Prévia do material em texto
Aula 05 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN O PRODUTO: DEFINIÇÕES E CLASSIFICAÇÃO Caro(a) aluno(a), Vamos iniciar nossos estudos conhecendo um pouco sobre os conceitos básicos envolvidos na área de produtos, suas definições e determinados elementos que auxiliam no seu desenvolvimento. Antes de iniciar os relacionados aos produtos, é importante que esses termos que serão empregados no futuro fiquem esclarecidos para não causarem dúvidas de interpretação durante as análises que sucederão nas próximas Aulas. Vale salientar que esta Aula teve como principais referências a apostila: “Qualidade desde o projeto”, elaborada pelo Dr. Osmar Possamai para o mestrado em Engenharia de Produção (Universidade Federal de Santa Catarina) e o livro “Administração em marketing”, de autoria de Philip Kotler. Assim, para ampliar seus conhecimentos, é importante que verifique as referências dessas obras ao final da Aula e consulte-as! Sugerimos ainda que leia sempre a página inicial de cada Aula, bem como seus objetivos para programar e organizar seus estudos. A gerência de produtos é uma área na qual você precisará fazer da pesquisa uma companheira constante em sua caminhada. Como poderá perceber, esta Aula foi preparada para que você não encontre grandes dificuldades! Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos estudos. Quando isso acontecer, acesse a plataforma e utilize as ferramentas “quadro de avisos” ou “fórum” para interagir com seus colegas de curso ou com seu professor. Sua participação é muito importante e estamos preparados para ensinar e aprender com seus avanços! 141 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Objetivos de aprendizagem Ao final desta aula, vocês serão capazes de: identificar e interpretar os conceitos básicos envolvidos na área de produtos; reconhecer alguns dos elementos que auxiliam no desenvolvimento dos produtos. Seções de estudo • Seção 1 Conceituações e reflexões básicas da área de produtos Seção 2 Elementos que auxiliam no desenvolvimento dos produtos Seção 1 – Conceituações e refl exões básicas da área de produtos Vamos iniciar esta Aula procurando esclarecer alguns termos, comuns na linguagem dos profissionais da área de desenvolvimento de produto e marketing, os quais podem eventualmente gerar dúvidas para outros profissionais. Nesse interim, nosso primeiro desafio será responder: o que é “produto”? Um produto é qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para aquisição, atenção, utilização ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade. Isto inclui objetos físicos, serviços, pessoas, lugares, organizações e ideias (KLOTER, 2000). Em termos diferenciados, produto é qualquer coisa que possa ser oferecida para o mercado a fim de satisfazer necessidades ou desejos. Em geral, a palavra produto se refere a algo físico, mas o seu conceito não se limita a objetos físicos (ADMINISTRADORES, 2012). Durante a leitura da primeira Seção procure ter sempre a mão um dicionário e/ou outros materiais de pesquisa para eliminação de eventuais dúvidas pontuais sobre os termos aqui empregados. Além disso, sugerimos que deixe em local de fácil acesso um caderno ou u lize editores de textos (como o Word ou o Bloco de notas, por exemplos) para anotar observações, refl exões e conceitos-chave sobre os conteúdos aqui disponibilizados. Dentre suas anotações, é importante que faça uma linha do tempo: trace uma reta, divide-a em intervalos regulares, na parte superior anote cada século e na inferior seus principais acontecimentos. Com isso, conseguirá entender melhor o contexto geral sobre a trajetória do comércio exterior ao longo dos tempos. Bons estudos! CONCEITO As organizações precisam estar atentas as constantes con ngências e exigências do mercado, a inovação e a qualidade são requisitos fundamentais, para que os produtos/ 142 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN É importante observar que, mais que produtos, os consumidores buscam os benefícios que eles proporcionam. Desse modo, quando o termo produto não parece ser adequado a uma dada situação, podemos substituí-lo também por solução, oferta ou resultado. Há vendedores que ainda cometem o erro de se concentrar mais no produto físico do que nos benefícios que ele proporciona: por exemplo, quando alguém compra uma broca com diâmetro de 10 mm está buscando o benefício que esta compra vai oferecer, isto é, um furo de 10 mm. Isso significa que o que o comprador não precisa da broca, mas de um furo de 10 mm! Contudo, a não consideração deste aspecto subjacente à