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Características e Design de Produtos no Marketing Imobiliário

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Aula
07
Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
AS CARACTERÍSTICAS 
DO PRODUTO, DO DESIGN 
E CICLO DE VIDA DO 
PRODUTO
Prezados alunos, vamos dar continuidade à nossa disciplina 
conhecendo, na Aula 07, entendendo as principais características 
bem como o modo de realizar um design adequado dos produtos. A 
construção desse conhecimento será essencial para que possamos 
reconhecer as características e o design dos produtos para, deste 
modo, aprimorá-los nossa prática profissional.
É importante lembrar que sua motivação é um passo 
fundamental para que mobilize recursos em busca de objetivos. 
Assim procure se lembrar dos motivos que levaram a escolher este 
curso, bem como a refletir sobre as atitudes que pretende assumir no 
decorrer do estudo desta Aula e responda para si mesmo: pretendo 
estar concentrado? Como? Vou me dedicar para aprender o conteúdo? 
Como? Pretendo realizar pesquisas para ampliar e/ou aprofundar 
meus conhecimentos sobre as características e o design do produto?
Não se esqueçam de que a sua participação é muito importante 
para agregar novos conhecimentos e que estamos preparados para 
ensinar e aprender com seus avanços.
Lembre-se ainda de ler e refletir sobre os objetivos de 
aprendizagem e as seções de estudo da Aula 05, uma vez que assim 
poderá assumir uma postura ativa e autônoma em relação ao seu 
processo de aprendizagem.
Boa aula!
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
 identificar e explicar as características de um produto;
 reconhecer e interpretar as questões relacionadas ao Design de um 
produto e sua relevância.
Seções de estudo
 Seção 1  Características do produto
 Seção 2  Design do produto
Seção 1 - Características do produto
Iniciando as nossas discussões é preciso considerar que um produto pode 
ser oferecido com várias características; sendo que todos os produtos ofertados 
devem possuir algumas características básicas as quais, dentre as quais, destacam-
se (ARM, 2012):
a) qualidade: tem a ver com o quão perfeitamente seu produto satisfaz 
um desejo ou necessidade do cliente, P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) 
podem colaborar com a crescente qualidade de um produto, para a eliminação 
de deficiências e para fortalecimento de pontos fortes influenciam a qualidade 
percebida de seu produto favorecendo sua aceitação;
b) apresentação: a apresentação pode ser o diferencial em uma 
escolha entre concorrentes. Um produto não só pode ter qualidade como deve 
também aparentar ter qualidade. Cores, embalagem, exposição, sem dúvida 
alguma influenciam na decisão de compra. A apresentação não pode apenas ser 
esteticamente agradável, mas deve também ser coerente com seu público-alvo;
c) marca: a construção de uma marca forte para seu produto é 
consequência de um relacionamento satisfatório com seu mercado-alvo. Quando 
esta identificação positiva se torna forte o bastante, sua marca passa a valer mais 
Na primeira seção da Aula 07, vamos conhecer e buscar compreender melhor as 
características relacionadas a um produto, identificar a sua importância, bem 
como construir conhecimentos sobre as ações a serem adotadas para garantir a 
sua adequação à necessidade dos clientes e sobre o design do produto. 
Durante a leitura desta aula é importante que tenha sempre a mão materiais 
de pesquisa para eliminação de eventuais dúvidas sobre o assunto discutido. 
Bons estudos!
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
do que o próprio produto oferecido. Branding é como é chamado o conjunto de 
práticas e técnicas que visam à construção e o fortalecimento de uma marca.
Deste modo, a partir destas características primárias é possível realizar o 
incremento dos produtos com a inserção de atributos mais específicos e modernos.
Um protótipo ou modelo pode ser o ponto de partida do processo de 
desenvolvimento de um produto. Uma empresa pode criar modelos de alto nível 
adicionando uma ou mais características. 
Em um automóvel, por exemplo, o comprador pode encomendar alguns 
opcionais, tais como vidros elétricos, bancos de couro, ar condicionado etc. O 
fabricante deve decidir quais características padronizadas deve oferecer e quais 
serão opcionais. Cada característica acrescentada tem a chance de conquistar a 
simpatia de compradores adicionais.
