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FACULDADE FUTURA LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO VOTUPORANGA – SP 1 16.8 Atividades e ações do educador relacionadas à prática de leitura Exposição de cartazes com palavras estáveis, como: personagens de histórias ou revistas em quadrinhos, nomes próprios, títulos de poemas ou histórias, nomes de autores diversos etc. Escrita da rotina na lousa. Num primeiro momento, escrevemos sempre as mesmas palavras, como roda de história, artes, música, recreio etc. Podemos escrever palavras estranhas, atividades absurdas, como: “comer sabão” no meio da rotina, com o objetivo de chamar a atenção para as palavras e fazer com que as crianças se esforcem para ler, tentando descobrir a ação desafiadora que foi colocada pelo educador. Incentivo de leitura de gibis nos cantos e em momentos planejados. A leitura em duplas também é muito apreciada pelos educandos. Leitura e memorização de poemas para diagramação do texto. Aproximação das crianças dos livros de histórias já trabalhados em classe. Leitura ou reconto de histórias na roda. Desafios de leitura de legendas relacionados aos projetos ou sequência didática. Bingo de nomes diversos. Forca de nomes próprios ou palavras estáveis. Caça-palavras de poemas, parlendas, canções etc. Leitura dos combinados da classe. Leitura de recados na lousa. Leitura de cartas, convites, avisos e bilhetes recebidos. AULAS 51 A 60 http://faculdadefutura.com.br/ 2 Leitura de parlendas ou poemas cujos textos já foram memorizados. Leitura de desafios de adivinhas ou tirinhas de jornal. Leitura de listas contextualizadas em um mesmo campo semântico. Fonte:www.secretariamunicipalmarilia.com.br 17 LEITURA FEITA PELO ALUNO, ANTES DE SABER LER CONVENCIONALMENTE A criança compreende o sistema alfabético na prática de leitura, uma das quatro situações didáticas básicas para a alfabetização. O longo processo de conhecimento da linguagem escrita tem início antes de ela frequentar a escola. Segundo Ana Teberosky, professora da Universidade de Barcelona, na Espanha, a escrita ultrapassa os limites da sala de aula. Está presente em todas as etapas da vida e atinge o ser humano desde que surge o interesse pela representação gráfica. A criança não tarda em reconhecer e distinguir palavras de figuras ao abrir um gibi ou um livro. Diferentemente dos desenhos, que comunicam referentes com facilidade, o sentido da escrita alfabética é adquirido com o tempo: as http://faculdadefutura.com.br/ 3 palavras se dispõem quase sempre em linha reta e descontínua e possuem uma quantidade de letras, que se alternam e se combinam para formar um significante. O segredo para ensinar a ler é dar condições para o aluno resolver problemas que lhe permitam avançar como leitor e escritor, confrontando-se com textos desde o início da alfabetização 17.1 Leitura pelo aluno de textos memorizados Neste trabalho, o professor: - Propõe a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita. - Proporciona situações reais de leitura com cantigas e parlendas. - Permite que os alunos estabeleçam uma relação entre o oral e o escrito. Segundo Beatriz Gouveia, coordenadora do programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, em São Paulo, é o contato com o texto que permite ao aluno refletir sobre o funcionamento do sistema de escrita. "A reflexão constante possibilita desenvolver estratégias de leitura", explica a educadora. Tais estratégias são postas em prática pelas crianças sempre que tentam "ler" mesmo sem saber ler. "Elas antecipam o que pode estar escrito. Como ainda não dominam o sistema, estão o tempo todo usando informações sobre a escrita do próprio nome, do nome dos colegas ou outros que trazem da própria experiência." Beatriz esclarece que essa tentativa de leitura não é aleatória. Ao contrário, "é um trabalho intelectual. A criança compara as palavras, seleciona, olha para todas as pistas e só então verifica o que está escrito". Existem atividades que ensinam