compra em si mesma pode conduzir os profissionais da área ao que se chama de “miopia de marketing”. Isso dificulta a visão potencial do produto e, geralmente, ocorre quando um novo produto é lançado no mercado (KLOTER, 2000, p. 40). Vejamos outro exemplo: um consumidor que procura uma ratoeira, provavelmente não procura uma ratoeira simplesmente, mas por um meio de eliminar ratos, o que pode ser obtido por meio de sprays, venenos ou até por meio de ruídos que espantem o animal. De forma similar, quando uma empresa vende trens, ela está na realidade oferecendo transporte, portanto é necessário lembrar que seus concorrentes podem ser outros meios de transporte como os fabricantes de carros ou ônibus. Um produto inclui bens, serviços e outros veículos (lugares, pessoas etc.) que possam satisfazer as necessidades e desejos dos consumidores. De uma forma mais ampla, podemos caracterizar um produto como sendo um pacote de benefícios ofertados, o qual se desmembra em níveis, como demonstrado a seguir: serviços não caiam em obsolescência determinando assim seu envelhecimento prematuro. Com isso, entende-se que o produto precisa se aperfeiçoar sempre mostrando superioridade ao anterior e aos outros produtos que possam ameaçá- los. Mas o ideal é que as próprias organizações tramem a obsolescência de seus produtos antes que outra empresa faça isso por ela (ADMINISTRADORES, 2012). Os produtos são os objetos principais "das relações de troca oferecidos num mercado para pessoas sicas ou jurídicas, visando proporcionar sa sfação a quem os adquire ou consome. A visão ampliada de produto permite incluir serviços, métodos, personalidades e outros” (STEDILE, 2010, p. 4). 143 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Vamos entender melhor os níveis do produto: a) produto básico ou genérico: é aquele que o consumidor está realmente procurando. está associado ao produto requisitado, como por exemplo, brocas, lâmpadas, parafusos, bem como ao benefício subjacente ao produto com os furos, iluminação e fixação de objetos; b) produto real ou esperado: é aquele que o consumidor está realmente comprando, formado pela embalagem, o design, a marca, o nível de qualidade e características técnicas; c) produto ampliado: está associado aos benefícios adicionais oferecidos ao consumidor, tais como os serviços pós-venda, instalações do produto, garantias estendidas ou treinamentos ao consumidor. por exemplo: imagine que você tenha a necessidade de comprar um televisor; este produto genérico está associado a sua necessidade de entretenimento e diversão. Quando chegamos a uma loja encontra inúmeros modelos com várias características como os de 20, 21 ou 29 polegadas, os de tela plana, plasma, LCD, além das diversas marcas como Philips, Gradiente, Semp Toshiba, Sony, entre outras. Encontramos, portanto, o produto real ou esperado! No entanto, sua decisão de compra se projeta para além do produto básico ou esperado, uma vez que podem ser firmados, devido ao produto ampliado, itens como: tempo de garantia, instalação ou treinamento para uso, entre outros serviços adicionais, ou seja, de outros elementos que auxiliam no desenvolvimento dos produtos. Produto básico/genérico Produto ampliado Real ou esperado Figura1.1 - Desmembramento do termo “produto” em três níveis. Fonte: Acervo pessoal. O produto total é mais do que o objeto sico, no que se refere às caracterís cas funcionaise esté cas. Inclui acessórios, instalações, instruções sobre uso, embalagem, talvez um nome que tenha relação com algumas necessidades psicológicas, e a certeza de que estarão disponíveis os serviços de assistência técnica indispensáveis para que as necessidades do consumidor mantenham-se sa sfeitas após a compra (MCCARTHY apud ABREU, s/d.). 144 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Técnicas e dicas básicas (mas, efetivas) relacionadas aos produtos: Antes de fi nalizar o estudo desta seção, convido você a ler o texto a seguir, no qual, há dicas básicas sobre as quais precisamos nos atentar ao lançar e vender um produto! Para saber mais, acesse o site: UOL. Como tudo funciona. Disponível em: <h p://empresasefi nancas.hsw.uol.com.br/tecnicas-de-venda2.htm>. Acesso em: 15 abr. 2012. ouça o lado emocional do seu cliente: as emoções estão presentes em quase tudo que fazemos sem que percebamos. Seu cliente pode mencionar que está estressado com um projeto que esteja desenvolvendo (mesmo que não seja relacionado ao que você está vendendo a ele). Anote isso e veja se há algo que você possa fazer para ajudá-lo. Você pode ter outro cliente que teve um problema parecido e encontrou uma boa solução. Faça essas conexões e ajude sempre que possível, assim será recompensado com a lealdade de todos os seus clientes; • concentre-se nas necessidades do seu cliente: nunca é demais lembrar: você pode estar tentado a vender para seu cliente um modelo de máquina "top de linha", quando ele precisa apenas de um modelo intermediário. Vender mais do que ele precisa pode cortar futuras relações. Quando eles perceberem (e normalmente percebem), que não precisam de tudo que você vendeu, vão se sen r mal e ressen dos por tê-los feito gastar muito e não ter prestado atenção aos interesses deles. Eles verão que você é um "vendedor" e não um recurso; • use uma linguagem voltada para seu cliente: mudar a maneira que você fala pode fazer a diferença na maneira como você será recebido pelo seu cliente. Usar "você" e "seus" ou "você vai encontrar..." ao invés de "eu acho" ou "deixe-me falar sobre" traz a sua mensagem para mais perto do cliente e pode atrair a atenção dele mais rapidamente; • ajude seu cliente a ver o ponto principal: se você conhece o seu produto, pode ajudar os clientes a economizarem ou aumentarem os lucros, faça com que eles entendam isso. Seu produto pode ter uma vantagem que inclui caracterís cas de economia de tempo e tempo é dinheiro, como diz o ditado. Se você pode economizar tempo, consegue, consequentemente, vender seu produto; • descubra as prioridades do seu cliente: economizar tempo e esforço depende, simplesmente, de saber a importância e os bene cios do seu produto para o seu cliente. Se você ouve sempre seus clientes e determina as necessidades, mas ainda não estão chegando a lugar nenhum, descubra se há outros elementos que estão tendo prioridade e deixando as suas vendas de lado. Se você sabe que seus clientes precisam programar um programa e antes gastarão um tempo fazendo considerações (ou adquirindo capital) para o seu produto, então pode agendar uma visita para uma data posterior, quando ver chance de receber mais atenção. Para isso, você deve perguntar, pois nem sempre a informação é voluntária. Novamente a chave é o foco nas necessidades do seu cliente e uma relação aberta e bem estabelecida; • conhecendo seu cliente: descubra o máximo que puder sobre seu cliente antes do encontro. Isso não vai ajudar somente a antecipar as necessidades dele, mas mostrar que você tem interesse nos negócios dele e não quer apenas vender seu produto. Quando conversar com ele, deixe que fale mais. As pessoas normalmente adoram falar sobre seus negócios e sucessos. Comente, por exemplo, sobre o prêmio que ganharam em um encontro regional e deixe que ele con nue o assunto falando dos detalhes. Cumprimente-o pela efi ciência no sistema de produção e pela qualidade dos produtos. Isso abrirá portas para mais conversas e a oportunidade de aprender mais sobre suas necessidades e como você e seu produto podem supri-las; 145 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN •concentre-se no que ele deveria comprar e não nas suas dificuldades: à medida que você constrói os benefícios, associados ao uso do seu produto, ele minimizará a resistência ao produto. Concentrando-se no que você sabe sobre os gostos dos clientes, você eleva a importância do que é positivo e reduz a importância do que é negativo; • venda os bene cios, não o produto: você já ouviu isso antes, mas é bom relembrar: na maioria dos casos, você não está vendendo o produto, está vendendo os bene cios que ele trará para o cliente. Em outras palavras, você não está vendendo telefones digitais, está vendendo a possibilidade de comunicação com qualquer lugar. Você está vendendo a liberdade de deixar o confi namento dos escritórios e ainda estar acessível. Você está vendendo a habilidade de ter mais fl exibilidade na sua agenda de trabalho. Você está vendendo tranquilidade para longas viagens. Está vendendo segurança. Pegue os bene cios emocionais e fi nanceiros e, assim, consiga o que quiser; • nunca apresse a venda ou o cliente: este é um passo muito importante. Ele pode ajudar a dar ao cliente a percepção correta em relação a você e a sua empresa. Apressá-lo, ao invés de deixá-lo tomar sua própria decisão, pode criar hos lidades que podem não ser rever das. Isso pode fazer a diferença entre pegar a venda e criar um cliente leal ou começar com outros clientes. No clima compe vo dos mercados atuais, você defi ni vamente não vai querer arriscar perder um cliente qualifi cado que precisa do seu produto; • conheça os seus produtos, assim como o mercado - seja um RECURSO: para ser visto como um recurso valioso para seus clientes, você tem que demonstrar que sabe e entende dos seus produtos e do mercado, mas que também pode ajudá-los a tomar boas decisões e abastecê-los com ferramentas que melhorem seus negócios. Se você não tem essa habilidade e conhecimento, aprenda. Você será recompensado pelos clientes que confi am nas suas opiniões e conselhos e compraram de você com frequência; • cumpra as promessas: se você não faz isso, faça. Sempre cumpra o que você diz que vai fazer. Diz-se que vai mandar a cota na sexta-feira - FAÇA ISSO! Diz- se que vai verifi car com outra pessoa em sua empresa sobre um assunto - FAÇA ISSO! Não esqueça! Use a tecnologia disponível e tenha certeza de que cumpriu suas promessas. Não há caminho mais certo para perder a confi ança de um futuro cliente (ou um cliente atual) do que se esquecer de fazer alguma coisa que você disse que ia fazer. Se algo forçar você a adiar o que estava fazendo, ligue para o cliente, conte o que aconteceu e faça depois. Ele pode ter uma reunião marcada para apresentar a informação que pediu a você e, se você não a tem, vocês dois fi carão muito mal; • concentre-se no sucesso do seu cliente: sem querer bater na mesma tecla, mas há um enorme valor em ser um recurso para o cliente. Se você ajudá-los a ter sucesso, eles estarão mais dispostos a ajudar você também. Seja o instrutor dos seus clientes, pelo menos na sua área de especialidade. Você tem a perspec va única de ver como os negócios funcionam. Reúna esse conhecimento e compar lhe com os seus clientes e futuros clientes. Faça com que eles entendam que você quer vê-los bem sucedidos e não apenas vender seus produtos; • use explicações ao invés de desculpas: se você tem que explicar a um cliente que há um problema com o pedido dele, com os reparos, com os serviços, etc. Primeiro explique porque os problemas estão acontecendo, ao invés de usar uma desculpa. Entender a causa ajuda há aliviar um pouco a frustração. Contextualizar a causa, pode também mantê-lo mais informado sobre possíveis problemas e o deixará mais preparado para a próxima reunião (UOL, 2012). 146 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Seção 2 − Elementos que auxiliam no desenvolvimentodos produtos As ampliações em produtos logo se tornam benefícios esperados. Elas custam dinheiro e, portanto, é necessário ver se os consumidores estão dispostos a pagar por isso. Ao passo que a ampliação pode gerar vantagem competitiva na hora da escolha do consumidor, ela pode, também, afetar a lucratividade. Isso leva determinadas empresas a adotarem uma estratégia de produção de um bem mais básico, a um preço menor, visando a atingir novos mercados. Nesse ensejo, voltamos nosso estudo para outro conceito: “a qualidade”. Podemos, portanto, considerar que existem três níveis de qualidade na composição de um produto: a esperada, a linear e a excitante! Na imagem a seguir, vamos visualizar, esquematicamente, a representação temporal destes níveis de qualidade: Fique atento(a)! No site do You Tube, você pode encontrar inúmeros vídeos sobre os produtos, seus desdobramentos e caracterís cas. Sempre que possível, acesse-o e realize buscas u lizando termos como: produto, níveis do produto, dentre outros como palavras-chave, procure assis r alguns deles e se posicionar cri camente em relação ao conteúdo. Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais, você se torna capaz de superar o senso comum sobre as informações disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação e u lizá-las como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se trata de conhecimentos úteis! Ah, lembre- se de que esse hábito será fundamental no dia a dia de sua profi ssão! Na próxima seção, vamos refl e r sobre elementos que podem auxiliar o desenvolvimento dos produtos! Apesar de normalmente não pensarmos muito sobre qualidade nos produtos e serviços que consumimos diariamente, os processos produtivos passaram por profundas transformações nos últimos 50 anos. A partir do momento em que os consumidores ficaram mais atentos ao que podem exigir das empresas (seja por regulamentações como as relativas à segurança, ou pelo aumento da competitividade), gerentes e pesquisadores precisaram descobrir novas formas de melhorar os níveis de qualidade. Eles não apenas conseguiram isso, como o fazem com maior produtividade e até mesmo menores custos (LOGÍSTICA DESCOMPLICADA, 2012). Orientar o produto para o mercado significa analisar os produtos concorrentes e fazer uma pesquisa preliminar de mercado para identificar a melhor oportunidade de produto/negócio. A questão é como focalizar a orientação do mercado, a fim de determinar as qualidades específicas a serem incorporadas ao produto (BAXTER, 1998). 147 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN É importante observar que o nível de qualidade esperado está associado aos benefícios básicos que esperamos encontrar nos produtos procurados, enquanto o nível de qualidade excitante apresenta inovações no produto que despertam a curiosidade e a surpresa no consumidor. Com o decorrer do tempo, o conhecimento e uso do produto, essas características inovadoras passam a ser consideradas mais rotineiras, dirigindo o produto para um nível designado de qualidade linear. A tendência, com o passar do tempo, é de que estas qualidades lineares também passem a ser consideradas comuns e, portanto, caracterizem o produto com um nível de qualidade base ou esperada. Para entender melhor, vejamos um exemplo: antigamente, um aparelho de celular que possuía identificador de chamadas era considerado inovador, ou seja, excitante. Entretanto, com o passar do tempo, essa característica passou para nível linear e hoje em dia para o nível esperado. O celular com câmera já esteve em nível excitante. Porém, com o tempo, colocou esta funcionalidade no nível esperado. Para o consumidor, isso representa uma imagem de esforço inovador por parte do fornecedor do produto. Assim, as reações relativas às reclamações, devido ao desempenho inferior ao desejado, apresentam níveis de tolerância diferenciados (MARTINS, 2006). De forma geral, sabe-se que a qualidade em nível esperado não caracteriza diferenciação no produto e, portanto, não são as mais responsáveis pela escolha ou pela venda de um bem. Os consumidores não escolhem um determinado modelo de TV apenas porque a televisão liga quando apertamos a tecla Power. Contudo, se ocorrerem falhas nesse dispositivo, teremos grande possibilidade de receber reclamações e de gerar uma imagem negativa do produto ou da empresa. Para exemplificar, basta que nos lembremos dos constantes problemas de recebimento de sinal nos primeiros telefones celulares. Mesmo assim, o conjunto de reclamações era menor do que os verificados atualmente, quando o celular tornou-se um produto comum. Níveis de Qualidade EXCITANTE LINEAR BÁSICA/ ESPERADA Figura 1.2 - Níveis da qualidade de um produto. Fonte: Acervo pessoal. 148 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Já para o caso do nível excitante, observamos um comportamento contrário por parte do consumidor, ou seja, ele é atraído pelas novidades e é mais tolerante às falhas do produto/ novidade. O consumidor do nível excitante deseja o novo produto e é menos crítico às suas falhas. Esse fato pode favorecer um produto com perfil inovador, mas ainda em fase de amadurecimento, pois lhe dá tempo para promover melhorias de desempenho e confiabilidade deste bem, sem prejuízos para a sua imagem (BERTOLINI; POSSAMAI; BRANDALISE, 2009). Portanto, os fabricantes se encontram aqui em uma situação conflitante, uma vez que incorporar o nível de qualidade básico ou esperado é necessário, mas não garante o sucesso de um produto no mercado já que tais características ou atributos não constituem um argumento de venda, mas se estas mesmas características não existirem, ou falharem durante o uso, farão com que o produto não venda. Na tentativa de superar os concorrentes, as empresas, cada vez mais, procuram diferenciar seus produtos incorporando algum tipo de inovação (BERTOLINI; POSSAMAI; BRANDALISE, 2009). A constante mudança introduzida nos produtos promove sua substituição no mercado mais cedo. Esse fenômeno é conhecido como obsolescência mercadológica. Vale observar que a mudança constante exige um grande investimento de recursos em pesquisa e desenvolvimento por parte dos fabricantes. No entanto, também gera um estresse no consumidor que se vê, constantemente, pressionado Que a qualidade excitante satisfaz os clientes apenas se elas já tiverem satisfeitos com a linear e a qualidade óbvia? Em razão dessa hierarquia, a empresa deve saber a classificação de cada requisito. E, durante o planejamento do produto, considerar que: a comparação entre produtos se dá fundamentalmente na avaliação das qualidades lineares; as qualidades óbvias só são percebidas quando ausentes e que as qualidades excitantes seduzem os clientes, permitindo ao produto “escapar” da comparação racional, ou pelo menos diminuindo o poder dessa comparação (OTELINO, s/d.). É importante saber que a depreciação por obsolescência técnica é diferente da mercadológica (PORTAL ADM., 2012): • depreciação por obsolescência técnica (perecimento): o equipamento mantém sua condição produção, mas em proporções inferiores em termos de qualidade e produ vidade comparado com similares existentes no mercado. Quando um a vo é superado por novas tecnologias; • depreciação por obsolescência mercadológica: quando não existe mercado para a produção (desuso). Equipamento inú l. Neste caso, a vida técnica é maior que a vida mercadológica. Exemplos: moldes, modelos etc. 149 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN a trocar de produto por um mais novo, sobretudo quando este possui um apelo associado aos status. Nesse estágio precisamos diferenciar as necessidades do consumidor dos desejos do consumidor: a) as necessidades são os estados de carência do indivíduo; b) os desejos são as necessidades moldadas pela cultura e por suas características pessoais. Na medida em que a sociedade evolui os desejos de seus membros aumentam, obrigando as empresas a fornecer um número maior de produtos cada vez mais personalizados,que visem a satisfazê-los. O ideal seria oferecer um produto diferente para cada consumidor, visando a satisfazer plenamente seus desejos individuais. A busca incessante por produtos que satisfaçam plenamente o consumidor exigiu, portanto, um aprimoramento da empresa com vistas a aumentar a flexibilidade de seu sistema produtivo. Vejamos as possíveis estratégias de uma empresa diante das variáveis, flexibilidade e produtividade: Como podemos notar, a região 1 mostra que altas taxas de produtividade podem ser obtidas quando são exigidas poucas etapas de preparação dos processos, Os consumidores não querem ser classificados como "alvos" ou "segmentos de mercado", grupos de pessoas com necessidades praticamente idênticas. Eles querem que lhes perguntem quais são suas preferências, e esperam que essas preferências sejam respeitadas. Portanto, proporcionar maior satisfação ao cliente, deve ser o maior objetivo das organizações. E tudo isso deve iniciar a partir da compreensão das suas necessidades e desejos (MCKENNA, 2000, p. 45). Produ vidade Flexibilidade 1 2 3 Regiões de fl exibilidade e produ vidade Figura 1.3 - Estratégias que uma empresa pode adotar diante das variáveis: fl exibilidade e produtividade. Fonte: Acervo pessoal. 150 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN o que se consegue quando através de um processamento mais repetitivo, com poucas mudanças nos produtos. Esse é o caso da chamada produção em grande escala que se utiliza de equipamentos mais automáticos e padrões bem definidos e já otimizados para as etapas dos processos. Já na região 3, temos uma situação oposta a anterior, em que são exigidos elevados níveis de flexibilidade, e onde, dificilmente, ocorrem repetições padronizadas de atividades. Podemos afirmar, portanto, que o resultado do que ocorre na região 3 é a presença de produtos diferenciados, porém com um volume de produção menor para um mesmo período de tempo. Nesse caso, os tempos de preparação e produção para certo número de produtos é maior, o que acarreta maior custo por produto. Este sistema de produção é mais adequado aos processos manuais de fabricação, apoiados por equipamentos com características universais e procedimentos de trabalho menos rígidos. Nessa situação, estão as empresas de móveis sob medida! Você provavelmente já deve ter observado a diferença de preços entre os móveis sob medida e os móveis padrão, vendidos em lojas. Para finalizar, é importante reconhecer que o equilíbrio desejado entre a flexibilidade e a produtividade vem sendo otimizado a partir da introdução do computador nos processos produtivos. Além disso, pela sua capacidade de promover rápidas mudanças em seus resultados, os computadores se adaptam bem a situações onde se exige um número razoável de mudanças em produtos/ serviços. Desse modo, por meio de sistemas automatizados é possível equilibrar a diversificação de produtos e um custo menor. Cabe salientar que esse tipo de estratégia, isto é, o uso de sistemas de automação deve ser apoiado por outras técnicas como projetos modulares e intercambialidade de partes, por exemplo. Embora os desejos dos consumidores sejam quase ilimitados, seus recursos são limitados. Isso obriga a escolha de produtos que ofereçam maior valor e satisfação pelo dinheiro gasto. A compreensão detalhada das necessidades e desejos dos consumidores é um importante subsídio para o planejamento e estratégias de produtos. Pense nisso... Mas como é possível u lizar os sistemas automa zados? Antes de fi nalizar este tema, vamos refl e r sobre como ter sucesso no lançamento de um novo produto ou serviço! 151 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Como ter sucesso no lançamento de um novo produto ou serviço Mais cedo ou mais tarde, qualquer empresa que queira crescer terá que enfrentar um dos grandes desafios do mundo empresarial, principalmente quando já existem concorrentes estabelecidos no mercado: lançar um novo produto ou serviço. Poucas empresas sabem exatamente como calcular a probabilidade de sucesso de um novo lançamento, por isso até hoje o assunto tem sido mais arte do que ciência, dominado pelo que podemos chamar de “Teorema de Chutágoras” – ninguém tem a mínima ideia de quanto exatamente vai vender o novo produto ou serviço. Aliás, raramente se sabe se ele sobreviverá, se terá sucesso e dará lucro. Lança-se e torce-se para que dê tudo certo. Às vezes dá, às vezes não dá, e depois que o barco afundou, todo mundo sabe porquê. O grande desafi o, então, é evitar que ocorra novamente – poucas empresas hoje têm os recursos, o tempo e a energia necessários para desperdiçar em lançamentos malsucedidos. Precisamos de sucessos lucra vos, e rápido! Os mais recentes trabalhos de diversos consultores dedicados à inovação, incluindo Adrian Slywotzky (autor de “Crescendo em Mercados Estagnados” – Ed. Campus) e Chris Zook (“Além das Fronteiras do Core Business” – Ed. Campus), porém, têm mostrado um caminho cada vez mais claro em termos de estratégias compe vas de crescimento, principalmente baseando-se em núcleos de competência (o famoso core competence, termo cunhado inicialmente por Gary Hamel e C.K. Prahalad). O mais promissor desses estudos de inovação, e na minha opinião pessoal também o mais interessante, é o do Clayton Christensen, autor de “O Crescimento pela Inovação” (Ed. Campus). Christensen tem algumas defi nições muito interessantes e simples que podem nos ajudar a entender a lógica por trás da inovação e, no processo, aprimorar a qualidade e taxa de sucesso de novos lançamentos nas empresas: a. Quando um cliente compra um produto ou serviço, na verdade ele está “contratando” este produto ou serviço para resolver um problema. O caminho do sucesso para as empresas é facilitar a resolução desse problema que o cliente já está tentando resolver. Em outras palavras, um produto ou serviço que realiza um melhor trabalho e sa sfaz mais as necessidades do cliente ao ser “contratado” obviamente terá mais probabilidades de sucesso. b. Todo produto ou serviço tem mo vadores de compra (preço baixo e bene cios) e barreiras de aquisição (difi culdades de aquisição e uso). c. Para ter 100% de sucesso garan do um novo produto ou serviço deve: 1. Aumentar a mo vação de compra – tem que ser mais acessível (preço mais baixo) e tem que ter melhores caracterís cas (mais bene cios). 2. Eliminar barreiras de aquisição – Não deve ter custos de adoção, troca ou adaptação (facilidade de uso) e deve ser fácil de encontrar (facilidade de aquisição). É fácil ver porque um produto ou serviço nestas condições fará sucesso, pois tem apenas bene cios e nenhuma barreira. Quanto mais um lançamento conseguir ter sucesso nestes quatro quesitos, maiores suas probabilidades de vencer no mercado. E, se a empresa conseguir fazer isso com uma margem razoável de lucro, então com certeza terá um vencedor em mãos. Veja que não são necessários os quatro quesitos mas, quanto mais puder se aproximar disso, maiores as probabilidades de sucesso. 152 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN E então, entendeu direitinho o conteúdo? Ficou com alguma dúvida? Em caso afirmativo, acesse o ambiente virtual e utilize as ferramentas indicadas para interagir com seus colegas de curso e com seu professor, ou se preferir, mande perguntas para o e-mail: <mkoche@unigran.br>. Participe! Afinal, você é o protagonista de sua aprendizagem! Retomando a conversa inicial Seção 1 – Conceituações e reflexões básicas da área de produtos Iniciamos nossos estudos sobre o gerenciamento, bem como sobre o controle dos produtos entendendo que um produto é qualquer coisa que pode ser oferecida a um mercado para aquisição, atenção, utilização ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade, incluindo objetos físicos, serviços, pessoas, lugares, organizações e ideias. Reconhecemos, portanto, que um produto total é bem mais do que o objeto físico, incluindo acessórios, instalações, instruçõessobre uso, embalagem, talvez um nome que tenha relação com algumas necessidades psicológicas, e a certeza de que estarão disponíveis os serviços de assistência técnica indispensáveis para que as necessidades do consumidor mantenham-se satisfeitas após a