As características constituem, portanto, uma ferramenta competitiva 
para diferenciar o produto da empresa dos produtos dos concorrentes. Algumas 
empresas são bastante inovadoras quanto à adição de novas características a 
seus produtos, como é o caso dos japoneses, que adicionaram foco automático e 
embutido às câmeras de 35 mm e também acrescentaram novas características aos 
automóveis, calculadoras, relógios de pulso, filmadoras e outros produtos.
Para exemplificar as possibilidades de mercado que advém com a 
inserção de novas características em um produto veja a imagem que se segue:
Os protó pos são usados de uma maneira direta para reduzir o risco. Eles podem 
reduzir a incerteza sobre: A viabilidade de negócio de um produto que está sendo 
desenvolvido; A estabilidade ou o desempenho da tecnologia-chave; Compromisso 
do projeto ou provisão de fundos: criação de um pequeno protó po de prova 
de conceito; O entendimento de requisitos e sobre a Aparência do produto, sua 
usabilidade. Um protó po pode ajudar a criar o suporte do produto, mostrando 
algo concreto e executável aos usuários, clientes e gerentes. A natureza e a meta 
do protó po devem permanecer claras, entretanto, durante toda a vida ú l. Se 
você não pretende desenvolver o protó po até o produto real, não pressuponha 
repen namente que, como o protó po funciona, deve tornar-se o produto fi nal. 
Um protó po exploratório e comportamental, que pretenda experimentar muito 
rapidamente alguma interface de usuário, raramente evolui para um produto 
forte e fl exível. Você pode visualizar protó pos de duas maneiras: o que eles 
exploram; como evoluem ou qual é seu resultado. No contexto da primeira 
visão - o que eles exploram - há dois pos principais de protó pos: Um protó po 
comportamental, que enfa za a exploração de determinado comportamento do 
sistema. E um protó po estrutural, que explora algumas questões arquiteturais 
ou tecnológicas. No contexto da segunda visão - seu resultado - há também dois 
 pos de protó pos: um protó po exploratório, que é descartado quando fi ca 
pronto, também chamado de protó po para descarte e um protó po evolu vo, 
que gradualmente evolui para se tornar um sistema real (WTHREEX, 2012).
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Este é o “papel computador” leve, fino, flexível e com baixo consumo 
de energia promete substituir os blocos de notas e ainda permite vislumbrar um 
possível caminho para a evolução dos smartphones. Pelo menos, é o que acreditam 
os cientistas da Universidade Queens, no Canadá (EXAME, 2012).
O primeiro papel computador interativo do mundo funciona com a 
pressão dos dedos, com o movimento de dobras ou com a pressão de uma caneta. 
Ela pode, inclusive, ser usada para escrever sobre a tela - um display de tinta 
eletrônica que mede 9,5 cm na diagonal. Nele, documentos e anotações podem 
ser armazenados digitalmente. Além de leves e finos, os aparelhos não consomem 
energia quando estão em repouso(EXAME, 2012).
A equipe do professor Roel Vertegaal criou um protótipo de smartphone 
com o papel computador chamado Paper Phone. Basicamente, trata-se de uma 
espécie de iPhone flexível que guarda livros, toca música e faz ligações. Ele foi 
oficialmente apresentado no dia 10 de maio, durante a conferência da Association 
of Computing Machinery (CHI 2011), realizada em Vancouver, no Canadá 
(EXAME, 2012). 
Como você pode notar, é possível considerar que a inserção de novas 
características garante a modernização constante de um produto, bem como 
propicia uma maior vantagem competitiva ao mesmo no seu mercado de atuação.
Para identificar estas novas características e decidir quais deverãoser 
adicionadas ao produto, a empresa deve entrar em contato periodicamente com 
os compradores, após eles terem utilizado o produto, e questioná-los quanto aos 
vários tópicos, tais como:
a) você gostou do produto?
b) existem características que podem ser adicionadas ao produto para 
melhorá-lo? Quais são elas? Quanto você pagaria a mais por cada característica?
c) o que você pensa sobre as características que outros clientes sugeriram? 
Para cada uma delas, quanto você pagaria a mais?
Figura 5.1- Papel de computador.
Fonte: EXAME. Cientistas criam o primeiro papel computador. Disponível 
em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/ciencia/noticias/cientistas-criam-o-
primeiro-papel-computador>. Acesso em: 15 abr. 2012.
