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12
JOGOS E BRINCADEIRAS
Caren Cíntia Rodrigues Vaz Pereira¹
RESUMO
O estudo realizado busca verificar a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança. No desenvolvimento do trabalho, foi pesquisado sobre os jogos e as brincadeiras e sua importância na Educação Infantil. Este projeto tem como objetivo proporcionar às crianças a oportunidade de ampliar seus conhecimentos através de atividades lúdicas interativas e de vivência. Com base nessas questões justifica-se a escolha desse tema, pois entendemos o brincar como uma das principais formas de linguagem da criança. É através do brincar que a criança expressa seus sentimentos ,se relaciona, faz descobertas e inventa papéis dando significados a objetos do mundo natural e social. A problematização do tema é se o jogo estimula a aprendizagem da criança e o professor é importante no processo de orientação das brincadeiras e jogos? Conclui que o brincar é, portanto uma atividade humana que tem grande predomínio na infância e assim tem seu lugar no processo educativo, desenvolvendo na criança processos psíquicos dos movimentos gerando o conhecimento do próprio corpo. Os autores que embasam o trabalho são: KISHIMOTO, O Jogo e a Educação Infantil. LUCKESI, A atividade Lúdica como processo educativo, PIAGET, O julgamento moral na criança. O Referencial curricular nacional para a educação infantil. VYGOTSKY, Pensamento e Linguagem. WALLON Psicologia e Educação da criança.
Palavras – chave: Criança, Educação, Professor.
ABSTRACT
This study aims to verify the importance of games and play in the child's development. In the development of the work, it was researched about games and games and their importance in early childhood education. This project aims to provide children with the opportunity to broaden their knowledge through interactive and living activities. Based on these questions, the choice of this theme is justified, as we understand play as one of the main forms of children's language. It is through play that children express their feelings, relate, make discoveries and invent roles giving meanings to objects in the natural and social world. The issue is whether the game stimulates the child's learning and the teacher is important in the orientation process of games and games? It concludes that the play is, therefore, a human activity that has a great predominance in the childhood and thus has its place in the educative process, developing in the child psychic processes of the movements generating the knowledge of the own body. The authors who support the work are: KISHIMOTO, The Game and Early Childhood Education. LUCKESI, Playful activity as an educational process, PIAGET, Moral judgment in children. The national curriculum reference for early childhood education. VYGOTSKY, Thought and Language. WALLON Child Psychology and Education. 
Keywords: Child, Education, Teacher.
1. Introdução
O estudo realizado tem por objetivo, verificar a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento da criança. No desenvolvimento do trabalho, pesquisei sobre os jogos e as brincadeiras e sua importância na educação infantil. O tema e a linha de pesquisa sobre os jogos e brincadeiras justificam-se a escolha do mesmo, pois, entendemos o “Brincar” como uma das principais formas de linguagem da criança. 
No mundo em que vivemos as brincadeiras infantis vêm perdendo espaço para os brinquedos eletrônicos, através dos meios de comunicação esses brinquedos vão ganhando mais espaços na vida das crianças, com propagandas que investem o valor educacional cultural e até mesmo físico que eles possuem. Até algum tempo atrás a criança brincando era vista como se estivesse num mundo só seu, à parte do nosso mundo real. Hoje, depois de muitos estudos, sabe-se, que por meio das brincadeiras, as crianças se constituem como indivíduos. Quando a criança brinca e joga, ela está desenvolvendo a capacidade de representar e de simbolizar o mundo, os objetos, a cultura e o afeto das pessoas que com ela convivem. Dentro da perspectiva do universo infantil, pesquisamos sobre o quanto estes jogos e brincadeiras podem ampliar as visões de mundo da criança e como o professor pode ter um papel decisivo nessa interação.