o aluno a ler ao mesmo tempo em que proporcionam situações reais de leitura. Um exemplo é uma coletânea de cantigas e parlendas que as crianças já conheçam de cor. A letra da música é afixada pela professora na parede da sala de aula de maneira que todos possam acompanhar a leitura enquanto cantam. Assim - sempre com a intervenção da professora -, constroem relações entre o que pronunciam e a escrita correspondente. A professora Ana Rosa Piovesana conseguiu alfabetizar todos os alunos no 1º ano da EMEB Rosa Scavone, em Itatiba, a 89 quilômetros de São Paulo, http://faculdadefutura.com.br/ 4 lançando mão de atividades de leitura e escrita de cantigas e parlendas, entre outras. No início de 2008, sua sala tinha oito crianças pré-silábicas, duas silábicas sem valor sonoro convencional, oito silábicas com valor sonoro convencional, uma silábica-alfabética e duas alfabéticas. Antes de tudo, Ana Rosa pergunta quais cantigas todos conhecem. Esse levantamento é importante para saber que canções fazem parte do repertório comum da classe. Como as crianças ainda não dominam o sistema de escrita, a memorização prévia da canção que será "lida" é essencial para saber O QUE está escrito e tentar ler ONDE está escrito: se trabalha a música O Sapo Não Lava o Pé, por exemplo, o estudante saberá que as estrofes que tentará ler durante a atividade correspondem tão-somente à letra dessa música. "Escrevo a letra das cantigas num papel pardo e coloco na parede da sala. Também entrego uma cópia para cada um colar no caderno para levar para casa e ler com os pais", diz Ana Rosa. "Então cantamos a música, acompanhando a letra, apontando e fazendo o ajuste do falado ao escrito conforme ela vai sendo cantada. Depois, peço que encontrem palavras da música." Ana Rosa descreve as intervenções realizadas com um de seus alunos durante o trabalho com uma das cantigas. Os versos em questão eram: "Havia uma barata/ Na careca do vovô/ Assim que ela me viu/ Bateu asas e voou". Ana perguntou: - Lucas, encontre para mim na cantiga a palavra "vovô". Ele apontou a palavra "voou". - Lucas, diga com que letra começa a palavra "vovô"? - Com "v", de Vanessa. - Muito bem, mas... - Mas está também começa com "v" - disse Lucas, se antecipando à docente e apontando para a palavra "vovô". - Então, com que letra termina a palavra "vovô"? A intervenção nesse caso levou o garoto a analisar mais que a primeira letra da palavra para conseguir lê-la e encontrá-la. "Lucas observou que 'voou' não tinha a letra 'o' no fim, percebeu que aquela não era a palavra correta e recorreu novamente à música para encontrar o que havia sido pedido", explica Ana Rosa. http://faculdadefutura.com.br/ 5 17.2 Leitura pelo aluno de títulos de livros Neste trabalho, o professor: - Propõe a reflexão sobre o sistema alfabético de escrita. - Aciona estratégias de leitura que permitam descobrir O QUE está escrito e ONDE está escrito (seleção, antecipação e verificação). O objetivo da leitura de títulos de livros é oferecer ao aluno o desafio de encontrar, entre muitas histórias, uma que gostaria de escutar em casa pela voz dos pais. Esse é o motivo pelo qual ele é levado a procurar em uma lista o título de sua história preferida. Isso é feito com base nos conhecimentos sobre a escrita de que já dispõe e naqueles que adquire com o passar do tempo - a escrita do próprio nome, do nome de colegas etc. Na EMEF Laura Lopes, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, Tatiana Garcez Jora começa essa atividade colocando os estudantes em círculo para que comentem o livro que leram com a família. A professora permite que eles citem os trechos da história que mais chamaram a atenção. A intenção é fazer com que apresentem asobras uns aos outros, despertando o interesse coletivo. Tatiana prepara pequenas tarjetas de cartolina. Em cada uma, vai escrito o título de um dos muitos livros que podem ser encontrados numa caixa que fica na sala de aula. Então um aluno se sente atraído por Branca de Neve. A professora