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Note que as respostas a estas perguntas proporcionarão uma rica relação 
de ideias. De posse desses dados, a empresa pode decidir quais sugestões valem 
a pena pôr em prática. Para cada característica potencial, a empresa deve calcular 
seu valor para o cliente versus seu custo para a empresa.
Esses critérios são apenas um ponto de partida. No entanto, eles podem 
auxiliar na eliminação de algumas características que os clientes não valorizam e 
também identificar as características que os consumidores atribuem alto valor e 
que podem ser acrescentadas ao produto.
Seção 2 – Design do produto
Além de se atentar para as características, outra maneira de aumentar a 
distinção do produto é por intermédio de seu design. 
É fato que algumas empresas se destacam quanto ao design de seus 
produtos. No entanto, a maioria das empresas não dá valor ao design, oferecendo 
produtos com designs pobres ou comuns, desinteressantes. 
 “A vida está cheia de desafi os que, se aproveitados de forma cria va, transformam-
se em oportunidades”! (MARXWELL MALTZ apud UOL, 2012).
E então? O que vocês acharam dos conteúdos relacionados às características 
do produto? Compreenderam a importância de ofertar produtos com as 
características adequadas para o seu mercado consumidor? Em caso de 
resposta afirmativa: Parabéns! Mas, há ainda muitos outros conhecimentos a 
serem agregados sobre este tema. Para tanto, sugerimos que consulte as obras, 
periódicos e sites indicados ao final desta aula. Agora, vamos conhecer melhor 
os aspectos relacionados ao design do produto!
Vamos con nuar a nossa aventura pelo mundo dos Produtos! E o nosso próximo 
assunto será o seu design... Nessa seção, iremos mostrar o conceito e os principais 
assuntos relacionados ao tema.
Vale salientar que esta abordagem é muito importante, uma vez que permi rá 
que saibamos como atuar, enquanto profi ssionais do Marke ng, de modo a 
conseguir o melhor design possível para nossos produtos.
Sendo assim, vamos con nuar fi rme em nossos estudos, pois é a par r da 
agregação con nua de novos conhecimentos que nos tornaremos profi ssionais 
mais qualifi cados.
Vamos con nuar a nossa aventura pelo mundo dos Produtos! E o nosso próximo 
assunto será o seu design... Nessa seção, iremos mostrar o conceito e os principais 
assuntos relacionados ao tema.
Vale salientar que esta abordagem é muito importante, uma vez que permi rá 
que saibamos como atuar, enquanto profi ssionais do Marke ng, de modo a 
conseguir o melhor design possível para nossos produtos.
Sendo assim, vamos con nuar fi rme em nossos estudos, pois é a par r da 
agregação con nua de novos conhecimentos que nos tornaremos profi ssionais 
mais qualifi cados.
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Nesse ensejo, é preciso reconhecer que o design pode ser uma das armas 
competitivas mais poderosas do arsenal de marketing de uma empresa. Produtos 
com bons designs conquistam atenção de vendas.
Um designer de produto lidará essencialmente com o projeto e produção 
de bens de consumo ligados à vida quotidiana (como mobiliário doméstico e 
urbano, eletrodomésticos, automóveis e outros tipos de veículos etc.) assim como 
a produção de bens de capital, como máquinas, motores e peças em geral.
A definição oficial de design industrial do Conselho Internacional das 
Organizações de Design Industrial (ICISD) proposta por Tomás Maldonado, 
define o design como uma atividade criativa que consiste na determinação das 
propriedades formais dos objetos que escolhemos para produzir industrialmente. 
Dessa forma, por propriedades formais dos objetos, não podemos apenas 
considerar as características externas do objeto; mas ter em conta especialmente as 
relações estruturais que fazem com que um objeto, ou um sistema de objetos, sejam 
uma unidade coerente, tanto do ponto de vista do produto como do consumidor.
Segundo Peter Dormer, existem dois polos que dividem os designers, 
dependendo do método de projetar: 
a) os que defendem o design como uma atividade primordialmente 
ligada à arte;
b) os que acreditam que se trata de um termo voltado para questões 
essencialmente tecnológicas.