É através do brincar que a criança expressa seus sentimentos ,se relaciona, faz descobertas e inventa papéis dando significados a objetos do mundo natural e social. A problematização do tema é: jogo estimula a aprendizagem da criança e o professor é importante no processo de orientação das brincadeiras e jogos? O conteúdo está ligado a todas as áreas da educação infantil sendo movimento, linguagem oral e escrita, matemática, arte, música, será desenvolvido através de atividades lúdicas que envolvam jogos, atividade de movimento, quebra cabeça, escrita e leitura, contagem. 
O objetivo dessa pesquisa é de mostrar que as atividades lúdicas estão presentes na aprendizagem e no desenvolvimento infantil em seus aspectos físico, social afetivo e cognitivo, bem como, explicar a importância do lúdico na aprendizagem; Identificar as brincadeiras e jogos e demonstrar que também se aprende brincando.
 Além disso, temos como objetivos específicos, demonstrar que o ato de brincar não é apenas lazer, mas uma alternativa para desenvolver a aprendizagem e internalizar que as brincadeiras e jogos despertam sonhos e realidade e constrói um mundo desenvolvendo todas as formas de expressão. 
A metodologia utilizada foi baseada na pesquisa bibliográfica, pois a reflexão é fundamentada nos questionamentos dos educadores que muitos ainda não conseguem ver a atividade lúdica como papel fundamental na construção do individuo a partir de seu ingresso na escola, local onde a criança vai aprender a se integrar com o mundo. Para a escola a brincadeira e o jogo devem ser levados a sério, pois a criança se compromete com o brincar e aproxima a sua experiência a suas fantasias. Os autores que embasam o trabalho são: KISHIMOTO (2003), O Jogo e a Educação Infantil. LUCKESI (2000), A atividade Lúdica como processo educativo, PIAGET (1977), O julgamento moral na criança. O Referencial curricular nacional para a educação infantil. VYGOTSKY (1996), Pensamento e Linguagem. WALLON (1979) Psicologia e Educação da criança. 
2 RESGATANDO UM POUCO DA HISTÓRIA 
Em sua sabedoria os povos antigos sabiam que mente corpo e alma são aspectos indissociáveis do ser humano embora tenham características próprias, a ideia de criança como um ser brincante não existia nas sociedades antigas. Da mesma maneira o conceito de infância foi sendo modificado historicamente a partir das modificações nas formas de organização da sociedade.
Ao longo do século XVII adotou-se uma atitude moderna em relação aos jogos, diferente do que ocorre até então Áries (1978) “diz que a partir deste momento histórico passa a existir um novo sentimento de infância.” De um lado passa-se a ter uma preocupação com os jogos, fato desconhecido até aquele momento, de outro, começam a se preocupar com a moralidade e educação das crianças.
 Não podemos precisar quando e de onde as brincadeiras chegaram ao nosso país. Possivelmente com a vinda dos colonizadores, os jogos e brincadeiras, bem como contos e lendas que eram típicos de sua cultura foram transmitidos aos habitantes que já viviam aqui, muitos deles, talvez tenham sofrido alterações se juntando e mesclando com os jogos, brincadeira e contos dos nativos. Podemos dizer que as brincadeiras e jogos que conhecemos hoje, em diversas ocasiões sofreram alterações, e adequações culturais, temporais, de acordo com a cultura, o tempo, e porque não dos interesses individuais.
Não se conhece a origem desses jogos. Seus criadores são anônimos. Sabe-se, apenas, que são provenientes de práticas abandonadas por adultos, de fragmentos de romances, poesias, mitos e rituais religiosos. A tradicionalidade e universalidade dos jogos assentam-se no fato de que povos distintos e antigos como os da Grécia e Oriente, brincaram de amarelinha, de empinar papagaios, jogar pedrinhas, e até hojeas crianças O fazem quase da mesma forma. Esses jogos foram transmitidos de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na memória infantil. (KISHIMOTO, 2003, p.15).
Kishimoto (2003) defende que os jogos e brincadeiras provêm de tempos antigos, muitas vezes são resultados de práticas religiosas e que são fundamentais no desenvolvimento e educação infantis.