seleciona três tarjetas, A Bela Adormecida, Branca de Neve e A Bela e a Fera, lê os títulos numa ordem e os apresenta à criança em outra. O fato de que os três títulos terem palavras começadas com "b" impõe a necessidade de encontrar na extensão da palavra mais indicativos - tamanho, outras letras etc. A professora fica ao lado do aluno durante as tentativas de leitura, fazendo intervenções que promovam a reflexão sobre o sistema de escrita, seja para levá-lo a repensar uma escolha, seja para pedir justificativas se ele aponta corretamente o título. Uma vez que o encontra, o estudante coloca o título num caderno para registrar o empréstimo e vai à caixa de livros, onde estará envolvido em outra atividade de busca, com o auxílio das imagens nas capas. Utilizar essas tarjetas que apresentam apenas o título das histórias, em vez de exibir as imagens na capa dos livros, permite o foco exclusivamente no contexto escrito - objetivo da alfabetização. http://faculdadefutura.com.br/ 6 17.3 Leitura pelo aluno de textos informativos Neste trabalho, o professor: - Expõe o procedimento que os leitores experientes usam para buscar informações. - Formula questões sobre o que será lido e procura no texto como respondê-las. Em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, a professora Lóide Carvalho de Vasconcelos iniciou com a turma de 1º ano da EMEB Anísio Teixeira o projeto Conhecendo os Animais. "Primeiro, perguntei a todos quais animais queriam conhecer melhor. Eles chegaram a um consenso e decidiram se aprofundar na vida da girafa", explica Lóide. "Então levantamos questões sobre o que a girafa come, onde mora, quantos anos vive etc." Para confirmar as respostas que os alunos deram às perguntas, a solução foi encaminhá-los à biblioteca. Na rede municipal de São Bernardo, a pesquisa não apresenta as dificuldades tradicionais que uma criança encontraria numa biblioteca comum. As obras estão dispostas por temas e divididos por cores. Os livros se organizam em ordem alfabética pelo sobrenome do autor e ficam com a capa à mostra para que o aluno que está aprendendo a ler possa utilizar as imagens como um instrumento adicional de busca. As estantes são baixas para que a criança alcance as obras. Lóide diz que os estudantes são orientados sobre como usar a biblioteca antes de sair à procura de informação. "Eles foram atrás de dicionários e enciclopédias em que pudessem constar informações sobre as girafas, além de livros e revistas". As obras são selecionadas. O papel da professora é investigar junto com a turma se os livros trazidos podem ou não servir para aprimorar o conhecimento sobre o tema. "Se um aluno trazia um livro porque tinha visto uma figura de mamíferos, por exemplo, eu lia o sumário com ele para saber se ali há elementos sobre a girafa", relata Lóide. "Esse procedimento ensina a buscar informações de maneira cada vez mais autônoma e a compreender que só o desenho não esclarece tudo: é preciso ler." http://faculdadefutura.com.br/ 7 Alunos e professora escolheram quatro livros. Lóide formou uma roda e leu os textos para responder às dúvidas sobre a girafa. Depois, cada um escolheu um animal para pesquisar individualmente, seguindo os mesmos procedimentos. "Mesmo que as crianças não saibam ler de forma convencional, quando há um contexto gerador de informações, elas conseguem realizar a leitura e, assim, aprendem a ler", conclui a professora. Fonte:www.colegioecologia.com.br 18 ATIVIDADES PARA ALFABETIZAÇÃO Atualmente, cresce cada vez mais o número de pessoas alfabetizadas no Brasil. Isso ocorre devido ao avanço tecnológico que nos dias atuais facilitam e muito a vida de nós, professores. No entanto, ainda há muitas pessoas que não possuem qualquer nível de alfabetização e que por este motivo ficam à margem da sociedade, vivendo fora da zona onde aparecem as melhores oportunidades, tanto profissionais, quanto pessoais. Alfabetizar nem sempre é uma tarefa fácil alguns alunos sentem mais dificuldades do que os outros e isso