Que o design de produto, também chamado de “projeto de produto” ou “design 
industrial” trabalha com a criação e produção de objetos e produtos tridimensionais 
com foco para usufruto humano, mas também pode ser para uso animal?
O Conselho Internacional das Organizações de Design Industrial (ICSID) é uma 
organização não governamental que protege e promove os interesses da profi ssão 
do design industrial. Fundada em Paris no ano de 1957, reunindo mais de cinquenta 
associações de design espalhadas por 40 países, com o propósito de contribuir 
para o desenvolvimento da profi ssão, unifi cando os saberes de todos os membros, 
através de uma plataforma universal (ISSUU, 2012). 
São requisitos de registrabilidade de um produto industrial:
 novidade absoluta;
 originalidade;
 u lização industrial;
 caráter esté co” (PATENT NET, 2012).
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
 Dentro destes dois polos, Dormer (s/d.) distingue dois tipos de desempenho 
diferentes, que originam dois tipos de preocupações na metodologia de design. 
Distingue-se o design abaixo da linha e o design acima da linha, dependendo se as 
suas preocupações são mais funcionais, (caso do primeiro termo) ou mais formais 
(caso do segundo termo).
O design acima da linha está ligado a aspectos visuais do produto, ao 
estilo, enquanto que o design abaixo da linha está ligado à parte estrutural e ao 
funcionamento do produto.
No início considerava-se no desenho industrial a forma plástica 
ornamental de um objeto, ou, o conjunto ornamental de linhas e cores que 
podiam ser aplicados a um produto. Isto proporcionava um resultado visual 
novo e original na sua configuração externa e que poderia servir de um tipo de 
fabricação industrial.
Contudo, este foco ornamental foi se expandindo para aspectos mais 
técnicos, principalmente após a II Guerra Mundial com o advento de novos 
materiais e processos de fabricação, bem como novas necessidades requeridos 
pelos esforços de guerra. Durante este período o fator ergonomia tornou-se um dos 
principais focos do design, sendo que se tornou fundamental na corrida espacial.
A história do design não se apresenta de uma forma única e uniforme nos 
diferentes países uma vez que as características socioeconômicas e culturais de 
cada lugar imprimiram uma personalidade distinta aos profissionais ligados a esta 
área, contudo, é possível na modernidade para além de tipificar os objetos como 
acima e abaixo da linha, conforme referenciado anteriormente, também podemos 
separar os objetos quanto à importância dada, a quando a fase de projeto, às 
diferentes dimensões do produto: 
a) dimensão sintática, denominada formalismo;
b) dimensão pragmática denominada funcionalismo;
c) dimensão semântica denominada styling.
Defi nição importante: Styling é uma das fi losofi as do design com ênfase em tornar 
um produto atraente para o consumidor a fi m de vendê-lo. Tal fi losofi a é oposta 
ao funcionalismo. Seu maior representante foi Raymond Loewy. O Styling surgiu 
nos EUA após a quebra na bolsa de valores de 1929, com o intuito de incrementaras vendas e segundo Tomás Maldonado, corresponde a uma modalidade de 
design industrial que procura fazer o modelo superfi cialmente atraente, para 
disfarçar eventuais falhas na qualidade. Segundo Heske (1997), o Styling está 
associado à expansão da profi ssionalização do design nos EUA e responsável 
pela consolidação da fi gura do designer como consultor de empresas, fi rmando 
parcerias importantes com a indústria norte-americana (PICORAL, 2012).
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Na modernidade as preocupações metodológicas do designer deixam de 
ter dois desempenhos ambivalentes consoante o produto final, para se optar por 
uma unificação de saberes que passam pelo formalismo, funcionalismo e styling, 
dando origem a produtos mais completos. 
O design industrial evoluiu para o que hoje identificamos como design 
de produto.
O design de produto, dada a sua relação com os processos de produção 
industriais e sua origem na Revolução Industrial, começa a se delinear no Século 
XIX, especialmente com os textos teóricos ligados ao movimento Arts&Crafts 
que via na produção artística um guia para a produção industrial. Da mesma forma 
que o design visual, porém, ele ganha maturidade e sofre uma profunda revolução 
com as experiências feitas na Bauhaus, no início do Século XX, praticamente 
definindo a noção atual da profissão.
Para facilitar a compreensão dos temas que estão sendo discutidos, 
confira o texto a seguir que trata sobre o Movimento Arts&Crafts.
