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Deontologia e Legislação Farmacêutica
Aula 10: Atividades e serviços farmacêuticos focados no paciente
Consumo ou não de medicamentos temos o que hoje chamamos de serviços farmacêuticos na farmácia clínica. Os cuidados farmacêuticos são regulamentados por Resoluções que definem as atribuições clínicas do profissional farmacêutico, estes documentos estabelecem os direitos e as responsabilidades desse profissional referentes às suas áreas de atuação, principalmente relativas à saúde pública, levando em conta o cuidado com a saúde nos âmbitos individual e coletivo.
· Analisar as principais regulamentações referentes a Atividades e Serviços Farmacêuticos Focados no Paciente.
· Examinar as práticas clínicas farmacêuticas.
· Atividades que compõem o cuidado farmacêutico
Farmácia clinica: É uma farmácia voltada à ciência e prática do uso racional de medicamentos, na qual os farmacêuticos prestam cuidado ao paciente, de forma a aperfeiçoar a farmacoterapia, promover saúde e bem-estar, e prevenir doenças
Atividades e serviços farmacêuticos focados no paciente Resolução CFF nº 585/13
O farmacêutico clínico é o profissional que é apto para promover o uso racional de medicamentos por meio da revisão e acompanhamento de tratamentos interações medicamentosa, assim como descreve a regulamentação CFF 585/2013
As atribuições clínicas do farmacêutico visam à promoção, proteção e recuperação da saúde. Segundo a proposta, são atribuições clínicas do farmacêutico estabelecer e conduzir uma relação de cuidado centrada no paciente, segundo preceitos profissionais e bioéticos, e participar da avaliação da farmacoterapia.
São atribuições Clínicas do Farmacêutico: 
· Fazer a anamnese farmacêutica, bem como verificar sinais e sintomas, com o propósito de prover cuidado ao paciente. 
· Elaborar o plano de cuidado farmacêutico do paciente.
Os serviços clínicos farmacêuticos requerem um acompanhamento amplo e documentado no médio e longo prazo junto ao paciente, principalmente para portadores de doenças crônicas.
Mais atribuições descritas no artigo 7º da Resolução nº 585/13:
· Revisão e desprescrição da Farmacoterapia: Regulamenta-se no Art. 7º a liberdade do farmacêutico em revisar a prescrição em observância às boas práticas de cada profissional de saúde habilitado para tal, ele pode monitorar as prescrições e estão capacitados a avaliar outros aspectos da medicação prescrita como efeitos colaterais, reações adversas, interação medicamentosa garantindo a saúde do paciente. O farmacêutico é habilitado a sugerir a outros profissionais de saúde, até mesmo a desprescrição da farmacoterapia, podendo priorizar os medicamentos a ser mantidos ou interrompidos, a fim de maximizar os benefícios e minimizar os danos.
· Anamnese: Entendida como entrevista com o paciente para levantamento de histórico de todos os sintomas narrados sobre um caso clínico com a finalidade de se observar aspectos fisiológicos do paciente. 
· Analisar e solicitar exames clínicos: Fica explícito no inciso que o farmacêutico pode analisar os dados de exames clínicos, laboratoriais e prescrições médicas, com o intuito de realizar uma avaliação farmacoterapêutica e tentar minimizar os problemas relacionados aos medicamentos. Além de avaliar exames solicitados por outros profissionais de saúde, o farmacêutico está habilitado para solicitar novos exames, não para diagnóstico, mas, sim, para acompanhamento de tratamentos medicamentosos, principalmente junto a pacientes com doenças crônicas. O desafio nesse ponto da resolução é fazer com que os planos de saúde e laboratórios de exames acatem a determinação.
· Farmacovigilância: Atualmente, um dos problemas que mais preocupa os profissionais farmacêuticos são os erros de medicação atribuídos à equipe de saúde, especialmente aqueles relacionados ao preparo e à administração de medicamentos. Entretanto, quando o farmacêutico está inserido na equipe multiprofissional assistencial, reduzem-se os problemas. Detectar erros no início ou no meio do sistema é mais fácil intervir e corrigir possíveis danos, mas, esse problema deve ser prevenido, identificados e resolvidos.
A Resolução, também traz deveres, como por exemplo, as orientações quanto às formas de administração de medicamentos que devem ser documentadas no decorrer de um tratamento e promover ao paciente a conscientização sobre o uso racional dos medicamentos.
A 585/13 também atribui aos farmacêuticos:
· Documentar a lista de medicamentos e suas mudanças no decorrer de um tratamento.
· Fornecer informação sobre medicamentos à equipe de saúde.
· Desenvolver e participar de programas educativos para grupos de pacientes.
· Desenvolver e participar de programas de treinamento e educação continuada de recursos humanos na área da saúde.
· Participar da coordenação, supervisão, auditoria, acreditação e certificação de ações e serviços no âmbito das atividades clínicas do farmacêutico.
· Realizar a gestão de processos e projetos, por meio de ferramentas e indicadores de qualidade dos serviços clínicos prestados
· Desenvolver ações para prevenção, identificação e notificação de incidentes e queixas técnicas relacionados aos medicamentos e outras tecnologias em saúde.