Jogos como a amarelinha, as cantigas de roda, entre outros vêm lutando de maneira cada vez mais cansativa, com os jogos eletrônicos que ocuparam espaço em nossas vidas de maneira quase que inevitável.
Antigamente as crianças tinham um espaço para elas realizarem estas brincadeiras com a finalidade única de divertir, apesar de participarem mais intensamente de jogos e ou atividades dos adultos em seu ambiente social.
 A consolidação de estes saberes levou autores como Wallon, Piaget, Freud, Vygostky entre outros a começarem a investigar a infância e seus contornos de maneira a compreender como se dá o processo de constituição do adulto, através da investigação da psicologia infantil. Foi a partir do século XIX que o jogo ,do ponto de vista cientifico ,passou a ser alvo de estudos.
 Atualmente, entendem-se as inúmeras possibilidades de desenvolvimento pessoal, fonte de afeto, alegrias, solidariedade, que podem advir quando proporcionamos a alguém a oportunidade de brincar.
 Hoje em dia vemos que os jogos e brincadeiras assumiram novos papéis, Além de divertir, eles promovem socialização, transmitem conhecimentos, desenvolvem a capacidade física e cognitiva da criança.
3 JOGOS E BRINCADEIRAS NA VIDA DA CRIANÇA
A brincadeira é para a criança sua própria maneira de pensar sobre o mundo quando ela brinca, joga ela esta procurando compreender o mundo dos adultos no qual esta inserida, um espaço de apropri ação da experiência cultural do mundo adulto.
 Desde muito pequenas as crianças iniciam suas primeiras interações com o mundo na tentativa de compreendê-lo melhor. Estas interações se dão muitas vezes através da brincadeira. No entanto, como a criança aprende a brincar muito cedo, ela precisa de alguém que dê outro significado para ela, disponível para brincar.
 Quando bem pequenas, as crianças brincam com objetos, com seu próprio corpo e com as pessoas que estão próximas a elas. Elas escondem e procuram objetos, explorando-os e dando significados.
 À medida que crescem, vai ampliando sua forma de explorá-los tornando possíveis outras formas de brincadeiras como a imitação, os jogos simbólicos e de regras.
Assim com o passar do tempo a capacidade de brincar é construída pela criança, imitando ações dos adultos ela traz para sua realidade aquilo que ainda não pode fazer ou não compreende, uma forma particular de compreender o mundo adulto.
 Esse processo lúdico na vida da criança nos primeiros anos de vida mostra que ao brincar a criança desenvolve a inteligência, aprecia a sua forma prazerosa e com o passar do tempo, aprende a representar simbolicamente sua realidade, deixando de se ver como ser único vencendo, em que parte, o egocentrismo, que a impede de ver o outro como diferente dela, aprendendo assim a compartilhar e conviver.
As vivências são muito importantes neste processo os diferentes cenários, materiais, pessoas de forma particular pela criança. O brincar é uma atividade regida pela imaginação e por regras que elas próprias criam e organizam em suas brincadeiras. Assim o sentindo da brincadeira é sempre dado pelos sujeitos envolvidos, sendo que este ato de brincar está acompanhado de intenções.
 Vygostsky (1996) atribuiu um papel muito importante à brincadeira principalmente no faz de conta considerando esta atividade como um laboratório da infância. Por meio da brincadeira a criança cria, reinventa e se apropria da realidade circundante de forma simbólica.
 Neste momento a criança lida com diversos sentimentos, perde ganha, ajuda o outro,chora,ri,se emociona,sente raiva entra em conflito e vivencia situações reais de aprendizagem.
Os jogos e brincadeiras têm como objetivos desenvolver o pensamento simbólico por meio da fantasia, da imaginação e da capacidade de abstração, expressar sentimentos e valores e necessidades por meio do brincar, interagir com o mundo na busca de compreendê-lo, relacionar se com outro, criança ou adulto. Apropriar-se das formas próprias de viver em sociedade ressignificando-as transformando e produzindo cultura.
