner, localizado na
submucosa.
DIFERENÇAS ENTRE OS PLEXOS
1) Plexo mioentérico: Consiste, em sua maior parte, na cadeia linear de muitos neurônios
interconectados que se estendem por todo o comprimento do trato gastrointestinal.
 Em função desta sua localização, ele participa do controle da atividade muscular por todo o intestino.
 Quando este plexo é estimulado, apresenta os seguintes efeitos:
a) Aumento da contração tônica ou do tônus da parede intestinal;
b) Aumento da intensidade das contrações rítmicas;
c) Ligeiro aumento do ritmo da contração;
d) Aumento na velocidade de condução das ondas excitatórias ao longo da parede do intestino,
causando o movimento mais rápido das ondas peristálticas intestinais.
 O plexo mioentérico não é inteiramente excitatório, visto que alguns de seus neurônios são inibitórios.
 Assim, a ativação destes neurônios inibitórios diminuem as contrações da musculatura longitudinal e
circular, principalmente na área do esfíncter pilórico (que controla o esvaziamento do estômago para o
duodeno),. E na área do esfíncter da valva ileocecal (que controla o esvaziamento do intestino delgado
para o ceco).
DIFERENÇAS ENTRE OS PLEXOS
2) Plexo submucoso: Esta basicamente envolvido com a função de controle
da parede interna de cada segmento do intestino.
Por exemplo, muitos sinais sensoriais se originam do epitélio
gastrointestinal e são integrados no plexo submucoso, para ajudar a
controlar a secreção intestinal local, a absorção local e a contração local
do músculo submucoso, que causa graus variados de dobramento da
mucosa intestinal.
TIPOS DE NEUROTRANSMISSORES SECRETADOS 
POR NEURÔNIOS ENTÉRICOS
Foram identificados uma dúzia de substâncias neurotransmissoras que são
liberadas pelos terminais nervosos de diferentes tipos de neurônios entéricos.
1. Acetilcolina; 7. Substância P;
2. Norepinefrina; 8. Polipeptídeo intestinal vasoativo;
3. Trifosfato de Adenosina; 9. Somatostatina;
4. Serotonina; 10. Leuencefalina;
5. Dopamina; 11. Metencefalina
6. Colecistocinina; 12. Bombesina.
A acetilcolina na maioria das vezes excita a atividade gastrointestinal;
A norepinefrina e a epinefrina quase sempre inibem.
As outras substâncias são uma mistura de agentes excitatórios e inibitórios.
CONTROLE AUTÔNOMO DO TRATO GASTROINTESTINAL
ESTIMULAÇÃO PARASSIMPÁTICA
 Os neurônios pós ganglionares da sistema parassimpático gastrointestinal estão
localizados, em sua maior parte, nos plexos mioentéricos e submucoso.
A estimulação destes nervos parassimpáticos causa o aumento geral da atividade
de todo o sistema nervoso entérico, o que, por sua vez, intensifica a atividade da
maioria das funções gastrointestinais.
ESTIMULAÇÃO SIMPÁTICA
Os neurônios da cadeia simpática inerva todo o trato gastrointestinal, exceto as
proximidades da cavidade oral e do ânus, como ocorre com o parassimpático.
Os terminais dos nervos simpáticos secretam principalmente norepinefrina, e
pequenas quantidades de epinefrina.
Em termos gerais, a estimulação dos sistema nervoso simpático inibe a atividade
do trato gastrointestinal.
FIBRAS NERVOSAS SENSORIAIS AFERENTES DO INTESTINO
 Os nervos sensoriais podem ser estimulados por 3 mecanismos:
1. Quando ocorre irritação da mucosa intestinal;
2. Quando ocorre distensão excessiva do intestino;
3. Quando há presença de substâncias químicas específicas no intestino.
Os sinais transmitidos por estas fibras podem, então, causar excitação ou, sob
outras condições, inibição dos movimentos ou da secreção intestinal.
