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Interceptação telefônica, a quebra do sigilo de registros e dados cadastrais das comunicações telefônicas (obtenção de registros existentes na comp...

Interceptação telefônica, a quebra do sigilo de registros e dados cadastrais das comunicações telefônicas (obtenção de registros existentes na companhia telefônica sobre ligações já realizadas, dados do assinante, data da chamada, horário, número do telefone chamado, etc,) que pode ser determinada pela autoridade policial e Ministério Público, independente de ordem judicial. Juiz competente: O juiz que determina a interceptação deve ser o competente para julgar a ação criminal principal. Assim, o procedimento cautelar da interceptação torna prevento (competente) o juízo para julgar a futura ação penal. Utilização em Processo Administrativo Disciplinar: Segundo já decidiu o STF, os dados auferidos em interceptação de comunicações telefônicas e em escutas ambientais, judicialmente autorizadas para produção de prova em investigação criminal ou em instrução processual penal, podem ser usados em procedimento administrativo disciplinar, contra a mesma ou as mesmas pessoas às quais foram colhidos, ou contra outros servidores cujos supostos ilícitos teriam despontado à colheita dessa prova (STF, Inq. 2424/RJ. Rel. Min. Cezar Peluso. 24.08.2007). Acesso ao Whatsapp: "Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por meio da extração de dados e de conversas registradas no whatsapp presentes no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido apreendido no momento da prisão em flagrante." (Informativo STJ 583). Art. 2° - Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. Subsidiariedade: A interceptação telefônica é um meio de prova excepcional, de natureza cautelar, somente determinado com o cumprimento de uma série de requisitos legais, quando não existem outros recursos probatórios. O artigo 2º. estabeleceu de forma inversa as condições necessárias para a interceptação telefônica, embora seja certo que a regra é o sigilo e a exceção a interceptação. No caso do inc. I, apesar de não se exigir prova exaustiva, os indícios precisam ser ao menos mínimos, afastando qualquer possibilidade de interceptação telefônica por meras suspeitas. Esses indícios razoáveis são o fumus boni iuris (fumaça do bom direito). No inc. II, o legislador trata da necessidade de ser a interceptação o último meio de prova disponível. Trata-se de procedimento probatório excepcional, representando o periculum in mora (risco na demora do provimento judicial). Assim, havendo possibilidade de a prova ser colhida por outros meios disponíveis, como testemunhas, perícias em geral, busca e apreensão, não é possível determinar a interceptação. No inc. III, o legislador excluiu da possibilidade de interceptação em crimes que cominem apenas pena de detenção bem como em caso de contravenções penais, cuja pena máxima é de prisão simples. Em outros termos, a interceptação somente é admissível na hipótese de crime apenado com reclusão. Diante da regra estabelecida pelo parágrafo único, a situação objeto da investigação deve ser pormenorizada da melhor forma possível, de modo a delimitar o delito a ser apurado, de preferência com a qualificação dos investigados. Não se admitem autorizações de interceptação genéricas, abertas, no sentido de “carta branca” para a autoridade policial. Entretanto, também não há obrigatoriedade de uma descrição minuciosa. Interceptação telefônica por prospecção: É aquela realizada com a finalidade de sondar se o indivíduo está ou não envolvido em práticas ilícitas. É inválida, pois acontece antecedente ao delito. Serendipidade: No caso de interceptação telefônica regularmente autorizada pela autoridade judiciária competente, o encontro fortuito de provas (serendipidade = crime achado) em relação a outros delitos, ainda que punidos com pena de detenção, praticados pelo mesmo agente vale como legítimo meio probatório, desde que haja conexão entre as infrações penais. Até mesmo em um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) poderá ser utilizada a prova emprestada obtida por meio de interceptação telefônica. Art. 3° - A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo juiz, de ofício ou a requerimento: I - da autoridade policial, na investigação criminal; II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução processual penal. A interceptação telefônica pode ser solicitada pelo delegado de polícia ou pelo membro do Ministério Público, durante a investigação criminal, primeira fase da persecução penal. Durante o processo criminal, segunda fase da persecução penal, somente pode ser solicitada pelo membro do Ministério Público, não tendo legitimidade, portanto, a autoridade policial. Determinação de ofício pelo Juiz: A lei permite ao Juiz determinar a interceptação telefônica de ofício, tanto na fase investigativa quanto na processual. Entretanto, há entendimento doutrinário que isso viola o sistema acusatório, uma vez que a interceptação telefônica é um meio de obtenção de prova realizado para a investigação criminal, devendo o juiz ser parte desinteressada e imparcial. IMPORTANTE: A captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos (art. 8º-A) não poderá ser determinada de ofício pelo juiz. O legislador não exigiu a prévia manifestação do Ministério Público para a concessão do pedido de interceptação. Apesar de não existir previsão legal, nada impede que o juiz, antes de deferir uma representação da autoridade policial, escute previamente o Ministério Público, titular da ação penal. ATENÇÂO: Somente O JUIZ pode determinar a interceptação das comunicações telefônica, não o podendo a autoridade policial, o membro do Ministério Público, a CPI, ou qualquer outra autoridade. Art. 4° O pedido de interceptação de comunicação telefônica conterá a demonstração de que a sua realização é necessária à apuração de infração penal, com indicação dos meios a serem empregados. Excepcionalmente, o juiz poderá admitir que o pedido seja formulado verbalmente, desde que estejam presentes os pressupostos que autorizem a interceptação, caso em que a concessão será condicionada à sua redução a termo. O juiz, no prazo máximo de vinte e quatro horas, decidirá sobre o pedido. Com o propósito de evitar excessos na condução do procedimento probatório por parte da autoridade policial, o legislador exigiu como requisito pedido bem fundamentado da sua necessidade. A indicação dos meios a serem empregados é importante para fixar os limites desse tipo de diligência probatória. Em regra, o pedido é escrito. A exceção é o pedido realizado verbalmente, em situações excepcionais; devendo ser, nesse caso, reduzido a termo escrito. O prazo para apreciar o pedido de interceptação é de 24 horas apenas, devido à excepcionalidade desse recurso probatório. Art. 5° - A decisão será fundamentada, sob pena de nulidade, indicando também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Depois de apreciar o pedido no prazo máximo de 24 horas, em decisão motivada, o juiz decidirá sobre a interceptação. Caso a autorize, deve indicar a sua forma de realização, no prazo de 15 dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova. Renovações sucessivas: Tanto o STF como o STJ entendem pela renovação sucessiva do prazo de 15 dias da interceptação telefônica, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade, especialmente quando o fato é complexo a exigir investigação diferenciada e contínua. Art. 6° - Defer

Essa pergunta também está no material:

Dir processual penal- Apostila
65 pág.

Direito Penal I Universidade Estácio de SáUniversidade Estácio de Sá

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