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Caracterizar um ato como administrativo, não é necessário que o mesmo atenda a todos os atributos previstos em Direito. 1º) Presunção de Legitimida...

Caracterizar um ato como administrativo, não é necessário que o mesmo atenda a todos os atributos previstos em Direito. 1º) Presunção de Legitimidade: É a suposição de que o ato praticado pela Administração atende a todas as exigências legais. Referido atributo deve ser característica de qualquer ato praticado pela Administração, pois é essencial à fluidez da função administrativa. A Administração Pública ficaria praticamente impossibilitada de exercer suas atividades se precisasse recorrer ao Judiciário sempre que, para realizar um ato, fosse obrigada a comprovar sua legalidade. Através da presunção de legitimidade a Administração realiza suas atividades supondo-se que está agindo de acordo com a lei. Caso o particular pretenda se insurgir contra o ato administrativo que considere ilegal, poderá ingressar no Judiciário buscando invalidar o mesmo. Antes de buscar uma medida judicial, no entanto, o particular poderá recorrer à própria Administração para que ela anule ou revogue o ato contestado. De acordo com o que foi explicado podemos afirmar: 1 º) A presunção de legitimidade dos atos administrativos é uma presunção relativa ou juris tantum, o que significa dizer que admite prova em contrário; e 2 º) Em virtude da presunção de que todos os atos administrativos são editados com a observância da lei, a Administração não precisa provar a legitimidade de seus atos. O interessado que não se conformar com determinada atitude da Administração é quem terá o ônus de provar eventual irregularidade. 2º) Imperatividade: É o atributo que possibilita a imposição unilateral do ato administrativo, independentemente da concordância do particular. Não é característica que está presente em qualquer ato administrativo; é própria de atos punitivos, normativos e de polícia. Implica a criação e aplicação de obrigações ou restrições a direitos dos administrados, mesmo sem a anuência ou concordância deles. São exemplos de atos que apresentam o atributo da imperatividade: decreto que proíba a venda de bebidas alcoólicas a partir de determinada hora; imposição de penalidade a servidor público ou a interdição de estabelecimento que não atenda a requisitos legais. Os atos imperativos podem ser impostos aos administrados a partir do momento de sua criação, sem necessidade de pronunciamento anterior do Judiciário sobre sua validade. O administrado que considerar que determinado ato imperativo é ilegal, deve procurar sustar seus efeitos através de recurso administrativo ou decisão judicial. 3º) Autoexecutoriedade: Já tivemos a oportunidade de aprender sobre autoexecutoriedade quando estudamos o poder de polícia. Vamos relembrar! A autoexecutoriedade permite a execução direta de certos atos pela Administração Pública, sem que se precise de pronunciamento judicial nesse sentido. O ato que determina a demolição de edifício que oferece risco de desabamento, por exemplo, pode ser executado diretamente pela própria Administração. Os atos autoexecutáveis mais comuns são os decorrentes do poder de polícia. Contudo, não é atributo encontrado em todos os atos administrativos. Exemplo clássico de ato que não possui a característica de autoexecutoriedade é a cobrança de multa administrativa. Eventual multa aplicada ao administrado somente pode ser cobrada compulsoriamente pela Administração Pública através de processo judicial. Segundo Maria Sylvia di Pietro a autoexecutoriedade dos atos administrativos decorre: a) de determinação legal. Por exemplo, a execução da garantia contratual, prevista no art. 80 da lei 8.666/93, em decorrência da inexecução total ou parcial do contrato administrativo; e b) medida urgente que vise minimizar prejuízos aos interesses públicos. Por exemplo, retirada de moradores de edifício que ameaça desabar, para posterior demolição do mesmo. LEMBRE-SE: O atributo da autoexecutoriedade não impede que os atos realizados pela Administração sejam tornados inválidos posteriormente, através de medidas judiciais requeridas pelos interessados. 