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PROFESSOR DE APOIO E A CARREIRA DOCENTE Me. Ana Carolina Caetano Senger GUIA DA DISCIPLINA 2021 1 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. O PROFESSOR DE APOIO E A EDUCAÇÃO ESPECIAL Objetivo Compreender a função e o que diz a legislação sobre o professor de apoio. Introdução De início, precisamos relembrar que a educação inclusiva tem como objetivo garantir que todos tenham o direito à educação, assegurando a igualdade de oportunidades a todos os alunos e, da mesma forma, valorizando as diferenças humanas. Dessa forma, provoca a transformação da cultura, das políticas e das práticas vigentes na escola, garantindo a participação e a aprendizagem de todos. Disponível em: https://pedrogomes.ms.gov.br/wp- content/uploads/2019/05/PROFESSOR-DE-APOIO.png Acesso em: 04 jul. 2020 A inclusão escolar deve englobar todos os indivíduos, independentemente de sua condição, pois segundo a Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008), todos têm o direito a aprender e a se desenvolver em qualquer escola, a qual deve respeitar as diferenças, limites e facilidades de cada estudante. Por essa razão, é preciso estruturar as escolas para facilitar que as políticas inclusivas sejam seguidas e caracterizar o papel de cada profissional no processo de inclusão, para assim poder ajudar os alunos com deficiência intelectual a se desenvolverem cada vez mais. (SOUZA; VALENTE; PANNUTI, 2015) As instituições de ensino precisam oportunizar condições de acesso, participação, permanência e aprendizagem a todos os alunos. Além disso, no projeto pedagógico deve constar o atendimento educacional especializado, o que possibilita a participação das https://pedrogomes.ms.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/PROFESSOR-DE-APOIO.png https://pedrogomes.ms.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/PROFESSOR-DE-APOIO.png 2 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância crianças especiais nas diversas atividades promovidas pela escola. Por isso devemos compreender a função do profissional de apoio na educação especial. Para Pereira Neto (2009) esse professor deve ser um profissional habilitado ou especializado em educação especial, que trabalha com o aluno deficiente que precise de apoio intenso e contínuo e que esteja inserido em salas regulares. Deve auxiliar a criança deficiente, o professor regente e a equipe técnica que por vezes presta atendimento as crianças deficientes. Este deve ser detentor de conhecimentos específicos como código de linguagens e técnicas que possibilitem ao aluno o aprendizado dos conteúdos ensinados. 1.1. Funções do profissional de apoio na educação especial A presença do profissional de apoio na educação especial permite que o aluno supere diversas barreiras. Esse profissional tem como função primordial ajudar os educandos em suas atividades básicas do dia a dia escolar, abrindo uma grande possibilidade para o desenvolvimento de todas as suas competências e habilidades. Desse modo, os alunos com deficiência poderão aproveitar de forma mais efetiva todo o seu potencial de atuação. Dessa forma, é necessário que o professor de apoio e o professor regente firmem uma parceria permanente, pois “[...] é fundamental que o professor nutra uma elevada expectativa em relação à capacidade de progredir dos alunos e que não desista nunca de buscar meios para ajudá-los a vencer os obstáculos escolares.” (MANTOAN, 2006, p.48). Assim, torna-se importante destacar que professor regente, escola e professor de apoio trabalhem em parceria, para que suas funções fiquem bem delimitadas e que um possa auxiliar o outro quando preciso. Pois, segundo Mousinho, et. al., (2010, p. 2), a parceria entre os profissionais de apoio e a escola favorece o estabelecimento de metas realistas no que se refere ao desenvolvimento, como também possibilita avaliar a criança de acordo com suas próprias conquistas. Sendo assim, o professor de apoio deve ser encarado como um profissional que assume o papel de auxiliar na inclusão do aluno com deficiência e não o papel de professor principal da criança. Apesar de todas as publicações acerca do tema, ainda há uma falta de conhecimento dos profissionais da educação sobre a função deste profissional. “[...] uma vez que a 3 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância inclusão é um processo que será produtivo à medida que todos da comunidade escolar estiverem envolvidos, não compreender a real função do professor de apoio, compromete a qualidade do ensino que está sendo oferecida a estes alunos.” (NETO, 2009, p.35). 1.2 O profissional de apoio e a Lei nº 13.146 O Estatuto da Pessoa com Deficiência foi instituído pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015). Essa lei foi destinada a assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, - seja ela física, mental, sensorial ou intelectual - visando à sua inclusão social e na Lei 13.146/15, em seu Artigo 3º, são mencionadas três pessoas importantes da equipe multiprofissional e interdisciplinar que prestam assistência à pessoa com deficiência: XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas atividades diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas; XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce atividades de alimentação, higiene e locomoção do estudante com deficiência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em instituições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados com profissões legalmente estabelecidas; XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com deficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente pessoal. 1.3 Profissional de apoio escolar Segundo AIX Sistemas (2018), esse profissional tem conexão direta com o trabalho escolar. De acordo com a lei, ficou definido que essa pessoa deve auxiliar o aluno nos momentos de higiene, alimentação e locomoção. Sua contratação é um dever da instituição de ensino, por isso, é proibido cobrar da família qualquer mensalidade ou anuidade 4 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância referente à educação inclusiva e ao atendimento educacional especializado, inclusive para a disponibilização de profissionais de apoio. O referido site afirma ainda que: O profissional de apoio escolar não é um monitor ou um auxiliar do professor, portanto, sua função principal é facilitar a acessibilidade do aluno com deficiência. Cada profissional deve atender, no máximo, três crianças, de forma a facilitar a inserção delas na sala de aula da melhor maneira possível. (AIX SISTEMAS, 2018) Como está estabelecido no inciso XIII do Art. 3° da Lei n° 13.146/2015, não há exigências técnicas referentes à formação. Apesar disso, a pessoa que vai exercer esse cargo precisa ter a sensibilidade mais aprimorada, porque é importante apresentar empatia e certa capacidade de convencimento. • Atendente pessoal Os alunos de inclusão também podem ter um atendente pessoal. “Da mesma forma que o profissional de apoio escolar, esse cargo exclui todas as técnicas e procedimentos que são identificados como próprios de profissões legalmente estabelecidas.” (AIX SISTEMAS, 2018) A sua função é assistir e prestar os cuidados básicos e essenciais às crianças com deficiência nas suas atividadesdiárias. • Acompanhante Conforme determina a Lei n° 13.146/2015, o acompanhante pode ou não desempenhar as funções de atendente pessoal. [...] fica a critério da escola restringir, ou não, a presença do atendente pessoal ou do acompanhante durante as atividades escolares. A melhor forma de analisar essa questão é definir a melhor conveniência para o aluno. É de responsabilidade da equipe pedagógica identificar esse ponto. Caso seja necessário, é possível contar com a ajuda de profissionais especializados. (AIX SISTEMAS, 2018) Vale lembrar que a instituição escolar também pode contar outras pessoas para prestar atendimento dos alunos com necessidades especiais. Entre eles, podemos destacar: • monitores, para auxiliar os professores na sala de aula; • acompanhantes para autistas, que devem ser pessoas especializadas; • tradutores e intérpretes de Libras; e 5 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • guias intérpretes, que realizem a mediação da comunicação alternativa para alunos surdo cegos. 1.4 Quando o apoio é necessário? De acordo com Diversa (2018) a educação inclusiva pressupõe que somos todos únicos e que, por isso, o processo de inclusão de cada estudante também é singular. Assim, a necessidade de um profissional de apoio deve ser avaliada caso a caso, tendo em vista, de um lado, as características do aluno, e do outro, o objetivo do apoio: promover sua autonomia e independência. Nessa investigação, é importante envolver o próprio estudante, a família, os educadores e outros atores da comunidade escolar. A participação do professor do atendimento educacional especializado (AEE) também pode ser de grande valia. 6 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2. O PROFESSOR DE APOIO E O ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO Objetivo Conhecer as características e a importância do Atendimento Educacional Especializado. Introdução Conforme afirma Diversa (2018), a política nacional de educação especial, na perspectiva da educação inclusiva, define que a função do atendimento educacional especializado (AEE) é identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade para a eliminação de barreiras em prol da plena participação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades/superdotação, considerando suas necessidades específicas. Trata-se de um serviço complementar e/ou suplementar ao processo de escolarização para a autonomia e independência desses alunos na escola e fora dela, não devendo ser substitutivo, nem acontecer isoladamente. Recomenda-se que o AEE seja realizado no contraturno das aulas regulares, preferencialmente na mesma escola e em salas de recursos multifuncionais (SRM). Além disso, é fundamental que haja articulação entre o atendimento educacional especializado, as equipes pedagógicas e as famílias dos alunos atendidos por esse serviço. A principal lei do país direcionada à educação, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei n° 9.394/1996), em seu art. 4º, dispõe que: Art. 4º O dever do Estado com educação escolar pública será efetivado mediante a garantia de: (...) III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino. (BRASIL, 1996) Este artigo 4° nos traz a questão da transversalidade do atendimento educacional especializado, ou seja, o AEE deverá estar presente em todos os níveis, etapas e modalidades. 7 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 2.1 Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva Segundo o Ministério da Educação, os serviços atuais da Educação Especial estão presentes na escola comum. A preferência por estarem localizados na escola comum tem a ver com o sentido complementar e transversal da modalidade e com o fato de o aluno da Educação Especial não ser excluído do ambiente comum de aprendizagem de todos os alunos, para que possa ser atendido nas suas peculiaridades. (BRASIL, 2009, p. 15) A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, no que tange ao Atendimento Educacional Especializado – AEE: Atendimento Educacional Especializado – AEE, explica que esse atendimento "[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008). Disponível em: https://lh3.googleusercontent.com/proxy/hc4oPR8bjowkIBC9KTCdgU2OuCbslgKuC9N9Fn1 PettaZqui946BOYvgI01MbeYs0FNfe8efMNI413Nw8A5aBvfHx5u22wV87ASNvpz__t1CVHW pT6ffl4pwzKFp9WbbhJ1aE6CY-8_M Acesso em: 05 jul. 2020. O AEE objetiva à autonomia do aluno da Educação Especial, na escola e fora dela, constituindo oferta obrigatória pelos sistemas de ensino. Tudo isso com a intenção de complementar e/ou suplementar a formação do aluno. A frequência do aluno ao AEE é condicionada à sua matrícula no ensino regular. https://lh3.googleusercontent.com/proxy/hc4oPR8bjowkIBC9KTCdgU2OuCbslgKuC9N9Fn1PettaZqui946BOYvgI01MbeYs0FNfe8efMNI413Nw8A5aBvfHx5u22wV87ASNvpz__t1CVHWpT6ffl4pwzKFp9WbbhJ1aE6CY-8_M https://lh3.googleusercontent.com/proxy/hc4oPR8bjowkIBC9KTCdgU2OuCbslgKuC9N9Fn1PettaZqui946BOYvgI01MbeYs0FNfe8efMNI413Nw8A5aBvfHx5u22wV87ASNvpz__t1CVHWpT6ffl4pwzKFp9WbbhJ1aE6CY-8_M https://lh3.googleusercontent.com/proxy/hc4oPR8bjowkIBC9KTCdgU2OuCbslgKuC9N9Fn1PettaZqui946BOYvgI01MbeYs0FNfe8efMNI413Nw8A5aBvfHx5u22wV87ASNvpz__t1CVHWpT6ffl4pwzKFp9WbbhJ1aE6CY-8_M 8 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Esse atendimento também pode ser oferecido em Centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou privada, sem fins lucrativos. Tais Centros, contudo, devem estar de acordo com as orientações da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) e com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (Resolução CNE/CEB nº 4/2009). (BRASIL, 2009, p. 16) 2.1.1. Como é oferecido o Atendimento Educacional Especializado • Sala de Recursos Multifuncionais – SRMF Conforme o Ministério da Educação (2009), o AEE deve ser realizado em um espaço físico denominado Sala de Recursos Multifuncionais – SRMF, que deve ser parte integrante do Projeto Político-Pedagógico da escola em que se situa. Na Sala de Recursos Multifuncionais, o público-alvo da Educação Especial é atendido individualmente ou em pequenos grupos, conforme suas necessidades especificadas no Plano de AEE, sempre no turno inverso ao da turma de ensino regular. Disponível em: http://joseofmecar.blogspot.com/2011/11/sala-de-recursos-multifuncionais-tipo-i.html Acesso em: 06 jul. 2020. Em caso de o aluno não ter condições de frequentar a escola, a Resolução nº 4, de 2 de outubro de 2009 assegura no Art. 6º que “em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação Especial de forma complementar ou suplementar.” (BRASIL, 2009) • Planos de Atendimento Educacional Especializado Sobre os Planos de Atendimento Educacional Especializado, estes devem ser http://joseofmecar.blogspot.com/2011/11/sala-de-recursos-multifuncionais-tipo-i.html 9 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância[...] elaborados e executados pelo professor responsável pelo atendimento, em parceria com o professor da sala de aula comum. A atuação do professor de AEE é essencialmente pedagógica/educacional, não tem caráter terapêutico, cabendo-lhe, quando necessário, a interface com os profissionais da área clínica e de outras áreas. (BRASIL, 2009, p. 15) Como a Educação Especial integra o Projeto Político-Pedagógico da escola, a oferta do AEE deve ser realizada nas Salas de Recursos Multifuncionais, e os seus serviços e recursos disponibilizados nos espaços comuns a todos os alunos. Devemos lembrar sempre que essa concepção de Educação Especial no contexto do ensino regular envolve a participação da comunidade escolar. O Art. 9º das Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado informa ainda que a elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na SRM (sala de recursos multifuncionais) ou nos Centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais de saúde, da assistência social, entre outros. • Permanência na escola O Programa Mais Educação, que faz parte da proposta de escola de tempo integral, tangencia os propósitos da Educação Especial e de seu serviço de Atendimento Educacional Especializado. O aluno por permanecer na escola, nos dois períodos, como os demais colegas, dá continuidade à sua formação, complementada pelo AEE, sendo que este serviço cada vez mais se enraíza como um atendimento da escola, participando de projetos e de atividades que podem constituir-se em novos cenários da Educação Especial. Assim, é possível notar que o ambiente de trabalho do ensino especializado e o ambiente do ensino comum devem mesclar-se, tornando-se cada vez mais articulados, o que favorece a escolarização e a formação dos alunos em geral. • Intercâmbios de ideias Desse modo, é preciso que os professores, do ensino comum, de apoio e do AEE tenham, naturalmente, que dividir, entre si, tarefas e atividades, que beneficiarão os alunos, entrosando seus objetivos de trabalho, modificando a avaliação do desempenho dos alunos nos intercâmbios de ideias que surgirem desses encontros de trabalho. 