é natural. http://faculdadefutura.com.br/ 8 Fonte:www.educacaoetransformacao.com.br 19 ORIENTAÇÕES DIDÁTICAS GERAIS DE LEITURA E ESCRITA É desnecessário dizer que as turmas de alunos são heterogêneas em relação aos conhecimentos sobre leitura e escrita e que, de forma correspondente, existem distintas necessidades de intervenção. Mesmo propondo desafios para todos avançarem, você deve planejar intervenções variadas de acordo com a situação de cada aluno. Como professor, sua preocupação central é garantir que todos os alunos aprendam; tendo isso em vista, faz o planejamento, opta por uma ou outra atividade, por um ou outro encaminhamento. Para ajudar você a lidar com as inúmeras variáveis envolvidas nessa prática, apresentamos aqui alguns aspectos essenciais para que obtenha maior controle sobre o processo de aprendizagem de cada aluno. 19.1 Intervenções do professor Enquanto os alunos se ocupam com as atividades que você propôs, procure fazer intervenções que contribuam para problematizar o que eles estão pensando. Tais intervenções podem ter objetivos distintos: favorecer a http://faculdadefutura.com.br/ 9 compreensão da tarefa; criar situações desafiadoras para cada aluno; ou informar. Para favorecer a compreensão da tarefa. Observe o trabalho de seus alunos durante a atividade: talvez alguns não saibam o que fazer e outros realizem algo diferente do que foi proposto. Se isso ocorrer, explique novamente o que deve ser feito. É comum algumas crianças não compreenderem as orientações no momento em que você as explica coletivamente, e para estas vale a pena você oferecer esclarecimentos individualizados. Para criar desafios adequados a cada aluno, talvez determinadas atividades pareçam muito difíceis para certos alunos, mas se tornem possíveis para eles se você agregar algumas informações. Por exemplo, se o aluno está achando difícil localizar no texto a informação solicitada, talvez fique mais fácil se ele souber em que parágrafo está. Ao mostrar o parágrafo, você dá uma pista e torna a atividade possível, ou seja, faz com que o desafio se torne adequado para ele. Já em relação às crianças que têm relativa facilidade, seu questionamento pode ser para que justifiquem sua resposta e, para isso, reflitam mais. Por exemplo: na atividade de leitura exemplificada acima, você pede a outro aluno que mostre no texto onde está determinada informação, selecionada por ele. Nesse caso, coloca uma dificuldade a mais (a de justificar sua resposta), tornando o desafio mais adequado para um aluno que tem facilidade para realizar a atividade proposta. Para informar. É comum os alunos recorrerem ao professor para obter informações, e, em certos momentos, convém você incentivá-los a pesquisar em fontes selecionadas. Mas em determinadas circunstâncias as informações que eles solicitam são importantes para continuarem a realizar a tarefa – por exemplo, quando têm uma dúvida ortográfica ao produzir um texto. Nesse momento, é fundamental que se concentrem na elaboração do texto, e uma eventual consulta ao dicionário pode desviar sua atenção do que é mais importante. Nesse caso, é recomendável você solucionar a dúvida. 19.2 Agrupamentos de alunos Quando pensamos em agrupar os educandos de forma produtiva, pensamos em organizar duplas ou pequenos grupos, em que umas crianças http://faculdadefutura.com.br/ 10 possibilitem proporcionar, através de ideias e questões,aprendizagens às outras. Para que isso aconteça, devemos ficar atentos a algumas questões: O educador precisa saber, entender e dominar o que seus educandos sabem, analisando se grafa e reconhece as letras; têm capacidade de refletir sobre os sons da fala (consciência fonológica); entendem a função da leitura e da escrita; percebem as unidades menores que compõem o sistema de escrita, dentre outras. O nível de escrita do educando: devemos agrupar os educandos por níveis próximos. Educandos pré-silábicos com educandos silábicos, silábicos com silábico-alfabéticos e silábico-alfabéticos com