4º) Tipicidade: Decorrência do princípio da legalidade, o atributo da tipicidade indica que o ato administrativo deve sempre corresponder a alguma figura prevista em lei. De acordo com a professora Maria Sylvia di Pietro, a tipicidade afasta a possibilidade de serem praticados atos totalmente discricionários por parte da Administração Pública, sem obediência a qualquer limite previsto no ordenamento jurídico. CLASSIFICAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO Quanto à supremacia do Poder Público, os atos administrativos podem ser classificados em atos de império e atos de gestão: - Atos de Império: São os atos praticados pela Administração munida das prerrogativas e restrições próprias do regime jurídico de direito público, de forma a atuar em posição de superioridade frente ao particular. Os atos de império são impostos unilateralmente aos particulares, que estão obrigados a se submeter a eles. Podemos citar como exemplo de atos de império todos os atos decorrentes do poder de polícia. - Atos de Gestão: São aqueles em que o Poder Público coloca–se em plano de igualdade com o particular. Atos de gestão correspondem aos atos de direito privado que a Administração Pública pratica. Por exemplo: Alugar um imóvel para funcionamento de uma repartição pública. Quanto à formação da vontade, o ato administrativo pode ser ato simples, ato complexo e ato composto: Atos simples: São aqueles que decorrem da manifestação de um único órgão, seja este singular (composto de uma pessoa) ou colegiado (composto de várias pessoas, por exemplo, um Conselho). Exemplos: nomeação de um servidor público pela autoridade competente ou deliberação do Conselho da República. Atos complexos: São aqueles decorrentes das manifestações de vontades de dois ou mais órgãos para a formação de um único ato administrativo. Os órgãos podem ser singulares ou colegiados, o que importa é que existam várias manifestações de vontade para a realização de um único ato; caso uma das manifestações necessárias não tenha sido emitida, o ato administrativo não se aperfeiçoa e não gera efeitos. Fique atento ao exemplo de autoria de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: “concessão de determinados regimes de tributação que dependem de parecer favorável de diferentes ministérios, como o Ministério da Indústria e Comércio e o Ministério da Fazenda, no caso de isenção relativa a algumas aquisições de bens de informática”. - Atos compostos: São aqueles que resultam da manifestação de dois ou mais órgãos, em que a vontade de um é instrumental em relação a de outro, que edita o ato principal. Existe, portanto, um ato acessório, que pode ser pressuposto do ato principal ou complementar a ele. Perceba que no ato complexo existe uma reunião de vontades que originam um único ato; já para a formação de um ato composto, um ato valida o outro, com vistas à formação da vontade. A escolha dos ministros do Tribunal Superior do Trabalho, por exemplo, é um ato composto. Forma-se a partir do ato acessório que é a aprovação do ministro por do mesmo pelo Presidente da República. Neste caso, o ato acessório é pressuposto do ato principal. Outro exemplo de ato composto é a aprovação da dispensa de licitação pela autoridade superior, prevista no art. 26, da lei 8.666/93. Neste caso a dispensa é o ato principal e a autorização é o ato acessório, homologatório do principal. Em razão do regramento, os atos administrativos podem ser atos vinculados e atos discricionários: - Atos Vinculados: São aqueles que têm todos os seus elementos pré– determinados na lei. Nenhum dos seus elementos oferece margem de liberdade para apreciação do administrador. Cabe a este verificar no caso concreto, se referidos elementos estão presentes ou não. Caso estejam, o administrador estará obrigado a praticar o ato. Se faltar qualquer dos elementos, o administrador não poderá praticar o ato. Por exemplo: Aposentadoria do servidor e nomeação de cargo efetivo. - Atos Discricionários: Existem dois elementos, o motivo e o objeto, em que a lei oferece, na prática do ato, uma margem de opções ao administrador. Este irá fazer a sua escolha de acordo com as razões de conveniência e oportunidade que lhe cabe analisar. A discricionariedade não se incompatibiliza com a legalidade, pois somente existe discricionariedade se a lei concedê–la ao administrador.

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DireitoAdministrativoAtualizado (1)
89 pág.

Direito/administração Geral Universidade PaulistaUniversidade Paulista

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