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Tal objeção pode ser facilmente contestável no plano jurídico, com a demonstração de que não haveria um direito fundamental de menor magnitude - ar...

Tal objeção pode ser facilmente contestável no plano jurídico, com a demonstração de que não haveria um direito fundamental de menor magnitude - argumento que pode, infelizmente, ter efeito puramente retórico diante de uma determinada configuração social e política que desencoraje o desenvolvimento da matéria. No entanto, um exame mais acurado do problema mostra outra característica atual da privacidade que pode superar esta objeção: hoje, a privacidade passa a apresentar também uma dimensão coletiva. Esta constatação passa pela verificação da importância política do controle; da hiposuficiência das classes menos privilegiadas. Stefano Rodotà, neste sentido, observa uma tendência à identificação de sujeitos coletivos, minorias (ou mesmo maiorias) de diversas ordens, como entes prejudicados pela violação deste perfil da privacidade, chegando mesmo a afirmar uma tendência à mudança dos sujeitos que demandam pela privacidade, com uma predominância da coletividade: "(...) a evocação da privacidade supera o tradicional quadro individualístico e se dilata em uma dimensão coletiva, do momento que não se considera mais o interersse do indivíduo enquanto tal, porém como membro de um determinado grupo social (...) l'invocazione della privacy supera il tradizionale quadro individualistico e si dilata in una dimensione collettiva, dal momento che non viene preso in considerazione l'interesse del singolo in quanto tale, ma in quanto appartenente ad un determinato gruppo sociale". Desta dimensão coletiva surge, enfim, a conotação contemporânea da proteção da privacidade, que manifesta-se sobretudo (porém não somente) através da proteção de dados pessoais; e que deixa de dar vazão somente a um imperativo de ordem individualista, mas passa a ser a frente onde irão atuar vários interesses ligados à personalidade e às liberdades fundamentais da pessoa humana, fazendo com que na disciplina da privacidade passe a se definir todo um estatuto que perpassa as relações da própria personalidade com o mundo exterior.

Essa pergunta também está no material:

Danilo Doneda - Da privacidade a protecao de dados
91 pág.

Direito Cibernético Universidade Federal de GoiásUniversidade Federal de Goiás

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