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Gabarito_História_Módulo15_6ano

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Os índios reivindicam desde o final dos anos 1990 a ocupação da Terra Indígena Ñande Ru Maran-
gatu, de 9 317 hectares (o equivalente a 9 mil campos de futebol), hoje dividida por cinco fazendas de 
criação de gado, três delas dos filhos de Pio Silva. Silva, segundo os guarani-kaiowá, os expulsou da área 
na década de 1950 ao lado de outros quatro homens, depois de comprarem os lotes do próprio Governo 
do Mato Grosso do Sul. Seus herdeiros dizem que só havia uma família de índios na área. [...]
BEDINELLI, Talita. Foi uma guerra, um massacre. El País Brasil (on-line), 5 set. 2015. 
Disponível em: <http://brasil.elpais.com/brasil/2015/09/05/politica/1441467261_989526.html>. 
Acesso em: 12 abr. 2017. 
Com base no que você estudou neste módulo, analise o olhar que é destinado atualmente aos 
indígenas no Brasil. Esses povos ainda sofrem preconceito? Existem grupos que os consideram in-
feriores? Existem violências praticadas contra as populações indígenas? Você pode relacionar essa 
situação ao etnocentrismo de alguma maneira?
PARA CONCLUIR
Neste módulo, você viu como se organizavam os povos que habitavam o atual território brasileiro 
antes da chegada dos europeus. Estudou, ainda, que eles tinham características próprias e que sua 
história já existia e não estava vinculada à história europeia. Além disso, entendeu que o etnocen-
trismo contribuiu muito para as tentativas de destruição das culturas nativas e para a submissão 
desses povos.
Você pode estimular 
os alunos a refletir 
sobre as condições 
de vida dos indígenas 
no Brasil, atualmente. 
As violências 
praticadas contra eles, 
sobretudo em virtude 
do interesse de 
grandes proprietários 
rurais sobre terras 
indígenas, devem 
ser colocadas no 
centro da conversa. 
É possível estabelecer 
relações com o que 
foi trabalhado sobre 
civilização e barbárie 
e etnocentrismo.
1 O que é etnocentrismo?
O etnocentrismo representa a maneira pela qual determinado 
grupo constrói uma imagem do Universo, favorecendo a si mesmo. 
Essa imagem valoriza positivamente o próprio grupo, mas não 
apenas isso: aplica suas normas e suas percepções na avaliação 
dos outros grupos, omitindo ou reconhecendo acontecimentos, 
valorizando ou desvalorizando comportamentos e práticas de 
acordo com seus interesses. Assim, um grupo coloca-se como 
centro de todas as coisas e acaba negando a possibilidade 
de o outro ser diferente. 
2 De que maneira o etnocentrismo se manifestou concre-
tamente na vida em sociedade a partir do século XV? 
Dê um exemplo.
Em sua expansão, a partir do século XV, as sociedades europeias 
se defrontaram com outras sociedades e perceberam que estas 
não eram feitas à sua imagem. E interpretaram de maneira negativa 
tudo aquilo que lhes pareceu diferente do que estavam acostumados.
PRATICANDO O APRENDIZADO
3 Que região os povos Tupi habitavam?
O litoral do atual território brasileiro e as bacias dos rios Paraná 
e Paraguai.
4 Cite dois povos pertencentes ao tronco Tupi.
Tupinambás, arawetés, tamoios, guaranis, entre outros.
5 Quem eram os tapuias?
Tapuias eram os não Tupi, aqueles considerados pelos Tupi povos 
“estrangeiros” e/ou “bárbaros” .
6 Por que os povos não Tupi demoraram a ter contato 
com os europeus?
Porque a maioria deles habitava o interior do território, como os
Karib e os Aruak.
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 Leia o trecho a seguir, que traz um relato do estudioso 
português Pero de Magalhães Gândavo, o qual esteve 
nas terras que hoje formam o Brasil por volta de 1558 
a 1572 e responda às questões 1 e 2. 
A língua de que [os índios] usam, toda pela costa, é 
uma: ainda que em certos vocábulos difere em algumas 
partes; mas não de maneira que se deixem de entender. 