alfabéticos. Como nem sempre em uma sala de aula estes agrupamentos são possíveis, às vezes não temos tanta diversidade de escrita, e pensamos em outras possibilidades: os que sabem letras com os que não sabem; os que grafam letras com os que não grafam; os que já refletem sobre os sons das palavras, com os que ainda não refletem, e assim por diante. O comportamento dos educandos: não adianta formarmos uma dupla em que as crianças são muito tímidas ou muito agitadas. Isso impossibilitará o trabalho e não proporcionará momentos de aprendizagens significativas. http://faculdadefutura.com.br/ 11 Fonte:www.centraldeinteligenciaacademica.com.br 20 TRABALHO COM OS CONTOS NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO Os contos de fadas mexem com os sentimentos mais primitivos do indivíduo. Neles, o bem e o mal aparecem claramente esboçados, auxiliando as crianças a identificar seus problemas, suas emoções, suas limitações e suas possibilidades de resolução das dificuldades. Objetivo: Reconhecer obras e autores consagrados. Apropriar-se da linguagem escrita própria desse gênero literário. Ter procedimento de sentar para ouvir contos Ampliar o repertório linguístico. Fazer reconto e reescrita dos contos trabalhados. Identificar marcas linguísticas. Conhecimento prévio: Organização de uma biblioteca literária em sala de aula. Seleção do conto a ser trabalhado com a turma. http://faculdadefutura.com.br/ 12 Leitura pelo educador do conto escolhido, 2 ou 3 vezes antes de ler para os educandos. Observação e manuseio do livro pelas crianças: tamanho, capa, ilustrações, o que ele nos sugere, quantidade de letras etc. Análise biográfica do autor Antecipação do conteúdo: tema, personagens, hipóteses da trama, cenários etc. Orientações didáticas: Leitura do título: o que será que quer dizer? Leitura da história pelo educador. Provocar os educandos a fazerem leitura por imitação ou leitura virtual. Trabalhar a estrutura textual do conto (ambientação, desenvolvimento da trama e finalização). Chamar a atenção para o tempo em que se desenrola a história: cronologia. Reconto da história pelo educador, aproximando-se o máximo possível da linguagem do autor. Estimular as crianças para o reconto (trecho de que mais gostaram; ambientação; início ou final da história; todo o texto; continuando a fala do educador). Reescrita do educador no quadro, a partir do reconto oral dos educandos. Cópia pelos educandos da reescrita coletiva de trechos da história. Distribuir a história com trechos em lacunas, para o educando completar as palavras que faltam. Reescrita em dupla de trechos ou de todo o texto trabalhado. Transformar a história em outro tipo de linguagem: carta, bilhete, mensagem, desenhos etc. Escrita pelos educandos do título da história, nomes dos personagens, de expressões típicas imutáveis etc. http://faculdadefutura.com.br/ 13 Reescrita pelos educandos de alguns fragmentos previamente memorizados. 21 ALFABETIZAÇÃO E SEUS MÉTODOS O processo de alfabetização é mais complexo do que se imagina, pois é a partir dele que milhares de pessoas aprendem a ler e escrever. O mais preocupante é que para se alfabetizar usa-se métodos como o tradicional que engloba o analítico e sintético, e construtivista. A dúvida é, qual deles seria mais indicado para alfabetizar, criar alunos capazes de construir seu próprio conhecimento, ser participante e crítico na sociedade. A alfabetização teria que partir do pressuposto de que alfabetizar não é apenas ensinar a ler e escrever através de um método que a cartilha propõe, e sim formar alunos críticos e capazes de interagir na sociedade, propiciar aos alunos caminhos para que eles aprendam, de forma consciente e consistente, os mecanismos de apropriação de conhecimentos. Assim como a de possibilitar que os alunos atuem, criticamente em seu espaço social. 