Vamos lá!
Movimento Arts&Cra s
Histórico
ArtsandCra s é um movimento esté co e social inglês, da segunda metade 
do século XIX, que defende o artesanato cria vo como alterna va à mecanização e 
à produção em massa. Reunindo teóricos e ar stas, o movimento busca revalorizar 
o trabalho manual e recupera a dimensão esté ca dos objetos produzidos 
industrialmente para uso co diano. 
A expressão "artes e o cios" - incorporado em inglês ao vocabulário crí co 
- deriva da Sociedade para Exposições de Artes e O cios, fundada em 1888. As 
ideias do crí co de arte John Ruskin (1819 - 1900) e do medievalista Augustus 
W. NorthmorePugin (1812 - 1852) são fundamentais para a consolidação da base 
teórica do movimento. Observa-se uma tenta va de combinar este cismo e 
reforma social, relacionando arte à vida diária do povo. 
As ideias nostálgicas de Pugin sobre as glórias do passado medieval 
diante da mediocridade das criações modernas têm impacto sobre Ruskin, 
que, como ele, realiza um elogio aos padrões artesanais e à organização do 
trabalho das guildas medievais. Mas o passo fundamental na transposição 
desse ideário ao plano prático é dado por William Morris (1834 - 1896), o 
principal líder do movimento. 
Pintor, escritor e socialista militante, Morris tenta combinar as teses de 
Ruskin às de Marx, na defesa de uma arte "feita pelo povo e para o povo"; a 
ideia é que o operário se torne ar sta e possa conferir valor esté co ao trabalho 
desqualifi cado da indústria. O conceito de belas-artes é rechaçado em nome 
do ideal das guildas medievais, onde o artesão desenha e executa a obra, num 
ambiente de produção cole va.
Diversas sociedades e associações são criadas com base na intervenção direta 
de Morris. Em 1861, é fundada a Morris, Marshall, Faulkner & Co., especializada 
em mobiliário e decoração em geral: forrações, vidros, pratarias, tapeçarias etc. O 
sucesso da empresa pode ser aferido por sua ampla e duradoura produção. 
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Em 1871, a Guilda de S. Jorge, planejada por Morris, representa mais uma 
tenta va de conjugar ensino de arte e nova forma de organização do trabalho. Tal 
experiência fru fi ca em outras, como na Guilda de Trabalhadores de Arte (1884) e 
na Guilda de Artesanato (1888). Ainda em 1888, a Arts and Cra s Exhibi on Society 
- exposição quadrienal de móveis, tapeçaria, estofados e mobiliário, realizada em 
Londres - reúne trabalhos de vários adeptos do movimento. 
A par r de 1890, o Movimento de Artes e O cios liga-se ao es lo 
internacional do art nouveau espalhando-se por toda a Europa. Ainda que um 
sucessor do movimento inglês, o art nouveau possui fi losofi a um pouco dis nta. 
Menos que uma a tude de recusa à indústria, a produção art nouveau coloca-se 
no seu interior, valendo-se dos novos materiais do mundo moderno (ferro, vidro e 
cimento), assim como da racionalidade das ciências e da engenharia. Trata-se de 
integrar arte, lógica industrial e sociedade de massas, desafi ando alguns princípios 
básicos da produção em série, por exemplo, o emprego de materiais baratos e o 
design inferior. 
A associação entre arte, artesanato e indústria está no coração da 
experiência alemã da Bauhaus, fundada em 1919, que tem no movimento do 
Arts and Cra s um ancestral direto. Ao ideal do ar sta-artesão, defendido por 
Walter Gropius (1883 - 1969) desde a criação da escola, soma-se na experiência 
da Bauhaus a defesa da complementariedade das diferentes artes sob a égide do 
design e da arquitetura.
 O espírito que orienta o programa da escola ancora-se na ideia de que 
o aprendizado, e o obje vo, da arte liga-se ao fazer ar s co, o que evoca uma 
herança medieval de reintegração das artes e o cios. Nos anos 1920, as artes 
aplicadas encontram abrigo no es lo artdeco. Aí, recoloca-se o nexo entre arte e 
indústria tendo a decoração como elemento mediador, na esteira das propostas 
art nouveau. Só que, no caso do artdeco, as soluções indicam a preferência pelas 
linhas retas e es lizadas, pelas formas geométricas e pelo design abstrato, em 
consonância com as vanguardas do começo do século XX. As Ofi cinas de Artes 
e O cios, fundadas em Viena, em 1903 (WienerWerkstä e) por membros da 
Secessão, por sua vez, visam fundir u lidade e qualidade esté ca de acordo com 
as propostas de Morris. 