10 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância O AEE não se caracteriza como um reforço das atividades curriculares aos alunos da Educação Especial. Todas as ações propostas pelos programas escolares, para que os alunos tenham complementadas as atividades curriculares são, portanto, de interesse do AEE, para diversificar seus Planos de atendimento. (BRASIL, 2009, p. 15) • Recursos de Tecnologia Assistiva Segundo o Programa Mais Educação, do Ministério da Educação, Os Recursos de Tecnologia Assistiva, tais como as Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs; a comunicação alternativa e aumentativa; a informática acessível; o soroban (ábaco), os recursos ópticos e não ópticos, os softwares específicos; os códigos e linguagens; as atividades de orientação e mobilidade; Português e Libras, como segunda língua, para os surdos, entre outros conteúdos da Educação Especial, poderão ser utilizados por todos os alunos e professores e, não apenas, pelos que frequentam o AEE. (BRASIL, 2009, p. 16) 11 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 3. O PROFESSOR DE APOIO E O DESENVOLVIMENTO DO ALUNO NA EDUCAÇÃO ESPECIAL Objetivo Entender as ações que podem ser realizadas em prol do desenvolvimento do aluno na educação especial. Introdução É importante que o professor de apoio realize a análise dos processos de ensino e aprendizagem que ocorrem durante a aula e apresente um conjunto de princípios e estratégias pedagógicas voltados para a criação de condições que facilitem a participação e a aprendizagem de todos os alunos, em sua diversidade de características, necessidades e interesses. Como sabemos, a sala de aula é um dos espaços de maior importância no desenvolvimento dos alunos, já que é lá que têm lugar os processos de ensino e aprendizagem. Assim, a qualidade da aprendizagem dos educandos é influenciada, em grande parte, pela qualidade dos processos educacionais que acontecem na classe e pela capacidade do professor de analisar e refletir sobre sua prática a fim de tomar decisões que promovam a aprendizagem e a participação de todos. Segundo Duk (2006), os processos de ensino e aprendizagem na sala de aula articulam a interação de três elementos básicos: • os conteúdos escolares, objeto da aprendizagem, • os alunos, que constroem significados referentes aos conteúdos de aprendizagem, e • um professor, que serve de mediador entre os alunos e os conteúdos, facilitando tal processo de construção. Baseando-se nisso, devemos perceber a sala de aula como uma comunidade de aprendizagem em que existem relações recíprocas entre docente e alunos e destes entre si, em torno da aprendizagem dos conteúdos escolares. O aluno vai formando significados a partir dos conteúdos de aprendizagem, a partir de interações, nas quais os professores 12 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância são primordiais na classe, fato que determinará se o educando aprende (ou não) de forma significativa. Neste contexto interativo de aprendizagem, os colegas da turma também têm um papel importante, assim como o demonstram as estratégias de aprendizagem cooperativa. 3.1 Aprendizagem significativa Duk (2006) afirma que o construtivismo é um dos marcos de referência para explicar e orientar os processos de ensino e aprendizagem, pois considera os processos individuais na construção do conhecimento. O construtivismo enfatiza a necessidade de promover aprendizagens significativas em lugar de aprendizagens mecânicas, repetitivas e não relevantes para o desenvolvimento da criança. Também enfatiza a importância da atividade e a atuação como protagonistas dos alunos(a)s em seu processo de aprendizagem, a necessidade de partir de seus conhecimentos e experiências prévias, a incidência da aprendizagem cooperativa, e a autonomia e auto-regulamentação do processo de aprendizagem, entre outros aspectos. (DUK, 2006, p. 172) Para que ocorra uma aprendizagem significativa, é preciso proceder a uma representação interna e pessoal dos conteúdos escolares, estabelecendo relações substantivas entre o novo conteúdo de aprendizagem e o que já se sabe. Nesta perspectiva, a aprendizagem não é um processo linear de acumulação de conhecimentos, mas uma nova organização do conhecimento, que diz respeito tanto ao “saber sobre algo” (esquemas conceituais), como o “saber o que fazer” e, ainda, como “com o que se sabe” (esquemas de procedimentos) e o “saber quando utilizá-lo” (conhecimentos sobre em que situações usar o que se sabe). (DUK, 2006, p. 173) O processo educativo deve pressupor que o aluno ainda não é capaz de executar atividades por si só, mas que poderia chegar a realizar se recebesse a ajuda necessária. “É nesse espaço dinâmico e participativo que ele deverá contar com a ajuda de seus professores(a)e(a)s e companheiros, para compartilhar, confrontar e resolver os conflitos cognitivos.” (DUK, 2006, p. 173) 3.2 Organização dos processos de ensino Segundo Ainscow (2001), o planejamento é mais eficaz e operacional quando: • os esquemas de aula são variados; 13 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • a organização da aula é adequada em resposta à informação proporcionada pelos alunos durante as aulas; • as estratégias são planejadas para permitir que os alunos encontrem o sentido das atividades na sala de aula; e • o deverde casa é planejado com a finalidade de reforçar e ampliar a aprendizagem. O planejamento precisa se preocupar em dar resposta ao grupo como um todo e dar resposta a cada aluno individualmente, por isso ele precisa ser aberto e flexível. E para atender a esses requisitos, o professor, ao planejar, deve conhecer bem seus alunos (seus níveis de aprendizagem e de competência curricular, seus interesses e motivações, de que maneira aprendem melhor e suas necessidades educacionais específicas). A questão central da aula inclusiva é a capacidade que o docente tem de organizar as situações de ensino de modo a tornar possível personalizar as experiências comuns de aprendizagem, ou seja, chegar ao maior nível possível de interação entre os estudantes e participação de todos nas atividades propostas, sem perder de vista as necessidades concretas de cada um e em particular daqueles com maior risco de exclusão em termos de aprendizagem e participação. (DUK, 2006, p. 175) Ainda segundo a autora, para alcançar esse propósito, é preciso que alguns aspectos descritos na literatura sejam considerados, incluindo: • Motivar os alunos(a)s e conseguir uma predisposição favorável para aprender • Ajudar os alunos(a)s a atribuir um significado pessoal à aprendizagem • Explorar as ideias prévias antes de iniciar nova aprendizagem • Variedade de estratégias e possibilidades de escolha • Utilizar estratégias de aprendizagem cooperativa – apoio criança-criança • Dar oportunidade para que pratiquem e apliquem com autonomia o que foi aprendido • Preparar e organizar os materiais e recursos de aprendizagem de forma significativa para os estudantes • Monitorar permanentemente o processo de aprendizagem dos alunos(a)s para ajustar o ensino • Organizar o processo de ensino/aprendizagem levando em consideração a interdisciplinaridade 14 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • Organizar o horário de aula, considerando o tipo de metodologia e as atividades a realizar, assim como o apoio de que alguns alunos(a)s podem precisar. 