21.1 Método de alfabetização Com a necessidade de saber como se dá o processo de aprendizagem de leitura e escrita, surgiram os métodos de alfabetização, que impões regras que devem ser seguidas pela criança a ser alfabetizada. Os métodos de alfabetização evoluem fazendo o avanço do conhecimento de acordo com as necessidades sociais, pois com a evolução da sociedade, cada vez mais vai se exigindo um tipo de letrado diferente. E com todas as evoluções surgiram vários métodos de alfabetização como: o método tradicional que incorpora o método sintético e analítico e por fim o método construtivista. Alguns desses métodos colocam em risco o processo e capacidade de aprendizagem do aluno por passar insegurança tanto para o aluno quanto para os professores, por isso se percebe, que apesar de ser muito usado e de uma certa forma ter alfabetizado milhões de pessoas, esses métodos de http://faculdadefutura.com.br/ 14 alfabetização consistem na memorização do que é ensinado, colocando em dúvida a qualidade do aprendizado do aluno. 21.2 Método tradicional O método tradicional de alfabetização é centrado no professor, que tem a função de “vigiar o aluno”. Ou seja, observar se o aluno está seguindo à risca o que lhe foi pedido. Esta metodologia tem a concepção de que a aula deve acontecer apenas dentro da sala, em que o professor ensina a matéria, passa os exercícios, e depois a corrige, seguindo com a matéria à frente, fazendo sempre a mesma coisa, tornando a aula mecanizada, dando a entender que o aluno só irá aprender através do conhecimento do professor. Este tipo de aula faz com que o aluno aprenda através de repetições de exercícios com exigência do uso da memória, levando o aluno a decorar e não aprender, e como consequência a escola forma alunos desinteressados, desmotivado pelos estudos. O método tradicional tem seu aprendizado de forma dividida, ou melhor, por partes, primeiro aprende as vogais, depois as sílabas até chegar às palavras e as frases, para daí por diante construir textos. Como o que importa é a montagem silábica, e não o conteúdo surge frases com poucos sentidos do tipo “O rato roeu a roupa do rei de Roma” ou “A menina gosta de rosa e boneca”. O aluno só consegue produzir textos depois de dominar boa parte da família silábica e o processo de formação das palavras, criando assim textos sem sentidos, pois o aluno nesse momento está preocupado com a escrita ortográfica e não com o sentido lógico do seu texto. Há uma valorização maior no uso das cartilhas e uma preocupação com a quantidade, esquecendo assim da qualidade. O professor fala o aluno ouve e aprende. Não deixa o aluno ser participativo na construção de sua própria aprendizagem. Muitas vezes não leva em consideração o que a criança aprende fora da escola, seus esforços espontâneos, a construção coletiva, e o que é pior, muitas vezes, ignora o meio social o conhecimento de mundo que o aluno trás de fora para dentro da escola. http://faculdadefutura.com.br/ 15 Neste método tradicional a cartilha muitas vezes é o único material de trabalho, os textos para leitura são curtos com frases simples desvinculados da linguagem oral, buscam o uso das sílabas já estudadas.Raramente usam materiais extras, como revistas, jornais, livros de história e músicas. Este método sobrecarrega o aluno com informações, que muitas vezes não conseguem entendê-los tornando o processo de aquisição do conhecimento, muitas vezes burocrático, e sem significação. Mantendo uma postura conservadora. O seu processo de alfabetização, apoia-se nas técnicas de codificar e decodificar da escrita. A escrita da criança em fase de alfabetização não é levada em conta, sendo a cartilha sequencialmente seguida, formando assim a base do processo de alfabetização. O método tradicional de alfabetização procura desenvolver as habilidades básicas que a criança deve ter para tornar-se um leitor habilidoso. Porém, somente a presença dessas habilidades não garantem sua utilização em tarefas mais complexas, como a leitura de um livro, a escrita de um poema, ou mesmo a execução correta de receitas culinárias. O contexto social que incentiva o interesse em aprender, independentemente da educação formal é a chave para a utilização dessas habilidades em qualquer atividade humana, especialmente as que envolvem a leitura e a escrita. 