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Biografia de Hannah Arendt

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Hannah Arendt 
(1469 - 1527) 
 
Hannah Arendt foi uma filósofa política alemã de origem judaica, uma das mais 
influentes do século XX. 
 
A privação de direitos e perseguição de pessoas de origem judaica ocorrida na 
Alemanha a partir de 1933, assim como o seu breve encarceramento nesse mesmo ano, 
fizeram-na decidir emigrar. O regime nazista retirou-lhe a nacionalidade em 1937, o que 
a tornou apátrida até conseguir a nacionalidade norte-americana em 1951. Trabalhou, 
entre outras atividades, como jornalista e professora universitária e publicou obras 
importantes sobre filosofia política. Contudo, recusava ser classificada como "filósofa" e 
também se distanciava do termo "filosofia política"; preferia que suas publicações fossem 
classificadas dentro da "teoria política". 
 
Arendt defendia um conceito de "pluralismo" no âmbito político. Graças ao 
pluralismo, o potencial de uma liberdade e igualdade política seria gerado entre as 
pessoas. Importante é a perspectiva da inclusão do Outro. Em acordos políticos, 
convênios e leis, devem trabalhar em níveis práticos pessoas adequadas e dispostas. 
Como frutos desses pensamentos, Arendt se situava de forma crítica ante a democracia 
representativa e preferia um sistema de conselhos ou formas de democracia direta. 
Entretanto, ela continua sendo estudada como filósofa, em grande parte devido a suas 
discussões críticas de filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles, Immanuel Kant, e 
Martin Heidegger, além de representantes importantes da filosofia moderna como 
Maquiavel e Montesquieu. Justamente graças ao seu pensamento independente, a teoria 
do totalitarismo, seus trabalhos sobre filosofia existencial e sua reivindicação da 
discussão política livre, Arendt tem um papel central nos debates contemporâneos. 
 
Como fontes de suas investigações Arendt usa, para além de documentos 
filosóficos, políticos e históricos, biografias e obras literárias. Esses textos são 
interpretados de forma literal e confrontados com seus pensamentos. Seu sistema de 
análise - parcialmente influenciado por Heidegger - a converte em uma pensadora original 
situada entre diferentes campos de conhecimento e especialidades universitárias. O seu 
devenir (devir)1 pessoal e o de seu pensamento mostram um importante grau de 
coincidência. 
 
1 Devir (do latim devenire, chegar) é um conceito filosófico que significa as mudanças pelas quais passam as coisas. O conceito de "se tornar" nasceu 
no leste da Grécia antiga pelo filósofo Heráclito de Éfeso que no século VI a.C. com a famosa citação "Nenhum homem jamais pisa no mesmo rio 
duas vezes"; é também dito por ele que nada neste mundo é permanente, exceto a mudança e a transformação. Sua teoria está em oposição com a 
de Parmênides, que acreditava que as mudanças ônticas (ontológicas) ou os "tornar-se" que percebemos com nossos sentidos é algo enganoso, que 
há pura perfeição e eternidade por trás da natureza, e que esta é a verdade suprema do Ser. 
 
 
 
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Obras de Hannah Arendt 
 
Estes livros foram concebidos por Arendt para publicação: 
1929 – O conceito de amor em Santo Agostinho. 
1951 – Origens do Totalitarismo: Anti-Semitismo, Imperialismo, Totalitarismo. 
1958 – A Condição Humana. 
1958 – Rahel Varnhagen: a vida de uma judia alemã na época do romantismo. 
1961 – Entre o Passado e o Futuro. 
1963 – Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. 
1965 – Da Revolução. 
1968 – Homens em tempos sombrios. 
1970 – Sobre a violência. 
1972 – Crises da república. 
1978 – A vida do espírito: o Pensar, o Querer, o Julgar. 
Livros de Hannah Arendt publicados após sua morte: 
1982 – Lições sobre a Filosofia política de Kant. 
1992 – Hannah Arendt e Karl Jaspers: correspondência 
1993. A dignidade da política: ensaios e conferências (publicação brasileira de textos de Arendt) 
1993 – O que é política? 
1994 – Compreensão e Política e Outros Ensaios (1930-1954). 
1995 – Hannah Arendt e Mary McCarthy: correspondência 1949 - 1975 
1998 – Hannah Arendt e Kurt Blumenfeld: correspondência 1933 – 1963 
2000 – Diários Filosóficos: 1950 - 1970 
2003 – Responsabilidade e Julgamento. 
2005 – A promessa da política. 
2007 – Escritos Judaicos 
2008 – Compreender: formação, exílio e totalitarismo. Ensaios (1930 – 1954) 
2018 - Ação e a busca da felicidade 
 
 
 
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Pensamentos de Hannah Arendt 
 
“A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter direitos.” 
 
“Toda dor pode ser suportada se sobre ela puder ser contada uma história.” 
 
“Uma vida sem pensamento é totalmente possível, mas ela fracassa em fazer desabrochar sua 
própria essência – ela não é apenas sem sentido; ela não é totalmente viva. Homens que não 
pensam são como sonâmbulos.” 
 
“O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto 
o grupo se conserva unido.” 
 
“Uma existência vivida inteiramente em público, na presença de outros, torna-se, como 
diríamos, superficial.” 
 
“Em nome de interesses pessoais, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem abusos e 
sorriem para quem desprezam. Abdicar de pensar também é crime.” 
 
“O objetivo da educação totalitária nunca foi incutir convicções, mas destruir a capacidade de 
formar alguma.” 
 
“Estar em solidão significa estar consigo mesmo; e, portanto, o ato de pensar, embora possa ser 
a mais solitária das atividades, nunca é realizado inteiramente sem um parceiro e sem 
companhia.” 
 
“A educação é onde decidimos se amamos nossas crianças o bastante para não expulsá-las de 
nosso mundo.” 
 
“Quanto mais superficial alguém for, mais provável será que ele ceda ao mal. Uma indicação de 
tal superficialidade é o uso de clichês.” 
 
 “Vivemos tempos sombrios, onde as piores pessoas perderam o medo e as melhores perderam 
a esperança.”

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