3.3 O clima da aula A premissa de uma aula inclusiva é que todos podem aprender e dessa forma, todos os membros da sala de aula têm direitos iguais. “Em uma aula inclusiva, as diferenças são consideradas uma boa oportunidade para o aperfeiçoamento e enriquecimento dos processos de ensino e aprendizagem.” (DUK, 2006, p. 180) O clima emocional na sala de aula também influencia não só no bem-estar dos alunos, mas também no êxito da aprendizagem. Diversos estudos apontam que os aspectos da vida escolar que se relacionam com a autoestima afetam o rendimento escolar. As descobertas indicaram que um ambiente escolar que estimule a criatividade e a livre escolha dos alunos(a)s melhoram sua autoestima. Isso justifica a necessidade de o professor(a) estar atento especialmente para a criação de um clima emocional favorável à aprendizagem e à participação nas aulas. (DUK, 2006, p. 181) A autora aponta ainda alguns aspectos que devem ser considerados: • Reconhecer em cada criança uma pessoa única e dedicar-lhe afeto incondicional • Grandes expectativas e retorno positivo • Fomentar cooperação e bom relacionamento entre os alunos(a)s • Tornar agradável o espaço da sala de aula • Estabelecer regras e rotinas de aula 3.4 Avaliação dos processos de ensino e aprendizagem Realizar uma avaliação igualitária, que busque conciliar um ensino que respeite as diferenças e os processos individuais de aprendizado é uma questão crucial que diz respeito à inclusão. Na orientação inclusiva, o propósito da avaliação não deve ser a ‘classificação ou rotulação’ dos aluno(a)s em função de suas características individuais, mas a identificação do tipo de ajuda e recursos necessários para facilitar a aprendizagem de todo(a)s, a fim de 15 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância que possam participar o máximo possível das atividades educacionais da aula (BLANCO, 2000). Partindo da premissa de que a aprendizagem é um processo interativo que depende de como os educandos são ensinados e da ajuda que lhes é prestada, Duk (2006) diz que é lógico pensar que, diante de alguns maus resultados (baixa performance educacional), os professores têm que se indagar se sua metodologia é adequada para que estes aprendam: • será que utilizei as estratégias apropriadas? • será que considerei seus conhecimentos prévios? • eu motivei os alunos suficientemente? • prestei-lhes o apoio e a ajuda necessária? A autora reforça que quando contamos com tipos diversos e variados de informação sobre o processo de ensino e aprendizagem e seus resultados é possível mensurar a qualidade e a eficácia das estratégias e dos tipos de apoio adotados, bem como para introduzir as modificações e adaptações que eventualmente sejam consideradas pertinentes. 16 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4. EDUCAÇÃO ESPECIAL, INOVAÇÃO E TECNOLOGIA Objetivo Conhecer os benefícios da tecnologia para os alunos da Educação Especial. Introdução A perspectiva de Werneck (1997, p. 52-53) de escola inclusiva é de um “sistema caleidoscópio”: [...] No sistema de caleidoscópio não existe uma diversificação de atendimento. A criança entrará na escola, na turma comum do ensino regular, e lá ficará. Caberá à escola encontrar respostas educativas para as necessidades específicas de cada aluno, quaisquer que sejam elas. A inclusão [...] tende para uma especialização do ensino para todos. [...] A inclusão exige rupturas. Nessa concepção, a escola além de receber e integrar o aluno especial, deve também oferecer e subsidiar recursos, metodologias e currículos para atender à diversidade dos discentes. Sendo assim, é necessário usufruirmos da inovação e da tecnologia em prol da educação especial. 4.1 Inovação Quando pensamos em tecnologia, logo associamos a ela o termo inovação. A palavra inovação se refere à “novidade”, “renovação”, a “fazer as coisas diferentes”, mas também a “fazer as coisas de forma diferente”. Kleina (2012) afirma que quando associamos a “inovação” à educação especial e à educação inclusiva pensamos no uso de ferramentas que podem contribuir com o desenvolvimento do educando com necessidades especiais. Precisamos inovar a forma que trabalhamos, adaptando objetivos, conteúdos, metodologias e utilizando recursos específicos de acordo com as necessidades de nosso aluno. Além disso, precisamos inovar também as nossas atitudes, as formas de avaliar, com o objetivo de promover a construção de uma escola acessível. 17 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 4.1.1. Cultura da inovação A cultura de inovação pode às vezes ser confundida com novidade, esse erro pode comprometer a implementação desse movimento dentro da instituição, tendo em vista que novidade remete a ideia de criação de algo, diferente de inovação, que é uma geração de resultados que acima de tudo atendam às nossas necessidades. De acordo com UFABCJR (2019), a cultura de inovação é uma nova forma de trabalhar, é mais que ter potencial de ideias, é ter capacidade de expandir para todas as áreas o pensamento inovador. Para inovarmos em educação especial, precisamos analisar quatro pontos essenciais: • ter disponibilidade para o aprendizado e adaptação em todo momento: toda a equipe escolar, principalmente os professores, devem ter em mente que é preciso estar disponível sempre para aprender e se adaptar ao novo; • procurar pela multidisciplinaridade: a multidisciplinaridade é uma das competências mais requisitadas hoje em dia, cada dia mais precisamos de pessoas que possam atuar em váriasáreas e que tenham uma visão ampla dos problemas; • apostar em lideranças diversas: é necessário cultivar novas lideranças dentro do seu meio: delegar responsabilidades, encorajar iniciativas, assumir riscos e, acima de tudo, valorizar o que os outros entregam; • incentivar o processo de inovação: para encorajar ainda mais todos os envolvidos na inovação, é preciso incentivar processos que avaliam cada nova ideia. Visualizar ideias sendo efetivadas dentro do grupo encoraja a fazer sugestões e recomendações já que é de senso comum que todas são devidamente consideradas. Precisamos lembrar que quando inovamos, precisamos estar abertos a mudanças. “Para que melhoremos cada vez mais nossa prática profissional, temos de, continuamente, buscar novas alternativas, adaptá-las, criar e inovar!” (KLEINA, 2012, p. 29) 4.2 Tecnologia Na educação especial, o uso de tecnologia oferece escolhas para o aluno com deficiência, pois a sua maior contribuição está em criar novas oportunidades e possibilidades de ensino. (KLEINA, 2012) 18 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Conforme afirma Ortega (2019), por muito tempo, a tecnologia foi vista como algo nocivo para os estudos, sendo frequentemente atrelada a problemas de concentração. No entanto, na prática, isso é muito diferente e o uso de elementos tecnológicos no ensino especial pode ser algo extremamente vantajoso e inclusivo. Com o uso da tecnologia, estudantes com limitações físicas ou mentais (e até mesmo os que têm algumas particularidades no modo de aprender) se tornam protagonistas do próprio aprendizado, conduzindo o conhecimento