[...] Carece de três letras, convém a saber, não se acha nela 
F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim 
não tem Fé, nem Lei, nem Rei, e desta maneira vivem de-
sordenadamente [...].
GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil; 
História da Província Santa Cruz, Belo Horizonte: Itatiaia, 1980. p. 19.
1 O que chama a atenção do cronista português a respeito 
dos indígenas?
Eles possuíam língua, hábitos, costumes e modelo de organização 
política e social diferentes daqueles dos portugueses.
2 Você diria que a visão de Pero de Magalhães Gândavo 
foi etnocêntrica? Justifique. 
Espera-se que os alunos respondam que sim, pois o autor tomou 
os padrões portugueses como regra e ignorou as práticas nativas.
3 O povo Maxakali, do vale do Mucuri (nordeste mineiro), 
pertence ao tronco macro-jê. Com base na leitura do 
texto a seguir e de seus conhecimentos sobre o assunto, 
aponte uma característica do povo Maxacali.
Antigamente os Maxakali mudavam muito. Por que 
os Maxakali mudavam muito? Há muito tempo atrás 
tinha muita terra. A terra Maxakali era muito grande e 
os Maxakali viviam mudando de um lugar para outro. 
Os poucos antepassados que ainda existiam vieram de 
uma parte e de outra e se encontraram aqui [...]. Enquan-
to os Maxakali estavam aqui, com as terras grandes para 
eles, vieram os fazendeiros, tomaram as terras e dividi-
ram-nas entre si [...].
O LIVRO que Conta Histórias de Antigamente [MaxakaliMônâyxop Ã̀gtuxYõgTappet.]. 
Belo Horizonte: MEC/SEE-MG/ Projeto Nordeste/ PNUD,1998. p. 71. 
[Tradução de Rafael Maxakali]. Disponível em: <www.dominiopublico.gov.br/
download/texto/me002803.pdf>. Acesso em: 3 abr. 2017. 
Pode-se apontar o nomadismo.
4 Para os Munduruku, que habitam regiões do Amazonas, 
de Mato Grosso e do Pará, a “terra é sagrada”. Justifique 
essa afirmação a partir de uma ideia presente no texto 
citado a seguir.
[...] A preocupação com a preservação da natureza 
tem feito com que muitos povos se organizem para de-
fender seus direitos garantidos pela Constituição Federal, 
aprovada em 1988. Essas organizações indígenas sabem 
que a terra é sagrada e tudo o que for feito a ela hoje atin-
girá, mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas do planeta.
MUNDURUKU, Daniel. Coisas de índio – versão infantil. São Paulo: Callis, 2003. p. 51-2.
Os Mundukuru valorizam a terra como elemento pertencente 
à coletividade. Segundo o autor, “tudo o que for feito a ela hoje 
atingirá, mais cedo ou mais tarde, todas as pessoas do planeta” . 
Preservar a terra é preservar a vida.
5 Leia o texto a seguir e responda à pergunta.
No ano de 1985, em fevereiro, aconteceu um acidente 
muito grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da 
aldeia Guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas plu-
viais provocaram deslizamentos de terras das encostas da 
Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia 
da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, construída 
em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 
500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado 
na época em 8 bilhões de cruzeiros.
Os engenheiros responsáveis pela construção da usina 
nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios conti-
nha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas 
águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em língua tu-
pinambá, quer dizer “pedra podre”, depois do acidente [...]. 
FREIRE, José R. Bessa. Disponível em: <www.taquiprati.com.br/producao-academica/
os-guarani-e-a-memoria-oral-a-canoa-do-tempo-curitiba-seed-2006>. 
Acesso em: 3 out. 2017.
 É possível dizer que o acidente poderia ter sido evitado? 
Se sim, de que maneira?
Espera-se que os alunos respondam que sim. Se as referências 
indígenas fossem reconhecidas e valorizadas, o prejuízo poderia 
ter sido evitado.
6 Além de Itaorna, outros nomes de localidades brasilei-
ras têm origem nas línguas indígenas. Cite uma delas.
São respostas possíveis: Aracaju, Tijuca, Tatuapé, Curitiba, 
Jericoacoara, entre outras.