Os sinais sensoriais do intestino vão para múltiplas áreas da MEDULA
ESPINHAL e, até mesmo, do TRONCO CEREBRAL.
As fibras aferentes transmitem sinais sensoriais do trato gastrointestinal para
o bulbo cerebral, que por sua vez, desencadeia sinais vagais reflexos que
retornam ao trato gastrointestinal, para controlar muitas funções.
TIPOS FUNCIONAIS DE MOVIMENTOS NO TRATO GASTROINTESTINAL
 No trato gastrointestinal ocorrem dois tipos de movimentos:
1. Movimentos propulsivos, que fazem com que o alimento percorra o trato com velocidade apropriada
para que ocorra a digestão e absorção;
2. Movimentos de mistura, que mantêm os conteúdos intestinais bem misturados todo o tempo.
MOVIMENTOS PROPULSIVOS - PERISTALTISMO
O peristaltismo é o movimento propulsivo básico do trato gastrointestinal.
A estimulação em qualquer ponto do intestino pode fazer com que um anel
contrátil surja na musculatura circular,e esse anel, então, percorre o intestino.
O estímulo usual do peristaltismo é a distensão do trato gastrointestinal, ou seja,
se grande quantidade de alimento se acumula em qualquer ponto do intestino, a
distensão da parede estimula o sistema nervoso entérico a provocar a contração
da parede 2 a 3 cm atrás desse ponto, o que faz surgir o anel contrátil, que inicia o
movimento peristáltico.
Teoricamente o peristaltismo pode ocorrer em qualquer direção a partir do ponto
de estimulo, mas, normalmente, o movimento em direção à boca cessa
rapidamente, enquanto que o movimento em direção ao ânus se mantêm por
distância considerável.
Normalmente, quando ocorre a distensão do intestino, o anel contrátil começa no
lado oral do segmento distendido, e move-se para adiante. (Lei do Intestino)
FUNÇÕES MOTORAS DO ESTÔMAGO
As funções motoras do estômago estão associadas a:
1. Armazenamento de grande quantidade de alimento, até que ele possa ser
processado no estômago, no duodeno e nas demais partes do intestino delgado;
2. Misturar este alimento com secreções gástricas, até formar mistura semilíquida
denominada quimo;
3. Esvaziar, lentamente, o quimo do estômago para o intestino delgado, vazão
compatível com a digestão e a absorção adequadas pelo intestino delgado.
FUNÇÃO DE ARMAZENAMENTO DO ESTÔMAGO
À medida que o bolo alimentar entra no estômago, formam-se círculos 
concêntricos de alimento na porção oral do estômago;
O alimento mais recente fica próximo da abertura esofágica e, o alimento mais 
antigo, mais próximo da parede externa do estômago;
Normalmente, quando o alimento distende o estômago, o reflexo “vagovagal”, do 
estômago para o tronco encefálico e de volta para o estômago, reduz o tônus da 
parede do estômago de modo que a parede se distende;
 Isto permite que mais alimento seja acomodado, até o limite variável de 0,8 a 1,5 
litro.
Mistura e Propulsão do Alimento no Estômago
 Enquanto o alimento estiver no estômago, ondas constritivas peristálticas fracas, denominadas ondas
de mistura, se iniciam na porção média e superior da parede gástrica e se deslocam na direção do
antro, uma a cada 15 a 20 segundos.
Mistura e Propulsão do Alimento no Estômago
Contrações de Fome
Em geral, quando o estômago fica vazio por várias horas, ocorre outro tipo de
contração intensa, denominada CONTRAÇÃO DE FOME.
Esta contrações são rítmicas, e quando ficam extremamente fortes, elas se fundem
em contrações tetânicas, que podem durar de 2 a 3 minutos.
Estas contrações são mais intensas em indivíduos jovens, mas são também
aumentadas, quando o individuo apresenta níveis de açúcar abaixo do normal.