de maneira a se adaptar melhor às próprias necessidades. Para a autora, existem vários benefícios da revolução tecnológica para a inclusão. Ortega (2019) diz que a tecnologia incentiva a interação entre alunos e professores. “Com a implementação de metodologias que utilizam a tecnologia, esse contato se torna muito mais horizontal, já que todos estão em pé de igualdade e podem compartilhar suas impressões sobre o conteúdo.” Além disso, a tecnologia estimula a comunicação entre os estudantes, pois, muitas vezes, é necessário conversar para chegar a um denominador comum. O uso de recursos tecnológicos também diminui o individualismo, pois além de incentivar a comunicação entre as partes, o ensino com a tecnologia favorece um ponto crucial para as carreiras mais importantes do século XXI: o trabalho em equipe. “Cada vez mais, a integração entre os colaboradores é algo buscado pelas maiores empresas e isso é constantemente trabalhado na educação inclusiva.” (ORTEGA, 2019) A tecnologia promove aprendizados diferenciados, sendo assim, investir nela é sempre algo vantajoso, principalmente quando falamos sobre o trabalho de habilidades diferentes, que, em muitos casos, são negligenciadas no ambiente normal de uma sala de aula. Pontos como a empatia, a interação social e o raciocínio lógico são sempre priorizados em metodologias tecnológicas. O uso de instrumental tecnológico permite, também, que o tempo de cada um seja respeitado. 19 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Pessoas diferentes não aprendem em um ritmo igual e tentar forçar isso é algo que costuma ser ineficiente. Por isso, com a educação inclusiva, cada um dos estudantes poderá seguir o próprio ritmo e, ajudado pelos colegas e pela própria metodologia, conquistar um aprendizado mais adequado para si. (ORTEGA, 2019) A tecnologia respeita os diferentes tipos de inteligência. “Alguns estudantes absorvem melhor o conteúdo a partir da audição, enquanto outros têm uma inteligência mais lógica ou voltada para a prática. Com a tecnologia, todos têm a chance de brilhar e aprender.” (ORTEGA, 2019) Podemos afirmar também que a tecnologia incentiva a concentração e o foco. Ao contrário do que se imagina, o uso da tecnologia e de abordagens diferenciadas é muito vantajoso para a concentração. “Isso é especialmente importante quando falamos, por exemplo, de estudantes hiperativos ou com déficit de atenção. Estratégias interessantes são sempre utilizadas com a tecnologia para garantir o engajamento de toda a classe.” (ORTEGA, 2019) E por fim, é possível dizer que a tecnologia trabalha diversas habilidades simultaneamente. “Isso é algo muito interessante para garantir que todos os estudantes tenham oportunidades iguais dentro da sala de aula sem que nenhum deles seja prejudicado.” (ORTEGA, 2019) 4.3 Tecnologia assistiva O Comitê de Ajudas Técnicas do Brasil define Tecnologia Assistiva como: [...] uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social” (ATA VII – Comitê de Ajudas Técnicas – CAT). Assim, podemos entender que as tecnologias assistivas foram criadas para ajudar pessoas com deficiência a terem independência e serem incluídas, seja proporcionando ou ampliando suas habilidades de se comunicar, ouvir, ver, andar ou tocar. A Lei 13.146 de 06 de julho de 2015 que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) determina que: 20 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: […] III – projeto pedagógico que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia; [...] IX - Adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvimento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissionais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e os interesses do estudante com deficiência; (BRASIL, 2015) É importante entender que “serviços e adaptações razoáveis”, como diz a Lei, se remetem às tecnologias assistivas. Em seu Art. 3º, a referida Lei define como III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social; (BRASIL, 2015) 4.3.1. Recursos e Serviços de Tecnologia Assistiva É importante entender a tecnologia assistiva como sendo composta de dois grandes grupos: os recursos e os serviços. Segundo Rodrigues (2019), os recursos são todo e qualquer item, equipamento ou parte dele, produto ou sistema fabricado em série ou sob medida utilizado para aumentar, manter ou melhorar as capacidades funcionais das pessoas com deficiência. Normalmente recursos são produtos ou itens adaptados. Podem variar de uma simples bengala a um complexo sistema computadorizado. Já os serviços, são definidos como aqueles que auxiliam diretamente uma pessoa com deficiência a selecionar, comprar ou usar os recursos acima definidos. São aqueles prestados profissionalmente à pessoa com deficiência visando selecionar, obter ou usar um instrumento de tecnologia assistiva. Como exemplo, podemos citar avaliações, experimentação e treinamento de novos equipamentos. (RODRIGUES, 2019). 21 Professor de Apoio e a Carreira Docente UniversidadeSanta Cecília - Educação a Distância Os serviços de tecnologia assistiva são normalmente transdisciplinares envolvendo profissionais de diversas áreas, tais como: Fisioterapia, Terapia ocupacional, Fonoaudiologia, Educação, Psicologia, Enfermagem, Medicina, Engenharia, Arquitetura, Design, e Técnicos de muitas outras especialidades. 22 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 5. O PROFESSOR DE APOIO E OS RECURSOS DIDÁTICOS ADAPTADOS Objetivo Aprender sobre os principais recursos didáticos adaptados utilizados para alunos com deficiência visual, física e auditiva. Introdução É importante que o profissional de educação consiga encontrar soluções para minimizar as limitações funcionais, motoras e sensoriais do aluno com deficiência, no que se refere a recursos pedagógicos adaptados a situações educacionais. É fundamental haver uma ação [...] cooperativa entre educando e professor no processo de ensino-aprendizagem, ao valorizar a diversidade como agente de transformação de consciência social, viabilizando o exercício da cidadania na construção de uma sociedade inclusiva. (BRASIL, 2002) 5.1 Recursos didáticos Primeiramente, é preciso entendermos o que são os recursos didáticos: “[...] os materiais e equipamentos didáticos são todo e qualquer recurso utilizado em um procedimento de ensino, visando à estimulação do aluno e à sua aproximação do conteúdo.” (FREITAS, 2007, p. 21) São inúmeros e variados os materiais e equipamentos didáticos existentes nas escolas brasileiras, sem contar que podemos criar ou aproveitar recursos empregados para outros fins. Geralmente, esses materiais são classificados como recursos visuais, auditivos ou audiovisuais, ou seja, recursos que podem estimular o estudante por meio da percepção visual, auditiva ou ambas, simultaneamente. Muitos deles foram criados exclusivamente para fins pedagógicos, isto é, foram pensados para serem didáticos, para mediarem a construção do conhecimento que ocorre no ambiente escolar. (FREITAS, 2007, p. 22) Quando trabalhamos com alunos especiais, precisamos entender a importância de adaptar esses recursos às necessidades dos educandos. Nesse sentido, o artigo 18 da Resolução número 2/2001 aponta algumas competências necessárias ao professor: 23 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos; • flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de conhecimento; • avaliar, continuamente, a eficácia do processo educativo; • atuar em equipe, inclusive com professores especializados em educação especial. 