4 A POSTURA DO PROFESSOR
Muitos professores não julgam como necessário o uso de jogos e brincadeiras na vida escolar, consideram que a escola não é lugar de brincar, infeliz mente desprezando sua importância pedagógica.
“É através do brincar que as crianças constroem sua subjetividade, construindo-se como sujeitos humanos numa determinada cultura” (FARIA SALLES. 2007) é importante ressaltar a importância do brincar e em que sentido ele favorece a criança.
Este tema é instigante, pois ele ultrapassa conceitos criados por algumas pessoas que brincar é simplesmente brincar, que pode se ensinar ludicamente possibilitando a aprendizagem de varias habilidades. O professor deve intervir sempre que necessário, seja a intervenção direta ou indireta. As intervenções indiretas dizem a respeito à organização dos espaços, seleção de materiais ai gerenciamento do tempo da atividade, bem como a alocação e a observação. Já as intervenções diretas se dão na atuação do professor como mediador, facilitador, parceiro mais experiente, que vem a propor novas ideias, compartilha gerenciando do tempo e a duração da brincadeira, intervindo nos momentos de conflitos, dando autonomia as crianças, respeitando e aceitando as diferentes formas de participação nas brincadeiras e atuando como modelo.
É importante para o professor conhecer o acervo cultural de jogos e brincadeiras que fazem parte da cultura local e do patrimônio cultural da humanidade para desenvolver e enriquecer a linguagem oral, respeitar regras.
As crianças podem através das experiências explorarem objetos e materiais diversos como brinquedo, sucatas, água, areia, terra e ar, encher, esvaziar, colocar dentro, fora, afundar, fazer flutuar objetos e brinquedos.
A educação infantil ocupa um lugar de destaque na vida das crianças, pois é neste período de tão importantes aquisições que as crianças são inseridas no universo escolar e a quantidade do trabalho desenvolvido no interior das instituições pode ser decisiva no sentindo de assegurar a elas o direito de brincar, como forma particular se expressão, pensamentos, interação e comunicação infantil.
Nesse processo a prática pedagógica é permeada pelo brincar possibilitando ao professor aproximar-se do mundo da criança e a observá-la com mais propriedade, possibilitando intervenções cuidadosas em relação o ato de brincar.
Quando o educador compartilha uma brincadeira ou jogo com a criança, ele pode criar diversas situações que estimulem o seu desenvolvimento, sua inteligência e afetividade.
Quando a criança brinca com outra criança age de maneira cooperativa, faz imitações e vivencia os espaço e experiências.
Assim, a importância dos diferentes espaços e tempos para ampliar as oportunidades de vivenciar as brincadeiras exigindo um planejamento que considere o caráter essencialmente lúdico das vivencias infantis, brincar, como a principal linguagem da infância, compreendendo um espaço de práticas que envolvam jogos, brinquedos e brincadeiras que garantam o direito a criança de comunica-se de interagir, de aprender, de viver e conviver.
O papel do professor é de organizar o espaço interno da sala se aula de forma a descentralizar a figura do professor, propiciando a autonomia das crianças e a interação entre elas, supervisionar os espaços que permitam atividades “livres”, significativas e prazerosas que possam ser realizadas através do brincar, de brincadeiras e de jogos.
O professor pode se envolver nas brincadeiras oportunizar momentos de conhecimentos e de convivência entre as crianças.
Enfim o jogo e as brincadeiras são essenciais na vida das crianças, o professor com o papel de mediadorconsegue detectar através de um olhar minucioso problemas futuros que uma criança possa ter como má coordenação motora, problemas psíquicos entre outros distúrbios.
E quem sabe se diagnosticados precocemente possam ser sanados. Os jogos e brincadeiras devem ser vistos pelos professores como uma grande jogada em mãos para a construção do saber.
5 A ATIVIDADE LÚDICA NO PROCESSO EDUCATIVO
O mundo da criança difere qualitativamente do mundo adulto, nele há o encanto da fantasia, do sonhar. É do descobrir. 