Pode ocorrer dor epigástrica, denominada pontadas de fome.
ESVAZIAMENTO DO ESTÔMAGO
O esvaziamento do estômago é promovido por intensas contrações peristálticas
no antro gástrico.
Ao mesmo tempo, o esvaziamento é reduzido por graus variados de resistência à
passagem do quimo pelo piloro.
Após um período do alimento no estômago, quando as ondas de contração são
lentas para misturar o alimento, têm início ondas de contração mais intensas, indo
da porção média em sentido caudal, formando anéis de constrição que causam o
esvaziamento do estômago.
Quando o tônus do piloro é normal, cada intensa onda peristáltica força vários
milímetros de quimo para o duodeno.
FUNÇÕES SECRETORAS DO TRATO ALIMENTAR
Em todo o trato gastrointestinal as glândulas secretoras servem a
duas funções primárias:
1) Enzimas digestivas são secretadas na maioria das áreas do trato
alimentar, desde a boca até a extremidade distal do íleo;
2) Glândulas mucosas, desde a boca até o ânus, proveem muco para
lubrificar e proteger todas as partes do trato alimentar.
Mecanismos básicos de estimulação das glândulas do trato 
alimentar
A presença de alimento em contato com a mucosa do trato gastrointestinal,
estimula as glândulas da região e de regiões adjacentes a produzirem quantidades
moderadas a grandes de sucos.
Além disto, a estimulação epitelial local também ativa o sistema nervoso entérico
da parede do trato intestinal, produzindo os seguintes estímulos:
1. Estimulação tátil;
2. Irritação química;
3. Distensão da parede gastrointestinal.
Os reflexos nervosos resultantes estimulam as células mucosas da superfície
epitelial e as glândulas profundas da parede do trato gastrointestinal a aumentar
sua secreção.
PROPRIEDADES LUBRIFICANTES E PROTETORAS DO MUCO
 O muco é uma secreção espessa composta, em grande parte, de água, eletrólitos e mistura de diversas
glicoproteínas, grandes polissacarídeos ligados a quantidades mínimas de proteínas.
 O muco é ligeiramente diferente em diversas partes do trato gastrointestinal, mas tem características comuns
que o tornam excelente lubrificante e protetor da parede do trato.
1. O muco tem qualidades de aderência que lhe permitem aderir ao alimento ou a outras partículas e a se
espalhar, como filme fino, sobre as superfícies.
2. O muco tem consistência suficiente para revestir a parede gastrointestinal e evitar o contato direto das
partículas de alimentos com a mucosa.
3. O muco tem baixa resistência ao deslizamento, de maneira que as partículas deslizam pelo epitélio com
facilidade.
4. O muco faz com que as partículas fecais adiram umas às outras para formar as fezes expelidas pelo
movimento intestinal.
5. O muco é muito resistente à digestão pelas enzimas gastrointestinais.
6. As glicoproteínas do muco são anfotéricas, o que significa que são capazes de tamponar pequenas
quantidades de ácidos ou de bases.
SECREÇÃO DE SALIVA
A secreção diária de saliva, normalmente, é de 800 a 1.500 mililitros.
A saliva contém dois tipos principais de secreção de proteína:
1) A secreção serosa contendo ptialina (uma α-amilase), que é uma enzima para a
digestão do amido;
2) A secreção mucosa, contendo mucina, para lubrificar e proteger as superfícies.
A saliva contém quantidade especialmente elevada de íons potássio e bicarbonato.
Sob condições basais de vigília, cerca de 0,5 mililitro de saliva é secretado a cada
minuto, e essa secreção é extremamente importante para a manutenção da saúde
bucal, neutralizando a ação de bactérias patogênicas.
SECREÇÃO ESOFÁGICA
As secreções esofágicas são totalmente mucosas e fornecem,
principalmente, a lubrificação para a deglutição.