5.2 Fundamentação legal No âmbito pedagógico, consideram-se ajudas técnicas os elementos que permitem compensar uma ou mais limitações funcionais motoras, sensoriais ou mentais da pessoa com deficiência, com o objetivo de permitir-lhe superar as barreiras da comunicação e da mobilidade. Essa ajuda que pode ser proporcionada a alunos e professores está contemplada no Parecer CNE/CEB número 17/2001: [...] Todos os alunos, em determinado momento de sua vida escolar podem apresentar necessidades educacionais especiais, e seus professores em geral conhecem diferentes estratégias para dar respostas a elas. No entanto, existem necessidades educacionais que requerem, da escola, uma série de recursos e apoios de caráter mais especializados que proporcionem ao aluno meios para acesso ao currículo. Conforme a Resolução número 2/2001, os alunos com necessidades educacionais especiais são aqueles que durante o processo educacional, apresentam: I. dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultam o acompanhamento das atividades curriculares compreendidas em dois grupos: a) aquelas necessidades não vinculas a uma causa orgânica específica; b) aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências; II. dificuldades de comunicação e sinalização diferenciada dos demais alunos demandando a utilização de linguagens e códigos aplicados; III. altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os levam a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes. 5.3 Recursos adaptados para o aluno com deficiência visual Como existe a predominância de recursos didáticos eminentemente visuais, isso ocasiona uma visão fragmentada da realidade e desvia o foco de interesse e de motivação 24 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância dos alunos cegos e com baixa visão. Portanto, os alunos devem ser inseridos em situações e vivências cotidianas que estimulem a exploração e o desenvolvimento pleno dos outros sentidos. Para promover a comunicação e o entrosamento entre todos os alunos, é indispensável que os recursos didáticos possuam estímulos visuais e táteis que atendam às diferentes condições visuais. Portanto, o material deve apresentar cores contrastantes, texturas e tamanhos adequados para que se torne útil e significativo. (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007, p. 27) Segundo Sá, Campo e Silva (2007), o recurso deve ter relevo que seja facilmente percebido pelo tato e constituir-se de diferentes texturas para melhor destacar as partes componentes do todo. Contrastes do tipo liso/áspero, fino/espesso, permitem distinções adequadas. O material não deve provocar rejeição ao manuseio e ser resistente para que não se estrague com facilidade e resista à exploração tátil e ao manuseio constante. Deve ser simples e de manuseio fácil, proporcionando uma prática utilização e não deve oferecer perigo para os alunos. “A disponibilidade de recursos que atendam ao mesmo tempo às diversas condições visuais dos alunos pressupõe a utilização do sistema braille, de fontes ampliadas e de outras alternativas no processo de aprendizagem.” (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007, p. 27) Podem ser também utilizados outros tipos de recursos, tais como modelos e maquetes, mapas, sorobã, livro didático adaptado e recursos tecnológicos, como DOSVOX, Virtual Vision e Jaws. 5.4 Recursos adaptados para o aluno com deficiência física Com alunos com deficiência física, podemos introduzir um recurso que favoreça o desempenho da atividade pretendida ou podemos modificar a atividade, para que possa ser concluída de outra forma. Para aqueles que tem limitações de movimentos das mãos, por exemplo, podemos utilizar adaptadores, como um engrossador de borracha ou arame “aranha-mola”, que facilita a preensão e a escrita. 25 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf Acesso em: 10 jul. 2020. O trabalho com os recursos de tecnologia assistiva, em especial a comunicação aumentativa e alternativa, também são alternativas importantes. “A Comunicação Aumentativa e Alternativa – CAA é uma das áreas da TA (Tecnologia Assistiva) que atende pessoas sem fala ou escrita funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever.” (SCHIRMER; BROWNING; BERSCH; MACHADO, 2007, p. 27) A Comunicação Aumentativa e Alternativa conta com recursos como as pranchas de comunicação, que são construídas com simbologia gráfica (desenhos representativos de ideias), letras ou palavras escritas, são utilizados pelo usuário da CAA para expressar seus questionamentos, desejos, sentimentos e entendimentos. O objetivo da CAA é tornar o sujeito com distúrbio de comunicação o mais independente e competente possível em suas situações comunicativas, podendo assim ampliar suas oportunidades de interação com os outros, na escola e na comunidade em geral.(SCHIRMER, 2004, p. 46) Também podemos contar com acessórios e recursos de comunicação, utilizando baixa tecnologia, tais como mesa com símbolos, avental, pasta de comunicação, álbum de fotografias, agendas e calendários entre outros. Uma pessoa com deficiência física, devido a sua limitação de mobilidade e comunicação, tende a usar mais o computador e outros recursos de acessibilidade. Há muitas adaptações possíveis de serem feitas em teclados e mouses, por meio do uso da boca, movimentos de cabeça ou uso dos pés. Com base na Lei nª 10.098/00, toda escola deve promover ambiente acessível, eliminando as barreiras arquitetônicas e adequando os espaços que atendam à diversidade http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf 26 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância humana. Portanto, é preciso adequar os espaços das escolas já construídas e orientar os novos projetos escolares com base em desenhos acessíveis. Os alunos com disfunções neuro motoras possuem a indicação de recursos específicos que supram suas necessidades posturais. Em casos assim, a adequação postural é uma das modalidades de Tecnologia Assistiva (TA). Os serviços de TA são aqueles cuja missão está em resgatar o maior grau de funcionalidade e autonomia de indivíduos deficientes e para isso contam com uma equipe que avalia, prescreve, confecciona e capacita o usuário na utilização do recurso indicado. (SCHIRMER; BROWNING; BERSCH; MACHADO, 2007, p. 112) Cadeiras e poltronas também podem ser recursos válidos para manter o tônus muscular postural. 5.5 Recursos adaptados para o aluno com deficiência auditiva O trabalho pedagógico com os alunos com surdez nas escolas comuns, deve ser desenvolvido em um ambiente bilíngue, ou seja, em um espaço em que se utilize a Língua de Sinais e a Língua Portuguesa. Existem três tipos de atendimento que podem ser oferecidos ao aluno com deficiência auditiva: o atendimento educacional especializado em Libras na escola comum, o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras e o atendimento educacional especializado para o ensino da Língua Portuguesa. O atendimento educacional especializado em Libras na escola comum ocorre diariamente, em horário contrário ao das aulas, na sala de aula comum. Os materiais e os recursos para esse fim precisam estar presentes na sala de Atendimento Educacional Especializado, quais sejam: mural de avisos e notícias, biblioteca da sala, painéis de gravuras e fotos sobre temas de aula, roteiro de planejamento, fichas de atividades e outros. (DAMÁZIO, 2007, p. 26) O ideal seria ter professores que realizem esse atendimento com pleno domínio da Língua de Sinais. O trabalho deveria ser “feito pelo professor especializado, juntamente com os professores de turma comum e os professores de Língua Portuguesa, pois o 27 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância conteúdo deste trabalho é semelhante ao desenvolvido na sala de aula comum.” (DAMÁZIO, 2007, p. 27) Já o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras seria realizado pelo professor e/ou instrutor de Libras (preferencialmente surdo), de acordo com o estágio de desenvolvimento da Língua de Sinais em que o aluno se encontra. E o atendimento educacional especializado para o ensino da Língua Portuguesa seria [...] desenvolvido por um professor, preferencialmente, formado em Língua Portuguesa e que conheça os pressupostos linguísticos teóricos que norteiam o trabalho, e que, sobretudo acredite nesta proposta estando disposto a realizar as mudanças para o ensino do português aos alunos com surdez. (DAMÁZIO, 2007, p. 38) O objetivo deste tipo de atendimento é desenvolver a competência gramatical ou linguística, bem como textual, nas pessoas com surdez, para que sejam capazes de gerar sequências linguísticas bem formadas. 