21.3 Método sintético O método sintético estrutura-se dentro da teoria do behaviorismo, e é considerado um dos mais rápidos, simples e antigo método de alfabetização, podendo ser aplicado a qualquer tipo de criança. Insiste fundamentalmente numa correspondência entre o oral e o escrito, entre o som e a grafia. O seu ensino, inicia-se de um grau de dificuldade mais simples percorrendo até chegar a um mais complexo, ou seja, o sistema de ensino parte das partes para um todo. A criança para iniciar nesse método de alfabetização, primeiro domina o alfabeto (letra por letra), depois as sílabas, as palavras, frases e finalmente os http://faculdadefutura.com.br/ 16 textos. E este método não permite que a criança prossiga para uma nova fase se não dominar a que está. O método sintético, foca seu ensino em lê letra por letra, ou sílaba por sílaba, e palavra por palavra, acarretando em pausas durante a leitura, motivando o cansaço e prejudicando o ritmo e a compreensão da leitura. Baseando-se no ponto de vista mental, o indivíduo é capaz de perceber os símbolos gráficos de uma forma geral, ou melhor, como um todo, dando-lhes significados, para posteriormente ser capaz de analisar suas partes. O método sintético leva o aluno a perceber partes isoladas, sem significação, impedindo sua compreensão e percepção da leitura. A aprendizagem pelo método sintético, é feita através da memorização e repetição, de uma certa forma acaba prejudicando o aluno, pois impede que ele consiga pensar e agir por si próprio, ou melhor, de produzir seus textos e seus conhecimentos através de sua imaginação, pois ele é alfabetizado por regras que devem ser seguidas passo-a-passo, traz um conhecimento pronto faltando apenas pôr em prática. Com isso, o aluno tem dificuldades de compreender e criar textos, o prazer pela leitura dura pouco, porque logo o aluno consegue dominar a leitura e a escrita deixando de ser algo novo em sua vida, oferece um vocabulário pobre e restrito, o método sintético considera a língua escrita um objeto de conhecimento externo ao aprendiz. Ainda nesse método, podemos encontrar alguns conceitos positivos, como os de alunos adquirem a ortografia perfeita por ser um ensino de regras e repetições, ele consegue com o tempo fazer sua tarefa sozinho, e por fim, permitir a compreensão da língua. 21.4 Método analítico O método analítico se desenvolve a partir da teoria do “sincretismo infantil” que foi fundamentado pela teoria da Gestalt, e acredita que a aprendizagem se dá pelo insight. O método analítico tem por objetivo, fazer com que as crianças compreendam o sentido de um texto, não ensina a leitura através da silabação, incentiva os alunos a produção de textos prestando atenção ao uso da pontuação, estimula a leitura e deixa o aluno à vontade para expor suas ideias. http://faculdadefutura.com.br/ 17 Este método ajuda a criança no desenvolvimento e organização de seus pensamentos. Do ponto de vista linguístico, neste método o ensino deve começar por um nível menos complexo, para aos poucos ir dando continuidade para um nível mais avançado, pois a língua falada é bem diferente da língua escrita, e a criança no início de sua aprendizagem se baseia na língua falada para desenvolver a língua escrita e isso só confunde a cabeça da criança por elas serem bem diferentes. Partindo do ponto de vista mental, o método analítico é um método constituído por palavração (leitura de palavra por palavra), e que assim como os métodos tradicionais e sintéticos trabalham com elementos isolados, o que não favorece para a compreensão de um texto, tornando-se cansativo e desestimulante, por impedir que a criança possa entender o texto como um todo. 21.5 Método construtivista Este método construtivista é um dos mais indicados e usados para alfabetização, por permite que a própria crianças construam seus