Resolução CFF nº 586/13: Tem como finalidade regular a prescrição farmacêutica. Vários sistemas de saúde em todo o mundo enfrentam desafios relacionados a restrições orçamentárias, Os problemas relacionados com medicamentos acarretam aos pacientes morbidades e mortalidade, situação que vem promovendo mudanças na profissão farmacêutica, ou seja, a atuação do farmacêutico nesse cenário é muito importante pois, funciona como uma forma de prevenção de mortes e doenças relacionadas ao mau uso dos medicamentos. Ele promove o uso racional de medicamentos.
· Acompanhamento farmacoterapeutico
· Educação em saúde
· Conciliação de medicamentos
· Revisão da farmacoterapia
No Brasil cada vez mais o serviço do profissional farmacêutico é solicitado, por isso o CFF passou a Regulamentar as atribuições clínicas e a prescrição farmacêutica (Resolução 585/13 e 586/13) e a lei Federal 13.021/14, que transforma farmácias e drogarias em unidades de prestação de serviços de saúde e confirma a obrigatoriedade da presença permanente do farmacêutico determinando sua função.
Atenção farmacêutica: inclui tbm gerenciamento da farmacoterapia compartilhando responsabilidade com paciente, prevenir, identificar e resolver problemas relacionados ao uso de medicamentos. A Resolução 586/13 tornou possível a prescrição farmacêutica, visa favorecer a terapia racional e melhores resultados. Mas, é preciso responsabilidades, por isso deve se obedecer a critérios:
· O ato da prescrição farmacêutica constitui prerrogativa do farmacêutico legalmente habilitado e registrado no Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição.
· O ato da prescrição farmacêutica poderá ocorrer em diferentes estabelecimentos farmacêuticos, respeitado o princípio da confidencialidade e a privacidade do paciente no atendimento.
· O farmacêutico poderá realizar a prescrição de medicamentos e outros produtos com finalidade terapêutica, cuja dispensação não exija prescrição médica, incluindo medicamentos industrializados e preparações magistrais - alopáticos ou dinamizados -, plantas medicinais, drogas vegetais.
· O farmacêutico também poderá prescrever medicamentos cuja dispensação exija prescrição médica, desde que condicionada à existência de diagnóstico prévio e apenas quando estiver prevista em programas, protocolos e diretrizes ou normas técnicas.
· Para o exercício deste ato será exigido, pelo Conselho Regional de Farmácia de sua jurisdição, o reconhecimento de título de especialista ou de especialista profissional farmacêutico na área clínica, com comprovação de formação.
· É vedado ao farmacêutico modificar a prescrição de medicamentos do paciente, emitida por outro prescritor, salvo quando previsto em acordo de colaboração, acompanhada da justificativa correspondente, deverá ser comunicada ao outro prescritor.
· A segurança do paciente é uma premissa a ser adotada,e o profissional farmacêutico deve se preocupar com esta questão antes de prescrever qualquer medicamento. O farmacêutico deve adotar medidas previstas no Programa Nacional de Segurança do Paciente (RDC ANVISA 36/2013)
· Sendo assim, no ato da prescrição, o farmacêutico deverá adotar medidas que contribuam para a promoção da segurança do paciente: Basear suas ações nas melhores evidências científicas; tomar decisões de forma compartilhada e centrada no paciente; considerar a existência de outras condições clínicas, o uso de outros medicamentos, os hábitos de vida e o contexto de cuidado no entorno do paciente; estar atento aos aspectos legais e éticos relativos aos documentos que serão entregues ao paciente; comunicar adequadamente ao paciente, seu responsável ou cuidador, as suas decisões e recomendações, de modo que estes as compreendam de forma completa; adotar medidas para que os resultados em saúde do paciente, decorrentes da prescrição farmacêutica, sejam acompanhados e avaliados.
RDC ANVISA nº 197/2017: A RDC 197/17 define os requisitos mínimos para funcionamento dos serviços de vacinação humana, é necessária a inscrição do estabelecimento no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde - CNES. A norma traz aos estabelecimentos e profissionais da área mais clareza e segurança jurídica quanto aos requisitos que devem ser seguidos. Quem fiscaliza essa questão são as vigilâncias sanitárias das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. Quanto mais estabelecimentos optarem por fazer vacinação melhor será para população. 
Requisitos necessários: 
1. Licenciamento e inscrição do serviço no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)
2. Afixação do Calendário Nacional de Vacinação, com indicação das vacinas disponibilizadas
3. Responsável técnico
4. Profissional legalmente habilitado para a atividade de vacinação;
5. Capacitação permanente dos profissionais;
6. Instalações físicas adequadas, com observação da RDC 50/2002 e mais alguns itens obrigatórios, a exemplo do equipamento de refrigeração exclusivo para a guarda e conservação de vacinas, com termômetro de momento com máxima e mínima
7. Procedimentos de transporte para preservar a qualidade e a integridade das vacinas;
8. Procedimentos para o encaminhamento e atendimento imediato às intercorrências
9. Registro das informações no cartão de vacinação e no Sistema do Ministério da Saúde
10. Registro das notificações de eventos adversos pós vacinação e de ocorrência de erros no Sistema da Anvisa
11. Possibilidade de vacinação extramuros por serviços mediante licença
12. Possibilidade de emissão do Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP)