Prévia do material em texto
INFANTICÍDIO (ART. 123, CP) CONCEITO: Espécie de homicídio doloso privilegiado; eliminação da vida do ser nascente ou neonato pela própria mãe, que se encontra sob influência do estado puerperal – estado que acarreta distúrbio psíquico na genitora, diminuindo sua capacidade e inibição. O estado puerperal é elemento essencial; na sua falta, o delito é outro. Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena - detenção, de dois a seis anos. Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento OBJETO JURÍDICO.: Vida humana extrauterina (nascimento); Estado tutela a vida desde o começo do nascimento (vide Constituição Federal) CONDUTA: Matar; mas desde que a vida eliminada seja a do filho, por sua própria mãe. Ainda, que a conduta se dê durante o parto ou logo após, sob influência do estado puerperal (mesmo que a morte ocorra depois). · Crime de forma livre. · ABANDONO DE RECÉM NASCIDO (RN): Pode configurar infanticídio ou delito do art. 134 § 2º; CP. SUJEITO ATIVO: crime próprio. Somente a mãe, em estado puerperal (discute-se possibilidade de concurso de agentes). · SUJEITO PASSIVO: filho. Se o crime ocorre durante o parto, é chamado “ser nascente”; Se logo após, “recém-nascido” ou “neonato”. · Para ser sj. passivo, basta que esteja vivo, que tinha apresentado mínimo de atividade funcional. · Possível infanticídio putativo; · Como a condição de filho integra a descrição do tipo penal, não incidem as agravantes do art. 61 “e” e “h”, CP. · DURANTE O PARTO OU LOGO APÓS – O parto se inicia com o período de dilatação (dores características); Logo após: tem-se analisado caso a caso, considerando-se a duração do estado puerperal. ESTADO PUERPERAL: critério adotado pelo CP é o psicofisiológico – a atenção da pena leva em conta o desequilíbrio psíquico da mulher parturiente. Estado Puerperal – Vai do início do parto (contrações) até o final do parto (expulsão do bebe do ventre da mãe. Estado de puerpério toda mulher gestante irá passa – Alteração física/hormonal. Puerpério – Todas as mulheres gestantes vão passar, já o Estado Puerperal NÃO. O Estado puerperal já é quando eu tenho um distúrbio psíquico da gestora. NÃO É CONSIDERADO INIMPUTÁVEL POIS NÃO É UMA DOENÇA MENTAL. TODAVIA, O PRÓPRIO CRIME EM SI É UMA “ATENUANTE”, POIS JÁ VEM COM UMA PENA REDUZIDA. O ESTADO PUERPERAL É ELEMENTAR AO CRIME DE INFANTICÍDIO, OU SEJA, É ESSENCIAL PARA ESTE CRIME... AQUELE QUE AUXILIA NA PRATICA TAMBÉM RESPONDE POR INFANTICÍDIO (POIS SE COMUNICA) ESTADO PUERPERAL É DIFERENTE DE PSICOSE PUERPERAL ELEMENTO SUBJETIVO: dolo. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: estado puerperal: elementar do crime – e assim, se comunica ao coautor ou partícipe (art. 30 CP), salvo se este desconhecer sua existência. · Mãe mata com ajuda de 3º: ambos respondem pelo infanticídio. A “circunstância” de caráter pessoal (estado puerperal) é, na verdade, um elementar e comunica-se; · 3º mata, contando com auxílio da mãe: Se o 3º realiza a conduta principal, seu comportamento se subsome ao art. 121 CP; entretanto, por razões de proporcionalidade e lógica jurídica, a mãe responde pelo infanticídio; · Mãe e 3º realizam conduta principal: ambos respondem pelo infanticídio. Alguns autores (Fragoso, Mayrink da Costa) não admitem coautoria no infanticídio, porque estado puerperal seria uma condição “personalíssima” (o 3º responderia por homicídio). Há discussão doutrinária a respeito.