É através de brincadeiras, atividade mais nobre da infância, que a criança irá se conhecer e terá a oportunidade de se constituir socialmente. É também a partir da espontaneidade do brincar que a criança poderá expressar as diferentes impressões vivenciadas em seu familiar e social.
“Os estudos de psicólogos e educadores, como Piaget e Vygotsky, mostram que há uma firme convicção de que brincar é de suma importância para o desenvolvimento social, afetivo e cognitivo da criança.” (ALMEIDA, 1994, p.15)
É no brincar que a criança faz valer suas relações com os colegas, as cooperações contribuem na construção de valores morais, sociais, culturais e intelectuais. As brincadeiras de que as crianças participam ou as que inventam ou, ainda, pelas quais se interessam, são verdadeiros estímulos que enriquecem seus esquemas perceptivos e operativos. 
De que modo então podemos perceber que as brincadeiras e jogos têm importância no processo educativo? Para responder, temos que ir além dos modismos pedagógicos de antes e de agora, e ter processos de compreensão da relação entre essas atividades e os processos de formação e de aprendizagem dos sujeitos sociais.
Tanto dentro como fora da escola é preciso acreditar que as experiências com atividades lúdicas possuem um grande potencial como fator de aprendizagem na medida em que, ao desenvolvê-las, estamos exercitando nossa plenitude, conforme afirma Luckesi em texto. Segundo o autor:
Na vivência de uma atividade lúdica, cada um de nós está participando verdadeiramente de uma atividade lúdica, não há lugar, na nossa experiência, para qualquer outra coisa além dessa própria atividade. Não há divisão. Estamos inteiros, plenos, flexíveis, alegres, saudáveis (LUCKESI, 2000, p.25). 
Luckesi (2000, p. 25) “ainda se preocupa em evidenciar a importância que tem para o sujeito, sua formação e desenvolvimento integrais a realização de atividades lúdicas, não importa a sua idade, meio social ou outras variáveis”.
Na idade pré-escolar encontramos algumas modalidades de jogos e brincadeiras: jogos de ficção ou faz de conta, os de exploração e transformação dos objetos e materiais e os de movimento. 
O que sempre deve ser lembrado, todavia, é que as crianças podem e aprendem de outras maneiras além da lúdica, e frequentemente tem prazer com isso. Um exemplo seria ouvir uma história ou trabalhar ao lado de um adulto que está fazendo alguma coisa. Kishimoto (1990) acha que esse elemento do brincar e aprender mais dirigido para um objetivo é muitas vezes esquecido e inclusive desprezado por muitos professores de educação infantil, mas é assim que as crianças vêm aprendendo há muitos séculos. Ela diz que “por mais detestável que seja a idéia para estes professores, há poucas evidências de que brincar livre com blocos ensine mais à criança do que copiar um modelo dos mesmos”.
Oliveira (2000, p. 35) afirma: “É no pensamento divergente que encontramos as indicações mais óbvias de criatividade”. Os vínculos existem de várias maneiras e estão bastante inter-relacionados, mas há algumas diferenças.
Segundo Oliveira (2000, p. 36) “a criatividade é a capacidade de responder emocional e intelectualmente a experiências sensoriais”. Ela também está estreitamente relacionada ao ser “artístico” no sentido mais amplo da palavra. Esta pode ser considerada uma definição bastante arbitrária, mas é uma definição vital para tentarmos examinar outro aspecto do brincar e da aprendizagem infantil, uma vez que a criatividade tem fortes laços com a educação estética. Sendo essa criatividade desenvolvida na brincadeira.
O brincar simbólico também tem relação com a ordem e favorece o desenvolvimento das habilidades de planejamento. Ele eventualmente leva ao início do brincar e dos jogos baseados em regras (Piaget, 1950, p. 62). 
 Longe de desvalorizar o trabalho dos professores de sala de aula aumentaria sue prestígio, ao reconhecer plenamente a formidável variedade e os níveis de exigências feitas a eles atualmente, e ao envolvê-lo não apenas no planejamento do trabalho de suas classes, mas também no estabelecimento de uma estrutura curricular para a escola toda. (KRAMER, 1994, 82).