compra. Outro conceito muito interessante de Christensen é o que ele chama de “não-consumidores”. Se você pegar o potencial de consumo de um produto ou serviço da sua empresa, verá que apenas uma parcela do universo total é seu cliente. A grande pergunta é: por que? Por que tanta gente não compra de você? A resposta é clara e evidente e acabamos de vê-la: a. porque não existem mo vadores sufi cientes para comprar de você (custo/ bene cio). b. porque existem barreiras de aquisição (difi culdades de comprar e difi culdades de adotar, trocar ou adaptar do fornecedor atual). Ao enfrentar estas condições mercadológicas de forma estratégica, uma empresa poderá aumentar muito mais suas vendas do que simplesmente imitando concorrentes ou criando campanhas de incen vos para sua força de vendas. Se realmente quiser melhorar seus resultados, está na hora de usar mais o cérebro para lançar produtos e serviços realmente inovadores que ajudem seus clientes a resolver problemas, de forma simples, barata e rápida. Este é o segredo do sucesso estratégico em vendas (RELACIONAMENTO DIGITAL, 2012). Antes de encerrar a Aula 05, é importante que retomemos os conteúdos estudados: 153 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN Seção 2 – Elementos que auxiliam no desenvolvimento dos produtos Em prosseguimento, na Seção 2, vimos que as ampliações em produtos geram competitividade e podem, se bem utilizadas, ampliar a competitividade, uma vez que são projetadas para responder aos benefícios esperados pelos consumidores e, como elas aumentam o custo do produto final, antes de implementá-las é preciso averiguar se os consumidores estão dispostos a pagar por elas. Sugestões de leituras, sites e fi lmes Leituras ABREU, C. B. Marketing e produção: ampliando o conceito do produto através dos serviços pós-venda. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, s/d. BAXTER, M. Projeto de produto: guia prático para o desenvolvimento de novos produtos. São Paulo: Edgard Blücher Ltda., 1998. KOTLER, Philip. Administração de marketing. Tradução de Bazán e revisão técnica de Arão Sapiro. 10. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2000. MCKENNA, Regis. Competindo em tempo real: estratégias vencedoras para a era do cliente nunca satisfeito. Rio de Janeiro: Campus, 1992. POSSAMAI, Osmar. Qualidade desde o projeto. 287 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, s/d. Sites ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO. Marketing internacional. Disponível em: <http://administracaoegestao.com.br/marketing-internacional/estrategia-de- produto-para-o-marketing-internacional/>. Acesso em: 15 abr. 2012. ADMINISTRADORES. Conceitos de marketing. Disponível em: <http://www. administradores.com.br/informe-se/artigos/conceitos-de-marketing/13562/>. Acesso em: 15 abr. 2012. BERTOLINI, G. R. F.; POSSAMAI, O.; BRANDALISE, L. T. A percepção dos consumidores de produtos ecologicamente corretos: estudo de caso em pequena Nossa! Fizemos uma caminhada interessante na Aula 05, não acham? Adquirimos conhecimentos essenciais para a nossa compreensão sobre o gerenciamento e o controle dos produtos, bem como para aprendizagens posteriores. Para fundamentar e melhorar ainda mais a nossa construção de conhecimentos é importante que realize as atividades propostas no ambiente virtual, interaja com seus colegas de curso e com seu professor e que consulte as sugestões de leituras, sites e vídeo disponibilizadas a seguir! 154 Marketing Imobiliário II - UNIGRAN empresa. Revista da micro e pequena empresa. Campo Limpo Paulista, v.3, n.1, p.99-119, 2009. LOGÍSTICA DESCOMPLICADA. Garantia da qualidade através de gráficos de controle. Disponível em: <http://www.logisticadescomplicada.com/category/ qualidade/>. Acesso em: 15 abr. 2012. MARTINS, J. R. Branding: um manual para você criar, gerenciar e avaliar marcas. 3. ed.Sine loco: Global Brands, 2006. OTELINO, M. A Casa da qualidade e as diferentes versões de QFD. Disponível em: <www.numa.org.br/...port/doc.../A%20Casa%20da%20Qualidade.doc>. Acesso em: 15 abr. 2012. PORTAL ADM. Planejamento do sistema de custos. Disponível em: <http:// www.portaladm.adm.br/ANC/anc24.htm>. Acesso em: 15 abr. 2012. STEDILE, I. L. F. Conceito de produto (2010). Disponível em: <http://pt.scribd. com/doc/35531287/Conceitos-de-Produtos>. Acesso em: 15 abr. 2012. UOL. Como tudo funciona. Disponível em: <http://empresasefinancas.hsw.uol. com.br/tecnicas-de-venda2.htm>. Acesso em: 15 abr. 2012. Filmes YOU TUBE. Níveis do produto. Disponível em: <http://www.youtube.com/ watch?v=nY8vVXu7B1E>. Acesso em: 15 abr. 2012. 155