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A Administração deve exercê-los obrigatoriamente de acordo com as hipóteses previstas em lei. Os poderes da Administração diferem dos poderes do Es...

A Administração deve exercê-los obrigatoriamente de acordo com as hipóteses previstas em lei. Os poderes da Administração diferem dos poderes do Estado. Os poderes do Estado - Legislativo, Executivo e Judiciário - são poderes estruturais, que dão coesão ao desempenho do poder soberano. Já os poderes desenvolvidos pela Administração Pública são poderes instrumentais, que permitem à Administração a execução de suas atividades. A doutrina aponta como poderes da Administração Pública: o poder normativo; o poder disciplinar; o poder hierárquico; o poder vinculado; o poder discricionário; e o poder de polícia. O poder de polícia, no presente curso, será abordado em capítulo específico. PODER NORMATIVO É aquele por meio do qual a Administração Pública edita atos gerais e abstratos tendo em vista o fiel cumprimento das leis, a elaboração de normas internas e a fixação de normas técnicas autorizadas por lei. Alguns doutrinadores referem-se a este poder como poder regulamentar. Na verdade, o poder regulamentar é uma das formas pela qual se apresenta o poder normativo. O poder regulamentar é exercido exclusivamente pelos Chefes do Poder Executivo - Presidente da República, Governador de Estado, Governador do Distrito Federal e Prefeito – e se consubstancia na edição de atos com efeitos gerais e abstratos de forma complementar à lei, tendo em vista a sua fiel execução. Na esfera federal, podemos citar como exemplo do exercício do poder regulamentar o Decreto n. 3.644/2000, que regulamenta o instituto da reversão previsto na Lei 8.112/90 (Estatuto dos servidores públicos civis da União). Segundo a doutrina, para o exercício do poder regulamentar podem ser editados decretos de execução e decretos autônomos. Os decretos de execução têm previsão constitucional no inc. IV, do art. 84, e são editados em função de uma lei, para sua fiel execução. O decreto de execução não pode inovar no ordenamento jurídico, dessa forma, não pode criar direitos, obrigações, nem restringir ou ampliar os direitos previstos na lei que visa regulamentar. Eles apenas esmiúçam a norma legal regulamentada para facilitar sua execução pela Administração Pública. Os decretos autônomos, por sua vez, podem inovar no ordenamento jurídico, criando direitos. Eles estabelecem normas primárias, ou seja, que retiram sua validade diretamente do texto constitucional. O constituinte originário não previu decretos autônomos na Carta Magna de 88; eram existentes apenas os decretos de execução. No entanto, a EC n. 32/2001, modificando a redação do inc. VI, do art. 84, trouxe previsão para edição de decretos autônomos pelo Presidente da República em duas hipóteses bastante restritas: 1 º) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; e 2 º) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Nestas duas hipóteses, o Chefe do Poder Executivo Federal não precisará dar início ao processo legislativo, com vistas a editar lei para disciplinar referidas matérias. Poderá, diretamente, editar decreto com as regras pertinentes a serem aplicadas. CUIDADO! O parágrafo único, do art. 84, da CF, prevê que as atribuições contidas no inc. VI do mesmo dispositivo - hipóteses de decreto autônomo - podem ser delegadas aos Ministros de Estado. ATENÇÃO: Os decretos autônomos, e os decretos de execução que tratem de matéria privativa do Poder Executivo, fazem parte da chamada reserva da Administração: matérias que somente podem ser disciplinadas pela própria Administração Pública. O Poder Legislativo, portanto, está impedido de editar leis sobre essas matérias. Também estão contidos na noção de poder normativo os atos administrativos, de efeitos gerais e abstratos, emitidos por outras autoridades diferentes do Chefe do Poder Executivo. Nesse sentido, a Administração edita portarias, instruções, regimentos, resoluções, que trazem regras com aplicação restrita aos órgãos que as editou. Podemos citar como exemplo as instruções do INSS, as resoluções do Conselho Nacional de Justiça e as portarias expedidas pelo Ministério da Fazenda. LEMBRE-SE: Nenhum ato oriundo do poder normativo, exceto os decretos autônomos, poderá criar direitos, obrigações, estabelecer restrições a direitos ou punições, em virtude da incidência do princípio da legalidade previsto no art. 5º, II e art. 37, caput, da CF. Controle do poder normativo: Com vistas a garantir a separação dos poderes, a Constituição Federal em seu art. 49, inc. V, determina que o Congresso Nacional tem competência para sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar. A Lei Maior também prevê, em seu art. 102, inc. I, alínea a, que o Supremo Tribunal Federal tem competência para exercer o controle de constitucionalidade de atos normativos federais e estaduais que não estejam de acordo com o sistema jurídico constitucional, através do julgamento de ações diretas de inconstitucionalidade. PODER DISCIPLINAR É poder-dever mediante o qual a Administração Pública tem legitimidade para processar e punir administrativamente as faltas funcionais e disciplinares, definidas em lei, cometidas por seus servidores e por particulares alcançados pela disciplina dos órgãos e serviços da Administração. Exemplo de particular que pode ser punido através do exercício do poder disciplinar se encontra no art. 87, da lei 8.666/93, o qual prevê uma série de penalidades para o contratado em virtude de inexecução total ou parcial do contrato administrativo. A doutrina afirma que a discricionariedade é característica do poder disciplinar. ATENÇÃO: Discricionariedade é a prerrogativa da Administração no sentido de tomar decisões de acordo com critérios de conveniência e oportunidade, desde que respeitados os limites impostos por lei. ica, ou entre agentes de um mesmo órgão público. Assim, por exemplo, dentro da estrutura do Ministério da Justiça, o Ministro da Justiça é hierarquicamente superior a seus assessores parlamentares. A hierarquia está presente na estrutura dos três poderes estatais - Executivo, Legislativo e Judiciário. No entanto, é importante ressaltar que nos poderes Legislativo e Judiciário não existe hierarquia relativa às funções institucionais respectivas. Com isso, quer se afirmar, por exemplo, que o juiz de uma instância inferior não é subordinado ao juiz de uma instância superior, bem como que o Senado Federal não é hierarquicamente superior à Câmara dos Deputados. A hierarquia nesses poderes se dá entre os órgãos administrativos que fazem parte de sua estrutura. Assim, por exemplo, o setor de serviços gerais de um tribunal é subordinado à diretoria administrativa do mesmo. São desdobramentos do poder hierárquico: 1 º) o poder de dar ordens aos subordinados, o que implica o correlato dever de obediência por parte dos órgãos inferiores, salvo no caso de ordem manifestamente ilegal (confira o art. 116, incs. IV e XII, da lei 8.112/90); 2 º) o poder de fiscalizar e rever os atos dos órgãos inferiores, diligenciando o cumprimento da legalidade dos mesmos, e permitindo que o superior hierárquico altere total ou parcialmente as decisões dos subordinados, de ofício ou mediante provocação. Em decorrência deste poder de revisão, o ato do subordinado poderá ser anulado (se ilegal) ou revogado (se inconveniente ou inoportuno e dele não se tiver originado direito adquirido); 3 º) o poder de avocar atribuições. O órgão superior pode chamar para si a realização de ato cuja competência original é do subordinado. A lei n. 9.784/99 determina que a avocação poderá ser realizada apenas em caráter temporário, excepcionalmente e por motivos relevantes devidamente justificados; e 4 º) o poder de delegar atribuições. O superior hierárquico poderá, em caráter temporário, transferir

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DireitoAdministrativoAtualizado (1)
89 pág.

Direito/administração Geral Universidade PaulistaUniversidade Paulista

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