O corpo principal do esôfago é revestido com muitas glândulas mucosas
simples, enquanto que, na terminação gástrica e na porção inicial do
esôfago, existem também muitas glândulas mucosas compostas.
O muco produzido pelas glândulas compostas no esôfago superior evita a
escoriação mucosa causada pela nova entrada de alimento, enquanto que
as glândulas mucosas localizadas próximas à junção esofagogástrica,
protegem a parede esofágica da digestão por sucos gástricos ácidos, que
com frequência, refluem do estômago para o esôfago inferior.
SECREÇÃO GÁSTRICA
Além de células secretoras de muco que revestem toda a superfície do
estômago, a mucosa gástrica tem dois tipos importantes de glândulas
tubulares:
I. Glândulas oxínticas (formadoras de ácido), que secretam ácido clorídrico,
pepsinogênio, fator intrínseco e muco;
II. Glândulas pilóricas, que secretam principalmente muco, para proteger a
mucosa pilórica do ácido gástrico. Também secretam o hormônio gastrina
(que induz as glândulas estomacais a produzirem e secretarem as
pepsinas - enzimas do suco gástrico responsáveis pela digestão de
proteínas) e o ácido clorídrico.
SECREÇÃO PANCREÁTICA
O pâncreas possui a forma de um “C”, com uma perna alongada e localiza-se totalmente no
retroperitônio. É um órgão com função endócrina e exócrina. A porção exócrina produz o
suco pancreático e a porção endócrina produz glucagon (aumenta o teor de glicose no sg a
partir da quebra do glicogênio) e insulina (que faz absorção de glicose).
SECREÇÃO PANCREÁTICA
O suco pancreático é secretado de forma mais abundante, em resposta à
presença de quimo nas porções superiores do intestino delgado, e as
características do suco pancreático são determinadas,até certo ponto,
pelos tipos de alimentos do quimo.
A secreção pancreática contém múltiplas enzimas para digerir os três
principais grupos de alimentos: proteínas, carboidratos e gorduras.
Contém ainda, grande quantidade de íons bicarbonato que contribuem, de
modo muito importante, para a neutralização da acidez do quimo
transportado do estômago para o duodeno.
As mais importantes das enzimas pancreáticas, na digestão de proteínas,
são a tripsina, a quimiotripsina e a carboxipolipeptidase.
SECREÇÃO DE BILE PELO FÍGADO
Uma das funções do fígado é secretar bile, normalmente entre 600 e 1.000 mL/dia.
A bile apresenta duas funções importantes:
1) Tem papel importante na digestão e na absorção da gordura:
a) Ajudando a emulsificar (misturar gordura e água) as grandes partículas de
gordura;
b) Ajudam a absorção de produtos finais da digestão das gorduras através da
mucosa intestinal.
2) Serve como meio de excreção de diversos produtos do sangue, incluindo a
bilirrubina, produto final da destruição da hemoglobina e o colesterol em excesso.
SECREÇÕES DO INTESTINO DELGADO
As Glândulas de Brunner, localizadas na parede dos primeiros
centímetros do duodeno, secretam grande concentração de muco
alcalino, em resposta a:
I. Estímulos táteis ou irritativos na mucosa duodenal;
II. Estimulação vagal, em resposta ao aumento da secreção gástrica;
III. Liberação de hormônios gastrointestinais, especialmente a
secretina.
SECREÇÃO DO INTESTINO GROSSO
As células epiteliais da mucosa do intestino grosso quase não secretam qualquer
enzima.
Ao contrário, elas são células mucosas que secretam apenas muco.
Esse muco contém quantidade moderada de íons bicarbonato, secretadas por
algumas células epiteliais não secretoras de muco.
A secreção de muco é regulada, principalmente, pela estimulação tátil direta das
células epiteliais que revestem o intestino grosso e por reflexos nervosos locais
que estimulam as células mucosas.

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