APLICANDO O CONHECIMENTO
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1 A imagem a seguir representa o olhar do europeu sobre 
osantigos habitantes do atual Brasil. Com relação aos 
indígenas brasileiros, pode-se afirmar que:
a) em virtude do contato mais próximo, os Tupi foram os 
povos mais bem conhecidos pelos portugueses e pelos 
demais europeus que visitaram a costa brasileira. 
b) todos os antigos habitantes do atual Brasil falavam 
o tupi, facilitando o contato a partir do aprendizado 
dos europeus.
c) os Tupi do litoral ignoraram a agricultura, alimentan-
do-se exclusivamente da pesca.
d) os Tupi concentravam-se na atual região Norte, 
o que adiou o contato com os europeus.
2 Leia o texto a seguir. 
Mais uma vez, nós, os povos indígenas, somos vítimas 
de um pensamento que separa e que tenta nos eliminar 
cultural, social e até fisicamente. A justificativa é a de que 
somos apenas 250 mil pessoas e o Brasil não pode supor-
tar esse ônus […]. Nós, índios, queremos falar, mas quere-
mos ser escutados na nossa língua, nos nossos costumes. 
[...] É preciso congelar essas ideias colonizadoras, porque 
elas são irreais e hipócritas e também genocidas [...]. 
Marcos Terena, presidente do Comitê Intertribal Articulador dos Direitos Indígenas 
na ONU e fundador das Nações Indígenas. Folha de S.Paulo, 31 ago. 1994. Disponível em: 
<www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/8/31/painel/1.html>. Acesso em: 3 out. 2017.
 Com base no texto, pode-se afirmar que:
a) o autor defende a necessidade do respeito às cultu-
ras indígenas.
b) o autor acredita na ausência de uma visão etnocên-
trica no Brasil.
DESENVOLVENDO HABILIDADES
Veja, no Manual do Professor, o gabarito comentado das questões sinalizadas com asterisco.
c) o autor discute o papel da mídia como difusora das 
ideias indígenas.
d) o autor aponta a importância do tupi para uniformi-
zar a comunicação. 
3 Sobre a organização econômica, social e política das co-
munidades indígenas brasileiras, no período inicial da con-
quista do território pelos portugueses, é correto afirmar:
 I.  Os nativos viviam em regime de comunidade pri-
mitiva, em que a terra era de propriedade privada 
dos casais.
 II.  A divisão das tarefas era por sexo; as mulheres 
cozinhavam, cuidavam das crianças, plantavam e 
colhiam; os homens participavam de atividades 
guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da 
floresta para fazer a lavoura.
 III.  A sociedade era organizada em classes sociais, os 
responsáveis pelo comércio de materiais eram os 
mais ricos e poderosos.
 A alternativa que apresenta a(s) proposição(ões) cor-
reta(s) é:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) I, II e III.
4 Leia a seguir um trecho da carta de Pero Vaz de Caminha 
escrita ao rei de Portugal e responda o que se pede. 
Dos que ali andavam, muitos – quase a maior parte 
– traziam aqueles bicos de osso nos beiços. E alguns, que 
andavam sem eles, traziam os beiços furados e nos bura-
cos traziam uns espelhos de pau, que pareciam espelhos 
de borracha.
CAMINHA, Pero Vaz de. Carta a El-Rei Dom Manuel. Belém: Unama, s/d. p. 5. Disponível em:
 <www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ua000283.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2017.
 A carta ilustra um pouco do choque cultural do encontro 
entre portugueses e nativos. Sobre o assunto, qual das 
alternativas expressa a relação dos portugueses com a 
cultura indígena?
a) Os portugueses usaram o encontro com os nativos 
como ponto de partida para repensar seu modelo 
cultural.
b) Havia uma homogeneidade dos povos que habita-
vam o território naquele momento.
c) Os portugueses enxergaram os nativos como inferio-
res por causa de seus hábitos e suas práticas distintas.
d) A busca de compreensão e aceitação da cultura indíge-
na era uma preocupação fundamental do colonizador.
Ilustração de Claude 
d’Abbeville, c. 1614. 
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