28 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 6. A INFORMÁTICA, O PROFESSOR DE APOIO E A TECNOLOGIA ASSISTIVA Objetivo Entender a importância da utilização da informática e da tecnologia assistiva para a autonomia do aluno da educação especial. Introdução De acordo com Kleina (2012), o uso da informática no processo de formação dos alunos com deficiência é muito importante, pois ela contribui para reforçar a necessidade da inclusão social e digital em nossa sociedade. O uso da informática na educação especial, como ferramenta de trabalho, pode ampliar as possibilidades de ensino e romper as dificuldades e as barreiras cridas pela deficiência do aluno. Um grande desafio é motivar os professores a empregar a tecnologia nas atividades pedagógicas, realizando as adaptações e modificações necessárias, com o intuito de promover a oportunidade de aprendizagem aos alunos. 6.1 A informática e a capacitação docente Conforme afirma Pinheiro (2013, p. 7), A capacitação e a atuação de docentes para o uso da informática educativa em educação é um processo que inter-relaciona o domínio dos recursos tecnológicos com a ação pedagógica e com os conhecimentos teóricos necessários para refletir compreender, transmitir e transformar essa ação. Esse processo de capacitação impulsiona a articulação do referencial teórico com as ideias de educadores e pesquisadores que trazem contribuições referentes ao uso do ciclo de descrição, execução e reflexão. Assim, quando nos propomos a usar esta ferramenta como um recurso didático pedagógico de forma eficiente, é preciso nos prepararmos e sensibilizarmos para melhor aproveitar esta tecnologia. Jacques Delors (1998), autor e organizador do relatório para a Unesco da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, intitulado: "Educação, um Tesouro a 29 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância descobrir (1996)", apresentou em sua obra quatro pilares necessários a uma educação plena, pois, segundo ele, na sociedade do conhecimento, o indivíduo deverá ser capaz de aprender ao longo de toda a sua vida. De forma resumida, centram-se em: (EDUCAMUNDO, 2018) • Aprender a conhecer – o indivíduo deve ser capaz de compreender, descobrir, construir, reconstruir, e reinventar de maneira prazerosa e autônoma o conhecimento, tornando-o duradouro; • Aprender a fazer – numa sociedade em constante transformação, é notória a evolução que atinge todos os segmentos da sociedade, e não poderia ser diferente em relação setor de trabalho. Para fazer parte do mundo atual cada vez mais competitivo, o indivíduo deve ser capaz de reaprender a todo instante, desenvolvendo não apenas habilidades cognitivas, mas também sociais, que passam pela capacidade de trabalhar em equipe, ser colaborativo, ter iniciativa e capacidade de arriscar e resolver conflitos. • Aprender a ser – além de desenvolver habilidades cognitivas, o indivíduo na sociedade contemporânea deve desenvolver-se nas questões éticas, estéticas, ser responsável consigo e com os demais, ser autônomo, crítico, criativo, inventivo. Em suma, a aprendizagem deve ser de forma integral, desenvolvendo todas as potencialidades individuais do ser. • Aprender a conviver – numa sociedade formada por desiguais, é fundamental que o indivíduo desenvolva a empatia, o respeito e saiba aprender com os demais. Assim, vemos que as escolas regulares e os professores que nelas trabalham, em atendimento à Lei Nº 13.146, de 6 de julho de 2015, devem estar preparados para acolher e preparar alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), oferecendo um atendimento educacional especializado, a fim de proporcionar a este aluno o desenvolvimento pleno de acordo com os 4 pilares da educaçãomencionados acima. Segundo Kleina (2012, p. 97), o professor de apoio deve, portanto, analisar os seguintes aspectos para trabalhar com informática na educação especial: 30 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância • A quem lecionar: conhecer os alunos, suas singularidades e as possibilidades de trabalho. • O que lecionar: saber quais são os conhecimentos mais importantes naquele momento para o estudante. • Por que lecionar: para desenvolver a aprendizagem de conteúdos, a comunicação, a escrita, favorecer a socialização etc. • Como lecionar: quais os métodos de ensino, os softwares e as tecnologias assistivas que serão necessários para atingir os objetivos. 6.2 Recursos de hardware e de software para alunos com Necessidades Educativas Especiais A todo momento existem pesquisadores e estudantes de tecnologia que pesquisam e desenvolvem softwares educacionais que prometem auxiliar na educação alunos com deficiência. Estudantes da Universidade de Brasília (UnB) desenvolveram o Projeto Participar e criaram mais de dez softwares que tem o objetivo de auxiliar pessoas com deficiência intelectual e autistas no processo de alfabetização, matemática básica, aprendizagem social e entre outros. Aproximar é voltado para o ensino de gestos sociais para autistas, Participar para a alfabetização e Somar para o uso social da Matemática, como o uso de calculadora, de células monetárias e leitura de relógio digital. Saiba mais sobre esses e outros softwares em: http://www.projetoparticipar.unb.br/ Segundo Balbino (2009), os jogos/softwares educativos se destacam como uma ferramenta pedagógica no aprendizado de pessoas com alguma deficiência intelectual que possuem dificuldades relacionadas à atenção e concentração, promovendo além da aprendizagem, inclusão digital e social. 31 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Existem softwares destinados para alunos com deficiência visual, que fazem a interface por meio de retorno sonoro, que possibilita ao aluno cego a utilização do computador. Já o estudante com paralisia cerebral, pode contar com o apoio de alguns dispositivos e softwares especiais, e conseguindo controlar o computador usando um switch ou um joystick, por meio do movimento dos olhos ou de sopros. Veja a seguir exemplos de recursos de hardware e de software que podem ser utilizados. O AlphaSmart 3.000 trata-se de um teclado portátil chamado AlphaSmart, que arquiva os textos digitados que poderão ser descarregados posteriormente em um computador ou impressora. Alphasmart 3.000 Fonte: SCHIRMER, C.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R., 2007, p. 51. Através do software Escrevendo com Símbolos (www.clik.com.br) o professor especializado poderá produzir, para o aluno, os textos apoiados por símbolos. Texto produzido com o software “Escrevendo com Símbolos”. Fonte: SCHIRMER, C.