Os objetos de decoração de interiores (mosaicos), além de jóias, trabalhados 
de perto com o ideário art nouveau, produzidos nas ofi cinas (fechadas em 1932) 
se mantêm restrita aos círculos de elite. As ofi cinas, às quais aderem ar stas como 
Gustav Klimt (1862 - 1918), Josef Hoff man (1870 - 1956) e Oscar Kokoschka (1886 
- 1980), são responsáveis pela subs tuição das linhas curvas e retorcidas do art 
nouveau pelas formas geométricas e re líneas, que se tornam a marca dis n va da 
arquitetura e das artes decora vas vienenses, a par r de então. Na arquitetura norte-
americana, o nome de Frank Lloyd Wright (1867 - 1959) deve ser lembrado pelo seu 
débito explícito em relação ao movimento Arts and Cra s e às ideias de Morris. 
Nas concepções e construções de Wright observa-se o mesmo gosto pela 
natureza (sua preferência pelos subúrbios e pelo modelo das casas de fazenda), 
pela simplicidade e pelo artesanal, que ele combina livremente a materiais e 
técnicas industriais em projetos como as séries de Prairie Houses, dos primeiros 
anos do século XX. 
A despeito do impacto esté co do trabalho de Morris, seu projeto não 
logra a tão almejada popularização dos produtos. De qualquer modo, o legado 
do movimento Arts&Cra s pode ser aferido até hoje, em todo o mundo, pela 
propagação de estúdios de cerâmica, tecelagem, joalheria e outros e pela 
organização de diversas escolas de artes e o cios. 
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Já sabemos que o design é uma atribuição de valor identificado pelo 
mercado e transformado em atributo físico do produto, enquanto, o registro de 
desenho industrial é um título de propriedade temporária sobre um desenho 
industrial, outorgado pelo estado aos autores ou outras pessoas físicas ou jurídicas 
detentoras de direitos sobre a criação.
Desse modo, podemos afirmar que o design é necessário às indústrias para 
"produzir o produto certo, pelo preço certo, para o mercado certo, na altura exata" 
(ARAÚJO,1996). Isto atendendo a valores estáticos, políticos, econômicos, sociais, 
geográficos etc. no sentido de rentabilizar as ferramentas, a organização e a lógica 
da industrialização, para quea empresa possa competir com a concorrência, tanto 
no lançamento de novos produtos como no re-design de outros. 
Nesse ínterim, as características de um produto concebido sob o ponto 
de vista do design são:
a) foco no usuário: consideração das necessidades do usuário, em 
primeiro lugar;
No Brasil, especifi camente, o Liceu de Artes e O cios, criado em diversas 
cidades (Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), encontram na experiência do 
Arts&Cra s e na valorização do trabalho artesanal no interior da indústria de 
feição capitalista um modelo a ser seguido. As artes decora vas e aplicadas têm 
lugar assegurado no seio do modernismo de 1922 com os trabalhos - pinturas, 
tapeçarias e objetos - de John Graz (1891 - 1980) e dos irmãos Regina Graz (1897 
- 1973) e Antonio Gomide (1895 - 1967). 
Anos mais tarde, a proximidade entre arte e indústria é reeditada no interior 
do grupo concreto paulista, na década de 1950. Aí se destaca o nome de Geraldo 
de Barros (1923 - 1998) por suas afi nidades com a fotografi a, com desenho 
industrial e com a criação visual, sobretudo a par r de 1954, quando funda 
a coopera va Unilabor e a Hobjeto, dedicadas à produção de móveis. A Form-
inform, também fundada por ele, des na-se à criação de marcas e logo pos. Esses 
poucos exemplos, ainda que muito dis ntos em suas concepções e realizações, 
podem ser vistos como tenta vas de atualização do ideário do Arts&Cra s e de 
sua fi losofi a da inseparabilidade entre artes visuais e artes aplicadas (FUNDAÇÃO 
ITAÚ CULTURAL, 2012).
E então? Gostaram do texto abordando o Movimento Arts&Cra s relacionado ao 
design? Viram como as suas ideias auxiliaram na evolução do modo de fazer o 
design dos produtos com o passar dos tempos? 
Agora, con nuando as discussões de nossa aula vamos as principais caracterís cas 
do design de produto. 
O conceito, a forma, a cor, a embalagem e as caracterís cas sicas do produto, 
assim como o seu preço, são decisivos para o sucesso da sua venda.
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
b) foco no problema: visualização das possibilidades de solução de 
seu produto. 
c) foco na relação custo x benefício: verifica a viabilidade do produto 
previamente à sua produção. 
d) foco nos materiais e manufatura: seleciona os materiais mais adequados 
e seu custo. 
e) foco na técnica: qualidade e exatidão nas peças para aprovação. 
f) foco em feedback como meio de aprimoramento: acompanha a 
utilização da produto e sua interação com o usuário.
Após estas considerações sobre o design de produto, é oportuno distinguir 
design de estilo. O conceito de design é mais amplo do que o conceito de estilo. 
O estilo descreve simplesmente a aparência de um produto enquanto o design, 
conforme já abordado anteriormente, refere-se a todo o processo de criação e 
produção deste mesmo item.
Um estilo sensacional pode atrair a atenção, mas ele não melhora 
necessariamente o desempenho de um produto, enquanto o design é mais profundo, 
chegando ao coração de um produto. Um bom design contribui para a utilidade de 
um produto tanto quanto para sua aparência.
Vejamos um exemplo: uma cadeira pode ter o estilo colonial ou moderno 
e ser extremamente desconfortável. Contudo, o seu design moderno pode 
proporcionar conforto para os usuários. 
Desse modo, pode-se afirmar que um bom designer sempre leva em 
conta, fatores como:
a) a funcionalidade;
b) a estética;
c) os fatores humanos (ergonômicos);
d) a facilidade de manutenção e reparo;
Vamos realizar uma autoavaliação para sedimentar nossa aprendizagem? Lembre-
se de que este po de proposta tem o obje vo de lhe oportunizar momentos 
sistemá co de avaliação pessoal sobre seu processo pessoal de aprendizagem e, 
portanto, não precisa ser encaminhado ao seu professor!
Como sugestão, leia novamente o material desta aula até aqui e imagine você, 
enquanto profi ssional de marke ng, que precisa, usando as ideias do design, 
melhorar um produto existente em determinada empresa – o ramo fi ca a seu 
critério de escolha – dando ao mesmo novas caracterís cas. 
Pense nesta ideia, realize o exercício. Agora, vamos juntos con nuar a nossa 
produção de conhecimento!
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
e) a viabilidade de fabricação;
f) os custos das matérias-primas e do ferramental.
Atualmente, várias empresas estão despertando para a importância 
do design. Em suma, um bom design pode atrair a atenção dos consumidores, 
melhorar o desempenho do produto, reduzir custos e proporcionar uma grande 
vantagem competitiva no mercado-alvo. 
Neste momento, para finalizar a nossa Aula 7, vamos visualizar algumas 
imagens de produtos elaborados a partir das ideias derivadas do design: 
Então, entendeu? Caracterís ca do Produto consiste nas qualidades do mesmo que 
agregam valor ao cliente. Design do produto é o processo de criação e produção do 
mesmo para oferecer as caracterís cas desejadas pelos consumidores e empresas.
Muito interessante, não acham?
Figura 5.2 - Produtos derivados de ideias de design.
Fonte: Adaptação do acervo pessoal.
Lembre-se de que as defi nições sobre caracterís cas e design do produto que 
foram apresentadas nesta Aula são pré-requisitos para a plena compreensão de 
outros conceitos. Sendo assim, após o estudo, releia o conteúdo quantas vezes 
precisar, interaja com seus colega de curso e com seu professor sobre os temas 
aqui tratados e realize novas pesquisas. 
Agora, vamos relembrar todos os conhecimentos adquiridos na Aula 07? Vamos juntos!
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Retomando a conversa inicial
 Seção 1 – Características do produto
Na primeira seção da Aula 07, você teve a oportunidade de construir 
conhecimentos sobre os principais conceitos e informações relacionados às 
Características do Produto.
A partir destas concepções iniciais, foi possível compreender que todo 
produto deve possuir características essenciais como qualidade, apresentação e marca. 
Você viu, ainda, que essencial a correta inserção de novas características 
nos produtos para garantir a sua manutenção no mercado.
 Seção 2 – Design do produto
Já na Seção 2, foi abordado o design do produto, na qual mostramos os 
aspectos mais relevantes relacionados com o correto design de um produto.
A partir destas informações, foi possível a agregação de conhecimentos 
sobre o papel e os modos de realização desta ferramenta dos profissionais ligados 
a publicidade.
Sugestões de leituras, sites, e fi lmes
Leituras
ARAÚJO, M. D. Tecnologia do vestuário. Lisboa: FCG, 1996.
HEUFLER, Gerhard. Design basics: from ideas to products. New Yoork: 
Niggli, s/d. 
KOTLER, Philip. Administração de marketing. Tradução de Monica Rosenberg 
et al.12. ed.São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MATTAR, Fauze Najib. Gerência de produtos: como tornar seu produto um 
sucesso. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2003. 
NORMAN, Donald A .O design do dia a dia. São Paulo: Rocco, s/d. 
Ao fi nalizar o estudo de cada aula é fundamental acessar o ambiente virtual e 
realizar as a vidades propostas para a Aula estudada. Além disso, é importante que 
reorganize o ambiente que u lizou para seu estudo, desligando computadores, 
guardando livros e/ou outros materiais de consulta etc. 
Parece que estamos indo bem. Então, para encerrar a Aula 07, 
vamos recordar os temas que foram abordados:
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Marketing Imobiliário II - UNIGRAN
Sites
 ARM. Produtos. Disponível em: <http://armsi.com/Dynamic.
aspx?type=produtos&act=4>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 DESIGN. Comunidade design brasil. Disponível em: <http://www.designbrasil.
org.br/>. Acesso em:31 mar. 2012. 
 EXAME. Cientistas criam o primeiro papel computador. Disponível em: <http://
exame.abril.com.br/tecnologia/ciencia/noticias/cientistas-criam-o-primeiro-
papel-computador>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 FUNDAÇÃO ITAU CULTURAL. Arts & crafts. Disponível em: <http://www.
itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_ic/index.cfm?fuseaction=termos_
texto&cd_verbete=4986>. Acesso em: 31 mar. 2012.
 GERENTE. Guiado gerente de produtos 2.0. Disponível em: <http://
gerentedeprodutos.com.br/>. Acesso em: 31 mar. 2012.
 INDUSTRIAL. Industrial design served. Disponível em: <http://www.
industrialdesignserved.com/>. Acesso em: 31 mar. 2012.
 ISSUU. Re-design gráfico editorial. Disponível em: <http://issuu.com/diogoraf/
docs/tccdiogo>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 PATENT NET. Tipos de patentes. Disponível em: <http://www.patentnet.com.
br/patentes_tipos.htm>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 PICORAL, A. Fundamentos de design. Disponível em: <http://www.ebah.com.
br/content/ABAAAAdmQAF/fundamentos-design>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 TUVIE. Tuvie: design of future. Disponível em: <http://www.tuvie.com/>. 
Acesso em: 31 mar. 2012.
 UOL. Pensador. info - frases. Disponível em: <http://pensador.uol.com.br/frase/
MjA2/>. Acesso em: 15 abr. 2012. 
 WTHREEX. Protótipos. Disponível em: <http://www.wthreex.com/rup/process/
workflow/manageme/co_proto.htm>. Acesso em: 31 mar. 2012.
Filmes
 “Do que as mulheres gostam”. 
 “Crazy people”. 
Vídeos
 YOU TUBE. Gerenciamento do mix de produtos. Disponível em: <http://www.
youtube.com/watch?v=K0KCHOHZzs0>. Acesso em: 1 abr. 2012.
_____. Crazyrun in Africa. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v
=TxzxPyfsSxY&feature=player_embedded>. Acesso em: 1 abr. 2012.
_____. Ideoshopping cart.Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=
Bwdyk6VHXU&feature=player_embedded>. Acesso em: 1 abr. 2012.
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