 ”As maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu  nível básico de ação real  e moralidade.” (VYGOTSKY, 1998, p. 195)
Piaget (1998, p. 66) diz que “a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo,  por isso, indispensável à prática educativa.” (AGUIAR, 1977: 58).
Para Vygotsky, citado por Wajskop (1999, p.35):
A brincadeira cria para as crianças uma zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o  nível de desenvolvimento potencial, determinado através da resolução de um problema, sob a orientação de um adulto, ou de um companheiro mais capaz. (Wajskop,1999, p.35)
O desenvolvimento da imaginação, da fantasia, da criança associa-se diretamente à aquisição da fala, que facilita a formação de representações sobre objetos e permite à criança imaginar um objeto que ela nunca viu antes. Por outro lado, do mesmo modo que há um desenvolvimento da relação significado/objeto, há desenvolvimento na relação significado/ação, ou seja, a criança aprende a separar-se de uma ação real através de outra ação, desenvolvendo a vontade, a capacidade de fazer escolhas conscientes, assim como operar com as coisas a leva ao pensamento abstrato (Vygotsky, 1984, p. 115).
A criança começa com uma situação imaginária, que é uma reprodução da situação real, sendo a brincadeira muito mais a lembrança de alguma coisa que realmente aconteceu, do que uma situação imaginária nova. À medida que a brincadeira se desenvolve, observamos um movimento em direção à realização consciente do seu propósito. Finalmente, surgem as regras, que irão possibilitar a divisão de trabalho e o jogo na idade escolar. Nesta idade, a brincadeira não desaparece, mas permeia a atitude em relação à realidade (Vygotsky, 1984, p. 118). 
Discutindo como a brincadeira se relaciona com o desenvolvimento, Vygotsky coloca que o comportamento da criança nas situações do dia-a-dia é, quanto a seus fundamentos, o oposto daquele apresentado nas situações de brincadeira. Esta cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança, que nela se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A brincadeira fornece, pois, ampla estrutura básica para mudanças da necessidade e da consciência, criando um novo tipo de atitude em relação ao real.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O brincar é importante na vida de qualquer indivíduo em desenvolvimento, seja na escola, em casa ou na rua, este deve acontecer de maneira prazerosa para a criança.
 Este trabalho tenta mostrar como o simples brincar pode contribuir no desenvolvimento da criança e que, quando existe o auxilio do professor intervindo nas horas precisas, este pode se tornar um grande aliado no processo educacional.
 O brincar é, portanto uma atividade humana que tem grande predomínio na infância e assim tem seu lugar no processo educativo, desenvolvendo na criança processos psíquicos dos movimentos gerando o conhecimento do próprio corpo.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, José Serapião. Jogos para o Ensino de Conceitos. Campinas: Papirus, 1997.8; 
ALMEIDA, Paulo Nunes de. Educação lúdica: técnicas e jogos pedagógicos. São Paulo: Loyola, 1994.
BETTLLHEIM, Bruno. A psicanálisedos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
KISHIMOTO, T.M. O Jogo e a Educação Infantil. Florianópolis, Revista Perspectiva, ISSN, 2003. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf acesso em 10/10/2018
KRAMER, S. Por entre as pedras: arma e sonho na escola. São Paulo: Ática, 1993.
LUCKESI, C. C. A atividade Lúdica como processo educativo, artigo, p. 171
OLIVEIRA, zilma de Moraes ramos de (org). 2000.educação infantil:muitos olhares. 4.ed.são Paulo: Cortez.
 
PIAGET, Jean. O julgamento moral na criança. São Paulo: Mestre jov, 1977.
Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf acesso em 10/10/2018
VYGOTSKY, Lev. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
WALLON, Henri. Psicologia e Educação da criança. Lisboa: Vega/Universidade, 1979.
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¹ Aluno do Curso de Pós-Graduação em Pedagogia 
 – antonio.silva@hotmail.com