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R., 2007, p. 52. http://www.clik.com.br/ 32 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância Um exemplo de software de pranchas dinâmicas, muito utilizado em Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA) é o Speaking Dynamically Pro (www.clik.com.br). É muito comum encontrarmos um grande número de alunos com necessidades educacionais especiais, em especial os paralisados cerebrais, que são falantes não funcionais ou não-falantes e isso justifica a necessidade de aprofundarmos o conhecimento sobre a Comunicação Aumentativa e Alternativa, vislumbrando sua implementação no Atendimento Educacional Especializado. (SCHIRMER, C.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R., 2007, p. 57.) Ao acessar um dos símbolos que aparece na tela do monitor, é emitido um som com a mensagem que o símbolo representa. Na ilustração a seguir, vemos uma prancha principal onde o usuário fala que deseja “ir”, aparece então outra prancha com os lugares de sua escola. Ele então seleciona o “bar”. Neste momento, há novamente a mudança da prancha e então o aluno pode pedir o que deseja comprar e depois retornará à prancha principal. Pranchas dinâmicas do Speaking Dynamically Pro. Fonte: SCHIRMER, C.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R., 2007, p. 83. O acesso ao símbolo que está no monitor do computador pode acontecer por apontamento direto, através de mouse convencional, mouse adaptado ou tela de toque e ainda pode-se optar pela varredura automática. Neste último caso, a escolha é feita através de um acionador de pressão, tração, sopro ou qualquer outro que atenda à necessidade específica e a possibilidade de controle de movimento do aluno. (SCHIRMER, C.; BROWNING, N.; BERSCH, R.; MACHADO, R., 2007, p. 83.) 6.3 Tecnologia Assistiva Conforme já foi mencionado anteriormente, Tecnologia assistiva é uma expressão utilizada para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida http://www.clik.com.br/ 33 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância independente e inclusão. (SCHIRMER, C., BROWNING, N., BERSCH, R. e MACHADO, R., 2007, p.31) A tecnologia assistiva (TA) é uma ferramenta importante na resolução de problemas funcionais, pois permite o desenvolvimento das potencialidades humanas, a valorização de desejos, habilidades, expectativas positivas e também da qualidade de vida, as quais incluem recursos de comunicação alternativa, de acessibilidade ao computador, de atividades de vida diárias, de orientação e mobilidade, de adequação postural, de adaptação de veículos, órteses e próteses, entre outros. SCHIRMER, C., BROWNING, N., BERSCH, R. e MACHADO, R., 2007, p.53) afirmam que A tecnologia assistiva (TA), na perspectiva de inclusão escolar, não deve se voltar unicamente a promover uma habilidade no aluno, fazendo com que ele realize tarefas como as de seus colegas. A TA na educação será o meio pelo qual esse aluno possa fazer do seu jeito e assim ele se tornará protagonista de sua história, ativo no seu processo de desenvolvimento e aquisição de conhecimentos. 6.3.1. Categorias de Tecnologia Assistiva Segundo Assistiva (2020), a classificação foi escrita originalmente em 1998 por José Tonolli e Rita Bersch e sua última atualização é de 2017. Ela tem uma finalidade didática e em cada tópico considera a existência de recursos e serviços. Esta proposta de classificação foi desenhada com base nas diretrizes gerais da ADA, em outras classificações utilizadas em bancos de dados de TA e especialmente a partir da formação dos autores no Programa de Certificação em Aplicações da Tecnologia Assistiva – ATACP da California State University Northridge, College of Extended Learning and Center on Disabilities. A importância das classificações no âmbito da tecnologia assistiva se dá pela promoção da organização desta área de conhecimento e servirá ao estudo, pesquisa, desenvolvimento, promoção de políticas públicas, organização de serviços, catalogação e formação de banco de dados para identificação dos recursos mais apropriados ao atendimento de uma necessidade funcional do usuário final. (ASSISTIVA, 2020) Observe a lista das onze categorias existentes: (ASSISTIVA, 2020) 34 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 1. Auxílios para a vida diária: Materiais e produtos para auxílio em tarefas rotineiras tais como comer, cozinhar, vestir-se, tomar banho e executar necessidades pessoais, manutenção da casa etc. 2. CAA (CSA) Comunicação aumentativa (suplementar) e alternativa: Recursos, eletrônicos ou não, que permitem a comunicação expressivae receptiva das pessoas sem a fala ou com limitações da mesma. São muito utilizadas as pranchas de comunicação com os símbolos PCS ou Bliss além de vocalizadores e softwares dedicados para este fim. 3. Recursos de acessibilidade ao computador: Equipamentos de entrada e saída (síntese de voz, Braille), auxílios alternativos de acesso (ponteiras de cabeça, de luz), teclados modificados ou alternativos, acionadores, softwares especiais (de reconhecimento de voz etc.), que permitem as pessoas com deficiência a usarem o computador. 4. Sistemas de controle de ambiente: Sistemas eletrônicos que permitem as pessoas com limitações moto-locomotoras, controlar remotamente aparelhos eletroeletrônicos, sistemas de segurança, entre outros, localizados em seu quarto, sala, escritório, casa e arredores. 5. Projetos arquitetônicos para acessibilidade: Adaptações estruturais e reformas na casa e/ou ambiente de trabalho, através de rampas, elevadores, adaptações em banheiros entre outras, que retiram ou reduzem as barreiras físicas, facilitando a locomoção da pessoa com deficiência. 6. Órteses e próteses: Troca ou ajuste de partes do corpo, faltantes ou de funcionamento comprometido, por membros artificiais ou outros recursos ortopédicos (talas, apoios etc.). Inclui-se os protéticos para auxiliar nos déficits ou limitações cognitivas, como os gravadores de fita magnética ou digital que funcionam como lembretes instantâneos. 7. Adequação Postural: Adaptações para cadeira de rodas ou outro sistema de sentar visando o conforto e distribuição adequada da pressão na superfície da pele (almofadas especiais, assentos e encostos anatômicos), bem como posicionadores e contentores que propiciam maior estabilidade e postura adequada do corpo através do suporte e posicionamento de tronco/cabeça/membros. 8. Auxílios de mobilidade: Cadeiras de rodas manuais e motorizadas, bases móveis, andadores, scooters de 3 rodas e qualquer outro veículo utilizado na melhoria da mobilidade pessoal. 35 Professor de Apoio e a Carreira Docente Universidade Santa Cecília - Educação a Distância 9. Auxílios para cegos ou com visão subnormal: Auxílios para grupos específicos que inclui lupas e lentes, Braille para equipamentos com síntese de voz, grandes telas de impressão, sistema de TV com aumento para leitura de documentos, publicações etc. 10. Auxílios para surdos ou com déficit auditivo: Auxílios que inclui vários equipamentos (infravermelho, FM), aparelhos para surdez, telefones com teclado — teletipo (TTY), sistemas com alerta táctil-visual, entre outros. 11. Adaptações em veículos: Acessórios e adaptações que possibilitam a condução do veículo, elevadores para cadeiras de rodas, camionetas modificadas e outros veículos automotores usados no transporte pessoal. AINSCOW, M. y otros. Crear condiciones para la mejora del trabajo en el aula. Espanha: Ediciones Narcea, 2001. AIX SISTEMAS. Entenda qual é o papel do profissional de apoio na educação inclusiva. Disponível em: https://educacaoinfantil.aix.com.br/o-papel-do- profissional-de-apoio-na-educacao-inclusiva/ Acesso em 04 jul. 2020. ASSISTIVA. Tecnologia e Educação. Disponível em: https://www.assistiva.com.br/tassistiva.html#:~:text=Tecnologia%20Assistiva%2 0%C3%A9%20um%20termo,promover%20Vida%20Independente%20e%20Inclu s%C3%A3o. Acesso em 09 jul. 2020. BALBINO, R. 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