conhecimentos de acordo com seu desenvolvimento cognitivo, pode ser aplicado de forma individual ou coletiva, trabalha com o conhecimento que a criança traz para escola, faz a união da língua falada, escrita e a leitura em um único processo, e pode ser aplicado a qualquer criança. E a partir deste método a criança se sentirá mais segura e será capaz de criar seu próprio conhecimento tornando-se um aluno consciente e responsável. O método construtivista baseia-se nas pesquisas de Jean Piaget, sobre a construção do conhecimento, afirmando que este é o resultado da construção do próprio indivíduo. Essas conclusões são derivadas das suas pesquisas sobre “a origem e evolução da inteligência” que também se constrói na interação do sujeito com o mundo, considerando os fatores biológicos, experiências físicas, a troca social, e os processos de equilíbrio e desequilíbrio. A aprendizagem da criança começa muito antes da aprendizagem escolar, a criança antes de entrar na escola já possui alguns conhecimentos como, por exemplo, a linguagem verbal. Toda aprendizagem na escola tem uma pré-história, a atividade de criar é uma manifestação exclusiva do ser humano http://faculdadefutura.com.br/ 18 que tem a capacidade de criar algo novo a partir de um conhecimento já existente. Através da memória o ser humano pode imaginar situações futuras e formar outras imagens a partir dela. Com isso, ação de criar deixa clara que o indivíduo pode e deve sempre estar criando algo novo a partir de seus conhecimentos pré-existentes, buscando através do imaginário e da fantasia, um equilíbrio, bem como a construção de algo novo. E é nisso que o método construtivista consiste em o aluno construir seu próprio conhecimento. Do ponto de vista linguístico o construtivismo deixa claro que para se aprender algo tem que praticar. Ou seja, para aprender a ler tem que ler e a escrever tem que escrever, para isso não são necessários métodos, por exemplo, para aprendemos a falar não tivemos que seguir um método, para ler e escrever não deve ser diferente. O método construtivista possui muitas vantagens, pois incentiva a criança a expressar o que sente, e a escrever e falar o que pensa, desperta a curiosidade e leva o aluno a buscar soluções para resolução de seus problemas, tornando-o um aluno crítico e capaz de responder pelos seus atos, estimula também o ato da leitura e escrita, trabalha com a língua escrita com todas as dificuldades que nela existe a partir da produção de texto do próprio aluno, no processo de aprendizagem da escrita não exige a ortografia e a sintaxe perfeita, dá valor à interação dos alunos em grupo, enfim, o método construtivista, não tem uma regra básica a ser seguida, pois parte da ideia de que o ensino tem que se basear na vivência de vida que o aluno trás para escola.Fonte:www.pt.slideshare.net http://faculdadefutura.com.br/ 19 22 BIBLIOGRAFIA (Org.) Contextos de alfabetização inicial. Porto Alegre: Artmed, 2004 ______ . Letrar é mais que alfabetizar. Jornal do Brasil. nov. 2000. ______ . Programa de formação de professores alfabetizadores. Documento de apresentação. Secretaria de Educação Fundamental. 2001a. ALVES, R. Entre a ciência e a sapiência – O dilema da Educação. São Paulo: Ed. Loyola, 1996. CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetizando sem o bá-bé-bi-bó-bu. São Paulo: Scipione, 1998. COLELLO, Silvia M. Gasparian. Alfabetização e Letramento: repensando o ensino da língua escrita. Disponível em: http://hottopos,com/videtur29/silvia.htm CONHECER COMO SE APRENDE PARA SABER COMO ENSINAR. Pedagogia ao pé da letra. Disponível em:< https://pedagogiaaopedaletra.com/conhecer-como-se-aprende-para-saber- como-ensinar/> WEISZ. T. Como se aprende a ler e escrever ou, prontidão, um problema mal colocado. Disponível em:<http://www.colegiojohnkennedy.com.br/downloads/2015/AnaLucia-25- 04/TEXTO%20TELMA%20WEISZ.pdf> GESTÃO ESCOLAR. Alfabetização: as sondagens de hipóteses de escrita. 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